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sexta-feira, outubro 09, 2020

Biden alcança sua maior vantagem e Trump precisa de reviravolta inédita para se reeleger


O ex-vice-presidente dos EUA e candidato nesta eleição, Joe Biden, discursa em Gettysburg, na Pensilvânia

A 26 dias da eleição, Biden tem 9,5 pontos de vantagem

Bruno Benevides
Folha

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Joe Biden, ampliou a diferença em relação ao republicano Donald Trump e alcançou, nesta quinta-feira (8), a maior vantagem de toda a corrida pela Casa Branca, de acordo com pesquisas de intenção de voto.

Segundo o compilado dos levantamentos nacionais feito pelo site especializado FiveThirtyEight, o ex-vice-presidente tem, neste momento, 51,9% das intenções de voto, contra 42,1% do republicano —uma vantagem de 9,8 pontos percentuais. O recorde anterior tinha acontecido em 10 de julho, quando Biden abriu 9,6 pontos percentuais em relação a Trump.

DIFERENÇA AUMENTA – Na última sexta (2), quando o atual presidente anunciou que estava com Covid-19, a vantagem do democrata era de 7,6 pontos, mas a diferença tem aumentado desde então.

Há 24 anos um candidato não tinha uma vantagem tão grande contra seu rival nesse estágio da disputa —a eleição acontece em 26 dias, em 3 de novembro. Em 1996, o também democrata Bill Clinton tinha 13,4 pontos de vantagem sobre seu adversário, o republicano Bob Dole.

Como a Folha mostrou nesta quarta (7), nunca um candidato com uma vantagem tão grande quanto a de Biden tão perto da votação perdeu a disputa. Assim, numa campanha marcada pela imprevisibilidade causada pela pandemia de coronavírus, Trump precisará realizar uma reviravolta inédita na história da democracia americana para continuar morando na Casa Branca por mais quatro anos.

MUITAS SURPRESAS – A história eleitoral americana, no entanto, também é marcada por surpresas. O próprio Trump, aliás, protagonizou uma das mais conhecidas quando foi eleito, em 2016. Na ocasião, ele chegou ao dia da eleição como azarão —o FiveThirtyEight apontava que ele tinha cerca de 30% de chance de vitória— e saiu como presidente eleito dos Estados Unidos.

Mas ainda que ele consiga repetir o desempenho e diminua a diferença em relação a Biden, assim como fez com Hillary Clinton, isso provavelmente não será suficiente para lhe dar a vitória. Há quatro anos, Hillary tinha 6,2 pontos percentuais de vantagem sobre Trump a 27 dias da eleição. Quando as urnas abriram, a vantagem da democrata era de apenas 2,1 pontos —48,2% dos votos para ela, 46,1% para ele.

ESTÁ MAIS DIFÍCIL – Nesta eleição, porém, o republicano precisa diminuir a vantagem do democrata de uma maneira ainda mais intensa do que há quatro anos. Se a vantagem de Biden caísse 4,1 pontos até a eleição (igual a 2016), o democrata venceria Trump por uma vantagem de 5,4 pontos no voto popular. Nesse cenário, o democrata teria 98% de chance de vencer o Colégio Eleitoral, novamente segundo o FiveThirtyEight.

Ou seja, Trump até teria alguma chance de vitória, mas extremamente baixa. Para o republicano de fato entrar na disputa, a vantagem de Biden precisa cair para algo abaixo de 3 pontos percentuais — nesse caso, a chance de vitória de cada um ficará próximo de 50%.

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