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terça-feira, outubro 13, 2009

Por que não no Polo Norte ou no Saara?

É ridículo, inaceitável, contra toda a lógica e a nobreza do esporte impor aos clubes e seleções disputar partidas decisivas de futebol ou de qualquer esporte nas alturas dos 3.660m de La Paz, a simpática capital boliviana, onde a Seleção Brasileira, ontem, perdeu a sua invencibilidade de 19 jogos na era Dunga, com a classificação garantida para a próxima Copa do Mundo.O que assistimos pela televisão foi uma ridícula, anti-esportiva e patusca parida entre uma seleção com jogadores que nasceram, cresceram, brincaram, correram, jogaram as suas peladas quase tocando no céu contra a adversária cinco vezes campeã do mundo, com craques disputados por milhões de dólares pelos principais times europeus, submetidos ao ridículo de disputar uma vaga, felizmente já garantida, como se entrasse em campo com as narinas tapadas e um bola de gude na boca.O comentarista Neto, da TV Bandeirante, antes da bola rolar, avisou que não faria crítica a nenhum jogador brasileiro, pois não se poderia exigir uma atuação satisfatória de uma Seleção que chegara horas antes, desembarcando com a alma saindo pela boca. Ora, coisas dos velhinhos da FIFA, que não dariam uma volta em marcha lenta pelo gramado de La Paz.Apelando para óbvio exagero, se a Fifa pode impor às seleções que disputem vaga para a Copa do Mundo, a 3.660 m da altitude de La Paz, por quenão experimenta o que poderá ser uma atração turística, com a realização de partidas da fase eliminatória nas areias do Saara no nas geleiras do Pólo Norte?Pois, se não se envergonham de impor decisões com a desigualdade que favorece a Seleção da Venezuela contra todas as demais seleções do mundo, se o que prevalece é exotismo que excita a curiosidade dos turistas endinheirados, vale tudo.A cúpula que comanda o futebol brasileiro tem a palavra para o oportuno e indispensável protesto. Ouvindo o técnico Dunga, punido com a perda da invencibilidade em 19 partidas ou 16 meses. E desculpando-se pelas falhas dos craques enganados pela velocidade da bola. Como o super-goleiro Júlio César que falhou nos dois gols dos bolivianos, visivelmente traído pela descaída da bola. Pelas medíocres atuações de quase todos, com raras exceções que não devem ser destacadas.
Fonte: Villas Bôas Corrêa

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