Publicado em 7 de maio de 2022 por Tribuna da Internet
Deu na Folha
Coluna Painel
Presidente do Ibama, o advogado Eduardo Bim disse durante palestra em abril que é “um psicopata” e não está “nem aí” para reportagens de jornal. Ele também desdenhou de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o afastou do cargo por 90 dias em 2021
“Beleza, licença-prêmio, 90 dias afastado. Tô nem aí, tô tranquilo, porque eu só trabalho em uma calibração técnica”, disse. Ele foi afastado no âmbito da operação Akuanduba, que investiga a edição de um despacho pelo Ibama, em 2020, que teria permitido a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações.
Bim também fez mais uma crítica indireta a Moraes, que em 2018 sugeriu ao STF a fixação da tese da imprescritibilidade do dano ambiental, o que significa que não há limite de prazo para que se exija na Justiça reparação por danos ao meio ambiente. A tese foi fixada pela corte em 2020.
“Já foi dito aqui, dito na plateia: dano ambiental [é] imprescritível, 2018, Supremo. Puta loucura, mas fazer o quê? Paciência”, disse o presidente do Ibama, na palestra.
Nesse evento no Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário (Ibradim), Bim ainda disse que “os loucos gostam de ambiental, porque eles se sentem confortáveis na área, inventando coisas”, e usou a expressão “manicômio” para se referir à área.
Bim ainda cutucou os funcionários do Ibama, dizendo que são “superinteressados, quando eles querem, como todo ser humano, mas um pouquinho pior em alguns casos”.
Por fim, o presidente do Ibama criticou uma suposta dicotomia que ele enxerga em seus críticos, para os quais ele é o “gestor malvadão” e eles são os “salvadores do meio ambiente”.
“Não, todo mundo trabalha para implementar política pública que teoricamente tutela o meio ambiente, dentro dos limites da política pública, sem mais nem menos, sem amor nem ódio, o que é mais difícil, pois somos todos seres humanos.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Além de ser um péssimo gestor, que desmontou a fiscalização do Ibama e permitiu o avanço do desmatamento na Amazônia e em outras regiões, Eduardo Bim se revela um tremendo cafajeste, mau caráter e boquirroto, sem mínimas condições para ocupar cargo público. No entanto, mostra que sabe fazer o serviço sujo que lhe determinam. Sua imagem é o retrato ambiental do Brasil de hoje. (C.N.)