Publicado em 3 de maio de 2022 por Tribuna da Internet
Igor Gadelha
Metrópoles
Não foi por acaso que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou de uma só vez, ao Conselho de Ética da Casa, 22 representações contra deputados para que os processos sejam instaurados. Os despachos foram assinados por Lira no mesmo dia, em 12 de abril. Eles atingem, em sua maioria, parlamentares bolsonaristas, mas há também entre os alvos parlamentares da esquerda.
Nessa lista, estão nomes como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ), Soraya Manato (PTB-ES) e Delegado Éder Mauro (PL-PA)
AÇÃO PROPOSITAL – Segundo aliados, a atitude de Lira foi intencional e teve por objetivo reduzir a pressão de parlamentares bolsonaristas para que o presidente da Câmara tenha postura mais dura contra o Supremo.
No dia do despacho, Daniel Silveira (PTB-RJ) ainda não havia sido julgado pelo STF, mas seus aliados já pressionavam Lira a reagir de alguma forma contra a já esperada condenação do deputado pela Corte.
Como vem mostrando a coluna, o presidente da Câmara dos Deputados, no entanto, já deixou claro a líderes partidários que não pretende peitar o Supremo por causa de Daniel Silveira. O temor principal é o de que uma escalada da crise acabe levando o STF a suspender o “orçamento secreto”, mecanismo considerado vital para garantir a reeleição de Lira ao comando da Casa em 2023.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É só para tirar onda, porque o Conselho de Ética nada decidirá neste ano eleitoral, com todos os deputados em campanha. Lira é uma raposa que morde e assopra e sabe se equilibrar em cima do muro, como se fosse tucano. Seu projeto pessoal é aprovar o semipresidencialismo e depois se tornar primeiro-ministro. Apenas isso. (C.N.)