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quarta-feira, abril 21, 2010

Aécio morderá a isca?

Carlos Chagas

Resta saber se Aécio Neves vai morder a isca, porque o anzol lançado por José Serra continua na água. Fala-se da proposta do candidato tucano de acabar com a reeleição e de dar aos presidentes da República cinco anos de mandato. Com um jeitinho Serra poderá acrescentar que a extensão do período presidencial não valerá para ele, se for eleito em outubro, mas para o sucessor, ou seja, Aécio, caso aceite ser agora o seu companheiro de chapa.

A sugestão não é nova. Volta e meia faz parte das considerações de políticos, mas sempre de forma casuística, visando algum interesse. Houve tempo em que o PT se insurgiu contra a reeleição, por coincidência quando Fernando Henrique Cardoso conseguiu arrancá-la do Congresso e foi disputar o segundo mandato, apesar de eleito apenas para o primeiro. Foi só o Lula vencer em 2002 para os companheiros voltarem atrás, dizendo-se desde criancinhas partidários da reeleição. Agora, depende: caso vença Dilma Rousseff, manterão o apoio. Ganhando José Serra, estarão aplaudindo a oferta feita por ele ao ex-governador de Minas, de modo a que o Lula possa disputar a eleição de 2014.

Importa menos a tradição republicana que sempre proibiu a reeleição de presidentes da República. De Deodoro da Fonseca a Itamar Franco, nem se discutia a hipótese, tida como inadequada, capaz de favorecer a corrupção, dada a abominável prática de os mandatários não precisarem desincompatibilizar-se. Disputar um mandato no exercício de outro é piada, com o poder nas mãos e o Diário Oficial nos pés. Uma vergonha, realmente, da qual não se livrarão tucanos e companheiros, tão distantes na política mas unidos na lambança.

Baixarias em alta

Escorregou José Serra ao dizer que o PAC não passa de uma lista de obras, a maioria não realizada. Apesar de toda a promoção desmedida do governo, a proposta encantou empresários e desempregados, contribuindo para oxigenar a economia. Claro que razão existe quando se nota o ritmo lento de parte das realizações, mas não dá para negar a excelência do programa.

O diabo é que Dilma Rousseff não se emenda. Não precisava responder ao disparate do adversário, mas não conseguiu conter-se. Horas depois da afirmação de Serra, a candidata retrucava de forma grosseira, rotulando-o de “biruta de aeroporto”. Também inventou haver o tucano chamado o bolsa-família de bolsa-esmola, definição jamais pronunciada por ele.

Em suma, o duelo de baixarias prossegue, ao tempo em que os dois pretendentes ao trono continuam devendo definições fundamentais sobre seus planos de governo.

Correndo por fora

Enquanto PT e PMDB encaram-se até com raiva, no Rio Grande do Sul, com Tarso Genro e José Fogaça disputando o palácio Piratini, quem parece estar crescendo é sua inquilina, a governadora Yeda Crusius. Depois de um período na baixa, o governo dela começa a apresentar resultados positivos na economia gaúcha. Por enquanto é cedo para previsões definitivas, mas, continuando as coisas como vão, três candidatos disputarão quem vai para o segundo turno.

Tragédia digna de Shakespeare

Nem Tiradentes nem os cinqüenta anos de Brasília conseguem retirar do dia de hoje seu impacto maior, quando se reverencia a morte de Tancredo Neves.

Por três vezes balançaram as estruturas nacionais, nos tempos modernos: quando Getúlio Vargas deu um tiro no peito, quando Costa e Silva, doente, viu-se usurpado na presidência da República por uma junta militar, e quando Tancredo Neves, horas antes de empossado, foi recolhido a um hospital e morreu sem poder assumir.

Passados 25 anos da inauguração da Nova República, nem por isso diminuíram o choque e a frustração nacional. Recomenda-se aos jovens que nem tinham nascido, ou engatinhavam àquela época, tentar assistir documentários e recuperar imagens da comoção que atingiu o país. Afinal, era a esperança que se diluía na tragédia, expressa nas manifestações da população.

Teria a História sido diferente, caso o presidente eleito tomasse posse e governasse? Provavelmente não, mesmo prevalecendo a evidência de serem os homens a mola-mestra dos processos políticos.

Fonte: Tribuna da Imprensa

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