Fausto Macedo
O empresário Marcos Valério, operador do mensalão - esquema de compra de votos de parlamentares da base aliada do governo Lula no Congresso -, foi preso ontem pela Polícia Federal em Belo Horizonte acusado de envolvimento em uma trama de corrupção ativa e passiva, fraudes fiscais e formação de quadrilha para extorsão de empresários em débito com o Fisco. A Operação Avalanche, desencadeada por ordem da Justiça Federal, levou à prisão outros 16 acusados, entre eles o advogado Rogério Lanza Tolentino, sócio de Valério, e dois delegados federais, Silvio Salazar e Antonio Vieira Hadano, ambos da Delegacia da PF em Santos.
Avalanche, segundo a PF, porque a investigação começou com um corriqueiro caso de suspeita de corrupção policial em São Paulo - agentes da PF estariam exigindo R$ 3 milhões do empresário Farmésio Flávio de Carvalho, do ramo de alimentos - e cresceu de tal forma que envolveu policiais federais, empresários, policiais civis, advogados, despachantes aduaneiros, servidor da Receita e importadores.
A organização era dividida em três núcleos - o de extorsão, de fraude fiscal e da espionagem, este integrado por Valério e Tolentino. Além das 17 prisões - 13 delas em São Paulo, 4 em Minas -, a PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, 24 no Estado de São Paulo, 8 em Minas e 1 no Espírito Santo.
Na residência da advogada Eloá Leonor da Cunha Velloso, em Belo Horizonte, a PF recolheu R$ 700 mil em dinheiro. A prisão de Valério tem caráter temporário por 5 dias.
Avalanche teve início há um ano, quando a Procuradoria da República e a Inteligência da PF descobriram o sumiço de R$ 600 mil apreendidos em operação no Bingo Matarazzo. Dois agentes federais foram pilhados exigindo R$ 3 milhões de sua vítima para não enquadrá-la em inquérito. Os policiais tinham ligações com esquema de importações fraudulentas.
Em 13 de agosto, a PF interceptou no Aeroporto de Sorocaba (SP) o advogado Ildeu da Cunha Pereira, de posse de R$ 1 milhão que seria destinado aos delegados em Santos. A PF apurou que Ildeu e Eloá foram contratados por Marcos Valério para provocar abertura de um inquérito forjado contra dois fiscais da Fazenda estadual: Antônio Carlos de Moura Campos e Eduardo Fridman. A meta da organização era desmoralizar os fiscais que haviam autuado a Praiamar Indústria, Comércio e Distribuição Ltda., do Grupo Cervejaria Petrópolis, em R$ 104,54 milhões por sonegação de tributos.
O plano para difamação dos fiscais do Tesouro paulista teve participação decisiva de Valério: segundo a PF, o empresário do mensalão era o coordenador do esquema. "Valério era conselheiro da empresa (cervejaria)", informou o delegado Leandro Daiello Coimbra, superintendente regional da PF em São Paulo.
"Dava ordens de pagamento, anuía ou não com os valores a serem pagos e estabelecia a estratégia a ser seguida", informou a PF em relatório à Justiça. Valério e Tolentino "defendiam interesses alheios, determinando as diretrizes do grupo em benefício da Cervejaria Petrópolis, localizada em Boituva (SP), tendo como finalidade principal macular a conduta dos agentes de fiscalização e desmerecer o auto de infração".
"Ambos respondem a ação penal, tanto na Justiça de primeiro grau, como também no Supremo Tribunal Federal e, mesmo assim, continuam a incidir em práticas criminosas, o que demonstraria o desrespeito à Justiça e crença na impunidade", argumenta a PF. "As formas pelas quais as orientações eram repassadas (por Valério) se davam através de contatos telefônicos, e-mails, torpedos e utilização de mensageiros."
Em diálogo interceptado, Valério diz ao advogado Ildeu da Cunha que "o rapaz gostou", referindo-se à cópia do inquérito que lhe havia sido enviada e que repassou provavelmente ao dono da Petrópolis.
"No dia em que seria realizado o pagamento foram interceptados diálogos entre Ildeu e Marcos Valério, sendo possível concluir-se, pelo conteúdo deles, que a importância seria obtida por Marcos junto ao dono da cervejaria, tendo sido entregue, por fim, ao advogado", assinala a juíza Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O procurador da República Roberto Diana requereu a prisão temporária do empresário Walter Faria, da Petrópolis, mas a juíza não aceitou.
Fonte: O Estado de Sao Paulo
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