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segunda-feira, novembro 02, 2009

Chuva mata 3 e deixa mais de 5 mil sem casa no Estado

As fortes chuvas que atingem o Estado nos últimos dias - e que até esse sábado causavam apenas transtornos e prejuízos - provocaram três mortes na madrugada de domingo. Um homem e duas filhas - de 1 e 5 anos - morreram soterrados dentro de casa, em Cariacica. A mãe das crianças e a filha mais velha do casal, de 7 anos, estavam outro cômodo e sobreviveram. Essa foi a ocorrência mais grave registrada no Estado, mas em vários municípios a situação de alagamentos também piorou com o novo temporal, e houve outros deslizamentos de terra e de pedras, além de queda de árvores.A tragédia em Cariacica aconteceu por volta da 0h30, na Rua Mariano Firme, no bairro Valparaíso. A residência da família foi atingida por toneladas de terra que caíram de uma encosta. Na pequena casa, estavam Claudionor Teles, 57 anos; a mulher dele, Márcia Boni, 34; e as filhas Digriane, 7; Ariadne, 5; e Daniele, 1 ano. A família estava dormindo quando ocorreu o deslizamento. Sobreviventes Quando a barreira desabou, estavam em um dos cômodos o pai e as duas crianças mais novas. A mãe e a outra filha estavam em outro, que foi pouco atingido pela enxurrada de lama. Claudionor - que tinha problemas de visão - morreu no local do desabamento. Vizinhos acreditam que ele teria tentado salvar as filhas. A mais nova chegou a ser socorrida, mas morreu ainda na ambulância. Já Ariadne morreu no Hospital Infantil, em Vitória. Márcia Boni - que teria problemas cardíacos - foi retirada dos escombros e levada para o Hospital São Lucas, em Vitória, de onde recebeu alta na manhã deste domingo. A filha sobrevivente, Digriane, permanecia internada no Hospital Infantil até a tarde de domingo. De acordo com familiares, ela estava consciente. No local da tragédia, familiares das vítimas tentavam entender o que havia ocorrido. "A gente não mora aqui. Fomos avisados e chegamos a tempo de ver o socorro. Foi triste ver os bombeiros tirando o corpo de uma das crianças", disse um dos tios das meninas.Em apenas dois dias, choveu o esperado para dois meses
foto: Bernardo Coutinho - GZ
Chuva eleva nível do rio em Santa Leopoldina e água ultrapassa ponteEm apenas dois dias, na última semana, choveu no Estado o equivalente ao que era esperado para todo o período entre os meses de outubro e novembro. A média de 126 milímetros, calculada para cada um desses meses, foi superada na quarta-feira, e no sábado, quando o registro chegou a 180 mm. Com esse cenário, os números relativos às chuvas não param de crescer: o último balanço da Defesa Civil Estadual - divulgado às 17 horas de domingo - aponta 632 mil pessoas afetadas em todo o Estado. Entre elas, 3.393 estão desalojada e 1.755 desabrigadas.Calamidade pública em Santa Leopoldina, destruída pela chuvaOs moradores de Santa Leopoldina, na Região Centro-Serrana do Estado, começaram, neste domingo, a tentar descobrir o que sobrou de suas casas que foram invadidas e, em alguns casos, cobertas pela água. Mais de 700 pessoas tiveram que sair de casa. Duzentas estão num abrigo no município, e outras dependem de parentes ou amigos.Na localidade de Barra de Mangaraí, as casas foram completamente inundadas. O gari Ismael Booni, 47 anos, e a mulher tiveram que sair às pressas e conseguiram se abrigar apenas com a roupa do corpo."Perdi meus móveis, comida, roupas, documentos. A minha geladeira nova, que terminei de pagar no mês passado depois de tanto sacrifício, meu Deus, está destruída", lamentou.O Corpo de Bombeiros montou uma base na região para ajudar nos resgates das pessoas que estavam isoladas e em situação de risco.Mais de 80 pessoas que moram na localidade de Retiro estavam nessa situação. De Barra de Mangaraí até a região, era preciso subir a avenida, de barco, por quatro quilômetros. Foi o que fizeram os bombeiros para resgatar a dona de casa Cremilda Lima de Carvalho, 54 anos."Ela tem problema respiratório e precisa fazer nebulização. Como estamos sem energia e sem condições de descer, estávamos desesperados, porque não tínhamos como levá-la. Desde ontem (sábado), ela está passando mal", disse Katiane França, 25 anos, filha de dona Cremilda.Depois de três dias, somente no final da tarde de domingo, caminhonetes e caminhões começaram a passar pela rodovia a partir de Barra de Mangaraí rumo ao Centro de Santa Leopoldina. A água tomou toda a rodovia nesse trecho, e carros comuns continuam impedidos.No trajeto até a cidade, barreiras que caíram obstruem parcialmente a rodovia ES 080, e só devem ser retiradas a partir de hoje. Em alguns pontos, há troncos inteiros de árvores na pista. No Centro, a Ponte Clarindo Lima teve as muretas de proteção carregadas pela água do Rio Santa Maria, que passou por cima da ponte. Um muro da escola estadual Alice Holzmeister caiu, e as salas ficaram inundadas, assim como as creches, o posto de saúde e a prefeitura. Nas casas mais próximas ao curso dágua, a inundação chegou ao segundo andar de algumas casas. Moradores conseguiram sair no sábado à noite com água na altura do peito, e chegaram a ter água no pescoço, por conta da velocidade com que o nível do rio subiu.Comunidades do interior estão isoladas, e a prefeitura não sabe em que condições estão os moradores. O prefeito Ronaldo Prudêncio informou que hoje vai decretar estado de calamidade pública e começar a calcular os prejuízos. Domingo, a cidade ainda estava sem água e sem energia elétrica na maioria das casas.Parte da via de acesso ao Convento desaba Por volta da meia-noite de sábado, os moradores da Prainha, em Vila Velha, acordaram com um grande estrondo: parte da via de acesso ao Convento da Penha desceu encosta abaixo, com pedras e árvores, deixando os moradores preocupados. Alguns pequenos trechos também sofreram com pequenos deslizamentos. Mas não houve prejuízo material para os moradores do entorno do Santuário. Não há previsão de reconstituição da via.Quedas de árvore em vários pontos Foram inúmeras as ocorrências de quedas de árvores e muros na Grande Vitória, após o temporal que começou na noite de sábado e se estendeu pela madrugada de domingo. Na Rua Car Moreira Lima, em Bento Ferreira, Vitória, até um poste caiu, deixando fios pendurados. Na Ilha do Boi, também na Capital, árvores também ficaram com as raízes expostas. Na noite de sábado, moradores de Resistência sofreram transtornos com o deslizamento de uma pedra que parou no meio da Avenida Brasil, dificultando o trânsito.Ajuda também para criança em dificuldades O menino Cleiton dos Anjos Felix, de 5 anos, que foi operado recentemente, foi resgatado de barco da localidade de Retiro, em Santa Leopoldina. Ele passou dois dias precisando de nebulização mas, sem energia, não foi possível fazer o procedimento. A mãe dele fez a aspiração com a boca para evitar que o filho se engasgasse. O tio dele carregou-o no colo, depois de descer no barco onde trouxe o menino para entregá-lo aos bombeiros para o transporte.
Fonte: Gazeta Online

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