Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, abril 17, 2009

Dantas ataca Protógenes em depoimento na CPI

Folhapress
O banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, depôs hoje por cerca de seis horas para a CPI das Escutas Clandestinas da Câmara dos Deputados. Em vários momentos do depoimento, Dantas lançou ataques contra o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz.
Protógenes comandou a primeira fase da Operação Satiagraha, que investiga supostos crimes financeiros atribuídos a Dantas.
À CPI, Protógenes disse ser "vítima" de grampos ilegais realizados pelo delegado Protógenes Queiroz durante a Operação Satiagraha. "Eu fui vítima de escuta ilegal [montada] pela estrutura coordenada pelo delegado Protógenes Queiroz. Não sei se a estrutura usada foi a da Polícia Federal ou da Abin [(Agência Brasileira de Inteligência]. O senhor Protógenes quer se colocar de vítima da situação", afirmou.
A reportagem não conseguiu falar com Protógenes. O advogado de Protógenes também não atendeu às ligações da reportagem. A assessoria da PF não vai se manifestar.
O banqueiro disse que foi espionado durante as investigações da PF e questionou a legalidade da Satiagraha. "Eu tenho informações de que sim [fui espionado]. Não posso precisar de quem ou o quê. Mas tenho informações de que sim. E tenho informações de que na Satiagraha os grampos que foram feitos foram ilegais", afirmou. Armação
Dantas também apresentou um laudo para desqualificar a denúncia de tentativa de suborno a um delegado da PF. Por essa suposta tentativa de suborno, Dantas foi condenado pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal, a dez anos de prisão por corrupção ativa e ao pagamento de uma multa de R$ 12 milhões.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Dantas teria usado os emissários Humberto Braz e Hugo Chicaronni para tentar subornar o delegado Victor Hugo Ferreira e dessa forma tirar seu nome das investigações da Satiagraha. O laudo apresentado por Dantas diz que a voz flagrada na tentativa de suborno não é de Braz. Apesar do empresário aparecer nas imagens que flagraram a cena do crime, Dantas disse que a fita foi utilizada para insinuar o suborno --mas teria sido adulterada para que as vozes não coincidissem com as imagens.
"A conversa sobre o dinheiro ocorreu quando o Braz estava no banheiro. A voz não é do Humberto Braz, está aqui na gravação. Ele foi ao banheiro, [o delegado] chama o cinegrafista para filmar o flagrante. Esse é o espírito da operação controlada. Mas não fizeram o flagrante", afirmou.
O laudo foi elaborado pelo perito Ricardo Molina, segundo Dantas, depois de a PF ter se recusado a realizar a investigação.
Dantas disse que foi vítima de uma armação. Afirmou ainda que a PF destruiu provas do suposto flagrante de suborno ao depositar US$ 1 milhão oferecido ao delegado na Caixa Econômica Federal. 'Na prisão do dinheiro, o natural seria identificar de onde o dinheiro saiu, como pediu o Ministério Público. A Polícia Federal destrói a prova. A cédula foi depositada no banco, misturou as cédulas. Não tem como saber de onde vem o dinheiro', disse.
Metralhadora giratória
Na opinião do banqueiro, Protógenes disparou uma "metralhadora giratória" ao fazer acusações inexistentes. "O senhor Protógenes tem lançado ilações em várias direções, algumas delas incoerentes. Essa ideia de que o presidente patrocinou essa operação, não acho que faça sentido. Ali tem uma metralhadora giratório que gira 270 graus", afirmou. Dantas negou ter qualquer relação com Fabio Luís Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O banqueiro disse não acreditar que Lula tenha solicitado a realização da Operação Satiagraha para investigar supostas acusações contra seu filho.
'Se o presidente quisesse saber o que estava acontecendo com o filho, ele não precisaria de cerca de cem agentes da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] para investigar. Não é razoável que o presidente, do governo do PT, usaria a Abin para investigar. Acho que isso não faz sentido', afirmou em referência à participação de homens da agência na Satiagraha. Segundo a revista 'Veja', o delegado Protógenes Queiroz teria dito a integrantes de sua equipe que havia recebido uma missão presidencial para investigar o filho do presidente. O delegado nega que a Satiagraha tenha sido uma missão presidencial, mas disse acreditar que Lula tinha 'interesses' na operação.
A revista diz que um dos espiões teria ouvido de Protógenes que o presidente Lula tinha interesse na investigação porque seu filho teria sido cooptado por uma organização criminosa --numa referência a Daniel Dantas.
Protógenes disse ontem que o presidente Lula tinha "interesses" na Operação Satiagraha. Lula afirmou hoje que não falaria sobre o assunto e que era o delegado que deveria comentar o assunto.
Juízes
Dantas disse à CPI acreditar que juízes de primeira instância estejam suscetíveis a 'atos de corrupção' no país. Dantas isentou, porém, o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal de São Paulo, de envolvimento em atos de corrupção. "A preocupação de alguns dos nossos advogados era que, em casos de primeira instância, poderia ter havido corrupção de magistrados. Em instâncias superiores, essa hipótese é mais remota. No caso de São Paulo, há gravação referindo-se ao fato de que o juiz Fausto De Sanctis não é suscetível a esse tipo de coisa", disse.
De Sanctis foi responsável por expedir o mandado de prisão de Dantas na Operação Satiagraha, que investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro. De Sanctis foi o mesmo que condenou o banqueiro a dez anos de prisão por tentativa de suborno de um delegado da Polícia Federal.
Fonte: Tribuna da Bahia

Em destaque

PF pede prorrogação de inquérito a Moraes e quer ouvir delegada que devolveu celular a ex-assessor

  Foto: Reprodução/Instagram O ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro com o ministro Alexandre de Moraes 20 de setembro de 2024 | 21:00 PF p...

Mais visitadas