Samuel Lima/A TARDE
Lúcio Távora / Agência A TARDE
Gilvan Cleucio de Assis prestou depoimento às 16h30 na sede da Polícia Civil, na Piedade
>>Vídeo gravado por circuito interno de shopping mostra suspeito guiando carro da médica; assista
Um interno da Colônia Penal Lafayete Coutinho está sendo apontado pela Polícia Civil como o autor do assassinato da pediatra Rita de Cássia Tavares Giacon Martinez, 39 anos, cometido na última quinta-feira, 06. Os policiais chegaram nesta terça, 11, a Gilvan Cleucio de Assis, 34, ao identificá-lo como o homem que aparece nas imagens gravadas pelo circuito de câmeras do Shopping Iguatemi, abordando a médica, que estava acompanhada da filha de 1 ano e 8 meses, em um dos estacionamentos.
O secretário da Segurança Pública, César Nunes, confirmou que Gilvan deixou a colônia penal na véspera do crime, beneficiado com a saída programada (conhecida como indulto) comemorativa do Dia dos Pais. Segundo investigadores que trabalharam no caso, Gilvan tem pena a cumprir (atualmente no regime semiaberto) até o ano 2024, por conta de quatro processos – todos por acusações de assaltos, cometidos em 2002, sendo que um seguido de estupro e outro por atentado violento ao pudor.
Ele foi capturado por uma equipe de policiais civis por volta das 14 horas desta terça, pouco depois de retornar à unidade penal, situada em Castelo Branco. Apresentado no prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade, Gilvan negou envolvimento no crime. “Sou inocente. Vou provar isso para toda a Bahia”, berrou.
O acusado está com prisão temporária de 30 dias (prorrogáveis por igual período) decretada pela Justiça de São Sebastião do Passé, uma vez que a delegada do município, Maria Salete Amaral, presidiu o levantamento cadavérico – o corpo da médica foi encontrado na localidade da Fazenda Lagoa, na vizinha cidade de Santo Amaro da Purificação.
Jaqueta – O delegado-geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, relatou que 50 homens, entre delegados e investigadores, foram às ruas a partir de 4 horas, na tentativa de localizar o acusado. “Estivemos em 12 endereços, inclusive de familiares dele, em que poderíamos encontrá-lo”, revelou Bispo. Os policiais estiveram em casas no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, e nos municípios de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Simões Filho.
Neste último município que o delegado confirmou ter sido encontrada a jaqueta azul, com a qual o acusado aparece trajado nas imagens gravadas no shopping. “A jaqueta estava na casa de uma namorada de Gilvan”, completou Bispo. Apesar da suspeita de que a médica foi rendida com uma arma, nenhum armamento foi apreendido.
À frente do inquérito que apura o brutal assassinato, a delegada Andréa Barbosa Ribeiro, titular em exercício da Delegacia de Homicídios, disse trabalhar com a versão de que o plano de Gilvan seria assaltar e estuprar a pediatra. “Ela estava com a roupa íntima abaixada. Porém, apenas o laudo da necropsia vai determinar se houve violência sexual”, concluiu a delegada.
O GM Zafira de Rita de Cássia também foi submetido a perícia, cujo resultado também não foi divulgado. “Está havendo uma dificuldade em obter as impressões digitais porque houve contaminação. O carro foi encontrado por policiais rodoviários abandonado na BR-324, com uma criança dentro. Como, naquele momento, não havia ainda notícia do homicídio, o veículo foi conduzido para abastecer e impressões de várias pessoas foram deixadas”, explicou o secretário da Segurança.
O carro estava sujo de lama e com rastros de sangue nos pneus. Pelas lesões constatadas no corpo da médica, a delegada está considerando a possibilidade de a vítima ter sido atropelada pelo próprio automóvel, conduzido pelo bandido em fuga.
Lavrador – A delegada Andréa disse “ter certeza” da participação de Gilvan no delito. “Os indícios são bastante contundentes. Além das imagens, temos o relato de um lavrador da região em que o corpo foi encontrado. Essa testemunha confirmou ter visto Gilvan saindo do local e ainda fez o reconhecimento vendo as imagens gravadas do shopping”, reiterou a delegada. Ela acrescentou que, após a conclusão do inquérito, vai requerer à Justiça a prisão preventiva de Gilvan.
Entre os envolvidos na investigação, era unânime a indignação com o fato de Gilvan ter recebido o benefício da saída programada, mesmo com seus antecedentes. “É um direito previsto na lei de execuções penais. Acho que tem que ser analisada essa questão da reincidência, pois se trata de uma pessoa com quatro processos por crimes com este mesmo modus operandi”, concluiu César Nunes.Durante os cinco dias de investigação, a versão de que Rita de Cássia teria sido vítima de um crime de mando e que uma testemunha auxiliaria a polícia na confecção de um retrato falado do suspeito foram algumas das especulações levantadas em torno do caso – inclusive por investigadores do delito.
“Esse é o tipo de investigação que temos que utilizar como exemplo na Academia de Polícia”, comemorou o delegado-geral. De acordo com o secretário da Segurança, até o início da noite de ontem, os familiares da vítima ainda não haviam sido avisados da prisão de Gilvan. Casada com o também médico Márcio Martinez, a pediatra trabalhava no Hospital Santa Izabel e no posto de saúde do Nordeste de Amaralina. Entre 2003 e 2008, serviu como primeira-tenente da Marinha, atuando no Hospital Naval. O corpo dela foi sepultado no último sábado, em São Sebastião da Grama, interior paulista .
Lúcio Távora / Agência A TARDE
Gilvan Cleucio de Assis prestou depoimento às 16h30 na sede da Polícia Civil, na Piedade
>>Vídeo gravado por circuito interno de shopping mostra suspeito guiando carro da médica; assista
Um interno da Colônia Penal Lafayete Coutinho está sendo apontado pela Polícia Civil como o autor do assassinato da pediatra Rita de Cássia Tavares Giacon Martinez, 39 anos, cometido na última quinta-feira, 06. Os policiais chegaram nesta terça, 11, a Gilvan Cleucio de Assis, 34, ao identificá-lo como o homem que aparece nas imagens gravadas pelo circuito de câmeras do Shopping Iguatemi, abordando a médica, que estava acompanhada da filha de 1 ano e 8 meses, em um dos estacionamentos.
O secretário da Segurança Pública, César Nunes, confirmou que Gilvan deixou a colônia penal na véspera do crime, beneficiado com a saída programada (conhecida como indulto) comemorativa do Dia dos Pais. Segundo investigadores que trabalharam no caso, Gilvan tem pena a cumprir (atualmente no regime semiaberto) até o ano 2024, por conta de quatro processos – todos por acusações de assaltos, cometidos em 2002, sendo que um seguido de estupro e outro por atentado violento ao pudor.
Ele foi capturado por uma equipe de policiais civis por volta das 14 horas desta terça, pouco depois de retornar à unidade penal, situada em Castelo Branco. Apresentado no prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade, Gilvan negou envolvimento no crime. “Sou inocente. Vou provar isso para toda a Bahia”, berrou.
O acusado está com prisão temporária de 30 dias (prorrogáveis por igual período) decretada pela Justiça de São Sebastião do Passé, uma vez que a delegada do município, Maria Salete Amaral, presidiu o levantamento cadavérico – o corpo da médica foi encontrado na localidade da Fazenda Lagoa, na vizinha cidade de Santo Amaro da Purificação.
Jaqueta – O delegado-geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, relatou que 50 homens, entre delegados e investigadores, foram às ruas a partir de 4 horas, na tentativa de localizar o acusado. “Estivemos em 12 endereços, inclusive de familiares dele, em que poderíamos encontrá-lo”, revelou Bispo. Os policiais estiveram em casas no bairro da Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, e nos municípios de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Simões Filho.
Neste último município que o delegado confirmou ter sido encontrada a jaqueta azul, com a qual o acusado aparece trajado nas imagens gravadas no shopping. “A jaqueta estava na casa de uma namorada de Gilvan”, completou Bispo. Apesar da suspeita de que a médica foi rendida com uma arma, nenhum armamento foi apreendido.
À frente do inquérito que apura o brutal assassinato, a delegada Andréa Barbosa Ribeiro, titular em exercício da Delegacia de Homicídios, disse trabalhar com a versão de que o plano de Gilvan seria assaltar e estuprar a pediatra. “Ela estava com a roupa íntima abaixada. Porém, apenas o laudo da necropsia vai determinar se houve violência sexual”, concluiu a delegada.
O GM Zafira de Rita de Cássia também foi submetido a perícia, cujo resultado também não foi divulgado. “Está havendo uma dificuldade em obter as impressões digitais porque houve contaminação. O carro foi encontrado por policiais rodoviários abandonado na BR-324, com uma criança dentro. Como, naquele momento, não havia ainda notícia do homicídio, o veículo foi conduzido para abastecer e impressões de várias pessoas foram deixadas”, explicou o secretário da Segurança.
O carro estava sujo de lama e com rastros de sangue nos pneus. Pelas lesões constatadas no corpo da médica, a delegada está considerando a possibilidade de a vítima ter sido atropelada pelo próprio automóvel, conduzido pelo bandido em fuga.
Lavrador – A delegada Andréa disse “ter certeza” da participação de Gilvan no delito. “Os indícios são bastante contundentes. Além das imagens, temos o relato de um lavrador da região em que o corpo foi encontrado. Essa testemunha confirmou ter visto Gilvan saindo do local e ainda fez o reconhecimento vendo as imagens gravadas do shopping”, reiterou a delegada. Ela acrescentou que, após a conclusão do inquérito, vai requerer à Justiça a prisão preventiva de Gilvan.
Entre os envolvidos na investigação, era unânime a indignação com o fato de Gilvan ter recebido o benefício da saída programada, mesmo com seus antecedentes. “É um direito previsto na lei de execuções penais. Acho que tem que ser analisada essa questão da reincidência, pois se trata de uma pessoa com quatro processos por crimes com este mesmo modus operandi”, concluiu César Nunes.Durante os cinco dias de investigação, a versão de que Rita de Cássia teria sido vítima de um crime de mando e que uma testemunha auxiliaria a polícia na confecção de um retrato falado do suspeito foram algumas das especulações levantadas em torno do caso – inclusive por investigadores do delito.
“Esse é o tipo de investigação que temos que utilizar como exemplo na Academia de Polícia”, comemorou o delegado-geral. De acordo com o secretário da Segurança, até o início da noite de ontem, os familiares da vítima ainda não haviam sido avisados da prisão de Gilvan. Casada com o também médico Márcio Martinez, a pediatra trabalhava no Hospital Santa Izabel e no posto de saúde do Nordeste de Amaralina. Entre 2003 e 2008, serviu como primeira-tenente da Marinha, atuando no Hospital Naval. O corpo dela foi sepultado no último sábado, em São Sebastião da Grama, interior paulista .
Fonte: A Tarde