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terça-feira, fevereiro 19, 2019

Com a demissão injusta, Bolsonaro conseguiu disseminar a insegurança no Planalto


Resultado de imagem para ortega e gasset frasesCarlos Newton
Em seu delírio de grandeza, os integrantes da família Bolsonaro julgam que se elegeram sozinhos, em nenhum momento percebem que na política o importante são as circunstâncias, como ensinava o genial pensador espanhol Ortega y Gasset. Na verdade, Bolsonaro foi eleito porque a maioria silenciosa brasileira se sentiu traída e passou a odiar o PT. Foi um voto por exclusão, altamente fortalecido pelo apoio de importantes chefes militares, como os generais Augusto Heleno, Hamilton Mourão e Villas Bôas, que hoje estão juntos no Planalto.
Muitos eleitores não votaram especificamente em Bolsonaro, apenas manifestaram confiança no aval que foi dado ao candidato do PSL pelos generais.
HAVIA EQUILÍBRIO – Achava-se que o Brasil estava mesmo precisando de um governo forte e duro, para agir com rigor. E sabia-se que desta vez não haveria os excessos lamentáveis do golpe de 1964, com torturas e assassinatos dentro de instalações militares. Seria um governo militar democrático, algo jamais experimentado no Brasil.
Na transição e no início do governo, havia um certo equilíbrio, com Bolsonaro exibindo posturas altamente reprováveis e autoritárias, como submissão aos EUA, repúdio à China, apoio a Israel, desprezo à Palestina e tudo o mais, enquanto os generais do Planalto davam aulas de democracia, especialmente o vice Hamilton Mourão, que recebeu cordialmente o embaixador da Palestina, o presidente da CUT e o único governador brasileiro comunista, algo impensável na agenda radical de Bolsonaro.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO – Bolsonaro e seus filhos são politicamente primários. Inseguros, enxergam em tudo armações conspiratórias, a ponto de colocarem um “olheiro” dentro do Palácio do Planalto, conhecido como “Léo Índio”, sobrinho de Bolsonaro, para controlar a agenda dos ministros e do vice-presidente, vejam a que ponto chegamos.
O inimigo número um, antes do ministro Gustavo Bebianno, era o vice Mourão, que é uma grata revelação. Quando se esperava um militar truculento e ditatorial, que defendia torturadores e intervenção armada, de repente viu-se surgir uma liderança democrática e madura, um homem de coração aberto, cujo único erro, até agora, foi ter promovido o filho no Banco do Brasil.
Vítima de insinuações sinistras de Carlos Bolsonaro, Mourão foi escanteado e proibido de permanecer na Presidência durante a recuperação de Bolsonaro. Ficou no Planalto apenas por 48 horas, depois Bolsonaro fingiu reassumir, numa das encenações mais patéticas da história republicana.
AGORA, BEBIANNO – Mourão não passou recibo, comportou-se como se não estivesse sendo descartado. E na semana passada surgiu a desmotivada perseguição ao ministro Bebianno, que surpreendeu e assustou os demais integrantes do núcleo duro do Planalto (Augusto Heleno, Onyx Lorenzoni, Santos Cruz e Hamilton Mourão).
Todos eles pediram a Bolsonaro que não demitisse o ministro, pois não havia motivo, mas o presidente ficou inflexível e se baseou em quatro versões furadas para denegrir a honra de seu ex-amigo Bebianno, que coordenou a campanha presidencial.
Com isso, Bolsonaro semeou insegurança no Planalto e cavou uma vala entre ele e os ministros do núcleo duro. Ninguém tem mais confiança em nada e ninguém sabe o que vai acontecer, a não ser que Bolsonaro tenha um ataque de bom senso, casse o crachá amarelo do “olheiro” de seus filhos e passe a governar democraticamente.
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P.S.
 – Conversando no domingo com Luiz Nogueira, que é um dos maiores advogados de São Paulo, ele me perguntou se Bolsonaro não teria algum problema de desequilíbrio emocional. “Ele pode ser bipolar”, argumentou. E eu então expliquei que, a meu ver, o problema é justamente o contrário – Bolsonaro é unipolar, só enxerga de um lado. Por isso, jamais poderá ser considerado democrata(C.N.)

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