Das três gestões baianas nos ministérios do segundo governo Lula – Cultura, Esporte e Integração Nacional –, a única que privilegiou os partidários do ministro na Bahia foi a da Integração Nacional, comandado por Geddel Vieira Lima (PMDB). Não por coincidência, ele é o único que vai alçar voos eleitorais neste ano. Juca Ferreira (licenciado do PV), titular do Ministério da Cultura, e Orlando Silva (PCdoB-SP), do Esporte, continuam nos cargos e não serão candidatos.
Dos repasses para os municípios baianos desde março de 2007, quando Geddel virou ministro, 80,8% da verba foi para prefeitos do seu mesmo PMDB. O PT do governador Jaques Wagner e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece em segundo, num distante 8,1%. Dos R$ 476,9 milhões disponibilizados para as prefeituras da Bahia, R$ 385,5 milhões foram para peemedebistas e R$ 38,9 milhões para petistas. Geddel se desincompatibilizou na semana passada para se dedicar à campanha, que começa oficialmente em julho.
O levantamento foi realizado por A TARDE no Siafi, sistema do governo federal que registra todos os movimentos financeiros da União, e cruzados com a lista de prefeitos baianos informados pelos partidos. Ele faz parte da série de controle do gasto público iniciada em agosto de 2008, quando A TARDE mostrou que Geddel privilegiava em 75% os prefeitos do PMDB. De lá para cá, crescimento de cinco pontos percentuais.
Votos – Em 2009, quando ele declarou sua intenção de ser candidato, o número subiu para 88%. Os cálculos levam em conta as transferências por ordem bancária, a maioria por convênio, quando a canetada do ministro é que determina para onde vai o dinheiro. Não considera a chamada verba carimbada, com repasse obrigatório.
Sobre o privilégio ao seu partido, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) disse que não levava em conta a vinculação partidária do prefeito para escolher quais municípios receberia verbas. Ressaltou, no entanto, que os peemedebistas foram os que mais apresentaram projetos e que, por isso, foram os mais contemplados. Já em relação ao fato de os municípios da Bahia liderarem o ranking nacional, discursou: “Nada que eu faça para a Bahia chega ao que ela merece”. Geddel deixou o ministério na semana passada, mas emplacou o sucessor João Santana. Agora se dedica à sua campanha ao governo.
Fonte: A Tarde