Bernardo Mello Franco
O Globo
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A posse de Ernesto Araújo foi o samba do diplomata doido. Em discurso, o novo chanceler misturou referências a Renato Russo, Tarcísio Meira, Raul Seixas e um seguidor anônimo no Twitter. Recitou um trecho da Bíblia em grego e uma versão de Ave Maria em tupi.
Diante de olhares espantados, exaltou o ideólogo Olavo de Carvalho e mandou os funcionários do Ministério das Relações Exteriores lerem “menos New York Times e mais José de Alencar”. Repetiu a cantilena contra o “globalismo”, avisou que “não tem medo de sofrer” e prometeu “libertar a política externa e o Itamaraty”.
Num governo que terá a pastora Damares Alves como ministra, o novo chanceler consegue chamar a atenção pelo exotismo. Uma façanha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa de mandar diplomata ler José de Alencar ao invés do “New York Times” é candidatura certa à Piada do Ano. Por vias das dúvidas, consultei a extensa obra do celebrado escritor cearense e não encontrei nada que pudesse ser útil à função diplomática. Teria algo oculto nas entrelinhas em “O Guarani”, “Senhora”, “Iracema”, “Ubirajara” ou “A Viuvinha”? Talvez em “Til”, “Encarnação”, “O Demônio Familiar”, “A Alma de Lázaro” ou “O Ermitão da Glória”? Quem sabe em “Sonhos D’Ouro”, “O Sertanejo”, “A Pata da Gazela” ou “O Gaúcho”. Sinceramente, fiquei com a impressão de que o ilustre ministro não conhece a obra de José de Alencar nem a função de diplomata. De toda forma, é certo que seu estado de saúde inspira cuidados e ele esqueceu de tomar o remedinho antes da posse. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essa de mandar diplomata ler José de Alencar ao invés do “New York Times” é candidatura certa à Piada do Ano. Por vias das dúvidas, consultei a extensa obra do celebrado escritor cearense e não encontrei nada que pudesse ser útil à função diplomática. Teria algo oculto nas entrelinhas em “O Guarani”, “Senhora”, “Iracema”, “Ubirajara” ou “A Viuvinha”? Talvez em “Til”, “Encarnação”, “O Demônio Familiar”, “A Alma de Lázaro” ou “O Ermitão da Glória”? Quem sabe em “Sonhos D’Ouro”, “O Sertanejo”, “A Pata da Gazela” ou “O Gaúcho”. Sinceramente, fiquei com a impressão de que o ilustre ministro não conhece a obra de José de Alencar nem a função de diplomata. De toda forma, é certo que seu estado de saúde inspira cuidados e ele esqueceu de tomar o remedinho antes da posse. (C.N.)