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terça-feira, março 22, 2022

Telegram cumpre decisão de Moraes e recurso do governo ao STF cai no vazio


Charge do Milton César (midiamax.uol.com.br)

Pedro do Coutto

Na tarde de domingo, a direção do Telegram comunicou ao ministro Alexandre de Moraes através de email que cumpriu integralmente a decisão que ele tomou quanto ao funcionamento daqui para frente da rede social, incluindo a sua vinculação, como não poderia deixar de ser, às leis brasileiras.

O ministro do Supremo Tribunal Federal então revogou ainda neste domingo a decisão, assinada por ele mesmo na sexta-feira, que determinava o bloqueio do aplicativo Telegram em todo o país.

MAL NA FOTO – Neste episódio, conforme já disse anteriormente, o governo ficou mal , tanto porque não era parte da questão para representar o Telegram, e também porque o seu recurso judicial caiu no vazio por falta de materialidade. Isso no aspecto jurídico.

No plano político fica pior ainda, pois tornou pública a sua vinculação à rede social que terminou condenando a si própria, sobretudo pela divulgação de matérias protegidas pela sombra do anonimato. No O Globo, a reportagem sobre o assunto, edição desta segunda-feira, é de Renata Maris. Na Folha de S. Paulo, é de Vinicius Sassine.

Daqui para frente, o Telegram não tem como deixar de atuar da forma que ele próprio assumiu na satisfação que enviou à Corte Suprema do país. A ação contra o Telegram foi pedida ao ministro Alexandre de Moraes pela Polícia Federal, uma vez que foi através do aplicativo que o presidente Jair Bolsonaro vazou conteúdo de inquérito sobre os autores das fake news contra ministros do STF e contra as urnas eletrônicas.

REAJUSTES  –  Reportagem de Daniel Gullino, O Globo, ocupando uma página inteira da edição de ontem, revela que 26 governadores das 27 unidades da Federação reajustaram os seus funcionários em percentuais diversos na passagem de 2021 para 2022, ano das eleições.

No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro reajustou o vencimento dos servidores em 13%. Em São Paulo, o governador João Doria concedeu aumentos que oscilam entre 10% a 20%. Apenas o de Tocantins, até o momento, não se pronunciou. O governador de Brasília aplicou um reajuste de 10%.

RESTRIÇÕES – A equipe econômica, como sempre, apresenta restrições quando se trata de aumentar nominalmente vencimentos do funcionalismo público, esquecendo que esses salários encontram-se absolutamente congelados desde 2017. Nesse período, pelo IBGE, a inflação acumulada atinge 24,7%. A defasagem assim continua fazendo com que os aumentos nominais não reponham as perdas inflacionárias.

Entretanto, o corte de impostos anunciado pelo governo federal representa uma perda de receitas de R$ 54 bilhões na arrecadação federal. O ministro Paulo Guedes propôs redução do IPI também para automóveis, motocicletas, geladeiras e aparelhos de ar-refrigerados, integrantes da linha branca.

Quer dizer; como sempre os preços podem subir, como é o caso da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha, como agora. Os salários não. É um impasse que no governo Bolsonaro vem se agravando incrivelmente. Guedes projeta aproveitar o ano eleitoral para reduzir mais tributos pagos pela indústria e pelo sistema financeiro.

TERCEIRA VIA  – Na edição de ontem da Folha de S. Paulo, Joelmir Tavares publica reportagem afirmando que os candidatos à Presidência da República pelo caminho da terceira via vêm enfrentando problemas nas divisões internas das legendas e no congelamento que está envolvendo principalmente Simone Tebet, João Doria, Sergio Moro, exceto Ciro Gomes que tem se movimentando bem especialmente através dos horários de propaganda partidária na televisão.

Acredito que a movimentação pelo caminho da internet não vem surtindo efeito, pois caso contrário, Tebet, Doria e Moro estariam apresentando índices de apoio muito mais altos dos que estão contidos. A terceira via é uma dificuldade natural. Nas eleições de 2018, Bolsonaro teve 57% dos votos contra 43% de Fernando Haddad.

O quadro mudou substancialmente conforme revelam o Datafolha e o Ipec, mas deixa evidente um aspecto: se Lula em 2018 transferiu 43% da votação para Haddad, pedindo votos para si próprio, incluindo o apoio da corrente de Alckmin, na pior das hipóteses passará de 40 pontos. Bolsonaro tem o apoio de correntes da direita. Concretamente, não há espaço algum para uma terceira alternativa.

ÍNDICES – Em seu artigo de domingo no O Globo, Merval Pereira, baseado em dados da Fundação Getúlio Vargas, de autoria do professor Marcelo Neri, observa que nos anos eleitorais, principalmente em seu início, como é o caso de 2022, os índices de pobreza caem.

Para mim, não é coincidência; trata-se, isso sim, de incorporar benefícios sociais, como é o caso do Auxilio Brasil, para refletir em níveis de renda que se destinam fantasiosamente a dividir a pobreza da extrema da pobreza. Um lance de dados apenas.

Mas devo frisar que a questão da pobreza  pode ser dividida em duas partes: a segunda mais importante até do que a primeira. A pobreza com base nas renda das famílias e a pobreza marcada pelas condições de vida da população.

CONDIÇÕES – Costumo assistir sempre ao Bom Rio da TV Globo e verifico que as filmagens sobre as favelas da Zona Norte da Cidade comprovam as condições permanentes da pobreza às quais me refiro. A falta de esgoto, uma delas, a de saneamento, outra, além da falta de abastecimento de água.

Tal situação se repete em todo o país. Enquanto os poderes públicos não atuarem nesse campo, não adianta tentar disfarçar a pobreza extrema com a questão de fronteiras marcadas por benefícios sociais em dinheiro que se evaporam em poucas horas.

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Vídeo do presidente Lula

 

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