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sábado, setembro 03, 2022

Economia é que vai decidir eleição




Por Claudia Safatle (foto)

A melhora da economia ainda pode embaralhar a eleição, reduzindo a diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro. As perspectivas são de chegar ao segundo turno com uma distância bem menor do que a atual, que já está em queda.

‘’A economia está tendo uma performance impressionante, seja no aumento da arrecadação, seja na geração de empregos”, comentou uma alta fonte do mercado financeiro.

A arrecadação federal vem batendo sucessivos recordes, chegando a R$ 1,292 trilhão no acumulado de janeiro a julho, cifra que representou um aumento real de 10,44% sobre igual período do ano passado. O ministro da Economia, Paulo Guedes aproveita a receita adicional para cortar impostos, o que é visto como medida eleitoreira.

O mercado de trabalho também tem surpreendido. Dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que o emprego formal no Brasil tem apresentado saldo positivo. Houve abertura líquida de 218.902 vagas com carteira assinada em julho. Com isso, o saldo de contratações no acumulado em 2022 ficou positivo em 1.560.896 postos.

A questão agora, é acompanhar o comportamento dos eleitores de Ciro Gomes, que está em terceiro lugar nas pesquisas, com 7% das intenções de voto para ver se eles vão fazer o que fizeram os eleitores de Geraldo Alckmin na eleição passada. Eles migraram para os dois candidatos que polarizavam o pleito, Bolsonaro versus Fernando Haddad, do PT, deixando Alckmin com apenas 4,76% dos votos. Pelos números, é possível quitar a eleição no primeiro turno, mas é difícil isso acontecer.

O cenário provável é de uma disputa aguerrida entre Lula e Bolsonaro, sendo que aquele que entrar no segundo turno como preferencial vencerá as eleições, acredita a fonte.

“Aí entramos no problema relevante sobre como será o governo de quem for eleito”, comenta. Ele entende que se for Bolsonaro não haverá surpresas. A agenda econômica dele é conhecida. Vai continuar contendo o gasto público, privatizar e prosseguir nas microrreformas que vão melhorar a eficiência da economia.

“A agenda do Lula é diferente e começará com um aumento real do salário mínimo, o que vai pressionar o déficit da Previdência”, avalia.

O ajuste fiscal necessário é grande e outro problema que se coloca é sobre o Congresso que será eleito em outubro próximo e que ferramentas o presidente terá para ter maioria. O Ciro disse que se ganhar vai aprovar no Congresso o que for de interesse comum e o que não for vai para o plebiscito “Você acha que o Congresso vai autorizar plebiscitos?”, pergunta um diretor de um grande banco.

A experiência recente não autoriza devaneios. “Fernando Henrique Cardoso governou com uma coalizão (e ficou com a suspeita de ter comprado votos para a aprovação da reeleição). José Dirceu montou o mensalão, depois veio a cooptação e agora é a orçamentação.” O governo de Bolsonaro entregou parte importante do Orçamento para os parlamentares do Centrão em troca de apoio político.

“O funcionamento do nosso presidencialismo é complicado, tem problema sério”, comenta esse diretor. “A polarização, aqui, ficou de um jeito ruim: eu voto em A porque não quero B; e voto em B porque não quero A.” Nos Estados Unidos, por exemplo, a polarização é entre democratas e republicanos. Na Inglaterra, é entre conservadores e trabalhistas.

Se o presidente eleito der sinais claros, poderá colher bons frutos. O sinal básico é o da racionalidade econômica, que implica um governo comprometido com o ajuste das finanças públicas, para permitir a queda da taxa de juros de forma sustentável; e deverá falar para o mundo que, no Brasil, garantimos paz política e social. “O país tem condições de ter um canteiro de obras maior do que o da China. Basta ter paz política e social”, indica.

O investimento virá porque a pandemia e a guerra mostraram o risco geopolítico de localização das fábricas. Além do que o Brasil não é um país beligerante.

Outros eventos notáveis na economia, segundo as fontes do setor privado, são: é a primeira vez nos últimos 40 anos que a despesa pública como proporção do PIB cai entre o início e o fim do governo. E o governo, durante quatro anos, não concedeu reajuste geral para o funcionalismo. É verdade que a inflação ajudou na economia com salários, assim como ajudou no aumento das receitas.

Outra questão que se coloca se refere à redução de impostos. As reduções do Imposto de Importação e dos impostos federais e do ICMS sobre combustíveis têm sido anunciadas como temporárias, mas há a suspeita de que poderão ser definitivas.

Então Paulo Guedes é um bom ministro? Pergunta feita às fontes consultadas: “Sob o ponto de vista fiscal, ele é sim um bom ministro, que está fazendo o que é possível para conter a despesa”. Outra resposta: “Ele conseguiu privatizar a Eletrobras no último ano do governo. Isso não é pouca coisa e outro não teria conseguido!”.

Paulo Guedes é o grande fiador do governo e “sua presença em um eventual segundo mandato de Bolsonaro é fundamental”, avaliam fontes da área financeira.

Valor Econômico

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