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quarta-feira, janeiro 31, 2024

Dino se despede do governo, nega uso político da PF e rebate crítica dos Bolsonaros

 Foto: Marcos Oliveira/Arquivo/Agência Senado

Dino se despede do governo rumo ao STF31 de janeiro de 2024 | 12:23

Dino se despede do governo, nega uso político da PF e rebate crítica dos Bolsonaros

BRASIL

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, negou uso político da Polícia Federal e disse nesta quarta-feira (30) que no Brasil ninguém tem imunidade contra investigações.

A declaração foi dada em evento de despedida de Dino do ministério e dias após operação sobre a chamada “Abin Paralela” no governo Jair Bosonaro (PL) ter como um dos alvos Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio de Janeiro.

“O que me parece é que indevidamente há pessoas que querem uma espécie de imunidade de jurisdição”, disse Dino, sem citar o ex-presidente e seu filho.

O ministro disse que a PF não “inventa” investigações e que o órgão não poderia ignorar indícios de irregularidades na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). “O que a PF vai fazer? Fingir que não viu? Há denúncias de três anos atrás sobre o uso de equipamentos [na agência]”, disse Dino.

Na segunda-feira (29), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão para avançar na investigação sobre supostas irregularidades na Abin. A ação mirou pessoas que foram destinatárias das informações que teriam sido produzidas de forma ilegal pela agência de inteligência do governo federal.

Flávio e Eduardo Bolsonaro reagiram à operação, argumentando que a ação foi ilegal e cinematográfica.

O ministro também disse nesta quarta que o governo não espetaculariza ações de combate à corrupção.

Dino assumirá a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) em 22 de fevereiro. Antes, ele vai exercer por poucas semanas o mandato de senador. Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública será comandado por Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.

Raquel Lopes e Mateus Vargas/FolhapressPoliticaLivre

Sonho de petistas, Edvaldo pode ser o pesadelo dos governistas

 em 31 jan, 2024 9:19

Adierto de Souza

Sem nomes competitivos para disputar a Prefeitura de Aracaju, muitos petistas apostam num racha do grupo governista. Embora não confesse nem sob tortura, a turma da estrelinha vermelha reza que os liderados pelo governador Fábio Mitidieri (PSD) rejeitem o pré-candidato Luiz Roberto (PDT) e que, contrariado, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) chute o pau da barraca. Em isso ocorrendo, será meio caminho andando para o gestor aracajuano montar um palanque de oposição e aceitar um nome do PT como postulante a vice na chapa encabeçada por Luiz Roberto. Caso haja esse racha sonhado pelos petistas, será um pesadelo para os governistas, também carentes de nomes competitivos para disputar a Prefeitura de Aracaju. A maioria dos pré-candidatos da base do governo não passa de balões de ensaios sem gás suficiente para alçar voo. Ressalte-se que uma chapa PDT/PT será difícil de ser batida, principalmente por conta do grande volume de obras desenvolvida na cidade pela gestão de Edvaldo e pela falta de realizações da administração Mitidieri. Apesar do esforço, o governador ainda não tirou do papel a maioria das promessas de campanha. Portanto, é aguardar para ver se, em tendo o seu pré-candidato rejeitado, Edvaldo dá uma banana aos aliados de hoje e pula a cerca pras bandas da oposição. Marminino!

Prefeito censurado

O prefeito de Frei Paulo, Anderson de Zé das Canas (MDB), é figura censurada na Rádio Educadora/FM, pertencente ao ex-prefeito Arinaldo Filho (PL). E para provar que é persona non grata, o emedebista bateu na porta da emissora e exigiu direito de resposta às críticas feitas contra a sua gestão. A apelo não abalou os radialistas que se recusaram a entrevista-lo. Um deles, inclusive, insinuou que para falar na rádio, Anderson terá que recorrer à Justiça. É deveras lamentável que uma concessão pública faça ataque aos adversários e lhes negue o direito de defesa. Assim também já é demais também!

Boca suja

Não chamem para o mesmo regabofe o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), e o ex-aliado dele Manoel Sukita (PT). Ao saber que o petista lhe criticou por ter recusado prestigiar a inauguração da Rádio Mega/FM, o governador subiu nos tamancos. Após lembrar ter visitado Sukita três vezes na Penitenciária de Glória, o pessedista mandou o desafeto lavar a boca para falar no nome dele. Essa briga entre os dois começou em 2022, quando Sukita deixou de apoiar Mitidieri para subir no palanque do então candidato a governador Rogério Carvalho (PT). Crendeuspai!

Golpistas candidatos

Muitos bolsonaristas que ficaram semanas na porta do quartel do Exército, em Aracaju, pretendem se lançar candidatos a vereador agora em 2024. Resta saber se os eleitores conscientes vão sair de casa para votar em quem defendeu um golpe militar apenas porque o seu candidato a presidente foi rejeitado pela maioria dos brasileiros. E como esses mentecáptos opositores das urnas eletrônicas vão se submeter estes mesmos equipamentos nas eleições deste ano? Ora, se fizerem isso, admitem que as urnas são confiáveis. Tomara que, ao se anunciarem candidatos, tais energúmenos sejam reprovados pelos aracajuanos. Aff Maria!

Aposta na educação

O ministro Márcio Macêdo (PT) ficou entusiasmado com o sucesso que foi o encerramento da Conferência Nacional de Educação, na Universidade de Brasília (UNB). Com o tema “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”, o evento foi responsável por produzir diretrizes, metas e estratégias para os próximos 10 anos da educação no país. Macêdo prometeu continuar apoiando e estimulando a participação social para a construção das políticas públicas essenciais para o Brasil. Então, tá!

Terra dos contrastes

Sergipe é mesmo um estado cheio de contrastes. No passado, o principal cabaré da capital sergipana se chamava Vaticano e a Padaria Central ficava numa esquina. Na década de 50, um versinho dizia bem dos contrastes da terrinha: “Aracaju é terra de muro baixo/ Onde pitomba é fruta/ Candieiro dá choque/ Eng Fook Mau é ‘seo’ João/ E Shakespeare é Pipiu”. Home vôte!

Viveiros clandestinos

O Ministério Público Federal quer que a Administração Estadual do Meio Ambiente de Sergipe (Adema) negue licenças ambientais a viveiros de camarões em Nossa Senhora do Socorro, especialmente em áreas de manguezal. Na ação impetrada na Justiça Federal, o MPF também pede que a Adema seja obrigada a realizar, em 180 dias, estudos do impacto ambiental causado por esses criatórios. Segundo o Ministério Público, dos mais de 50 tanques de carcinicultura instalados naquele município, 33 não possuíam licenciamento ambiental. Misericórdia!

Pelo social

A Secretaria da Assistência Social de Aracaju lançou, ontem, o Plano de Desenvolvimento Socioeconômico do Trabalho Social da avenida Perimetral Oeste, Como ação estratégica, serão promovidos cursos em diversas áreas, como gestão de negócios, construção civil e automotivos. Ao todo, serão qualificados 360 profissionais com 18 cursos, além de mentoria para 28 empreendedores e 37 atividades comerciais. O prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) destacou que a obra da Avenida Perimetral é muito importante para a cidade, pois melhorará a mobilidade e será um novo vetor do desenvolvimento para Aracaju. Ah, bom!

Partidos sem votos

Os partidos estão na fase de atrair lideranças boas de votos em Aracaju visando se reforçarem para as eleições deste ano. Mal votadas nos pleitos 2020 e 2022, algumas legendas precisarão “contratar” praticamente um time inteiro, se quiserem fazer bonito na próxima disputa eleitoral. Entre estes nanicos ruins de votos se destacam os DC, PRTB, PSTU, etcétera e tal. Além de atrair candidatos proporcionais populares, as legendas com pouca ou nenhuma representação terão que costurar boas coligações majoritárias. Do contrário, vão repetir o fracasso eleitoral das últimas eleições na capital sergipana. Só Jesus na causa!

Itabaiana em festa

A cidade de Itabaina será palco, a partir de hoje, da Sealba Show, a maior feira do agronegócio dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe, esta é a maior vitrine do agronegócio da região, reunindo um grande público durante os três dias de realização e proporcionando negócios que somam mais de R$ 60 milhões. O prefeito de Itabaiana, Adailton Sousa (PL) revela que a Sealba atrai para a cidade milhares de turistas, movimentando o comércio e lotando hotéis, pousadas e restaurantes. Supimpa!

INFONET

IFONET

Instituições são como uma fossa entupida, na política, na Justiça e na ajuda a ricos

Publicado em 31 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Veredas do Tempo: Charge: Corrupção, Cicero Lopes | Cícero, Corrupção, Verdades

Charge do Cicero (Arquivo Google)

Vinicius Torres Freire
Folha

“As instituições estão funcionando” é uma frase de quem passa pano para a crise democrática e econômica brasileira. De tão batida, no seu emprego irrealista ou picareta, se tornou cediça, podre, e motivo de sarcasmo gaiato. Além de defeitos de base, por beneficiar quem tem mais poder ou sustentar hierarquias nefastas, o funcionamento das instituições se tornou ainda pior desde 2013, lama da qual não saímos.

Basta dar uma olhada no noticiário para notar várias instituições funcionando como uma fossa séptica entupida.

BATIDA POLICIAL – A Polícia Federal deu uma batida na casa e em escritórios do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e de agentes da PF, suspeitos de montarem um centro de espionagem na Abin, a serviço dos Bolsonaro.

Por causa disso e algo mais, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, maior partido da Câmara, chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “frouxo”.

Costa Neto, velho corrupto, ora bolsonarista, reclama que Pacheco não defende parlamentares de avanços do Supremo, queixa que é um ponto programático do parlamento negocista desde a Lava Jato, um dos motivos do levante contra Dilma Rousseff e mote de projetos de manietar o Judiciário.

PÉS PELAS MÃOS – A queixinha pega bem no Congresso também porque, de fato, o Supremo faz década e meia mete os pés pelas mãos, em patadas da esquerda à direita; politizou-se por iniciativa própria e com a ajuda de presidentes da República —há bancadas políticas no STF. É um mafuá institucional.

Reportagens desta Folha têm mostrado como a cúpula militar e a do sistema de Justiça (Judiciário e Ministério Público) abocanham fatia desproporcional e despropositada dos fundos públicos por meio de salários, aposentadorias e pensões exorbitantes e gordas de penduricalhos.

Pacheco, aliás, quer inflar ainda mais os dinheiros do pessoal do sistema de Justiça.

PERVERSÃO FUNCIONAL – Aqui, uma instituição informal está funcionando. Até onde a vista alcança, desde quando começou a se formar uma burocracia estatal profissional, nos anos 1930 e 1940, as classes médias altas ou altas dão um jeito de legitimar a extração de renda do Estado com a conversa de que precisam de compensação legítima pelos serviços prestados à ordem ou ao progresso nacional.

Precisam, sim, mas a conta foi muito além da que pode pagar este país pobre. Essa instituição informal perverte a instituição do serviço público, que precisa de reforma.

Por falar em rendas estatais, considerem-se as políticas industriais, ditas desenvolvimentistas. A maior parte da esquerda brasileira é engraçada. Faz 70 anos e lá vai fumaça, se dedica a promover a “burguesia nacional” ou apelidos sucedâneos mais modernos.

SÓCIOS DA FIESP – Muita fortuna foi engordada dos anos 1950 aos 1990 com proteção tarifária, juros de pai para filho, subsídios diretos ou taxas de câmbio amigas, tudo em nome do “desenvolvimento nacional”. É um tanto menos agora, mas ainda é. Nunca privatizaram os sócios da Fiesp.

Essa esquerda mal fala de creche e escola para criança pobre, de SUS ou de contribuições da universidade para fomentar a pesquisa para o “desenvolvimento nacional”, universidade bancada com dinheiro público e autônoma além da conta.

Logo depois de aparecer a nova política industrial, que até dá para discutir, o governo diz que quer ajudar a indústria naval e criar um fundo de socorro para companhias aéreas falidas. Com base em quê? Em qual estudo?

E O CONTROLE? – Qual instituição relativamente autônoma vai controlar o custo, a eficácia e os beneficiários da nova política de desenvolvimento, para não falar da inauguração desse novo hospital de empresas?

Não existe uma instituição específica para colocar um cabresto nos favores para empresas e cobrar resultados. O mau funcionamento do país é institucionalizado.

(Artigo enviado por Lafaiete De Marco)


Ministros do STF e aliados pressionaram Lula a demitir toda a cúpula da Abin

Publicado em 31 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Alessandro Moretti deve deixar a Abin

Lula aceitou demitir Alessandro Moretti, o diretor-adjunto

Vera Rosa
Estadão

O presidente Lula não resistiu à pressão e demitiu quase toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Lula jogou ao mar o número 2 da Abin, Alessandro Moretti e seis diretores,  Quatro deles estão sendo substituídos por mulheres. Foi preservado o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, que sempre foi homem da sua confiança.

Nos bastidores, porém, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aliados cobram do presidente a substituição de Corrêa e a mudança no modelo da Abin, que há tempos se tornou uma central de arapongagem de adversários.

SEM EXPLICAÇÃO – Em conversas reservadas, ministros do STF dizem não ver explicação para o fato de Luiz Fernando Corrêa ter escalado Moretti, conhecido por suas ligações com Bolsonaro, para ser seu braço-direito na Abin.

Dois desses magistrados fizeram chegar ao Planalto a avaliação de que Corrêa tem “responsabilidade política” e, se não for trocado, a crise baterá com mais força à porta do Palácio do Planalto.

O diagnóstico é o de que o “personograma”, nesse momento, é mais importante do que o “organograma”. Lula ainda resiste a dispensar Corrêa, que chefiou a PF no seu segundo governo, de 2007 a 2010, e no início da gestão de Dilma Rousseff, em 2011.

SNI SECRETO – “É uma situação política grave”, admitiu o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). “A Abin deve passar por uma profunda reformulação e deixar de ser polícia política, que fica bisbilhotando adversários. Do jeito que está, a agência virou um SNI secreto”, emendou o deputado, numa referência ao Serviço Nacional de Informações, que funcionou na época da ditadura militar.

Deputados do PT já começam a se debruçar sobre projetos de lei para apresentar ao Congresso, com o objetivo de reformar a Abin. Uma das ideias é exigir que apenas oficiais da carreira comandem a agência. Se aprovada, a medida impedirá que integrantes da Polícia Federal, ainda que aposentados, ocupem esse cargo.

Além de Corrêa, Ramagem e outros diretores-gerais da Abin eram oriundos da PF. Atualmente, Ramagem é pré-candidato à Prefeitura do Rio, com apoio do clã Bolsonaro, e as acusações de que teria ajudado a família do ex-presidente com informações privilegiadas sobre inquéritos e operações podem comprometer sua entrada no páreo.

CONTAMINAÇÃO – A retirada de integrantes da PF dos quadros da Abin não garante, no entanto, a “descontaminação” pretendida pelo governo. Em março do ano passado, por exemplo, dois meses após os atos golpistas de 8 de Janeiro, a Abin saiu do guarda-chuva militar do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Não foi isso que resolveu o problema.

O Congresso é, até hoje, o grande ausente nessa discussão. Em carta aberta à sociedade, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis) destacou que a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência tem se mostrado “pouco atuante” nas sucessivas legislaturas.

“Como é possível proteger o Brasil da espionagem estrangeira, do terrorismo e do extremismo antidemocrático sem executar ações de caráter sigiloso?”, perguntam os signatários do documento.

IMPORTÂNCIA DE ABIN – “Uma instituição de Estado pode ser utilizada de forma indevida por seus dirigentes, especialmente se estes tiverem pretensões político-partidárias, como é o caso que ora se investiga. Porém, o debate sobre seus quadros técnicos e sobre a utilidade da instituição para a sociedade precisa ser desvinculado de discussões conjunturais sobre eventuais desvios promovidos por gestões passadas”, diz a carta aberta.

A disputa entre grupos da Polícia Federal e da Abin é antiga e, por isso, o governo também deve agir com cautela para não fazer uma caça às bruxas de forma apressada. De qualquer forma, tudo leva a crer que os “encanadores” aloprados de Bolsonaro vazaram segredos de Estado.

Bolsonaro diz ser vítima de uma “perseguição implacável” e nega que, em seu governo, tenha sido montado um “gabinete do ódio”, como revelado pelo Estadão, para atingir adversários. “Agora vão para cima da tal Abin paralela. Isso não existe, meu Deus do céu”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A melhor saída para Lula era mesmo passar o rodo, mas o atual diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, é amigo pessoal do presidente. Só será demitido se dona Janja mandar. (C.N.)

TRE do Paraná marca o julgamento de Moro, que a imprensa já decidiu “cassar”

Publicado em 31 de janeiro de 2024 por Tribuna da Internet

Desembargador libera ações que podem levar à cassação de Sérgio Moro | Exame

“Cassar” Moro será uma decisão abjeta e antijurídica

Rafael Moraes Moura
O Globo

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) reservou para o dia 19 de fevereiro o julgamento das ações movidas pelo PT de Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro que podem levar à cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O julgamento foi agendado após o relator das ações, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, liberar os casos para análise dos colegas na tarde desta terça-feira e pedir a inclusão dos processos “na primeira data possível”.

A data foi sugerida pelo próprio relator, mas ainda passará pelo crivo da presidência do TRE do Paraná, que não teria sido consultada por Falavinha.

PRIORIDADE TOTAL – O desembargador priorizou o caso Moro ao longo dos últimos dias e deixou para segundo plano os processos sob a sua responsabilidade que tramitam no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), corte onde também atua. Falavinha pediu uma licença de duas semanas do TJ do Paraná, entre 8 e 20 de janeiro, para a “prestação de serviços à Justiça Eleitoral”, informou a assessoria do tribunal ao blog.

Com o agendamento da sessão para depois do carnaval, deve dar tempo de o TRE do Paraná superar o “apagão” e ter quórum máximo de sete juízes para analisar o caso de Moro.

Isso porque, na semana passada, chegaram ao fim os mandatos do juiz Thiago Paiva e de seus dois substitutos, o que na prática provocou um “apagão” que impede a Corte Eleitoral de reunir os sete titulares para julgar a cassação de Moro.

QUORUM MÁXIMO – Para a análise de casos como a eventual cassação de Sergio Moro, a legislação eleitoral exige que o TRE tenha quórum máximo. “As decisões dos tribunais regionais sobre quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas (mandatos), somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros”, diz o Código Eleitoral.

Conforme informou o blog, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, decidiu acelerar o andamento da lista tríplice para preencher a vaga aberta no TRE do Paraná com a saída de Thiago Paiva e, assim, permitir que a Corte tenha sua composição completa em breve.

No despacho de 20 de janeiro, Moraes determinou a publicação “com urgência” do edital para a vaga do TRE do Paraná. Na prática, a medida destravou a tramitação da lista tríplice, permitindo que já se abra a contagem do prazo para que os nomes sejam alvos de impugnação – e, com isso, o TSE possa aprová-la com celeridade, em fevereiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A grande imprensa está dando como certa a cassação de Sérgio Moro. Mas isso só acontecerá quando não existirem mais juízes em Curitiba. Cassar Moro significará a criação de uma lei que não existe, proibindo que um cidadão seja candidato a presidente da República, troque de partido no prazo legal e prefira se candidatar a senador. Em síntese, é isso que estão tentando fazer com Moro, mais ou menos a mesma coisa que fizeram com Deltan Dallagnol, cassado por “presunção de culpa”, algo inexistente no Direito Universal. Dallagnol foi inocentado por unanimidade no TRE e cassado por unanimidade no TSE. E ainda chamam isso de Justiça. Mas desta vez não teremos a participação do insigne ministro Benedito da Silva, aquele cujo filho gosta de exibir em público seu enriquecimento ilícito. E vida que segue, diria João Saldanha. (C.N.)

Diplomacia pessoal de Lula atolou no jogo pesado de Emmanuel Macron


O presidente Lula (PT) junto do mandatário francês, Emmanuel Macron, após encontro no Palácio do Eliseu, em Paris

O ditado não mudou: “Amigos, amigos, negócios à parte”

Elio Gaspari
O Globo/Folha

Até as pedras sabiam que o presidente francês Emmanuel Macron se opunha ao acordo de comércio da União Europeia com o Mercosul, mas ao anunciar que as negociações deveriam ser interrompidas ele jogou pesado. Uma coisa é divergir, o que vem acontecendo desde que as conversas começaram, há 25 anos, outra é fechar a porta. No século passado, americanos e vietnamitas negociavam em Paris, enquanto Hanói e Haiphong eram bombardeadas.

Macron falou grosso porque agricultores franceses sitiaram Paris. Bloqueada, a cidade tem três dias de comida. Sua atitude foi truculenta, porém compreensível. Na França, enfrentar os agricultores é suicídio. Eles defendem seus interesses.

FIM DE PAPO – O petardo partiu da assessoria de Macron: “Entendemos que a comissão instruiu seus negociadores a encerrar a sessão de negociação em andamento no Brasil e, em particular, a cancelar a visita do vice-presidente da comissão, que estava prevista para haver uma conclusão.”

Quem ficou pendurado na brocha foi Lula, com sua diplomacia palanqueira. Quando a França mostrou sua má vontade, ele disse: “Fiz um apelo ao Macron para deixar de ser tão protecionista”.

Não se pode saber se Lula acredita que, fazendo apelos ou metendo-se numa disputa como a da Ucrânia ou a de Gaza, sua presença altera o quadro. É possível que acredite, mas é provável que tenha começado a cair na real.

DIA DA VITÓRIA – Na noite de 30 de outubro de 2022, quando Lula derrotou Bolsonaro, ele foi festejado internacionalmente e pode ter visto no aplauso um reconhecimento pessoal. Um dos primeiros a felicitá-lo foi Macron. Enganou-se. Como ocorreu com uma parte dos seus 60 milhões de votos, aplaudia-se a ida de Bolsonaro para casa. De lá para cá, Lula desperdiçou um pedaço do seu patrimônio internacional.

Na agenda do comércio, falas do tipo “fiz um apelo ao Macron” iludem quem o apoia e fazem rir quem está do outro lado da controvérsia.

Um fabricante de automóveis brasileiro considera-se elogiado quando um concorrente o acusa de ser protecionista ao defender a taxação dos carros importados. O agricultor francês é protecionista, com muito orgulho, e se mexe quando o governo pensa em ferir seu negócio.

CALIBRAR A RETÓRICA – É no aspecto da ilusão interna que Lula deveria calibrar sua retórica e, noutro patamar, a turma do agronegócio brasileiro deveria redesenhar seu discurso.

No ano que vem, realiza-se em Belém a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-30. Em um ano de governo, Lula mostrou que o Brasil abandonou a condição de pária orgulhoso e tem números para mostrar o efeito de seu trabalho.

Daqui até lá, estará fraca a pilha do antibolsonarismo, que tanta energia ainda dá ao governo.

IGUAL A MACRON – Há fortes sinais de que a turma que joga com as pretas pretende demonizar uma parte do agronegócio brasileiro.

Seria uma linha parecida com o joelhaço de Macron. Se os interessados do lado de cá se derem conta de que chamá-los de protecionistas é um elogio, o Brasil poderá sair bem da COP.

(Faça-se de conta que não interessam as dificuldades logísticas de Belém para receber uma reunião desse tamanho. Se o governo começar a trabalhar esse assunto hoje, elas poderão ser superadas.)

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