Folha de S.Paulo
Donos de farmácias, supermercados e postos de gasolina já começaram a desativar ou retirar caixas eletrônicos dos estabelecimentos com medo da onda de roubos e furtos que atinge o Estado.
Na madrugada de ontem, um grupo deixou uma dinamite dentro de um terminal instalado em um supermercado no Parque dos Pinheiros, em Taboão da Serra (Grande São Paulo), durante tentativa de furto. Ninguém foi preso.
Na capital, quatro lojas da rede de drogarias Farto desativaram os terminais, há cerca de um mês, por precaução. Na unidade da Vila Madalena (zona oeste de SP), dois caixas --do Bradesco e do Banco 24h-- foram desligados.
"Falamos com os bancos, os técnicos retiraram o dinheiro e orientaram a cobrir o caixa e pôr uma placa de 'desativado temporariamente'", disse o gerente Douglas de Oliveira. Os terminais, no local há dez anos, nunca haviam sido desligados antes.
Estabelecimentos menores têm o mesmo temor. Na Vila Curuçá (zona leste), a Drogaria Lc Carlos mandou remover, há um mês, um terminal do Banco 24h. A justificativa é a mesma. "Tenho medo de explosão, de ter prejuízo e de machucar pessoas", explica a gerente Maria Castro.
No segunda-feira, a Associação Comercial de São Paulo recomendou aos comerciantes a negociar com os bancos a desativação dos equipamentos. Ontem, o vice-presidente da Apas (associação de supermercados), José Alberto Paiva Gouveia, disse que a entidade recomenda aos associados. "Não podemos oferecer um serviço, correndo risco, sem nenhuma garantia dos bancos." O serviço também está sendo suspenso em lojas de conveniência de postos.
Procurado, o Bradesco disse que não comenta o caso. A assessoria da TecBan, responsável pelo Banco 24h, disse que a empresa aposta na tecnologia que mancha as cédulas para barrar esses crimes, mas não se manifestou sobre as desativações.
A Febraban (federação dos bancos) não falou sobre as desativações e voltou a "lamentar" esse tipo de crime.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que reforçou o policiamento para coibir roubos a caixas eletrônicos.
Fonte: Agora