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quarta-feira, agosto 05, 2009

A crise de ontem, de hoje e de amanhã

Quem tenta acompanhar a crise que enxovalha o Congresso, com a estréia do baixo clero dos senadores superando os pioneiros da Câmara e que se esconde no silêncio da esperteza, deve se sentir perdido em meio à incoerência e a leviandade de senhores e raras senhoras com a neve do tempo tingindo os cabelos, quando eles não desaparecem na calvície.Pois, não há como analisar o ziguezague aloprado no sassarico dos mais destacados atores do elenco. O presidente Lula, no chorrilho de improvisos do fim de semana, foi de uma clareza solar no seu recuo na defesa da permanência de Sarney na presidência: “Não sou senador, não votei em Sarney nem em ninguém, para presidente do Senado. Quem tem que decidir se o Sarney fica ou não na presidência é o Senado”.O dito pelo não dito presidencial pegou muito mal. E, chegou ao senador Sarney como um aviso de que os rebeldes do PT tinham enquadrado o presidente, pondo em risco a candidatura da ministra Dilma Rousseff, a sua última e decisiva batalha antes de cair no mundo como candidato a líder das minorias africanas.Pelas veredas da especulação ou dos fuxicos, no dia seguinte, a renúncia de Sarney a presidência do Senado foi anunciada, com uma nova justificativa de leviandade maldosa: o tombo em casa de dona Marly Sarney, com fraturas no ombro e uma delicada operação, convenceu o presidente a renunciar à vida pública para prestar a esposa de tantos anos o conforto da sua presença.Pois, de ontem para hoje, em uma sessão agitada do Senado, com a troca de ameaças e desaforos envolvendo o senador Pedro Simon (PMDB-RS), tribuno de eloqüência celebrada e sem papas na língua a renovar o seu apelo ao senador José Sarney para que renuncie a presidência do Senado.O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, com o apoio do senador Fernando Collor (PTB) Alagoas, partiram para o contra-ataque, com crescente virulência, defendendo a permanência de Sarney na presidência do Senado.No pouco tempo em que esteve no Senado, Sarney assumiu a presidência e repetiu para os repórteres que “nunca pensou em renunciar a presidência do Senado”.Não repito a imprudência de dar palpites sobre hoje ou amanhã. A cada dia, o Senado muda o cenário e o enredo da comédia. Apenas, em respeito aos possíveis leitores, um sumário escalonamento do bom senso. A renúncia de Sarney não interessa ao presidente Lula no seu objetivo de eleger a ministra Dilma Rousseff para sucedê-lo. Lula não vai se recolher ao asilo de São Bernardo do Campo. E no seu tabuleiro, mais de um lance desafiará a sua argúcia. O anunciado no reboliço do fim de semana é o de se engajar na defesa das minorias africanas, que estão sendo dizimadas pela seca e pela fome, em perspectiva de socorro do primeiro mundo, envolvido pela crise econômica dos tufões e das marolas.A permanência no país, mesmo em São Bernardo do Campo para as peladas e os cavacos com os amigos dos tempos da liderança sindical, não o pouparia do assédio da imprensa e das intrigas com a presidenta, se as coisas saírem como ele prevê.Do Senado há pouco a esperar. A crise continuará até o início oficial da campanha eleitoral. E só agora, as trouxas de roupa suja começam a ser aberta para a lavagem no tanque da baixaria.——————————————————————————————————-Para que não se diga que o Senado não tenta limpar a sua imagem, uma pauta apelidada de positiva foi divulgada com as cinco prioridades para a aprovação até dezembro, antes do recesso e da campanha eleitoral.Eis a lista: Petrosal, com o envio pelo presidente Lula do texto do novo marco regulatório para a área do pré-sal.2- A votação do projeto de lei complementar que autoriza a quebra de dados cadastrais e de sigilo bancário para facilitar as investigações policiais.3 – Votação do projeto que recria A Superintendência Nacional da Previdência Complementar – Previc – para fiscalizar os 372 fundos fechados de Previdência.4 – A reforma tributária deve entrar em pauta no ano que vem.5 – A Minireforma Eleitoral, que já transitou pela Câmara deve ser analisada pelo Senado e proíbe o uso da Internet nas campanhas, dispõe sobre gastos, placas, outdoors e outras miudezas.
É com esta munição de armas de brinquedo que o Senado pretende sair da crise e recuperar a sua credibilidade, tratando a população como um bando de pascácios, sem brio e estímulo para a grande reação com a arma do voto.
Fonte: Villas Bôas Corrêa

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