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sexta-feira, outubro 17, 2008

Abaixo a baixaria

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - À medida que se aproxima o dia 26 multiplicam-se as baixarias nas capitais onde haverá segundo turno, com ênfase para São Paulo, Belo Horizonte e Rio. Por coincidência, a iniciativa é dos perdedores. Para não fazer o jogo deles, importa não repetir as insinuações de Marta Suplicy sobre Gilberto Kassab, muito menos as grosseiras referências de Márcio Lacerda a Leonardo Quintão e nem a campanha dos assessores de Eduardo Paes em cima de Fernando Gabeira.
A natureza das coisas segue seu curso. O malogro dos três candidatos outrora bafejado pela malandragem de certos institutos de pesquisa revela mais do que o desespero deles. Demonstra que com o eleitor não se brinca. A cada agressão dos derrotados aumenta o percentual de votos dos vencedores. Melhor será esperar a voz das urnas, é evidente, mas torna-se cada vez mais evidente o resultado da eleição do último domingo do mês nas capitais de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro.
Bem-feito para eles e seus padrinhos. Se alguma lição fica para 2010 é de que o povo cansou do estilo soberbo daqueles que imaginam agir em seu nome. Kassab, Quintão e Gabeira configuram a resposta. Pode ser que às vésperas da votação venham a surgir números fajutos, anunciando terem os derrotados se aproximado dos vencedores. Nada mais do que uma tentativa inútil de influenciar indecisos. Nessas horas, é bom parafrasear Nelson Rodrigues: há milênios estava escrito quem ia ganhar...
É bom parar com a enganação
Dá um certo enjôo assistir à propaganda oficial que insiste em mostrar como o Brasil dribla a crise mundial, porque dois milhões de novos empregos foram criados este ano. Primeiro porque não revelam o número dos que foram demitidos no mesmo período.
Depois porque, ao desligar as telinhas e sair para a rua, o cidadão comum depara-se com número cada vez maior de pedintes, biscateiros e desempregados vendendo toda sorte de produtos nos semáforos e nas esquinas, de óculos a panos de prato, de mel a sacos de lixo. Crianças aos montes aglomeram-se perigosamente entre carros e ônibus. Deficientes físicos estendem as mãos e a mídia eletrônica continua apresentando reportagens ilusórias sobre como determinado jovem conquistou trabalho.
Pensam que o povo é bobo, no afã de conquistarem mais contratos de publicidade junto ao governo e empresas públicas. Apresentam um país de faz-de-conta, impedindo seus repórteres de buscar números reais como, por exemplo, quantos brasileiros perderam seus empregos no mês de setembro, desde que a crise eclodiu.
Os malandros permanecem
Na Inglaterra e até nos Estados Unidos as centenas de bilhões injetados nos bancos e no sistema financeiro começam a impor uma contrapartida: a demissão dos diretores dos estabelecimentos à beira da falência ou a redução drástica de seus milionários vencimentos e participações na anterior farra especulativa.
E aqui? Aqui, nossos malandros vão bem, obrigado. Nenhuma iniciativa foi sequer sugerida pelo Banco Central ao liberar imensas quantias em nome da preservação do sistema. Os donos do cassino continuam girando as roletas sem que o governo se anime sequer a responsabilizá-los.
Do outro lado do mundo o presidente Lula esbraveja, ameaçando retornar com os níveis anteriores dos depósitos compulsórios, caso os bancos permaneçam restringindo o crédito. Nada faz a equipe econômica, porém, para impedir que os recursos agora liberados sejam utilizados para a compra de títulos públicos, isto é, para a mesma especulação de sempre.
Os preços começaram a subir, já atingem o bolso e as economias do cidadão comum, mas para ele nem se imagina uma redução de taxas e impostos. Só para os bancos, cujos dirigentes podem ser encontrados em seus luxuosos gabinetes ou nos mais sofisticados restaurantes de São Paulo, Rio e outras capitais.
Seria bom se Mantega, Meirelles e companhia atentassem para a importância de dar à opinião pública uma satisfação que fosse, senão revelando de público o nome dos malandros, ao menos determinando que suas despesas privadas não saíssem mais dos cofres de suas empresas. Tantas medidas provisórias inócuas e desnecessárias têm sido enviadas ao Congresso que uma desse quilate até que injetaria um pouco de ânimo na sociedade.
Puxão de orelhas
Lá na Índia, o presidente Lula foi informado de que a senadora Ideli Salvatti quase entornou o caldo dos entendimentos para a presidência do Senado ao precipitar o lançamento do senador Tião Viana para suceder Garibaldi Alves.
O presidente Lula não gostou nem um pouco e até pensou em passar uma reprimenda de viva voz na senadora, mas depois desistiu, fosse pela agenda apertada, fosse para economizar alguns dólares que custaria o telefonema.
Mesmo assim, se ainda não sofreu um puxão de orelhas, Ideli pode preparar-se para atender a chamada local da ministra Dilma Rousseff. Afinal, não estava sendo nada fácil dobrar a resistência dos senadores José Sarney e Renan Calheiros. Agora, ficou pior.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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