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quinta-feira, agosto 27, 2009

Estudo vai restringir ocupação litorânea


Alana Fraga, do A TARDE
Arestidez Baptista / Agência A TARDE
Vista panorâmica da Baía de Todos-ss-Santos
Com previsão para conclusão em dois anos e investimentos no valor de quase R$ 1,8 milhão, um plano de manejo vai servir como instrumento legal para fazer a gestão da unidade de conservação e determinar regras para os tipos de atividades e empreendimentos que serão permitidos ou embargados em toda a Baía de Todos-os-Santos.
O termo de cooperação técnica para a elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía de Todos-os-Santos foi assinado, na manhã de ontem, pelo governador do Estado, Jaques Wagner, o secretário estadual do Meio Ambiente, Juliano Matos, e o reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Naomar Almeida, em cerimônia realizada no Museu de Arte Sacra da Bahia, no Sodré. Com uma área de 120 mil hectares, a APA foi criada pelo decreto estadual de 1999 e está localizada na região do Recôncavo baiano, envolvendo 14 municípios.
“A preservação é o maior desafio da nossa gestão e do século XXI. Temos um potencial incrível na Baía de Todos-os-Santos para explorar atividades náuticas e de maricultura, temos ilhas maravilhosas que podem se desenvolver como pontos turísticos, e o plano de manejo vai nos direcionar para isso”, ressaltou Wagner.
Pescadores – O governador garantiu a participação direta das comunidades pesqueiras da baía, para que não se sintam excluídas ou tenham prejuízos com as decisões do plano. “Já existe um conselho gestor para participar do plano. Um projeto como este não pode partir sem ouvir aqueles que trabalham diretamente com as atividades desenvolvidas naquela região”, afirmou Wagner.
Um dos objetivos do plano é justamente evitar que episódios como o da maré vermelha, há três anos, e o da mortandade dos peixes, que aconteceu recentemente em Candeias, impliquem prejuízo e degradação da região através do planejamento de atividades capazes de ser desenvolvidas dentro da APA.
Segundo o secretário Juliano Matos, o zoneamento da APA vai proporcionar tanto o desenvolvimento da baía quanto a preservação do patrimônio ambiental que ele classifica como “indispensável para marisqueiros que dependem de um ecossistema robusto para sua sobrevivência”.
Para o reitor Naomar Almeida, a Ufba é a instituição mais capacitada para a elaboração do plano, tendo em vista sua experiência na prática de pesquisas e estudos na região e pela desvinculação com interesses pessoais. “Alguns temas já têm quase 30 anos de pesquisa; outros temas, zero. O grande desafio da equipe será filtrar tudo isso. Por isso, a universidade é a instituição capaz de realizar este trabalho. Além disso, por não ser uma empresa privada e nem com interesses políticos, apenas científico”, salientou Almeida.
O professor do Instituto de Biologia da Ufba e um dos coordenadores do plano, Miguel Accioly, explicou que, em princípio, será montada a equipe que trabalhará na realização do documento, que contará com setores da universidade, como o Instituto de Saúde Coletiva, Filosofia e Ciências Humanas e Gestão Ambiental. “Queremos reunir uma equipe interdisciplinar para conseguir trabalhar todos juntos, com a participação da sociedade”, disse Accioly. O projeto vai contar, ainda, com a colaboração da Uneb e a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Fonte: A Tarde

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