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sexta-feira, agosto 21, 2020

PGR abre investigação para apurar repasses da JBS a Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro

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Wassef teria recebido R$ 9 milhões para defender manutenção de delação
Deu no G1
A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu instaurar nesta quinta-feira, dia 20, um procedimento de apuração sobre supostos pagamentos feitos pela empresa JBS ao advogado Frederick Wassef, que trabalhou para a família Bolsonaro. A PGR quer saber se esses pagamentos tiveram efeito no acordo de colaboração premiada firmado pela Procuradoria com os executivos da empresa.
De acordo com nota divulgada pela PGR, serão solicitadas informações ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que teria identificado os pagamentos por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). “Eventual irregularidade poderá reforçar os indícios de omissão nos acordos de colaboração premiada dos executivos da companhia”, diz o texto da nota.
PEDIDO DE BOLSONARO – O caso foi divulgado pela revista “Crusoé”. Wassef teria recebido R$ 9 milhões da JBS e tentado atuar junto à Procuradoria. Segundo a revista, o presidente Jair Bolsonaro teria pedido diretamente ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para receber Wassef, a fim de tratar com o advogado do acordo de colaboração da JBS, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na nota, a PGR afirmou que Aras não recebeu nenhuma solicitação de Bolsonaro e “não participou de nenhum dos contatos que trataram de eventual proposta de repactuação do acordo de colaboração premiada da JBS com envolvimento do advogado Frederick Wassef”.
AMIGO DA FAMÍLIA – Frederick Wassef se apresentava como advogado do presidente Jair Bolsonaro e costumava frequentar o Palácio do Planalto. Ele também trabalhou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos filhos do presidente, no caso das chamadas “rachadinhas” (confisco de parcela dos salários de assessores do gabinete na Assembleia Legislativa do Rio).
Fabricio Queiroz, suposto operador do esquema das “rachadinhas” e ex-assessor de Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual, foi preso pela Polícia Federal em uma casa de Wassef, em Atibaia (SP). Ao Supremo, Aras defendeu a rescisão dos acordos de colaboração dos executivos da JBS, firmados em 2017, e se posicionou contra uma renegociação com os delatores.
###ÍNTEGRA DA NOTA DIVULGADA PELA PGR:
A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou notícia de fato para apurar informações veiculadas nesta quinta-feira (20) a respeito de supostos pagamentos feitos pela JBS ao advogado Frederick Wassef, entre 2015 e 2020, e seus impactos na Petição 7.003, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). No procedimento, serão solicitadas informações ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que, conforme a imprensa, identificou as transações por meio de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Eventual irregularidade poderá reforçar os indícios de omissão nos acordos de colaboração premiada dos executivos da companhia.
Os acordos de colaboração foram firmados com a PGR em 2017 e sua rescisão aguarda decisão do Supremo. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já se manifestou em documentos enviados ao Supremo pela rescisão dos acordos – e neste momento reitera posição contrária a uma eventual renegociação com os colaboradores. A análise do tema no Ministério Público Federal (MPF) tem cabido aos membros designados pelo PGR: os subprocuradores-gerais da República José Adonis Callou de Araújo Sá, José Bonifácio Borges de Andrada e, mais recentemente, Lindôra Maria Araújo.
Augusto Aras não participou de nenhum dos contatos que trataram de eventual proposta de repactuação do acordo de colaboração premiada da JBS com envolvimento do advogado Frederick Wassef. Todas as solicitações de audiência para tratar de assuntos jurídicos que chegam ao gabinete do PGR são direcionadas para os procuradores que atuam na respectiva matéria. O PGR dedica-se às áreas constitucional e cível perante o STF.
O procurador-geral da República afirma que não recebeu solicitação de nenhuma natureza por parte do presidente da República, e desconhece supostos telefonemas do presidente para qualquer membro do MPF.
COM A PALAVRA, A JBS
A reportagem entrou em contato com a JBS e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestações.
COM A PALAVRA, FREDERICK WASSEF
Em resposta às recentes notícias que circulam utilizando o meu nome, venho informar que qualquer tema relacionado à JBS ou qualquer outro cliente do meu escritório, não foi tratado com o Procurador Geral da República, o excelentíssimo Sr. Dr. Augusto Aras. Dentro das minhas competências como advogado, não atuei junto a PGR em nome da JBS no final de 2019 conforme noticiado pela mídia.
É importante salientar ainda que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, jamais ligou ou pediu para que o Procurador Geral da República, Dr. Augusto Aras, me atendesse.
Não é de hoje que se levantam mentiras utilizando o meu nome ao noticiar fake news – notícias falsas – na mídia nacional com a clara intenção de disseminar confusão, causar dano e atacar a imagem e a idoneidade do Presidente da República.
Sem mais no momento.

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