A solenidade para selar a aliança do PMDB com o PTB e confirmar o nome do professor Edvaldo Brito para formar chapa com o prefeito João Henrique, acontecida ontem no final da manhã, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores, foi marcada por algumas surpresas e um forte discurso do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Ao usar da palavra o ministro falou rapidamente da sua experiência política “apesar dos poucos anos” e disse já estar amadurecido para perceber quando estava “entrando numa canoa furada”. Geddel voltou a reafirmar a sua lealdade ao governador Jaques Wagner, mas as suas palavras tinham como pano de fundo cobrar também uma lealdade do PT, que trabalha para lançar um candidato para concorrer com o prefeito João Henrique.
Entusiasmado e contundente, o ministro foi longe no seu discurso. “É com este sentimento que estou sentindo o cheiro da vitória com a vinda de Edvaldo Brito, por ser um homem de dignidade e firmeza. Por isso, não tenho dúvida que o povo de Salvador quer João Henrique outra vez”, disse. Geddel respondeu com firmeza às recentes críticas do ex-prefeito Antônio Imbassahy (PSDB) à atual administração municipal.
“É hora de analisar o discurso e o comportamento de cada um”, disse, iniciando uma série de críticas a Imbassahy. “É como se ele não tivesse nada a ver com o que está aí. As críticas do ex-prefeito não se sustentam em fatos reais”, desqualificou.
Geddel acusou Imbassahy de ter governado para os ricos e ter deixado várias obras sem realizar, como o Metrô. “O metrô não saiu do lugar. Que autoridade tem o ex-prefeito para falar de alagamento em Salvador?” indagou o ministro. Geddel acusou ainda ao ex-prefeito Imbassahy de conseguir se projetar na política na base do apadrinhamento, citando as suas passagens pela Eletrobras, Assembléia e o governo do Estado. “Ele quer conseguir Salvador virando esta página”, cutucou.
O discurso do ministro roubou mesmo a cena da solenidade de formalização da aliança do PMDB com o PTB. Geddel criticou também o pré-candidato do Democratas, ACM Neto, zombando de sua propaganda na televisão. “Tem outro aí que anda dizendo: precisamos de soluções novas. Claro que precisamos”.
Mas o ministro não deixou de mandar um recado ao PT, dizendo que precisava por o “dedo na outra ferida”. E desafiou: “Quem vai criticar a Saúde de Salvador? Quem ocupou o cargo por três anos e fez o que fez? A Saúde agora está se recuperando com o secretário José Carlos Brito”.
Completando o leque de estocadas, o ministro referiu-se a Lula como “meu amigo”, revelando que “o presidente me confidenciou que João Henrique será seu parceiro aqui em Salvador”. (Por Evandro Matos)
Prefeito revela segredo do presidente Lula
A grande surpresa do discurso do prefeito João Henrique foi ele ter confessado que o presidente Lula havia lhe revelado um segredo “mas que eu não posso contar para vocês”. Contudo, sem querer querendo, o prefeito acabou revelando o que disse ser segredo, para riso de todos. “Quando esteve aqui em Salvador o presidente me disse que preferia que ‘os seus’ estivessem do nosso lado”, numa alusão à debandada dos petistas, que agora tentam construir uma candidatura própria para disputar o Palácio Thomé de Souza.
Logo no inicio do seu discurso o prefeito João Henrique revelou que o ministro Geddel Vieira Lima era “o grande arquiteto da aliança que estava sendo costurada para a sua reeleição”. Pelas suas contas, a aliança já conta com o PMDB, PDT, PTB, PP, PRTB, PHS e PSL. “Mas esta semana deveremos anunciar outros partidos”, adiantou. Sempre citando o nome de Geddel, João Henrique exaltou-o como “Ministro de Energia da Bahia”, numa alusão à sua força e trabalho por Salvador e todo o estado. O prefeito destacou ainda que Salvador já recebeu mais de 200 obras do ministério da Integração Nacional, lembrando também do ministério das Cidades, que é administrado pelo PP do deputado Mário Negromonte, nome bastante comemorado durante a solenidade.
João Henrique também não deixou de criticar os seus adversários “que passaram mais de vinte anos à frente da prefeitura e não fizeram nada”. O prefeito enumerou os principais problemas que a cidade vem passando e listou conquistas do seu governo como o Céu, o Samu e a futura implementação da Guarda Municipal para também cutucar os seus opositores. “Por que durante todos estes anos eles não fizeram isso?”, indagou.
Sobre a aliança com o PTB e formação da chapa com o professor Edvaldo Brito, o prefeito mostrou-se bastante contente. Para ele Salvador ganha uma chapa com bastante experiência. “É uma aliança de partidos para governar pela maioria. Diria que é uma chapa de dois prefeitos disputando a prefeitura de Salvador. É a chapa dois em um”, filosofou, arrancando risos da platéia
O professor Edvaldo Brito fez um discurso curto, revelando que “atendi ao chamamento do PMDB a partir dos contatos com os dois presidentes do meu partido, Jonival Lucas e Benito Gama”. Brito disse aos trabalhistas que “estava pronto para fazer um trabalho árduo para afastar os embusteiros do caminho”. Sobre os comentários negativos lançados na cidade sobre a sua decisão, ele não deixou por menos. “Que venham quente que eu estou fervendo. Eu fui a São Paulo mostrar a capacidade da Bahia”, justificou.
Além do Senador João Durval (PDT), do vice-governador Edmundo Pereira (PMDB) e do presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, a solenidade que selou o acordo com PTB foi prestigiada também pelos presidentes dos partidos aliados ao prefeito João Henrique como os deputados federais Severiano Alves (PDT) e Mário Negromonte (PP), Eliel Santana (PSL), Jonival Lucas (PTB), José Raimundo (PRTB), além dos deputados federais Marcos Medrado (PDT), Sérgio Brito, Colbert Martins e Marcelo Guimarães Filho (PMDB), João Leão (PP), os estaduais Arthur Maia, Marizete Pereira, Luciano Simões e Ferreira Ottomar (PMDB), de secretários estaduais e municipais, vereadores e lideranças.
O presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, era uma felicidade total. “É uma conquista maravilhosa. O PTB e outros partidos que já estão com o prefeito João Henrique também são da base do governo estadual. Isso mostra que nós estamos tendo capacidade de aglutinar, já que andaram falando que o prefeito não tinha esta capacidade”, comemorou Lúcio, logo na chegada. “Agora, vejo é que está entrando água na Frente de Esquerda”, provocou. O presidente do PRTB, José Raimundo, ao usar a palavra parabenizou ao prefeito João Henrique “por não ter entrado no PT e ter se livrado dele”, e, ao mesmo tempo, agradeceu aos petistas “por terem deixado a administração do prefeito”. Já Eliel Santana, do PSL, apostou numa vitória de João Henrique no primeiro turno.
Por outro lado, o deputado federal Severiano Alves foi o mais surpreendente dos aliados. Ele se disse muito tranqüilo em retornar o apoio ao prefeito João Henrique. “A nossa vinda não é passageira, é uma aliança sólida. Eu já falei com o ministro Geddel que pode contar com o nosso partido para o seu projeto político de 2010”, declarou. (Por Evandro Matos)
Guerra contra a democracia na rejeição às prévias do PT
No jogo de cartas marcadas que é a política - embora todos os seus atores queiram fazer parecer que tudo obedece a um processo transparente e natural -, a realização de prévias para escolha do candidato do PT à prefeitura de Salvador sofreu todo tipo de bombardeio. De instrumento festejado como o direito das bases de decidir os caminhos do partido, passaram a fator de divisão interna, que a todo custo deveria ser evitado.
Em nome de uma etérea busca do “consenso”, vozes autorizadas, como os pré-candidatos Walter Pinheiro e Luiz Alberto e o próprio governador Jaques Wagner, condenaram o que ao longo da história do PT sempre foi motivo do mais indisfarçado orgulho. A imprensa fez coro a essas opiniões, com o argumento adicional de que a indefinição atrapalhava os demais partidos “de esquerda” na formação de uma “frente” em condições de travar a batalha eleitoral de outubro.
“O PT é o maior adversário do PT” tem sido um chavão largamente repetido neste período, e agora, diante da adesão do PTB ao prefeito João Henrique e da perspectiva de o PPS indicar o vice de Antonio Imbassahy, profetas do futuro maleável se manifestam: “Eu não disse?”. Esquecem-se de uma verdade incontestável: o PT tem um calendário nacional definido estatutariamente, que desde muito tempo estabelecia prévias para o dia 18 de maio e, em caso de segundo turno, 2 de junho.
Todos os filiados, militantes, pré-candidatos, jornalistas e observadores da cena política conheciam essas duas datas, que foram criadas por um bom e simples motivo: se alguma seção municipal do partido não tivesse um candidato natural à prefeito, ao qual se chegasse sem maiores dificuldades, uma ampla eleição interna resolveria democraticamente o problema. Por que, então, fugir da realidade quando o impasse, como no caso de Salvador, se apresenta em toda a sua inteireza?
Goste-se ou não do PT e de seus métodos e desempenho, é o partido, no seu campo de atuação, de maior densidade na atual quadra histórica, e o único com estrutura e respaldo para comandar uma eventual coligação. Queiram ou não, às pequenas legendas cabe esperar seu posicionamento, e se diante da “demora” tomam direções até opostas à que se propunham é porque até então moviam-se apenas à base de veleidades ideológicas, pois outros interesses têm.
No plano interno, é curioso ver que as mesmas pessoas que cobravam celeridade na consumação da candidatura, para evitar danos a uma possível aliança, agora, sem cerimônia, subvertem o estatuto partidário e adiam as prévias por mais uma semana, que seriam duas se não fosse a resistência do grupo ligado ao deputado Nelson Pelegrino, a bem da verdade o único que sempre se mostrou disposto a submeter-se ao julgamento da militância.
O secretário-geral do PT de Salvador, Edísio Nunes, um dos articuladores da candidatura Pelegrino, disse ontem à Tribuna que não há como evitar as prévias do próximo domingo. O adiamento decidido pelo Diretório Municipal, segundo ele, “desrespeita pela primeira vez uma regra nacional”, mas foi aceito para evitar uma crise no partido. “Se as prévias fossem realizadas no dia 18”, explicou, “nós ganharíamos, mas não levaríamos, porque certamente o outro lado iria cruzar os braços”.
Nunes disse que seu grupo atendeu, na reunião, a uma ponderação do ex-secretário da Reparação, Gilmar Santiago, também membro do Diretório, que alegou falta de tempo do pré-candidato Walter Pinheiro para se preparar. (Por Luis Augusto Gomes)
PPS mantém candidatura de Kertzman
A respeito de notícias que circularam na imprensa neste fim de semana, a partir de fonte não autorizada e não identificada, o presidente do diretório municipal de Salvador do PPS, vereador Virgílio Pacheco, afirmou ontem que o partido não celebrou qualquer acordo com o PSDB para indicar o candidato a vice-prefeito numa coligação com os tucanos. Virgílio declarou que o PPS mantém a candidatura de Miguel Kertzman à prefeitura de Salvador. “Havendo qualquer outra decisão o PPS comunicará, com muita transparência, à sociedade e à imprensa”.
Virgílio destacou que o PPS tem compromissos com a cidade, e por isso mantém conversação com os partidos do campo progressista e da base do governo Wagner, buscando a melhor alternativa para a administração da cidade. “Temos conversado com o PSDB, do mesmo modo que estamos dialogando com todos os partidos do campo progressista, trocando impressões com o objetivo de obter o melhor resultado para Salvador”, disse Virgílio Pacheco, destacando que “as conversas continuam, mas Miguel Kertzman continua sendo o candidato do partido ao Palácio Thomé de Souza”.
Virgílio Pacheco, que recebeu carta branca da executiva do PPS para coordenar o processo sucessório municipal, acentuou que “o PPS está mais unido do que nunca, neste momento em que as questões são colocadas com transparência, aproveitando inclusive o entusiasmo da militância, que vê o crescimento do partido na mídia e na vida política da cidade”. O presidente da executiva municipal do PPS afirmou que “todas as decisões têm sido tomadas em harmonia e convergência, de forma democrática”. Segundo Virgílio, divergência só existe na mente de quem está insatisfeito com o crescimento do PPS e tem a intenção de tumultuar a vida do partido.
Fonte: Tribuna da Bahia
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