Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, abril 27, 2009

Cientistas: para plano B, Ciro Gomes é inviável

Norma Moura, Viviane Monteiro, Jornal do Brasil
BRASÍLIA - Poucos ousam falar abertamente, mas a sucessão presidencial virou motivo de preocupação entre os políticos. A notícia da doença da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, não expôs apenas a existência do câncer que ela terá de combater, mas também a fragilidade do plano de sucessão do PT.
A revelação da doença da ministra-chefe da Casa Civil desmonta uma estratégia política traçada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sucessão presidencial ano que vem. O PT nega a existência de um plano B e mantém a ideia de que ela é a pré-candidata. Cientistas políticos afirmam que o partido não teria nomes com densidade eleitoral igual ao de Dilma, caso a ministra seja obrigada a desistir da candidatura em razão do tratamento do linfoma – um câncer nos gânglios linfáticos. O que pode favorecer a candidatura do ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Mas o PSB teria de trabalhar para emplacar a candidatura dele, tido como um homem intempestivo. Analistas ouvidos pelo JB acreditam que sua candidatura seria inviável como plano B.
– Para o presidente Lula conseguir um nome com densidade política igual ao de Dilma Rousseff, ele teria que começar tudo do zero (para construir um outro candidato) – avalia o cientista político Geraldo Tadeu, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Esse cenário foi lembrado também pelo deputado Júlio Delgado (MG), um dos expoentes do PSB.
– O PT trabalhou muito em cima do nome de Dilma e não previu um plano B – avalia Delgado. – Se a candidatura de Dilma não se confirmar, eles terão que escolher alguém da base aliada.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) pondera que ainda é prematuro falar em mudanças no cenário político, mas confessa que, caso ocorra, a desistência de Dilma pode colocar Ciro como uma alternativa do PT para a sucessão.
– Temos de trabalhar com o cenário da ministra sendo candidata, mesmo com um alto grau de imponderabilidade. Mas a proposta do PSB continua a mesma, a de colocar Ciro como uma candidatura viável. Ou o PT sai com um nome deles ou é o Ciro – defende Casagrande.
Destempero
Apesar do PSB apostar no nome de Ciro, há consenso entre os cientistas políticos de que a nomeação do parlamentar não vingaria pelo fato de ele ter um quadro emocional desenfreado, por não ter papas na língua, o que chamaram de “destemperado”. Ciro chegou a dizer palavrões na semana passada, ao explodir diante de uma pergunta sobre a farra de passagens: “Ministério Público é o c... Não tenho medo de ninguém. Da imprensa, de deputados (...) Pode escrever o c... aí”, esbravejou.
Por essa razão, especialistas acreditam que o cearense teria dificuldades para angariar apoio político. Pelo fato de não haver nomes fortes no PT para suceder o presidente Lula, a cientista política Lúcia Hippólito, do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), até acredita na volta da discussão de “um terceiro mandato presidencial” dentro do PT.
– As conversas sobre o terceiro mandato podem voltar, pois em um momento de crise financeira mundial, as pessoas podem se questionar se não seria melhor continuar com o presidente Lula na Presidência – avalia a cientista. – A Dilma é, por enquanto, a escolha do presidente Lula. E ela é a única alternativa. Hoje o PT não tem um plano B – complementa.
O diretor do Centro de Pesquisas e Analises de Comunicação (CEPAC), o cientista político Rubens Figueiredo, trabalha com duas possibilidades neste novo quadro político:
– O eleitor pode analisar que a ministra não teria condições de ser eleita, por causa da doença. Ou a ministra pode sair vitoriosa dessa situação, ao superar todos os tratamentos de quimioterapia e sair como uma mulher guerreira que enfrentou um problema desse e por isso seria capaz de enfrentar a situação do país.
Com opinião semelhante, Geraldo Tadeu avalia que a superação da doença pela ministra pode, por um ponto de vista, humanizá-la perante a sociedade, já que ela é vista como uma pessoa técnica.
– Tudo vai depender de como a ministra vai reagir à doença.
Fonte: JB Online

Em destaque

MEC vai propor lei para proibir uso de celulares em salas de aula

Publicado em 22 de setembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Alunos vivem quase que integralmente conectados ...

Mais visitadas