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terça-feira, agosto 04, 2009

A crise pode acabar empatada

Se o senador José Sarney (PMDB-AP) renunciar a presidência do Senado e à vida pública, acrescentando às notórias justificativas, as suas preocupações com a esposa, dona Marly, de 77 anos, companheira de muitos anos, que convalesce da operação para corrigir os estragos do tombo em casa, com fraturas em ossos do ombro, a interminável crise das gatunagens no Senado esvaziará da noite para o dia, para o alívio dos dois contendores. No empate sem vencidos nem vencedores.A pilha de denúncias dos senadores tucanos e dos Democratas criará mofo nas prateleiras do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho de Ética do Senado e a agenda política será refeita para reordenar as novas prioridades. E se é bem mais confortável o favoritismo do presidente Lula, dono e criador da candidatura da ministra Dilma Rousseff, com a instantânea adesão de todo o Partido dos Trabalhadores, estafado do equilíbrio em cima do muro, ora pendendo para um lado, ora para o outro, a oposição terá pouco tempo para acabar com a dúvida de seus dois candidatos que não atam nem desatam, na frescura das manhas mineiras do governador Aécio Neves e das infindáveis manobras do governador de São Paulo, José Serra, que só quer bisar a candidatura com efetivas possibilidades de vitória.Os prazos constitucionais para a campanha eleitoral têm sido ignorados por Lula e a sua candidata, com o frágil pretexto nas viagens domésticas, apenas fiscalizam as obras do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida. A oposição resmunga pela imprensa ou em discursos no Congresso que poucos tem a pachorra de acompanhar em meio à chatíssima lengalenga do pífio elenco dos senadores de garupa, eleitos sem um voto, como suplentes de parentes ou do financiamento de candidatos com votos e discutível ética.Ninguém mais agüenta a enxurrada de imundície que há três meses é o tema da pornográfica série de denúncias e das especulações sobre quem leva vantagem ou prejuízo com a derrubada do senador José Sarney. Feitas e refeitas as contas, a conclusão óbvia é todos perdem com o desmonte do Congresso e a indignação da sociedade que não deve demorar a levar para a rua o seu indignado protesto. Com a novidade da UNE chapa-branca, a iniciativa da mobilização é repassada para os diretórios acadêmicos ou a articulação dos próprios estudantes.Se o presidente Sarney renunciar, terá o abrigo da Academia Brasileira de Letras (ABI) para distraí-lo nas reuniões das quintas-feiras e a garantia da imortalidade. E cada um dos seus sucessores assumirá a responsabilidade pela defesa das denúncias com que foram alvejados, nos ricochetes dos balaços contra o ex-governador do Maranhão e ex-presidente da República.A CPI da Petrobrás ocupará o vazio da possível renúncia do presidente José Sarney. E jogo muda de uma hora para outra. Se os dirigentes da maior empresa do país tocam o realejo da tranqüilidade, com a única música possível é evidente que as posições se invertem: a oposição passa ao ataque a Petrobrás e o governo a incomoda defensiva. Só a invasão petista para a ocupação de cerca ou mais de 10 mil sinecuras, deve render semanas de depoimentos, denúncias, explicações, desculpas, documentos.Às centenas de repórteres que cobrem o Congresso não faltará assunto. Com todos os atrativos de denúncias, documentos e a troca de descomposturas entre governo e oposição.Melhor do que a chatice dos horários de propaganda eleitoral pagos com o dinheiro público, um desperdício de bradar ao Céu.
Fonte: Villas Bôas Correia

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