O ex-governador contestou decisão do TSE de retirá-lo do cargo e estava abrigado no Palácio dos Leões
Eugênia Lopes, de O Estado de S. Paulo
SÃO LUÍS, MA - Durou 36 horas a resistência do governador cassado do Maranhão, Jasckon Lago (PDT), que ameaçava só deixar o Palácio dos Leões “arrastado”. Às 10h54 da manhã deste sábado, 18, Lago saiu do palácio com uma palavra de ordem - "Meio passo atrás, Sarney nunca mais" - e uma decisão anunciada diante de duas centenas de trabalhadores do Movimento dos Sem Terra (MST), da Via Campesina e de movimentos sociais ligados a índios, negros, mulheres e direitos humanos: ele vai ser candidato ao governo do Estado, no ano que vem - e com apoio do PT que está com o governo Lula, mas não apoia a família Sarney.
Veja também:
Galeria de fotos da cassação e protesto de Lago
Seis governadores ainda têm mandato questionado na Justiça
"Quem sabe isso tudo que está acontecendo não é para nos prepararmos melhor para chegarmos ao governo e ao poder com o compromisso de um grande governo popular. Vamos continuar resistindo em outros locais", disse Lago. "Vamos deixar o Palácio inteiro com todo o seu patrimônio, com todas as suas obras de arte", afirmou. E acusou a família Sarney de roubo: "Eles podem chegar aqui e fazer o que sabem fazer bem: desaparecer com os quadros do Palácio". Lago tentou resistir à decisão da Justiça Eleitoral de cassar seu mandato e determinar a posse da ex-senadora Roseana Sarney (PMDB) no governo do Estado.
Em um discurso de 24 minutos, Lago repetiu sua saída do governo o torna mais forte para "enfrentar a oligarquia das elites, da família Sarney". "Vamos continuar lutando, mas vamos escolher estratégia que não tirem a imagem de legalidade e de cidadãos que cumprem com seus deveres", justificou o ex-governador, ao deixar o Palácio.
Os correligionários de Lago não pouparam críticas veementes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à família Sarney. "O presidente Lula está escorado em um bando de corruptos do PMDB a partir do José Sarney", discursou o deputado Domingos Dutra (PT-MA), principal expoente da ala petista do Maranhão que apoia Lago e faz oposição ferrenha à governadora Roseana Sarney. "Essa cidadã filha do anti-Cristo não seria governadora se nossos aliados na Assembleia Legislativa tivessem reivindicado o direito de eleger o novo governador, depois da decisão da Justiça Eleitoral", disse Dutra.
"Vamos dizer para o Brasil, para o mundo, até para o Lula que o Maranhão não aceita a volta da oligarquia dos Sarney", bradou o deputado estadual Valdinar Barros (PT), que acusou a família Sarney de fazer "grilagem de terras".
INDIFERENÇA POPULAR
A saída de Lago do Palácio dos Leões foi decidida na noite de sexta-feira, 17, depois de o Supremo Tribunal Federal ter negado rever a decisão da Justiça Eleitoral de cassar seu mandato. Para resistir por mais tempo e permanecer no Palácio, Lago esperava o apoio da população.
Algo que não aconteceu. Diante da indiferença popular e da decisão do STF, o ex-governador do Maranhão desceu as escadas da ala residencial, às 9h20 da manhã, acompanhado de um punhado de familiares e de alguns políticos. Foi recebido aos gritos pelos militantes do MST e de movimentos sociais, que entoavam slogans contra a família Sarney.
"Meio passo atrás, Sarney nunca mais", cantavam os manifestantes. "Xô Rosengana", dizia uma das muitas bandeiras que lotaram o pátio interno do Palácio dos Leões, uma fortaleza construída pelos franceses no século XVII. Lago ouviu uma dezena de discursos de representantes dos movimentos, todos eles condenando a decisão da Justiça Eleitoral e xingando a família Sarney. Até um padre, anunciado como Vitor Acelin, lamentou a saída de Lago, "governador eleito legitimamente pelo povo".
"Temos de denunciar o golpe que o Sarney está dando no Maranhão", disse Jonas Borges, do MST.
Depois dos discursos, o ex-governador percorreu, ao lado da mulher Clay e do filho Igor, as ruas do centro histórico de São Luis que separam o Palácio dos Leões até a sede do PDT. De calça jeans, camisa azul, com as mangas arregaçadas, aparentava tranquilidade. A passeata de meia hora não empolgou a população, que preferiu não aderir à caminhada de Lago. Ao deixarem o Palácio, os militantes substituíram as bandeiras do PT, do PDT, do MST e da Via Campesina por bandeiras de plástico do Estado do Maranhão.
Fonte: Estadão
Certificado Lei geral de proteção de dados
Em destaque
Quaquá defende os irmãos Brazão e compra briga com Gleisi e Anielle
Publicado em 10 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Quaquá recebeu diversos membros da família Brazão...
Mais visitadas
-
, Herança de Descaso: Prefeito Denuncia Bens Dilapidados e Anuncia Auditoria de 30 Dias Ao assumir a prefeitura, o prefeito Tista de Deda se...
-
Auditoria Já: O Primeiro Passo para Uma Gestão Transparente em Jeremoabo Com a recente transição de governo em Jeremoabo, a nova administraç...
-
Aproveito este espaço para parabenizar o prefeito eleito de Jeremoabo, Tista de Deda (PSD), pela sua diplomação, ocorrida na manhã de hoje...
-
. MAIS UMA DECISÃO DA JUSTIÇA DE JEREMOABO PROVA QUE SOBREVIVEM JUÍZES EM BERLIM A frase “Ainda há juízes em Berlim”, que remonta ao ano d...
-
O último dia do mandato do prefeito Deri do Paloma em Jeremoabo não poderia passar sem mais uma polêmica. Desta vez, a questão envolve cob...
-
Diplomação do Prefeito Eleito Tista de Deda, Vice e Vereadores Será no Dia 19 de Dezembro de 2024. A diplomacao do prefeito eleito de Jere...
-
Justiça aponta fraude e cassa mandato de vereador na Bahia Seguinte fraude seria na cota de gênero em registro de candidaturas de partido ...
-
O Cemitério de Veículos da Prefeitura: Um Crime Contra a Sociedade As imagens que circulam revelam uma realidade chocante e inaceitável: um ...
-
Tudo na Vida Tem um Preço: O Apoio Necessário ao Novo Gestor de Jeremoabo Os Jeremoabenses estão diante de um momento crucial. A eleição do ...