Folha de S.Paulo
BRASÍLIA -- O advogado José Roberto Batochio, que defende o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, qualificou ontem de "ilegal" a decisão da Procuradoria da República no Distrito Federal de abrir investigação sobre o enriquecimento do ministro e as atividades de sua consultoria, a Projeto. O procurador Paulo José Rocha Júnior quer averiguar se, de fato, a Projeto prestou serviços que justifiquem o enriquecimento do ministro.
Em outra frente no Ministério Público, Palocci encaminhou ontem à PGR (Procuradoria-Geral da República) respostas a um pedido de explicações feito pelo procurador-geral Roberto Gurgel. O documento não foi revelado.
Enquanto Gurgel se limitou a pedir explicações, a Procuradoria do DF entendeu haver indícios para abrir uma investigação preliminar para averiguar uma suposta improbidade administrativa de Palocci.
A reportagem revelou que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010, período em que atuou como consultor e exerceu o mandato de deputado federal. No ano passado, a Projeto faturou R$ 20 milhões.
Batochio viu "ilegalidade" em três aspectos do pedido dos procuradores do DF. A investigação foi aberta com base em reportagens de imprensa, que o advogado classificou como "boatos", e a iniciativa foi tomada em Brasília, e não em São Paulo, onde fica a sede da Projeto. Além disso, o Batochio aponta o fato de o procurador ter requisitado diretamente à Receita as cópias de Imposto de Renda.
Fonte: Agora