Luiz Fernando Lima, do A TARDE
Os consumidores que estão inadimplentes com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) poderão regularizar sua situação até o dia 30 de novembro sem pagar multas e juros cobrados nas faturas anteriores. E mais: o débito ainda pode ser parcelado em até 120 meses. Estes são alguns dos benefícios da campanha Água Legal, lançada anteontem pela estatal.
De acordo com a assessora técnica da superintendência comercial da empresa, Lícia Garrido, o objetivo da campanha é permitir que as pessoas que deixaram de utilizar os serviços da empresa por não conseguirem quitar suas dívidas possam saldá-las.
Atualmente 512 mil pessoas estão inadimplentes com a conta de água. Segundo a assessora técnica da empresa, serão enviadas cartas para estes consumidores constando o valor atual com multas e juros e o valor que deverá ser negociado, já corrigido, com a isenção garantida pela campanha. “Não temos um percentual fixo devido à diversidade nos perfis destes consumidores. O que afirmamos é que o valor cobrado será o montante da dívida sem taxação alguma”, explica Lícia. O pagamento poderá ser dividido em até 10 anos, sendo que o valor mínimo de cada boleto é de R$ 5. As cartas devem chegar ao endereço de cobrança nas próximas semanas. Após recebê-las, os consumidores devem ir até uma unidade da Embasa, portando documentos de identificação (RG e CPF) e comprovante de residência. No caso de inquilinos, é necessário a apresentação de outros documentos que comprovem a responsabilidade sobre a conta. Negociação - Caso o consumidor não receba a carta, deve procurar uma unidade da empresa para realizar a negociação e garantir o benefício. Lícia diz que esta é a primeira campanha deste porte promovida pela Embasa, e que a ideia é facilitar a regularização das dívidas. Hoje, a tarifa residencial média cobrada pelo consumo de água na Bahia é de R$ 12,85. A tarifa social, destinada aos consumidores de baixa renda, inscritos no Bolsa Família é de R$ 6,05. Para os clientes que contam com esgotamento sanitário, é cobrado ainda uma taxa de 80% sobre o valor de consumo de água. A presidente do Movimento das Donas de Casa, Selma Magnavita, acha a cobrança “absurda e indevida”. Ela acredita que a campanha pode até resolver o problema de dívida atual, mas “as pessoas vão continuar não tendo como pagar, principalmente aquelas que precisam pagar a taxa de de esgotamento”.Lícia Garrido justifica os valores a partir do argumento de que o custo para o tratamento de água é muito alto. “Nós temos a quarta menor taxa de todo o País”, afirma.
No mês passado, o Procon da Bahia recebeu 321 reclamações direcionados aos serviços de água e esgoto.
Fonte: A Tarde
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