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domingo, março 08, 2009

08 de Março: A luta das mulheres pela emancipação da classe trabalhadora

Por União Popular Anarquista - UNIPA

As comemorações no dia 08 de março pelo Dia Internacional da Mulher tiveram início oficialmente em 1922, mas remontam a episódios anteriores não apenas de celebrações, mas de lutas encampadas por mulheres em diferentes países.
?Deve estar convencido, conosco, de que a mulher, diferente do homem, mas não inferior a ele, inteligente, trabalhadora e livre como ele, deve ser declarada, em todos os direitos políticos e sociais, semelhante a ele?. ?É preciso que compreenda que não existe liberdade sem igualdade e que a realização da maior liberdade na mais perfeita igualdade de direito e de fato, política, econômica e social ao mesmo tempo, é a justiça?. BAKUNIN, Mikahil. O Programa da Fraternidade. As comemorações no dia 08 de março pelo Dia Internacional da Mulher tiveram início oficialmente em 1922, mas remontam a episódios anteriores não apenas de celebrações, mas de lutas encampadas por mulheres em diferentes países. Desses episódios, o mais conhecido é a greve dos operários têxteis de Nova York que durou de novembro de 1909 a fevereiro de 1910. Do total de grevistas, 80% eram mulheres e por isso essa foi considerada a primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando suas condições de vida e trabalho. Outro episódio bastante conhecido foi o incêndio que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company, uma fábrica têxtil que empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas. Fugindo do fogo, muitas trabalhadoras morreram ao pularem das janelas e algumas morreram nas próprias máquinas. Houve 146 vítimas fatais, sendo 125 mulheres e 21 homens. No funeral coletivo, ocorrido em dia 05 de abril, compareceram cerca de 100 mil pessoas. Outro movimento de luta importante na história do 08 de março foi a greve de tecelãs e costureiras que explodiu em 1917, em Petrogrado, na Rússia. Nesse dia, um grande número de mulheres operárias saiu às ruas em manifestação por pão e paz e declararam-se em greve. Antes dos episódios mencionados acima, algumas manifestações pelo dia da mulher já haviam ocorrido, como a do "Woman's Day?, na cidade de Chicago, em 1908. Essas manifestações, embora denunciassem a exploração e a opressão contra as mulheres, defendiam, com destaque, o voto feminino e o empoderamento das mulheres em relação aos homens,, ou seja, uma perspectiva burguesa de liberdade política que não estava associada à igualdade econômica e social. Tal perspectiva é a que norteia, ainda hoje, às ações de combate às desigualdades entre homens e mulheres desenvolvidas por muitos partidos de esquerda, como PSOL e PSTU, que utilizam o parlamentarismo burguês como esfera de ação, fomentando a ilusão de que o voto é um instrumento de luta das trabalhadoras. Após quase um século, as desigualdades sociais que atingem tanto homens quanto mulheres se perpetuam. No Brasil, a exploração sobre os trabalhadores, especialmente às mulheres, se intensificam no contexto do neoliberalismo e da concentração de capitais nas mãos da burguesia. As mulheres, especialmente as negras, constituem o segmento da sociedade brasileira que se encontra mais precarizada, como é revelado na tabela a seguir. Os dados de rendimento médio da ocupação principal evidenciam as desigualdades de gênero e raça, mostrando a dupla discriminação sofrida pelas mulheres negras no mercado de trabalho. Segundo dados do Ipea mulheres e negros juntos apresentam os maiores níveis de desemprego ? 11% e 7,1%, respectivamente, comparados a 6,4% entre homens e 5,7% entre brancos. Vale ressaltar ainda que os homens ocupam mais postos de trabalho com carteira de trabalho assinada. Segundo dados do IBGE de 2008, no que se refere a trabalho formal, a desigualdade persiste. Em janeiro do mesmo ano, entre as mulheres ocupadas, apenas 37,8% tinham carteira assinada em empresa do setor privado. Conclui-se, portanto, que a liberação burguesa da mulher em nada contribui para a construção de uma sociedade justa e igualitária. A liberdade que desejamos não está vinculada apenas ao gênero, mas à luta de classes. Não queremos a ?liberdade? de competir e usufruir do poder exercido pelos homens. A emancipação integral dos trabalhadores, mulheres e homens, só é possível no socialismo. A revolução da qual todos devem participar é a revolução social capaz de destruir o Estado e o capital. As organizações e partidos que não possuem um projeto político revolucionário apenas tentam realizar no plano das lutas a liberdade concedia pala classe dominante às mulheres, inclusive, a liberdade de reafirmar e reproduzir o poder da burguesia sobre o conjunto dos trabalhadores. Assim, o 08 de março não é o dia de qualquer mulher, principalmente daquela que a mídia burguesa apresenta como referência de modo a garantir a reprodução de um padrão de beleza e comportamento impostos às mulheres como parte de uma política machista de controle produzida pela sociedade. A referência para este 08 de março não deve ser o liberalismo burguês, mas as lutas combativas de milhares de mulheres que como na Rússia revolucionária saíram às ruas em greve por uma sociedade justa, igualitária e socialista. Viva o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!
Email:: unipa_net@yahoo.com.br URL:: www.unipa.cjb.net
Fonte: CMI Brasil

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