Quem tenta acompanhar a crise que enxovalha o Congresso, com a estréia do baixo clero dos senadores superando os pioneiros da Câmara e que se esconde no silêncio da esperteza, deve se sentir perdido em meio à incoerência e a leviandade de senhores e raras senhoras com a neve do tempo tingindo os cabelos, quando eles não desaparecem na calvície.Pois, não há como analisar o ziguezague aloprado no sassarico dos mais destacados atores do elenco. O presidente Lula, no chorrilho de improvisos do fim de semana, foi de uma clareza solar no seu recuo na defesa da permanência de Sarney na presidência: “Não sou senador, não votei em Sarney nem em ninguém, para presidente do Senado. Quem tem que decidir se o Sarney fica ou não na presidência é o Senado”.O dito pelo não dito presidencial pegou muito mal. E, chegou ao senador Sarney como um aviso de que os rebeldes do PT tinham enquadrado o presidente, pondo em risco a candidatura da ministra Dilma Rousseff, a sua última e decisiva batalha antes de cair no mundo como candidato a líder das minorias africanas.Pelas veredas da especulação ou dos fuxicos, no dia seguinte, a renúncia de Sarney a presidência do Senado foi anunciada, com uma nova justificativa de leviandade maldosa: o tombo em casa de dona Marly Sarney, com fraturas no ombro e uma delicada operação, convenceu o presidente a renunciar à vida pública para prestar a esposa de tantos anos o conforto da sua presença.Pois, de ontem para hoje, em uma sessão agitada do Senado, com a troca de ameaças e desaforos envolvendo o senador Pedro Simon (PMDB-RS), tribuno de eloqüência celebrada e sem papas na língua a renovar o seu apelo ao senador José Sarney para que renuncie a presidência do Senado.O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, com o apoio do senador Fernando Collor (PTB) Alagoas, partiram para o contra-ataque, com crescente virulência, defendendo a permanência de Sarney na presidência do Senado.No pouco tempo em que esteve no Senado, Sarney assumiu a presidência e repetiu para os repórteres que “nunca pensou em renunciar a presidência do Senado”.Não repito a imprudência de dar palpites sobre hoje ou amanhã. A cada dia, o Senado muda o cenário e o enredo da comédia. Apenas, em respeito aos possíveis leitores, um sumário escalonamento do bom senso. A renúncia de Sarney não interessa ao presidente Lula no seu objetivo de eleger a ministra Dilma Rousseff para sucedê-lo. Lula não vai se recolher ao asilo de São Bernardo do Campo. E no seu tabuleiro, mais de um lance desafiará a sua argúcia. O anunciado no reboliço do fim de semana é o de se engajar na defesa das minorias africanas, que estão sendo dizimadas pela seca e pela fome, em perspectiva de socorro do primeiro mundo, envolvido pela crise econômica dos tufões e das marolas.A permanência no país, mesmo em São Bernardo do Campo para as peladas e os cavacos com os amigos dos tempos da liderança sindical, não o pouparia do assédio da imprensa e das intrigas com a presidenta, se as coisas saírem como ele prevê.Do Senado há pouco a esperar. A crise continuará até o início oficial da campanha eleitoral. E só agora, as trouxas de roupa suja começam a ser aberta para a lavagem no tanque da baixaria.——————————————————————————————————-Para que não se diga que o Senado não tenta limpar a sua imagem, uma pauta apelidada de positiva foi divulgada com as cinco prioridades para a aprovação até dezembro, antes do recesso e da campanha eleitoral.Eis a lista: Petrosal, com o envio pelo presidente Lula do texto do novo marco regulatório para a área do pré-sal.2- A votação do projeto de lei complementar que autoriza a quebra de dados cadastrais e de sigilo bancário para facilitar as investigações policiais.3 – Votação do projeto que recria A Superintendência Nacional da Previdência Complementar – Previc – para fiscalizar os 372 fundos fechados de Previdência.4 – A reforma tributária deve entrar em pauta no ano que vem.5 – A Minireforma Eleitoral, que já transitou pela Câmara deve ser analisada pelo Senado e proíbe o uso da Internet nas campanhas, dispõe sobre gastos, placas, outdoors e outras miudezas.
É com esta munição de armas de brinquedo que o Senado pretende sair da crise e recuperar a sua credibilidade, tratando a população como um bando de pascácios, sem brio e estímulo para a grande reação com a arma do voto.
Fonte: Villas Bôas Corrêa
Certificado Lei geral de proteção de dados
Em destaque
Em seu primeiro ano de vigência, arcabouço fiscal evidencia fragilidades
Publicado em 18 de maio de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do J. Bosco (oliberal.com) Pedro do Coutto Re...
Mais visitadas
-
A denúncia que trouxeram-me agora à noite é extremamente preocupante e revela uma situação alarmante no sistema de saúde de Jeremoabo. A ...
-
É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento do nosso querido irmão, Espedito Soraes Lima, conhecido carinhosamente como "Seu...
-
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL ELEITORAL (12626) Nº 0600512-30.2020.6.05.0051 (PJe) - JEREMOABO - BAHIA RELATOR...
-
. Na Sessão de julgamento do recurso de Tista de Deda o seu advogado não compareceu para fazer a sustentação oral. É importante frisar que ...
-
Foto Divulgação _ Instagram O caso envolvendo os recursos movidos pelo PSD de Anabel pela cassação ...
-
A frase "Mais uma decisão prova que sobrevivem juízes em Berlim" é um reconhecimento de que a justiça e o respeito à lei ainda pre...
-
Estou reproduzindo a decepção de um ex-aluno do Colégio Municipal São João Batista, residente noutro estado, porém, que ao retornar a cidade...
-
. O que assistimos hoje na Jeremoabo FM foram os velhos travestidos de novos que pularam do barco do Prefeito Deri do Paloma em busca de ...
-
A Demolição do Parque de Exposições: Entre a Necessidade de Educação e a Perda de um Espaço CulturalA demolição ilegal de um Parque de Exposição se configura como uma ação que vai contra as leis do país e as leis municipais e representa uma...
-
É com pesar que comunicamos que ontem, 14/05/2024, faleceu o senhor Carlos Humberto Bartilotti Lima, nascido em 09.05.1955, conhecido como...