Agência Folha
Via Bluetooth --imagens e som transmitidos, sem o uso de fios, de celular para celular--, é mais barato. O mais caro promete "imagens originais". Gravações das cenas de sexo envolvendo um ex-pároco de Arapiraca (a 122 km de Maceió, AL) e um suposto ex-coroinha estão sendo vendidas clandestinamente na cidade a preços que variam entre R$ 5 e R$ 10. O valor depende da qualidade das imagens e da mídia utilizada.
As imagens via Bluetooth exibem cenas borradas por computador. A venda, "proibida" na cidade, é feita por camelôs e pessoas que circulam em locais públicos, sem gerar desconfiança. Abordados sobre o assunto, eles negam a princípio. Só admitem negociar as cenas de sexo após serem apresentados por "amigos" ou "conhecidos".
Segundo um dos vendedores, o vídeo mais procurado é o "completo", supostamente com a íntegra da gravação que teria sido feita por um dos ex-coroinhas que acusam três religiosos de abuso sexual. Os compradores, garantiu o camelô, "são quase todos apenas curiosos".
Um mês depois de ser exposto na TV, o escândalo sexual de Arapiraca ainda é motivo de polêmica na cidade. Religioso respeitado até o surgimento da denúncia, o monsenhor Luiz Marques Barbosa, 82, um dos pivôs da história, é hoje motivo de vergonha para muitos.
Uma das mais tradicionais unidades particulares de ensino da cidade, a escola de ensino fundamental Monsenhor Luiz Marques decidiu trocar de nome, após a divulgação do caso. Os pais de alunos já foram avisados da mudança.
As escritas nas paredes que identificavam o local foram pintadas _numa tentativa de apagar o nome. De lembrança da antiga escola, hoje em reforma, restou um banco verde de concreto, próximo à entrada do prédio, com o nome do monsenhor em relevo.
O monsenhor foi detido no domingo após depor na CPI da Pedofilia, mas foi transferido na terça para prisão domiciliar. Ele está em sua residência sob escolta policial.
Fonte: Agora