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quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Médico de Bolsonaro exagerou muito ao afirmar que ele já está “perfeito”


Resultado de imagem para bolsonaro chega a brasilia apos recebe alta
Bolsonaro vai seguir o tratamento até se recuperar plenamente
Carlos Newton
O exímio médico Luiz Antonio Macedo, um dos melhores do mundo em cirurgia de abdome, foi surpreendentemente exagerado nesta terça-feira, ao afirmar ao Estadão que Bolsonaro já estava “perfeito” e poderia receber alta na quarta-feira, conforme aconteceu ontem. Esse tipo de declaração devia ser evitado, porque o presidente é impulsivo, fica achando que já está curado e se arrisca a ultrapassar a linha divisória do gramado, como dizem os locutores esportivos.
É preciso que Bolsonaro continue o tratamento em casa, poupando-se ao máximo das atribuições presidenciais, porque somente dentro de alguns meses é que poderá ser declarada sua cura definitiva.
EXISTE RISCO – Reportagem de Cláudia Collucci na Folha, publicada nesta quarta-feira, revela que o risco estimado na literatura médica é baixo, menor que 5%, e vai diminuindo com o tempo. Por isso, nas primeiras semanas após a alta é preciso atenção aos sinais infecciosos, como indisposição, febre, tosse e dor abdominal.
O infectologista Artur Timerman, entrevistado pela repórter, revela que o período mais crítico será nos próximos dois meses, tempo que leva para que a flora intestinal nativa se recomponha. “O fato de ter havido uma alteração no trânsito normal do intestino faz com o microbioma já mude bastante e há riscos de novas infecções.”
O especialista considera fundamental uma dieta equilibrada, com fibra e bastante hidratação, para que o intestino funcione todos os dias. “Um trânsito mais lento pode expô-lo a risco de infecções.”
DIETA ESPECIAL – Também entrevistado por Cláudia Collucci, o médico Carlos Sobrado, professor de Coloprotoctologia da Faculdade de Medicina da USP, diz ser importante uma dieta antifermentativa (sem frituras, alimentos gordurosos, refrigerantes e bebidas alcoólicas) e fracionada, para não distender muito o abdome e retardar o esvaziamento gástrico.
Diz o especialista que outro cuidado adicional são com os cortes abdominais da cirurgia em si e do local onde estava implantada a bolsa de colostomia. “No local da bolsa, pode sobrar uma colonização [de bactérias] da pele e voltar a infectar”, diz Sobrado. Também há riscos (menos de 5%) de novas aderências (de uma alça ou tecido grudar no outro), que são inerentes à cirurgia de intestino.
O médico Diego Adão Fanti Silva, cirurgião do aparelho digestivo da Unifesp, diz que as aderência podem acontecer a qualquer momento e não existe medida preventiva. “Quando acontecem, mais de 80% podem ser resolvidas sem necessidade de cirurgia. O paciente precisa ficar atento se apresentar náuseas, vômitos, distensão abdominal e parada de eliminação de gases e fezes.”
SEM FAZER ESFORÇOS – Bolsonaro deve evitar grandes esforços, como carregar peso ou fazer musculação. Mas precisa fazer exercícios leves para fortalecer a musculatura sem aumentar muito a pressão do abdome, recomenda o cirurgião Fanti Silva, para evitar o surgimento de uma hérnia no local operado. As chances estimadas são de 15% —maiores nos primeiros seis meses e com redução gradativa depois desse período.
A reportagem confirma as informações que temos transmitido aqui na Tribuna, no sentido de que Bolsonaro precisa se poupar, evitar viagens e deslocamentos. Quando o avião aterrissa, por mais hábil que seja o piloto, sempre há um choque do trem de pouso. Além disso, existem as famosas turbulências nas proximidades de Brasília.
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P.S. – Como dizia o Barão de Itararé, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Bolsonaro precisa lembrar que não é mais o “Cavalão” do pentatlo militar. Agora, é o presidente da República e precisa se preservar, para servir ao povo que o escolheu. (C.N.)

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