Souto critica campanha do PT em Salvador

Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
O ex-governador Paulo Souto, presidente estadual do Democratas, reagiu ontem contra a campanha que o PT vem fazendo neste segundo turno na disputa pela prefeitura de Salvador. A reação veio depois que ele acompanhou os programas eleitorais e principalmente o debate realizado anteontem à noite na TV Bandeirantes entre os candidatos Walter Pinheiro (PT) e João Henrique (PMDB). Em nota distribuída à imprensa, o ex-governador declarou que ficou absolutamente convicto de que o seu partido tomou a posição mais acertada ao apoiar a reeleição do prefeito João Henrique. “A campanha do PT está mostrando claramente que o partido não tem limites e usa todas as armas para chegar ao poder, ainda que sejam práticas condenáveis”, afirmou. Para o ex-governador, os direitos individuais estão sendo flagrantemente desrespeitados na campanha petista com o uso desautorizado e indevido das imagens de adversários, sempre acompanhado de tentativas de ridicularizá-los. “Não se respeita sequer a sua ausência para afirmações completamente falsas, com o objetivo de iludir os eleitores. Trata-se da negação completa dos princípios democráticos, supostamente defendidos pelo partido e pelo candidato. O que demonstra o perigo da concentração do poder num partido com essas características”, reforçou. Paulo Souto disse ainda que o candidato do PT mostrou o seu viés autoritário e a sua dificuldade de convivência com adver-sários, quando usou a expressão “banir essa gente”, quando tratava simplesmente de uma disputa eleitoral num sistema democrático. “Em qualquer dicionário, banir significa expulsar da pátria, expatriar, desterrar, expulsar ou excluir de uma sociedade, afastar, afugentar, eliminar, proscrever, abolir. É isso exatamente o que pensa o candidato do PT sobre o que pretende com os adversários políticos. Falta muito pouco para que pretenda executar ou fuzilar”, acrescentou o ex-governador, demonstrando a sua indignação com o fato.(Por Evandro Matos)
Partido vetou a vinda da Ford
O democrata ficou estarrecido também com a afirmação do candidato do PT de que ele teria perseguido Salvador em seus mandatos como governador. “Isso é leviandade e falta de compromisso com ética política. A população da Bahia e de Salvador me conhece bastante para repelir essa declaração insultuosa”, declarou. “O PT, agora no governo, não está investindo em Salvador com recursos próprios do Estado, como nós investimos. Basta comparar”, disse Souto, devolvendo as criticas. Para provar o seu trabalho em Salvador, o ex-governador citou o Bahia Azul, “o maior programa de saneamento ambiental do Brasil com recursos estaduais, que elevou de pouco mais de 20 para quase 80% a cobertura do esgotamento sanitário em Salvador, cujo financiamento quase foi sabotado pelo partido do candidato petista e seus atuais correligionários”. Ele citou ainda o Viver Melhor, “responsável por um programa de implantação de infra-estrutura em bairros populares e construção de moradias, reduzindo substancialmente as áreas de risco de Salvador e cuja terceira fase, com recursos disponíveis desde o final de 2006, ainda não estão sendo aplicados”. Paulo Souto citou também a Maternidade do Pau Miúdo, “permitindo mais dignidade às mulheres de Salvador”, além do Instituto do Coração da Bahia. Ampliando as suas críticas, ele denunciou: “Está aí, há quase dois anos sem ser concluído, o Projeto Orla, iniciado em minha gestão e com recursos disponíveis que não são aplicados. Estão aí os modernos equipamentos de comunicação das polícias Civil e Militar, adquiridos no meu governo e até hoje ainda não totalmente instalados”. Invertendo as críticas, o ex-governador disse que “perseguição a Salvador quem fez foi o PT, cuja bancada na Assembléia Legislativa, por mero capricho político, votava sistematicamente contra todos os financiamentos destinados a obras e serviços na capital, tentando prejudicar o governo do Estado. Ou a bancada federal do PT, que tentou impedir a vinda da Ford para a Bahia, empresa que está em Camaçari, mas que tem forte influência em nossa capital”. Por fim, o presidente do Democratas pediu “toda a atenção da população para que considere sob suspeição a campanha do candidato do PT, tal a falta de compromisso com a verdade que a tem norteado”.(Por Evandro Matos)
Prefeito acusa adversário de divulgar fato inverídico
A assessoria jurídica do candidato a reeleição, João Henrique (PMDB), ingressou com pedido de direito de resposta contra a propaganda do candidato Walter Pinheiro (PT) que denunciou suposta ilegalidade no uso de um ônibus da empresa Barramar para transportar militantes. A representação acusa Walter Pinheiro de divulgar fatos sabidamente inverídicos. “Houve celebração de contrato de aluguel por parte do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), tendo sido acertada a regular utilização de ônibus para transporte de passageiros”, afirma o advogado do peemedebista, Manoel Guimarães Nunes, na sua peça de defesa encaminhada ontem à Justiça Eleitoral. O advogado anexa à representação três contratos de locação de ônibus assinados pelo diretório do PT de Salvador mostrando que esta prática normal de alugar transporte coletivo para o deslocamento de militantes é comum e feita pelos próprios denunciantes. No dia 5 de agosto deste ano, por exemplo, o PT firmou com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setps) um contrato para a locação de 21 ônibus e em 18 de junho foram fretados 100 ônibus. Durante a campanha do governador Jaques Wagner também houve contrato com a Setps, assinado em 12 de agosto de 2006. “A imagem veiculada na propaganda de Walter Pinheiro retrata a celebração regular de contrato e não um crime eleitoral, como eles afirmam na tentativa de iludir o eleitorado soteropolitano”, ressaltou Manoel Nunes, concluindo: “A notícia veiculada na programação televisiva do PT de Salvador está marcada por evidente má-fé, devendo ser alvo de repúdio por parte desta Justiça Eleitoral”. O pedido de Direito de Resposta se estende a outro bloco do mesmo programa eleitoral de Walter Pinheiro no qual ele denuncia a paralisação da segunda etapa da obra do metrô. “Desconsidera-se o fato de que as obras do metrô estão em plena atividade, o que faz com que seja aguardada para breve a sua inauguração, e que foi o governo federal que determinou a realização da obra em duas etapas”. A representação do PMDB lembra que a decisão do governo federal deveu-se a irregularidades “formais e materiais” encontradas durante a realização da obra pelo governo passado, de Antônio Imbassahy, que provocaram a alteração do cronograma por orientação do Tribunal de Contas da União. Documentos foram anexados à representação comprovando que João Henrique corrigiu as irregularidades e está tocando a obra conforme a determinação do TCU e do governo federal. “Tais circunstâncias foram desconsi-deradas na propaganda”, criticou o advogado.
Wagner sobre Pinheiro e João : “Você adora seu vizinho, mas ama seu filho”
Figura mais aguardada no segundo Comício da Vitória - realizado pela coligação Salvador - Bahia - Brasil, do candidato Walter Pinheiro - o governador Jaques Wagner declarou que, diferentemente da sua postura do primeiro turno, quando preferiu se manter neutro frente à disputa entre três candidatos de partidos aliados, está de corpo e alma na campanha de Pinheiro. “Estar aqui é mostrar de forma clara e declarada que meu candidato à prefeitura de Salvador é Pinheiro. Só não me esperem em caminhadas, carreatas, porque sou governador do Estado e não posso fazer o trabalho da militância”, disse. Ao ser questionado sobre o futuro da sua relação com o prefeito candidato à reeleição João Henrique Carneiro (PMDB), Wagner disse que continua a mesma. “Eu e João Henrique não somos adversários, muito menos inimigos. É aquela questão, “você adora seu vizinho, mas ama seu filho.” A identidade com Pinheiro é uma questão de alinhamento. E quando falo em alinhamento, não estou falando em soldadinho de chumbo, de subserviência, que é coisa do passado. Pinheiro não é subserviente a mim, como eu não sou ao presidente Lula. Mas é claro que temos alinhamento de idéias, essa é a nossa verdade e eu sei de onde brota a verdade de Pinheiro, por isso ele é meu candidato”, declarou. Sobre as trocas de farpas entre os candidatos, o governador disse que faz parte do jogo. Quando questionado sobre a sua posição em relação a aliança de João, que é da sua base aliada, com o deputado federal ACM Neto, Wagner foi bastante sucinto. “Quem tem que falar sobre isso é João, não eu. Agora, os motivos para ele (Neto), que criticava tanto a atual gestão, mas resolveu apoiar João, só ele sabe. Devem ser motivos da alta política”, alfinetou. (Por Carolina Parada)
João e Pinheiro cravam embate de 44%, diz Ibope
O Ibope divulgou ontem à noite a primeira pesquisa sobre a eleição de Salvador neste segundo turno. De acordo com o levantamento, os candidatos João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) estão rigorosamente empatados. Na aferição divulgada pelo Ibope, o prefeito João Henrique está com 44% das intenções de voto, o mesmo percentual do candidato do PT, deputado Walter Pinheiro. Ainda de acordo com o levantamento, 4% dos eleitores estão indecisos e 8% declararam que vão anular o voto. Na avaliação dos votos válidos, os dois candidatos também estão empatados, com 50% para cada um. O Ibope ouviu 805 pessoas nos dias16 e 17 deste mês em vários bairros de Salvador. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 4357/2008. O resultado surpreendeu os dois candidatos.Segundo assessores de João Henrique,o Ibope tem se caracterizado por manipular os números e, mais uma vez, conforme eles isso ficou comprovado. “ O embate de 44% entre os dois prefeituráveis soa como se o instituto não quisesse comprometer. Definitivamente, a pesquisa não merece crédito”.O próprio João Henrique e o ministro Geddel Vieira Lima já anunciaram que entrarão com representações contra o Ibope,que desde o primeiro turno tem agido de maneira parcial”.Já para assessores de Walter Pinheiro (PT), a pesquisa reflete o atual momento político, embora o petista acredite que já tenha ultrapassado João Henrique. Ambos os prefeituráveis dizem aguardar agora o resultado do Datafolha e do Vox Populi para uma comparação mais abalizada sobre a preferência do eleitorado da capital.
Fonte: Tribuna da Bahia