Fernanda chagas
A expectativa é que nos próximos dias o polêmico “casamento” entre o governador Jaques Wagner (PT) e o senador César Borges (PR) esteja selado. O prazo dado pelo governador, conforme a Tribuna da Bahia anunciou, encerra na próxima sexta-feira. No entanto, circula nos bastidores políticos que o processo já está bastante adiantado. Em entrevista concedida ontem ao jornalista Bob Fernandes, por exemplo, o senador baiano admitiu que, na noite de segunda-feira (22), foi procurado pelo líder petista para tratar sobre o assunto, mas que até o momento nada ainda foi fechado. “O governador nos procurou, manifestou o desejo da minha presença na chapa, mas as negociações ainda estão em andamento, não houve um fechamento formal. Há pontos que precisam ser amadurecidos”, pontuou, complementando que a questão das coligações proporcionais – para deputados estaduais e federais – é sua maior preocupação. Na análise de Borges, não dá para ser candidato sem ser parceiro. “Não há como fazer uma coligação que não inclua todos os setores de um partido. Eu presido o PR na Bahia, temos os companheiros candidatos a deputado federal e estadual e, assim, uma combinação, um acerto político-partidário para uma campanha deve incluir a todos. Temos hoje quatro deputados federais e podemos fazer cinco, temos seis estaduais e queremos fazer sete. Para isso é preciso que a composição eleitoral pretendida inclua também essa questão”, externou. De acordo com o senador, quase todos os impasses, inclusive o desejo das esquerdas petistas em lançar o ex-governador Waldir Pires ao Senado, já foram tratados. “Nós já conversamos sobre tudo isso, mas faltam os acertos para as proporcionais e, principalmente, falta uma palavra final, formal, o anúncio por parte do governador”. Até mesmo a presidência nacional do Partido Republicano já deu o aval. “Como o PR integra a base que dá sustentação ao governo Lula, fui autorizado a prosseguir nas negociações. Foram muitas conversas de todas as partes, mas agora chegou o momento em que é preciso definir as coisas”, assegurou. Contudo, ao ser questionado sobre o prazo final, que seria esta semana, o dirigente do PR foi enfático ao declarar que, formalmente, o prazo final é o da convenção. “Que está marcada para junho, mas é muito importante o anúncio formal e o anúncio por parte do governador muito antes disso. Wagner, pelo que soube, se manifestou essa semana dizendo que até o final deste mês teria suas decisões”, reiterou, ao colocar ainda mais lenha na fogueira e afirmar que o processo está apenas encaminhado. “Bem encaminhado estará quando tudo estiver acertado, combinado”. AVALIAÇÃO - Vale ressaltar também que o passe do senador baiano ficou ainda mais elevado após o Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) divulgar estudo em que Borges aparece como o favorito para a primeira vaga ao Senado pela Bahia. O Diap não apontou favorito para a segunda vaga baiana. O levantamento analisa a disputa para o Senado em todos os estados do país. De acordo com o diretor do instituto, Antonio Augusto de Queiroz, das 54 vagas do Senado em jogo este ano, 14 ou 15 serão de senadores que conseguirão a reeleição, entre eles César Borges. Fonte: Tribuna da Bahia