Pedro do Coutto
Participando das comemorações de 1º de maio, o presidente Jair Bolsonaro terminou implicitamente colocando os ataques ao Supremo Tribunal Federal como meta de sua campanha à reeleição nas urnas de outubro. Em São Paulo, em Brasília e também no Rio de Janeiro surgiram faixas voltando-se a favor do fechamento da Corte Suprema e contendo frases ofensivas aos ministros que compõem o STF.
Com isso fica cada vez mais nítida a disposição de Bolsonaro em usar uma clara ofensiva contra o Poder Judiciário não só como meta, mas praticamente um compromisso de sua campanha se vencer as eleições e permanecer por mais quatros anos no Palácio do Planalto. Na Folha de S. Paulo, a reportagem é de Vitória Azevedo, Fábio Zannini, Marianna Holanda e João Gabriel. No O Globo, por Daniel Gullino, Kulina Lindner, Gabriel Garcia e Pamela Dias.
NOVA ETAPA – O domingo que passou, portanto, marca uma nova etapa do confronto, já que Lula participou também de manifestações em favor de sua candidatura, tanto em São Paulo quanto em outros estados no Brasil. Conforme a lógica indica, já observei em artigos anteriores, todos os pré-candidatos à Presidência da República deveriam se unir em defesa da democracia.
Não faz sentido um candidato defender o fechamento das instituições do país. Não pode ser outra interpretação. Bolsonaro acredita que o tema contrário ao Supremo seja popular, pois caso contrário não o levaria às ruas e junto à opinião pública nacional.
AUXÍLIO BRASIL – Reportagem de Geralda Doca, O Globo de ontem, destaca que os avanços anunciados pelo governo Bolsonaro para o Auxilio-Brasil que acrescentariam fatores de apoio à população extremamente carente ainda não se realizaram. O problema é do Ministério da Cidadania que não conseguiu levá-los à frente, apesar da distância de nove meses entre a promessa e sua execução.
O bônus de inclusão não foi pago, o auxílio de creche não saiu do papel e benefícios relativos ao chamado auxílio esporte escolar ficaram restritos a 1404 alunos. A bolsa de iniciação científica foi destinada apenas a 2391 alunos e alunas. Muito pouco para o universo estimado de 36 milhões de adolescentes das redes públicas de ensino.
O fato deve ter causado muita irritação no Planalto porque tem um efeito negativo na questão de um apoio anunciado não ter sido executado. A frustração que causa é muito maior do que a dificuldade existente antes da promessa. Há uma série de problemas que a matéria focaliza no programa global. Os pontos deixados em aberto são quatro que formam o roteiro de um auxílio social que embora prometido ainda não se concretizou.