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sábado, maio 21, 2022

Investigado no Supremo, Bolsonaro diz que Fachin, Barroso e Moraes infernizam o país

Publicado em 21 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

Iotti: intervenção militar | GZH

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Alice Cravo
O Globo

O presidente Jair Bolsonaro, alvo de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os ministros da Corte Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes “infernizam o Brasil”. A declaração, em tom de campanha, foi dada em entrevista divulgada pelo Correio da Manhã.

— Temos três ministros que infernizam, não é o presidente, mas o Brasil: Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes. Esse último é o mais ativo — afirmou Bolsonaro em trecho da entrevista.

GUERRA JURÍDICA – Na terça-feira, Bolsonaro apresentou uma ação no STF contra Moraes. O ministro conduz inquéritos no Supremo que investigam, entre outras pessoas, o presidente por suspeita de espalhar fake news e atacar as instituições.

A investida de Bolsonaro contra Moraes foi arquivada pelo ministro Dias Toffoli, do STF, que negou o prosseguimento da notícia-crime com o argumento de que os fatos descritos na ação não trazem indícios de possíveis delitos cometidos por Moraes.

No mesmo dia, Bolsonaro entrou com um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Moraes pelos mesmos fatos arquivados pelo Supremo. E o procurador Augusto Aras ainda não se pronunciou.

APERTOS DE MÃO – Nessa quinta-feira, Moraes e Bolsonaro ficaram frente a frente durante evento no Tribunal Superior do Trabalho. Os dois trocaram apertos de mão durante a cerimônia. Pouco depois, Moraes foi longamente aplaudido pelo público e convidados, exceto por Bolsonaro.

Antes de cumprimentar Bolsonaro, Moraes afirmou que a Justiça Eleitoral tem “vontade de democracia e coragem” para combater quem é contrário aos ideais constitucionais e republicanos.

Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos, o presidente tenta, com os ataques ao STF, mobilizar os seus apoiadores mais fiéis.

PERDÃO A SILVEIRA – A última grande aposta do chefe do Executivo foi o perdão concedido ao deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF por ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte.

Bolsonaro também tem apostado em lançar suspeitas, sem provas, sobre as urnas eletrônicas. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, tem rebatido os ataques do presidente.

O magistrado disse recentemente que “quem duvida do processo eleitoral é porque não confia na democracia” e que “quem defende ou incita a intervenção militar está praticando ato de afronta à Constituição e à democracia”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A esculhambação é geral e Moraes comporta-se como se o decreto que concedeu a graça a Daniel Silveira não estivesse em vigor. Sem nenhuma base legal, decidiu que o decreto não tem efeitos enquanto o plenário do Supremo não examinar sua validade. E o presidente do Supremo, Luiz Fux, ao invés de acelerar esse julgamento, fica mais preocupado em garantir um novo aumento de salários (quinquênio) a magistrados e procuradores. Infelizmente, essa é a realidade. (C.N.)


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