Bela Megale⊆
O Globo
Em meio a uma agenda política intensa em torno da eleição de Lula para presidente, o ex-ministro José Dirceu tem se reunido com grandes empresários. Nessas conversas, o petista passou a traçar um cenário sobre o resultado da disputa entre Lula e Bolsonaro.
Dirceu aponta que vê chances para Lula vencer no primeiro turno, sob uma condição: empatar com Bolsonaro nas regiões Norte e Centro-Oeste. A pesquisa Ipec divulgada nesta semana mostrou um empate nessas localidades, mas com a má notícia para o petista de que Bolsonaro cresceu.
NOVA REALIDADE – O presidente subiu de 36% para 40% nas intenções de voto entre os eleitores dessas regiões, enquanto Lula caiu de 44% para 40% no mesmo grupo. O Ipec faz o levantamento do Norte e Centro-Oeste de maneira conjunta.
A pesquisa mostra que, no Sudeste, onde estão os maiores colégios eleitorais do Brasil, Lula manteve 39% dos votos e o presidente, 33%.
Desde o início do ano, Zé Dirceu tem realizado uma série de articulações com o objetivo de arrefecer a resistência a Lula em determinados setores. O petista atua de maneira independente da campanha, já que não está escalado entre seus quadros. Recentemente, Dirceu se dedicou a fazer agendas no Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que fazem parte de “regiões-chave” para a vitória de Lula no primeiro turno, na análise do ex-ministro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – José Dirceu já foi grande amigo e mentor de Lula. No primeiro governo petista, era uma espécie de primeiro-ministro. Lula reinava, mas era Dirceu quem governava. Depois do mensalão, da cadeia e do enriquecimento ilícito, agora o ex-chefe da Casa Civil não é mais nada, sequer foi convidado para o casamento de Lula. O informante da excelente jornalista Bela Megale esqueceu de lhe dar essa atualização. Hoje, Dirceu ainda tem amigos no PT, mas é um estranho no ninho. Não trabalha, mas vive bem, devido às economias que amealhou como “consultor de empresas” (leia-se: facilitador de negócios). Sua decepção com Lula é enorme e tem o coração até aqui de mágoa, como diriam Chico Buarque e Ruy Guerra. (C.N.)