Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA – Até a manhã de quarta-feira, alguém tinha ouvido falar na Comissão de Infraestrutura do Senado? Durante 2008, só para ficarmos no passado recente, dedicou-se a mídia a cobrir seus trabalhos? Que partido levantou polêmica em torno dos temas lá discutidos? Que senador denunciou uma irregularidade sequer na análise de projetos debatidos?
Pois é. De repente, a Comissão de Infraestrutura do Senado transforma-se no mais perigoso túnel capaz de levar seu novo presidente outra vez ao poder. Além de tornar-se monumental obstáculo para as obras do PAC. Falta de assunto ou revanchismo contra Fernando Collor?
Depois de ser afastado da presidência da República, apesar de mais tarde absolvido pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente conseguiu lentamente dar a volta por cima. Elegeu-se senador por Alagoas, ninguém ligou ou protestou. Exerce seu mandato com certa timidez e seus companheiros o tratam como um igual. Até o presidente Lula, que o esnobava, passou a dedicar-lhe as atenções devidas a um antecessor.
Não dá para entender a histeria que tomou conta de certos meios de comunicação diante da eleição de Collor para a mais desimportante das comissões do Senado. É como se o dr. Silvana ressuscitasse e estivesse prestes a dominar o planeta. Foi-lhe permitido disputar a presidência do colegiado, como antes havia sido facultado a ele concorrer a uma cadeira de senador. Agora, ruflam tambores de alerta diante de uma inexistente invasão dos bárbaros.
Há quem suponha como motivo real para essa ebulição, o fato de que o PT foi derrotado. O partido reivindicava o lugar com base no princípio da proporcionalidade, apresentou uma candidata não propriamente querida pela maioria do plenário e ela perdeu. Ponto final. O mundo não acabou. Deixem o homem em paz.
Mais uma lambança
De uns tempos para cá o MST mais parece um caminhão desgovernado descendo a ladeira. Depois de invasões de prédios urbanos, até de postos de pedágio, de ocupação de fazendas comprovadamente produtivas, da depredação de salas e corredores da Câmara dos Deputados e, agora, do assassinato de jagunços de fazendeiros, o movimento propõe-se a não acatar a decisão da Justiça eleitoral que afastou o governador do Maranhão, Jackson Lago. Pode ter sido uma decisão injusta ou extemporânea, já que usurpou manifestação do eleitorado. Caberia apenas à Assembléia Legislativa do estado cassar o governador. Dentro do princípio maior de acatamento a todo pronunciamento do Judiciário, porém, o remédio é respeitá-lo.
Vem o MST e anuncia que Jackson Lago continuará no palácio dos Leões. Pela força e pela mobilização de seus contingentes armados não apenas de foices e facões, mas, comprova-se agora, de espingardas e revólveres.
Convenhamos, aquele que já foi o mais moderno movimento de massas em muitas décadas de nossa História transforma-se num bando empenhado em criar e impor suas próprias leis, quebrando o processo institucional democrático.
Tomara que os dirigentes nacionais do MST desloquem-se rápido para São Luís, enquadrando os tresloucados companheiros. Ou será que não os estão incentivando?
Na contramão
O bom-senso vem de Londres. O Banco Central da Inglaterra reduziu ainda mais os juros, que agora estacionam em 0,5% ao ano. Trata-se da fórmula adotada na imensa maioria dos países que enfrentam a crise econômica, destinada a incentivar a retomada da atividade produtiva. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos, na Alemanha, no Japão e em Tonga-Tonga.
Por que será que no Brasil o Banco Central só com muita relutância reduziu uma pequena merreca nos juros mais altos do mundo inteiro? Estaremos nós de passo certo e o planeta inteiro marchando errado? Como sempre, o presidente Lula concorda com as críticas, protesta, mas curva-se às imposições da equipe econômica. Só os bancos lucram com tamanhos índices, mas parece eles realmente os detentores do poder.
Mais protelações
Concordou o presidente da Câmara, Michel Temer, em reinstalar a comissão especial que examina a reforma política. Depois de o Senado haver aprovado a maioria das propostas há décadas em debate, há mais de um ano a matéria foi para a Câmara. Nesse meio tempo o governo meteu o bedelho onde não devia, enviou novo elenco de sugestões, deixando claro que qualquer aprovação entre os deputados terá que retornar aos senadores. Não bastasse o ritmo de tartaruga no processo, decide o presidente da Câmara, agora, começar tudo de novo. Depois dizem que é má vontade, mas a verdade é que nem o Congresso nem o Executivo querem mesmo reformar as instituições político-eleitorais. Se está bom assim para eles, a saída é dar a impressão de trabalho, mas sem trabalhar...
Fonte: Tribuna da Imprensa
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