O que diferencia
O silêncio dos
lobos
Da gritaria dos
covardes?
Para que esse
silêncio seja entendido é preciso que se faça uma reflexão sobre quantos se
calam, quando diante de uma contenda. Certamente que até o covarde tem algo a
dizer, mesmo que todos os seus atos contradigam o que diz, esta é uma
realidade.
Sabe-se que se o
lobo não ataca, evade-se em silêncio, não por covardia, mas por ter avaliado
ser inoportuno um embate naquele momento, segue em frente silenciosamente, mas
preparado para retornar com força total em momento oportuno, não recua por
covardia, mas por uma estratégia de combate mais segura, isto é aprendizado
passado de pai pra filho entre ações e reações ensinadas pela própria natureza.
Opondo-se a estes
conceitos tracemos o perfil do covarde, barulhento por natureza, arredio por
medo de enfrentamento, jamais voltando ao campo de batalha, mesmo quando diante
de todas as chances de vencer, é da sua natureza gritar para chamar a atenção,
lamenta-se da derrota sofrida como se não a tivesse por certa, visão para
enganar aos outros, pois já sabia de antemão que o resultado seria aquele, este
é o perfil dos covardes.
Quem silencia
diante do falatório de quem o agride demonstrar ter mais coragem e sabedoria
que o outro, pois precisa ter a coragem e a sabedoria para sequer perder o seu
tempo dando atenção à conversa, o forte não precisa mostrar coragem, reserva-se
para reagir somente em casos extremos, consciente de que aquele que grita e
esbraveja apenas busca esconder o próprio medo, esta é uma manifestação típica
do covarde. O argumento e o diálogo são substituídos pela gritaria, pelo chamar
atenção dos demais, única maneira de se fazer ouvir.
A vida nos ensina
que a melhor maneira de combater o covarde é ignorá-lo, aos seus gritos, olhe,
sorria, silencie e siga em frente em sua caminha, seja um lobo, afaste-se se o
momento não te convém, o seu silêncio não criará espaços para respostas, com
isto, você elimina o adversário sem nada dizer, mas se responde você o alimenta
naquilo que ele mais quer: uma razão para continuar esbravejando e chamar a
atenção, nada faz, além disso, pois coragem não tem.
Desta análise fica
a consciência de que há momentos para falar, ao tempo em que há momentos para
ficar em silêncio, o falar se faz necessário na defesa dos seus direitos, sem
alarde, mas consistente em suas bases reivindicatórias e manutenção do seu
espaço, o silêncio e é uma estratégia para desarmar o adversário, pois enquanto
ele entra em estado de calmaria você se prepara para o novo ataque, enquanto
isso, o covarde se faz ouvir a todo instante, alertando o oponente da sua
presença, esquecendo que falar é uma escolha, não uma exigência, mesmo que tudo
lhe pareça dizer ao contrário.
Lembre-se, o seu silêncio somente deve ser
quebrado por algo justificável, mas tua vigília deve se fazer presente por seus
atos. A palavra tende a gerar distorções à medida que é disseminada, mas o
escrito é invariável, sempre o mesmo, assim você se faz ouvir sem envolver-se
em embates desnecessários. Segue a estratégia do lobo e não alimenta o covarde,
sendo esta uma das razões para não haver resposta para algumas contestações oriundas
de bajuladoras, eternos vassalos subservientes.
J. M. VARJÃO
DEDÉ MONTALVÃO
Em, 06.01.2019
Nota da redação deste Blog - Lendo com atenção esse artigo, retornei aos primeiros momentos da administração do ex-prefeito Tista de Deda, onde muitos que naquela época não passavam de oportunistas, e hoje com o passar do tempo ilude-se pensando que o povo se esquece de suas falcatruas.
Lembro-me também dos que condenaram atos das administrações anteriores, atos esses que antes eram dolos, eram pecados mortais, e hoje para esses mesmos não passa de virtudes.
Quero acrescentar para terminar O SAPO E O ESCORPIÃO
Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio.
_Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? - Perguntou o escorpião ao sapo.
_De jeito nenhum. Você é a mais traiçoeira das criaturas. Se eu te ajudar, você me mata em vez de me agradecer.
_Mas, se eu te picar com meu veneno - respondeu o escorpião com uma voz terna e doce -, morro também. Me dê uma carona. Prometo ser bom, meu amigo sapo.
O sapo concordou.
Durante a travessia do rio, porém, o sapo sentiu a picada mortal do escorpião.
_Por que você fez isso, escorpião? Agora nós dois morreremos afogados! - disse o sapo.
E o escorpião simplesmente respondeu:
_Porque esta é a minha natureza, meu amigo sapo. E eu não posso mudá-la
Heloisa Prieto. (O livro dos medos) - https://www.recantodasletras.com.br/fabulas/5377500