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sexta-feira, maio 02, 2008

Alianças entre DEM e PMDB invadem redutos do PT na Bahia

Coligações entre os dois partidos não acontecerão apenas em São Paulo


Cíntia Kelly
Apesar da determinação nacional de que o PMDB deve apoiar, preferencialmente, candidatos dos partidos da base do presidente Lula, os peemedebistas vão firmar acordos eleitorais com siglas adversárias ao Planalto em grandes cidades, como São Paulo, e em municípios menores, o que ocorrerá também no interior da Bahia. Em São Paulo, o PMDB já fechou questão e vai apoiar a candidatura à reeleição do democrata Gilberto Kassab. Na Bahia, a parceria entre as duas legendas deverá ocorrer em municípios importantes, a exemplo de Vitória da Conquista.
Na cidade mais importante do sudoeste da Bahia, onde o PT tem a candidatura do deputado federal Guilherme Menezes, os peemedebistas deverão, avisa o presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, apoiar o deputado estadual Clóvis Ferraz (DEM). A pré-candidatura do democrata foi lançada na semana passada, com a presença de figuras ilustres do Democratas, a exemplo do presidente da sigla na Bahia, o ex-governador Paulo Souto, e dos deputados federais Antonio Carlos Magalhães Neto e José Carlos Aleluia.
A campanha de Clóvis Ferraz já tem, inclusive, mote. “Vamos usar o mesmo que o governador (Jaques Wagner) usou na eleição de 2006, que deve haver a alternância de poder”, disse Lúcio Vieira Lima. Em Conquista, o PT já está em sua terceira administração consecutiva. Nas eleições de 2006, tanto Wagner quanto Lula foram derrotados no município para Paulo Souto e Geraldo Alckmin, respectivamente.
Camaçari - Em Camaçari, onde o PMDB atualmente participa da administração do prefeito Luiz Caetano (PT), a tendência é que também haja uma parceria entre peemedebistas e democratas. Para Lúcio Vieira Lima, o PT da cidade que detém o posto de maior economia do estado não tem dado bola ao seu partido. “Estamos conversando com o prefeito, mas o que estamos sabendo é que eles estão fechando aliança com o PSDB, o que, por sinal, contraria o discurso do presidente do Partido dos Trabalhadores na Bahia, Jonas Paulo, que afirmou que o PT deve se aliar a legendas da base do presidente Lula, e este não é o caso”, alfineta Lúcio Vieira Lima.
Numa contra-ofensiva, o presidente do PMDB avisa: muito possivelmente vai fechar aliança com o pré-candidato do DEM, o ex-prefeito José Tude. “Já estamos conversando e muito provavelmente vamos fechar”, revela o presidente do PMDB baiano. O nome do PMDB para compor com Tude é do deputado estadual Ferreira Ottomar, que nas eleições municipais passadas desistiu da sua candidatura, nos 45 do segundo tempo, para apoiar Caetano.
Em Itiúba, o DEM será cabeça de chapa, informou Lúcio Vieira Lima. “Lá, o deputado (estadual) Luciano Simões tem problemas com a atual prefeita, que é do PT. Então, nós vamos apoiar Netinho, o candidato do DEM”, explicou Lúcio Vieira Lima. Já em Itabuna, onde a disputa eleitoral é acirrada, a tendência é que aconteça o inverso. “Fizemos uma pesquisa recente que mostra que o nosso candidato (deputado estadual Fábio Santana) está em primeiro lugar. Em segundo está o candidato do DEM, doutor Azevedo. Neste caso vamos querer a cabeça de chapa. Mas, para isso, as conversas são necessárias”.
O presidente do PMDB provoca. “O PT não usou a história da panelinha para desbancar a administração do PFL? Vamos fazer o mesmo em Itabuna. Vamos mostrar à população que está na hora de acabar com a panelinha. Na verdade, um panelão, já que tem marido e mulher no meio”, disse, referindo-se ao secretário Geraldo Simões (Agricultura), que abriu mão da candidatura para apoiar a esposa, Juçara Feitosa.
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ACM Neto busca o apoio do PR
O Democratas da Bahia vê com bons olhos alianças eleitorais entre o partido e o PMDB. “O quadro político da capital paulista, onde o PMDB já anunciou o apoio a Gilberto Kassab, pode se repetir em outras capitais e municípios do país. Isso mostra que o nosso partido pode, sim, fazer alianças com partidos que compõem a base do governo federal”, analisou ACM Neto, pré-candidato do DEM à prefeitura de Salvador.
ACM Neto tem defendido a pluralidade nos acordos partidários nas entrevistas que tem concedido à imprensa. “Mas as conversas devem levar em conta os interesses da cidade, e não acertos envolvendo cargos. Afinal, este foi o erro do atual prefeito (João Henrique Carneiro), que fez alianças com uma série de partidos e depois teve que dividir a prefeitura em feudos. Se ganharmos a eleição, vamos aproveitar os melhores quadros técnicos que os nossos aliados possam nos fornecer. Isso é o melhor para a cidade”, diz.
No caso de Salvador, ACM Neto tem dito que as conversas com o PMDB giram em torno do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e do presidente estadual peemedebista, Lúcio Vieira Lima. Entretanto, ao menos num primeiro turno, as duas siglas se enfrentarão na capital baiana, já que nenhuma das duas sinaliza com a possibilidade de desistir da disputa.
Republicanos - Além do PMDB, o DEM se move em direção ao PR, membro da base do governo Lula, como provável aliado nas eleições municipais deste ano. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, já iniciou os entendimentos com o PR paulista. Aqui em Salvador, as conversas já estão em curso, tendo dentre outros interlocutores o deputado federal Maurício Trindade e o senador César Borges, presidente dos republicanos no estado.
César foi escalado pela executiva estadual do PR para conversar com três pré-candidatos à prefeitura de Salvador: ACM Neto (DEM), Raimundo Varela (PRB) e Antonio Imbassahy (PSDB). Já Trindade, que teve mais de 70 mil votos nas eleições passadas em Salvador, sinaliza ter definido que irá mesmo apoiar ACM Neto, pois já tem participado de atos de pré-campanha do democrata.
No último fim de semana, os dois fizeram uma visita ao bairro de Fazenda Coutos, acompanhados do ex-vereador Wanete Carvalho (PP). Na ocasião, Trindade fez muitos elogios a ACM Neto, e muitas críticas ao prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) e ao antecessor, Antonio Imbassahy.
No interior, o PR está prestes a oficializar o apoio ao DEM em Feira de Santana, segundo município mais importante do estado. O candidato democrata lá é o deputado estadual Tarcízio Pimenta.
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Souto a favor de parceria
O presidente do Democratas da Bahia, o ex-governador Paulo Souto, já havia antecipado o quadro político atual quando há cerca de um mês disse que o seu partido estaria conversando com o PMDB e que a legenda do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, poderia ser aliada em vários municípios baianos. Ele só veta alianças eleitorais com o PT. Nacionalmente e regionalmente, o DEM baixou resolução proibindo coligações com petistas.
O próprio presidente Lula minimizou a distensão na sua base em São Paulo e disse que eleição municipal é uma coisa e sucessão presidencial outra. “A aliança do PMDB com o DEM em São Paulo está dentro do contexto municipal. Fazer aliança agora pensando em 2010 não tem lógica, não passa de especulação”, disse Lula.
Em Salvador, o DEM ficou animado com a aliança paulista Kassab e PMDB porque mostra a pluralidade das composições municipais e as amplas alternativas de coligações.
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Peemedebistas excluídos
Sem a presença do PMDB, dirigentes partidários do PT, PSB, PCdoB, PV, PPS e PHS se reuniram ontem no Hotel Marazul, em Salvador, para discutir políticas de alianças eleitorais em todo o estado. Segundo o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, ficou definido que os seis partidos tentarão costurar uma aliança já no primeiro turno das eleições em Salvador. “Chegamos ao entendimento de que só podemos ganhar a eleição em Salvador se estivermos juntos. Vamos trabalhar isso numa articulação permanente”, disse Jonas Paulo, que incluiu o PTB na lista de aliados preferenciais e excluiu o PMDB, “que não faz parte da frente de esquerda”.
O consenso parece difícil, já que só o PT tem quatro pré-candidatos: os deputados federais Nelson Pellegrino e Walter Pinheiro, o deputado estadual J.Carlos e o secretário de Promoção da Igualdade do governo baiano, Luiz Alberto. Além disso, o PSB tem como pré-candidata a deputada federal Lídice da Mata; o PCdoB lançou a vereadora Olívia Santana; e o PPS tem como pré-candidato Miguel Kertzman. Lídice e Kertzman compareceram à reunião de ontem.
No encontro, ficou acertado que todas as pré-candidaturas colocadas até o momento serão respeitadas, mas não são fixas. Os partidos reconheceram a liderança do PT _ por ser o partido do governador Jaques Wagner e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva _ mas apontam a necessidade de maio discussão sobre alianças.
Como resposta, os dirigentes do PT se comprometeram discutir a formação de alianças sem a obrigatoriedade do partido ser o cabeça de chapa. “Nós entendemos que, de fato, o momento é de avançarmos, não só em Salvador, como nas principais cidades do estado”, disse o presidente do PT Bahia, Jonas Paulo. Ele completou: “É fundamental construir o consenso no PT e nos partidos da frente, pois só assim teremos a condição objetiva de construir a vitória”.
Sobre o PMDB, Jonas Paulo afirmou que teve um encontro com dirigentes do partido esta semana. “Fizemos um mapeamento das cidades onde podemos convergir. Não rompemos com o PMDB por conta da questão de Salvador, onde a eleição é diferente por ter dois turnos”. Ele não quis comentar as alianças entre os peemedebistas e democratas em cidades como Vitória da Conquista. “Não vou comentar as alianças do PMDB. Sobre o DEM, o que posso dizer é que trata-se do nosso principal adversário”. Na reunião de ontem, os seis partidos decidiram, ainda, construir um fórum permanente, que terá a primeira reunião na terça-feira, em local a ser definido. O objetivo do fórum é estabelecer um cronograma que estabelecerá prazos para a definição de candidaturas, construção de coligações majoritárias e proporcionais e programa de governo. As siglas pretendem ainda fazer um seminário que analisará propostas comuns para Salvador.
Fonte: Correio da Bahia

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