Por g1 — Brasília
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, se reuniu nesta terça-feira (3) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e disse que as Forças Armadas estão “comprometidas com a democracia”. A informação foi divulgada pelo Supremo por meio de nota institucional. De acordo com o Supremo, a reunião com Fux foi pedida por Nogueira. Mais cedo, o general se encontrou com Bolsonaro para tratar de “assuntos de defesa nacional”.
A reunião com o general estava marcada, incialmente, para quarta-feira (4), mas foi adiantada. Fux também se reuniu nesta terça (3) com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
DEMOCRACIA – “Durante o encontro, o Ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, diz a nota do Supremo.
A reunião ocorreu em meio à polêmica criada pelo presidente Jair Bolsonaro ao novamente colocar em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas e ao sugerir uma apuração dos votos feita também pelas Forças Armadas.
O presidente já admitiu que não tem provas para acusar o sistema eleitoral. Autoridade e especialistas sempre ressaltam que as urnas são seguras e os votos são auditáveis. Bolsonaro é investigado em um inquérito no STF devido aos ataques às urnas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O general Paulo Sérgio Nogueira é um legalista, que obedece as quatro linhas da Constituição. Na época da pandemia, ele desprezou a orientação equivocada de Bolsonaro e se empenhou para vacinar toda a tropa e evitar contágio, numa atitude que deu certo, o índice de Covid no Exército foi muito baixo. Nesta terça-feira, o general se comprometeu com Fux a defender a democracia e certamente deu o mesmo recado ao presidente Bolsonaro. Nesta terça-feira, Fux também se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que defendeu as urnas eletrônicas, criticou ataques feitos ao Judiciário e disse que “a disputa eleitoral não pode descambar em anomalias graves”. Para a democracia, foi uma terça-feira gorda, portanto. (C.N.)