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segunda-feira, outubro 04, 2010

Resultados Esperados e Inesperados


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Agora é juntar os cacos para quem perdeu e bom trabalho aos eleitos

Apurados os votos das eleições de ontem, 03.10, tivemos resultados inesperados e alguns até aparentemente inexplicáveis, esperando-se dos cientistas políticos que já começaram a ser ouvidos na noite de ontem, suas interpretações, geralmente especulativas e sem a precisão para quem se debruça nos números eleitorais e seus reflexos.

Quando tudo parecia que a eleição para Presidente se definiria no 1º turno, coisa que nem Lula conseguira em suas duas eleições, a ascensão de Marina Silva tirou votos de Dilma e determinou a realização do 2º Turno. Em São Paulo onde pela primeira vez se indicava maioria para o PT, no final deu Serra 40,33% contra 38,14% de Dilma e 20,10% de Marina. Já em Minas Gerais Marina voltou a surpreender, ficando com 21,25% contra 46,98% de Dilma e 30,76%.

No segundo turno não haverá mais a terceira via chamada Marina Silva e o bom combate será direto, tête-à-tête (do francês), Dilma X Serra que deverá ser lido Lula x oposição.

Ainda no plano nacional tivemos Tiririca, candidato a deputado federal em São Paulo como recordista de votos com 1.353.820. O inesperado veio com as derrotas para o Senado dos caciques Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marco Maciel (DEM-PE), Heloisa Helena (PSOL-AL), Albano Franco (PSDB-SE), Heráclito Fortes e Mão Santa (DEM e PSC no Piauí), Efraim Morais (DEM-PB) e Arthur Virgílio (PSDB-AM). Todos eles, exceto Albano Franco foram os mais veementes opositores de Lula (ficaram com um X cravado nas costas e foram para o beleléu). Surpreendente foi às ascensões de Aloisio Nunes (PSDB) em São Paulo e Eduardo Amorim (PSC-SE). Nas pesquisas mais recentes eles estavam na 3ª colocação em cada Estado e abertas ficaram em 1º.

Nenhum cientista político ouvido na noite de ontem souberam explicar o fenômeno. O raciocínio lógico ficou por conta de Guilherme Afif. Segundo ele como o voto para o senador é majoritário, ele tende a se vincular ao voto para governador. No particular eu concordo plenamente. Eu disse anteriormente que na reta de chegada Pinheiro e Lídice tenderiam ascender em razão direta da extraordinária vitória de Jaques Wagner. Foi assim quando Waldir Pires se elegeu Governador da Bahia e levou consigo Rui Bacelar e Juthay Magalhães. Em São Paulo Alckmin foi o mais votado para Governador e Mercadante veio em segundo e seguindo a lógica, deu Aloisio Nunes e Marta Suplicy, eles vinculados, na ordem respectiva. Netinho que se indicava como em primeiro colocado fez o que sabe fazer, sambou.

Aqui para nós baianos tivemos nossas surpresas. Candidatos a Deputados que tínhamos como certa e reeleição sambaram. É o caso de João Almeida, Colbert Martins, Sérgio Carneiro, Leonelli, Uldurico Pinto, Severiano Neto e alguns outros. Emiliano José e Joseph Bandeira ficaram na beira do caminho. Dilma eleita no segundo turno, por certo eles assumirão o mandato. Emiliano José, um republicano, pela sua honradez, compromisso político e seriedade merece a Câmara Federal.

Outra surpresa positiva não foi à eleição de Mário Negromonte (PP-BA) porque sua eleição era dada como certa como um dos mais votados para a Câmara Federal. Foi o sexto mais votado na Bahia com 169.209 votos. A surpresa positiva não foi à eleição de Mário Júnior que também esperada, a surpresa foi sua colocação no quadro geral para deputado estadual, o segundo mais votado do Estado com 113.398. Quanto a Paulo Rangel sua reeleição era dada como certa. Ele obteve 55.761, ficando como 24º mais votado no quadro geral e 9º mais votado do PT. Na Bahia são 63 deputados estaduais. Valeu o boi.

Luís de deus foi à surpresa negativa. Pelas projeções feitas ele seria eleito. Não foi. Com 53.351 votos obtidos ele seria o 3º estadual mais votado do DEM e resolveu trocar o certo pelo duvidoso. Pesou em seu desfavor o péssimo desempenho de Paulo Souto para governador e Aleluia para o senador que obtiveram 16,09% e 8,12%, na ordem respectiva.

Como vivemos em Paulo Afonso vamos tratar do nosso terreiro (Aiá não quer casca de coco no terreiro). O resultado das eleições em Paulo Afonso para nós foi ingrato, não em razão da não eleição de Luís de Deus e de Raimundo Caires. A não reeleição de Luís de Deus fez nossa representação política andar de banda. Ficamos com apenas um representante na Câmara Federal, Mário Negromonte, e dois na Assembléia Legislativa, Paulo Rangel reeleito e Mário Júnior eleito, mantendo apenas dois.

Na minha avaliação se Luís de Deus mantivesse a sua candidatura a estadual estaria eleito e os números não mentem. Agora é tarde e Inez é morta. Particularmente, embora jamais tenha votado em candidatos do Demo, isso mesmo, Demo, reconheço que Luís de Deus é um político republicano, pessoa proba e que nos mandatos de prefeito e deputados jamais teve seu nome envolvidos em atos incompatíveis com a coisa pública. Isso agora é coisa do passado.

Assustou-me o fraco desempenho dos nossos candidatos aqui em Paulo Afonso. Luiz de Deus que nas eleições de 2006 teve 19.367, agora bateu apenas em 17.59, quando a projeção seria de chegar até 22.000. Mário Negromonte para o qual se esperava uma disputa acirrada com Luiz de Deus ficou com 12.553. No plano estadual Raimundo Caires desprovido de sua anterior base parlamentar, sozinho, saiu fortalecido e alcançou uma votação de 13.171, o que significa que depois de Luís de Deus é a segunda maior liderança local. Ele e Luís por falta de mandato tenderão e enfraquecer, embora 2010 esteja muito próximo. Mário Júnior ficou apenas com 8.503, não acompanhando a votação do pai e Paulo Rangel foi quem mais avançou em relação às eleições de 2006, batendo em 6.302. Nem Mário Júnior e nem o estadual de Luiz de Deus tiveram o voto totalmente casado com as respectivas lideranças.

O que se denota das urnas é quem em relação a 2012, muita coisa mudará em Paulo Afonso. O DEM que sempre manteve 50% votos, nas últimas eleições perdeu essa maioria. Luís de Deus sem voz na Assembléia fará com que o DEM em Paulo Afonso perca espaço e se anuncia o ocaso antecipado, além da péssima performance do DEM no Estado. Mário subiu e nem tanto. Paulo Rangel agora reeleito tende a se fortalecer aqui e na região. Isso significa que Raimundo Caíres se antecipa como o fiel da balança. Meu caro amigo isso é história para outra oportunidade.

FRASE DA SEMANA. "A política não é uma ciência matemática; em política nem sempre é verdade que dois mais dois fazem quatro, nem que a linha reta seja a mais curta." Eugéne Poitou.

Paulo Afonso, 04 de outubro de 2010.

Fernando Montalvão é colunista do Site Notícias do Sertão.

montalvao.adv@hotmail.com

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