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quarta-feira, maio 04, 2022

Disputa para escolher o presidente será um confronto em separado nas eleições gerais

Publicado em 4 de maio de 2022 por Tribuna da Internet

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Carlos Newton

O Brasil tem uma política totalmente surrealista, com pelo menos 32 partidos disputando essas eleições gerais. É uma espécie de desmoralização da política, porque a ideologia político-partidária é totalmente bagunçada no maior e mais importante país do lado debaixo do Equador. Essa confusão provoca um estranho fenômeno, fazendo com que a disputa pela Presidência ocorra como uma eleição em separado.

Melhor explicando: as alianças partidárias só valem para a disputa presidencial. No tocante às eleições para governadores, senadores, deputados federais e estaduais, esses acordos entre os partidos não têm o menor valor. Nos Estados, os respectivos diretórios regionais têm vida própria e neles prevalece a chamada Lei de Murici – cada um que cuide de si.

CONFUSÃO É GERAL – Se a fidelidade partidária não consegue prevalecer em grau algum nem mesmo no Congresso Nacional, pode-se imaginar o que acontece lá na ponta final, nos Estados e Municípios. Como dizia Machado de Assis, a confusão é geral.

É exatamente esta bagunça política que explica as estranhas anomalias que surgem diante do eleitor, como a chapa entre o sindicalista Lula, que nada entende de socialismo, é apenas oportunista, e o carola Geraldo Alckmin, com sua conhecida atuação no Opus Dei, a corrente católica mais retrógada e conservadora.

Como os dois podem estar juntos na patética entoação de “A Internacional”, promovida pela também ridícula cúpula do PSB, partido que se diz socialista sem ser, tipo a Viúva Porcina, do genial dramaturgo Dias Gomes, que, aliás, era comunista.

ORTEGA Y GASSET – Como dizia o extraordinário pensador espanhol Ortega Y Gasset (1883/1955), defensor da educação universal de qualidade, “o homem é o homem e a sua circunstância”, levando-se em conta simultaneamente tudo o que o circunda, a começar pelo próprio corpo e chegando até o contexto histórico em que se insere.

No Brasil de hoje, a circunstância é que pode-se votar num candidato a presidente por um partido e escolher candidatos de outras legendas para governador, senador, deputado federal e estadual.

Nessa circunstância se insere a candidatura de terceira via, que no primeiro turno será votada pela grande massa formada pelos eleitores que não aceitam eleger Lula ou Bolsonaro, uma fatia calculada em torno de 33% dos eleitores, percentual suficiente para levar a terceira via ao segundo turno.  

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P.S.
 – Esta inquestionável realidade é reconhecida até pelos “institutos de pesquisas” que se dedicam a armar resultados que fortaleçam a polarização. Sabe-se que o enorme número de integrantes da maioria silenciosa, que rejeita simultaneamente Lula e Bolsonaro, não mudará de opinião no decorrer da campanha e deve votar no candidato da terceira via, que possivelmente será Ciro Gomes, porque os demais não decolam.

Quanto a Sérgio Moro, seria um fracasso como presidente. Afinal, um suposto político que fala em privatizar a Petrobras por ser uma empresa superada, com toda certeza, não merece receber os votos dos brasileiros. (C.N.)  

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