Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, setembro 05, 2022

Como pode uma evangélica com ideias machistas faturar votos entre as mulheres?




Alguém tem que impedir a primeira-dama de avançar no eleitorado evangélico com suas ideias absurdas. 

Por Luiz Felipe Pondé (foto)

Quem tem medo da Michelle? De repente a esquerda descobriu que existem mulheres que não odeiam as famílias, os maridos e que ainda pensam em ter filhos. E que, ainda pior, acreditam que a vida seja atravessada por lutas espirituais que nos parecem —refiro-me aqui à população secular e descrente— coisa da pré-história. Quem ainda acredita numa luta do bem contra o mal?

Correm a mostrar estudos para alimentar a campanha de Lula a fim de que a esquerda aprenda o perdido vocabulário das pessoas que têm apenas a família para cuidar dos doentes e do dia a dia. A verdade é que a esquerda está acostumada a luxos básicos e descarta a família como valor.

São tantos os anos em que a academia tem demonizado a instituição família, acusando-a de patriarcal e opressora, repressiva da sexualidade feminina, que é difícil crer num discurso "progressista" que valorize a família a esta altura.

Desde Karl Marx (1818-1883) a intelligentsia acusa a figura do pai como representante da opressão. Eis um clássico e um clichê. Até hoje, a maioria dos trabalhos em ciências sociais sobre família continuam nessa toada. O pai é sempre candidato a estuprador.

Mas mudemos o assunto, falemos de algo mais sexy, já que estamos em clima de eleições. Será que as feministas gozam mais do que as evangélicas? Alguma pesquisa nessa área? Será que a crença no pecado ainda é um fetiche melhor do que conceitos como a biopolítica do "meu corpo, minhas regras"?

Agora que a eleição está chegando, a intelligentsia está começando a prestar atenção ao fenômeno social mais importante do país nas últimas décadas, a tomada do poder social pelos grupos evangélicos. O Brasil vive, séculos depois da Europa, a ameaça de uma guerra religiosa nas urnas.

Os seculares acostumados a ter seguro de saúde, psicanalista, clube, casa no litoral norte, hotel fazenda à mão para seu único filho e seus pets, restaurantes descolados e aulas na universidade onde discursos sobre o caráter regressivo da família são oferecidos aos jovens perdidos na maionese acordaram um dia depois de um pesadelo e se perguntaram: quem é essa Michelle?

Como pode uma evangélica com ideias machistas faturar votos entre mulheres? Alguém tem que impedir essa mulher de avançar no eleitorado evangélico com essas ideias absurdas! Mas, cuidado, lembrem que ela é evangélica raiz!

Folha de São Paulo

Em destaque

Caráter e Competência: Os Pilares Essenciais para a Gestão Pública Eficiente

  Recebi de uma candidata a vereadora pelo PT de Jeremoabo a seguinte pergunta: " Porque não faz uma matéria sobre a necessidade dos ca...

Mais visitadas