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terça-feira, agosto 04, 2009

PT exige cargos do PMDB no governo baiano

Odilia Martins
O líder do governo na Assembleia Legislativa, Waldenor Pereira (PT) exigiu ontem que o diretório estadual do PMDB na Bahia entregue de imediato os mais de 100 cargos que detém na estrutura governamental, já que lançou candidatura própria para 2010. Foi sussurrado nos corredores do parlamento que um dos assentos a serem retirados oficialmente do PMDB é do presidente da Junta Comercial (Juceb) Afrísio Vieira Lima. O petista sinalizou que o partido tem postergado a abdicação dos postos em função do prazo máximo que é setembro, sugerindo oportunismo político. Para por mais lenha na fogueira, o deputado Zé Neto (PT) disse que o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima é “expert em fazer espuma”.
A pré-candidatura de Geddel como governador para 2010 é classificada como válida, porém distante da realidade. “Consideramos legítima a candidatura desde que saia do governo com os mais de 100 cargos que o PMDB tem. O governo está super tranquilo seja pelas alianças com demais partidos ou pelas pesquisas que vêm apontando sempre em torno de 42 a 44% a favor de Wagner, pois ele (Geddel) é sempre o terceiro”, declarou Waldenor.
Indagado por que do governo, que tem plenos poderes para tomar de volta os cargos, mas ainda assim não procedeu, Waldenor não pestanejou e soltou: “Essa é a ótica do PMDB. Em última instância até pode ser, situação inclusive que o partido vem adotando nos encontros regionais dizendo que é para ouvir corregilionários e que até setembro decide”.
Na quebra-de-braço quanto quem fará de fato o rompimento oficial que está prestes a se consumar, a permanência do PMDB nos cargos tem dias contados, segundo o deputado estadual Zé Neto. “O governo, através do secretário de Relações Institucionais (Serin), Rui Costa, vai sentar com deputados e lideranças peeme-debistas para saber que ficar e quem vai sair”.
Sem ter se acalmado das palmadas prometidas aos petistas pelo presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima, Zé Neto acrescentou: “Até agora se falou demais. Por que eles não entregam o cargo? Vai ficar nesse empurra-empurra até quando? Aliás, eles são disso mesmo,de empurra-empurra, de tapa, de chicote, oficialmente que é bom ninguém faz. Até porque Geddel é um expert em fazer espuma. Fala, fala e não é objetivo, não entrega o cargo oficialmente. Falar na mídia é fácil, mas fazer por escrito não”.
Deixando as farpas trocadas entre PT e PMDB, o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PSDB) relembrou das matérias das comissões permanentes da Casa, formada a partir da data de 1º de fevereiro, quando os deputados tomaram posse, prejudicando a oposição. “Estou apelando para que julgue. Eu preferi cumprir e recorrer, mas estou convencido que na preliminar do Ministério Público vamos ganhar. Mesmo porque em São Paulo aconteceu a mesma coisa, julgaram pelo dia da posse. Ou seja, já existe precedente”.
Na possibilidade de não ganhar, Nilo falou o que tem em mente. “Se perder vamos recorrer pra Brasília anexando o caso de São Paulo, em que o mérito foi unanimidade”.
Fonte: Tribuna da Bahia

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