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domingo, outubro 01, 2023

Violência na Bahia vira 'teto de vidro' para Lula, que patina na segurança pública


Por João Pedro Pitombo e Julia Chaib / Folhapress

Lula
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Menos de um dia depois de uma ação policial que deixou dez pessoas mortas em Guarujá (SP), o ministro Flávio Dino (Justiça) classificou o ocorrido como uma reação que "não parece proporcional" e cobrou uma investigação independente do episódio, protagonizado pelas forças de segurança do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
 

Semanas depois, o mesmo Dino chamou de "desafiador" o cenário da segurança pública na Bahia, governada pelo aliado Jerônimo Rodrigues (PT). O estado registrou mais de 50 mortes em operações policiais em setembro. Seu número dois no ministério, Ricardo Cappelli, foi mais incisivo e disse que não se enfrenta o crime organizado com rosas.
 

Em São Paulo, o saldo em 40 dias de operação no litoral do estado foi de 28 pessoas mortas.
 

A escalada da violência na Bahia, o avanço da letalidade policial e os sinais trocados ao lidar com governadores aliados e adversários fizeram o governo Lula (PT) ser criticado e acusado de patinar na gestão da crise da segurança pública que assola os estados.
 

Aliados reclamam que de que o ministério ainda não apresentou um plano amplo na área, se concentrou nos eventos de 8 de janeiro e tem dado declarações polêmicas.
 

"É lastimável a fala [de Capelli] porque reforça a narrativa de visão de segurança pública da direita, que leva a uma letalidade policial sistemática contra a população pobre e negra das periferias", disse à reportagem Benedito Mariano, secretário de Segurança de Diadema, cidade da Grande São Paulo comandada pelo petista José de Filippi Júnior.
 

Apesar da segurança pública ser uma competência dos estados, Lula já disse a aliados que quer criar uma marca nessa área. Além das cobranças que o petista tem recebido, ele vê no tema uma possibilidade de se aproximar das polícias militares, grupo próximo do bolsonarismo.
 

Nesta segunda-feira (2), o Ministério da Justiça apresentará um plano de combate ao crime organizado com foco em ações integradas entre o governo federal, estados e municípios. Com o movimento, governistas querem amenizar críticas à gestão da segurança até mesmo de governos de oposição.
 

Integrantes do governo federal atrelam a crise da segurança em estados como a Bahia ao avanço das facções criminosas, que se nacionalizaram, e evitam criticar as polícias. Ao mesmo tempo, associam o problema à flexibilização do acesso a armas na gestão Jair Bolsonaro (PL).
 

A correlação é rechaçada por bolsonaristas, mas membros do governo destacam que armas de CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) podem ter ido parar nas mãos de criminosos. Eles também dizem que há 6.000 armas de uso restrito, incluindo fuzis, que não foram recadastradas. Há suspeita de que parte desse arsenal tenha sido desvirtuada.
 

Na Bahia, foram apreendidas 3.706 armas neste ano pelas polícias, incluindo 48 fuzis --no ano passado, foram 22 fuzis.
 

"Não podemos repetir erro dos últimos quatro anos onde houve por parte do governo federal um incentivo, uma liberação para que cada pessoa tenha 40 armas, 50 armas. [...] A gente está vendo esse armamento e munições caindo nas mãos dos criminosos", disse na terça (26) o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).
 

Governador entre 2015 e 2022, Rui enfrentou um avanço no número de mortes violentas na sua gestão, o que fez a Bahia virar o estado com mais assassinatos no país desde 2019. O cenário adverso inclui um crescimento nas mortes decorrentes de intervenção policial, que quadruplicaram na gestão do petista.
 

Ao ser confrontado com os indicadores em julho, o ministro disse não reconhecer os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e afirmou que o governo estuda um marco legal para definir um parâmetro único para o registro de mortes violentas.
 

Entre petistas e integrantes do governo, há uma visão de que a gestão da segurança na gestão Jerônimo, que sucedeu Rui no cargo, se tornou uma espécie de "teto de vidro" para o governo federal.
 

O estado enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e crescimento da letalidade policial. O epicentro são as periferias das grandes cidades.
 

O cenário de crise fez o governo recalcular a rota, evitar críticas e defender publicamente um discurso de parceria com os governadores nessa área. Nas últimas semanas, o governo federal enviou para a Bahia veículos blindados e dobrou a aposta em ações conjuntas com as polícias militar e civil.
 

Uma ala do PT critica a gestão de Dino na segurança pública, vê cautela do ministro e defende que ele deveria ser mais incisivo em relação à atuação da polícia baiana. Essa ala ressalta ainda a diferença nas atitudes de Dino ao tratar dos casos da Bahia e de São Paulo.
 

Em nota enviada nesta sexta (29), o Ministério da Justiça afirmou que Dino, ao tratar do episódio em São Paulo, "falou em desproporcionalidade, mencionando um critério jurídico qualitativo".
 

O secretário de Segurança do Ministério da Justiça, Tadeu Alencar, rechaça que tenha havido tons diferentes no tratamento dado à Bahia e a São Paulo: "Não vejo [diferença]. Até porque a diretriz que está orientando a nossa atuação é justamente não fazer distinção. É tratar todos os estados dessa matéria com absoluta imparcialidade e impessoalidade", afirma.
 

Ele ainda destaca que o governo federal não vai "trabalhar com essa perspectiva de que a polícia está permanentemente sob suspeição". Disse ainda que a administração federal confia no trabalho das forças de segurança.
 

"Nós não pensamos dessa forma [que elas são sempre suspeitas] porque confiamos na polícia e achamos que os seus excessos, quando existentes, têm que ser responsabilizados."
 

Mesmo quando há mortes na ação policial, pondera o secretário, nem sempre elas estarão erradas. "É dizer que o crime tem sempre razão. Não vamos nunca fazer esse tipo de conclusão."
 

O plano que será lançado na segunda terá um trecho sobre fortalecimento de operações correcionais das polícias. A preocupação, segundo ele, é garantir que haja equilíbrio nas ações, além de correta investigação e punição posterior. Ele diz, no entanto, que isso não pode levar a uma suspensão de ações policiais.
 

Pedidos por uma possível intervenção federal na segurança da Bahia estão sendo desconsiderados no governo federal, repetindo a mesma postura de março, quando foram registrados mais de duas centenas de ataques criminosos no Rio Grande do Norte.
 

À época, Dino afirmou que estado comandado por Fátima Bezerra (PT) enfrentava "duas violências, uma física e uma política", em alusão à pressão de senadores para o emprego das Forças Armadas para controlar os ataques.
 

Em nota, o Ministério da Justiça reiterou estudos nacionais e internacionais que mostram correlação entre armamentismo e violência e destacou que defende uma postura de enfrentamento ao crime pelas polícias conforme a lei, com uso progressivo e proporcional da força.
 

"Isso depende da análise de cada caso, levando em conta, por exemplo, a reação à presença da polícia, e os armamentos utilizados na situação, informou.
 

O ministério ainda disse estar trabalhando para definição do modelo para a instalação de câmeras nos uniformes dos policiais e destaca que a nova matriz curricular para formação policial enfatiza o respeito à lei sobre o uso da força.
 

Sobre o combate ao crime organizado, a pasta afirma que as operações são diárias e que os bens apreendidos pela Polícia Federal com criminosos é o dobro da média dos últimos anos.

Corredores: regras passam a valer e desrespeito pode gerar multa

em 1 out, 2023 7:40

A partir deste domingo, 1º de outubro, os condutores que desrespeitarem as regras de circulação das faixas exclusivas dos corredores de mobilidade estarão cometendo infração de trânsito gravíssima e poderão ser autuados, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A fase de adaptação foi encerrada neste sábado, 30.

De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Aracaju (SMTT), o condutor que cometer a infração está sujeito à multa de R$293,47, e 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme disposto no Artigo 184, III do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Confira as regras:

Nas faixas exclusivas do corredor Hermes Fontes, além dos ônibus do transporte público, estão autorizados a trafegar somente táxis, transportes escolares e veículos oficiais devidamente caracterizados. No entanto, táxis e transportes escolares não podem realizar embarque e desembarque dentro deste corredor.

Já os corredores Beira Mar, Centro/Jardins e Augusto Franco dispõem de padronização dos horários. Com isso, a proibição de circulação dos automóveis pelas faixas exclusivas é de segunda a sexta-feira, entre 6h e 9h e de 16h às 19h. Táxis, transporte escolar e veículos oficiais caracterizados também têm livre circulação nessas faixas.

Com informações da SMTT

INFONET 

Gleisi Hoffmann ganhou declaração de amor de Lindbergh antes de seis horas de cirurgia

Publicado em 30 de setembro de 2023 por Tribuna da Internet

Lindbergh Farias beija a namorada, Gleisi Hoffmann

Lindbergh postou esta foto beijando sua namorada Gleisi

Deu em O Globo

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi submetida a uma operação de revascularização do miocárdio. Duas mamárias foram realizadas para desviar sangue da aorta para as artérias coronárias. De grande porte, o procedimento teve a duração de 6 horas. A operação foi a ‘céu aberto’, quando o peito é cortado.

Gleisi não apresentou sintoma algum apesar de a obstrução arterial ser grande: 90%. A ausência de sinais frente a um problema cardiovascular grave é mais comum entre as mulheres. Gleisi tem 58 anos e é fumante.

DOIS DIAS NA UTI – O procedimento foi feito no Hospital DF Star, em Brasília, sob a coordenação da cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar. A deputada ficará dois dias em recuperação na UTI e o tempo total de internação deverá ser de uma semana.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), tinha sido internada nesta quinta-feira no Hospital DF Star, em Brasília, com obstrução coronária, detectada durante um check-up. Pelas redes sociais, o namorado da petista, Lindbergh Farias, declarou seu amor a Gleisi antes da operação.

DECLAROU LINDBERGH – “Meu amor está bem e vai fazer uma cirurgia de revascularização do miocárdio, resultado de exames feitos esta semana. Tivemos uma benção em termos descoberto a tempo e teremos uma maior ainda porque vai dar tudo certo”, escreveu o petista.

Na postagem, Lindbergh aproveitou para agradecer o apoio do público e afirmou, em nome dele e da namorada, estarem “muito gratos” pelos pensamentos positivos. “Te amo”, finalizou, com uma foto em que beija o rosto da deputada.

Gleisi não apresentou sintoma algum apesar de a obstrução ser grande: 90%. Os médicos decidiram deixá-la em observação durante a noite e, neste sábado, optaram pela cirurgia de revascularização do miocárdio. É a chamada ponte de safena e implante de mamária, que desviam sangue da aorta para as artérias coronárias.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O amor é lindo. Quanto à Lula, também está se recuperando e vai reaparecer de visual novo, pois aproveitou a prótese no quadril para fazer uma cirurgia de blefaroplastia. O nome é feio. mas Janja deu a ideia, porque acha que Lula ficará bonito com a remoção do excesso de pelanca nas pálpebras, porque o amor é lindo. (C.N.) 

Pacheco confirma que Congresso vai debater fim da reeleição: “Não foi bom para o Brasil”

Publicado em 30 de setembro de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Circe Bonatelli
Estadão

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira, 26, que o Congresso vai discutir se vale a pena manter ou derrubar a possibilidade de reeleição no País. A medida que passaria a valer só após a corrida eleitoral de 2026. Para o senador, a possibilidade de reeleição, que entrou em vigor em 1998, não foi positiva.

“O sentimento que tenho em conversas com senadores e líderes partidários é que o instituto de reeleição não foi bom para o Brasil. Ela acaba prejudicando a independência do mandatário”, afirmou, referindo-se à contaminação das decisões em função das perspectivas eleitorais.

SÉRIE DE DEBATES – Pacheco disse que será iniciada uma sessão de debates no plenário do Senado para tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO).

O texto veta a reeleição para cargos do Poder Executivo em nível federal, estadual e municipal e amplia o tempo dos mandatos de quatro para cinco anos. Essa proposta de debates já foi acertada no colégio de líderes e entrará em andamento logo. “É um tema que vamos nos dedicar”, ressaltou. “É um debate profícuo, e, eventualmente, a conclusão pode ser que, para o Brasil, o melhor é o fim da reeleição”.

Em caso de mudança, Isso ficaria para depois das eleições de 2026. “Qualquer mudança deve resguardar os atuais mandatários”, ponderou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A proposta do senador Jorge Kajuru é procedente e devia ser aclamada pelos brasileiros. Foi um erro reduzir o mandato presidencial para quatro anos, circunstância que facilitou o trêfego Fernando Henrique Cardoso na sua compra de votos na Câmara para lhe garantir a reeleição.
FHC não conseguiu realizar o sonho declarado de manter os tucanos no poder por 20 anos. Mas o PT é mais ambicioso e quer ficar 30 anos, transformando o Brasil numa república sindicalista comandada por líderes que dizem representar os trabalhadores, mas na verdade representam apenas os próprios interesses. E la nave va, cada vez mais fellinianamente.
 (C.N.)

 

Velhos demais para ser presidente? Biden, se vencer, assumirá com 82 anos e Lula com 81…

Publicado em 30 de setembro de 2023 por Tribuna da Internet

Lula e Biden lançam manifesto em defesa dos direitos do trabalhador - CUT -  Central Única dos Trabalhadores

Lula ficou animado com a segunda candidatura de Joe Biden

Hélio Schwartsman
Folha

A mídia americana discute a idade de Joe Biden e se ele deve disputar a reeleição no ano que vem. É crescente o número de democratas que defende o lançamento de um candidato mais jovem. Biden está com 80 anos. Se ele concorrer e vencer, assumiria seu segundo mandato com 82 anos. É questão de tempo até que o mesmo debate chegue ao Brasil. Lula está com 77. Se se candidatar novamente e triunfar, começaria seu quarto governo com 81 anos.

Por maiores que sejam nossos pendores antietaristas, é inegável que o passar das décadas traz algum declínio físico e cognitivo. Numa gestão funcional, isso não tende a ser um grande problema. Se o líder deixar escapar algo importante, seus assessores lhe apontarão o problema.

A IMAGEM É TUDO – Em relação à imagem, as coisas já não são tão tranquilas. Se bons auxiliares podem poupar o presidente de más decisões, não conseguem evitar que ele cometa gafes ou pareça velho demais para exercer o cargo, especialmente quando se tem como adversário um Donald Trump que não para de chamar a atenção para a idade de Biden e ainda lhe pespega apelidos como “Sleepy Joe” (“Joe Sonolento”). Trump, entretanto, é só três anos mais moço do que Biden.

Até acho que faz sentido estabelecer idade máxima para cargos como os de juiz e embaixador, mas não para postos eletivos. Se um candidato nonagenário convence o eleitor de que está apto para a função, não é a lei que deve dizer o contrário.

Mas o postulante tem de ser convincente, pois é legítimo que os adversários levantem a questão da capacidade.

ELES PROMETERAM… – O que me intriga é que tanto Lula como Biden foram eleitos prometendo ou pelo menos insinuando que, por causa da idade, seriam presidentes de um só mandato, mas muito rapidamente se esqueceram do compromisso/sugestão.

Quanto esteve com Biden, Lula logo perguntou se ele tentaria a reeleição, e o presidente norte-americano confirmou.

A explicação, creio, está na descomunal vantagem que o sistema democrático dá aos presidentes que disputam a própria reeleição. É uma tentação irresistível.


Se vetar o marco temporal, Lula colocará o país numa gravíssima crise institucional


A favor dos indígenas, STF derruba marco temporal com placar de 9 a 2 - Últimas Notícias

Indígenas foram ao Supremo para pressionar os ministros

Carlos Newton

Aprovado pelos senadores nesta quarta-feira (dia 27), o projeto que confirma o marco temporal para demarcação de terras indígenas se transforma no pivô de uma gravíssima crise institucional entre os três Poderes. Com apoio do Supremo, o governo não aceita o marco temporal que existe na Constituição desde 1988, e o presidente Lula pode vetar a nova lei, criando uma guerra contra o Congresso que balançará o governo, com toda certeza.

Mesmo se Lula proceder à sanção, a lei pode ser questionada no Supremo, embora o novo presidente Luís Roberto Barroso já tenha declarado que o STF não pode declarar inconstitucionalidade em ato do Congresso que não atinja cláusula pétrea, com é o caso do marco temporal.

Assim, o Supremo errou ao usar seus superpoderes para considerar inconstitucional o marco temporal, como se fosse possível assegurar aos povos indígenas os direitos sobre as terras que historicamente sempre ocuparam, e não somente as que lhes pertenciam em outubro de 1988.

FATO CONCRETO – A situação é delicadíssima, porque o Congresso não abre mão do marco temporal, por uma questão de segurança jurídica de cidades inteiras e milhares de propriedades produtivas. Assim, se o Supremo insistir, os parlamentares podem aprovar uma emenda constitucional que dê poderes ao Congresso para corrigir possíveis erros cometidos pelo STF em suas “reinterpretações” legais, como neste caso do marco temporal.

É claro que os ministros do STF não irão aceitar a transformação do Legislativo num outro superpoder. Vão reagir e será então aberta uma disputa institucional jamais vista em nossa História.

Assim, os três poderes entrarão em guerra, ao invés de conviver na harmonia preconizada pelo Barão de Montesquieu (1689/1755), em sua genial obra “O Espírito das Leis”.

TODOS ESTÃO ERRADOS – Nessa situação esdrúxula e arriscada, os três poderes brasileiros conseguiram atingir a perfeição em matéria de esculhambação institucional, porque, ao mesmo tempo, todos os três estão errados, seja Executivo, Legislativo ou Judiciário.

O Supremo, em sua nova fase “reinterpretativa”, errou feio ao declarar inconstitucional um artigo sem vício redacional e cujo teor obedeceu fielmente à clara decisão da maioria dos constituintes. No julgamento, os ministros foram presunçosos e atrevidos.

O governo também errou ao ser contra o marco temporal e apoiar a decisão verdadeiramente intempestiva e tempestuosa do STF. Por óbvio, como os índios eram donos de tudo, é preciso haver algum marco temporal para as novas demarcações. E o Congresso errou por último, ao deixar de procurar uma saída.

COMO RESOLVER? – Diante dessa absoluta necessidade de definir algum marco temporal, a melhor solução seria o Congresso, ao regulamentar a Constituição, definir que poderiam existir exceções.

Ou seja, o marco temporal não seria aplicado se já houvesse pendência judicial sobre invasões da respectiva área indígena, na data da entrada em vigor da Constituição, em 5 de outubro de 1988, 

Assim, todas as áreas sem litígios respeitariam o marco temporal e a demarcação das demais seria realizada somente após trânsito em julgado das ações possessórias, por uma simples questão de bom senso.

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P.S. –
 Quanto à crise institucional já instalada, precisamos repetir o sempre presente comentarista Delcio Lima e avisar que “essa bagaça não vai dar certo”. (C.N.)

É injusto colocar as Forças Armadas no paredão, porque foram elas que evitaram o golpe

Publicado em 1 de outubro de 2023 por Tribuna da Internet

MILITARES NO GOVERNO - Miguel Paiva - Brasil 247

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

Mario Sabino
Metrópoles

A tentativa de implicar as Forças Armadas no golpe de Estado que Jair Bolsonaro queria perpetrar continua em curso. A reunião entre o então presidente da República e os comandantes militares, depois da eleição de Lula, relatada por Mauro Cid à Polícia Federal, deu mais combustível a essa irresponsabilidade.

De acordo com o noticiado pela jornalista Bela Megale, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse ter participado, no ano passado, depois da eleição de Lula, de uma reunião do então presidente com a agora ex-cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar do seu governo, para avaliar a possibilidade de uma intervenção que impedisse a posse de Lula, prendesse autoridades e organizasse novo pleito.

SOA PLAUSÍVEL – Mauro Cid afirmou à PF que o então comandante do Exército, o general Freire Gomes, negou-se a participar do plano golpista, ao passo que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Jair Bolsonaro que a sua tropa estava pronta a aderir. Soa plausível: Almir Garnier Santos é bolsonarista e recusou-se a passar o comando da Marinha ao almirante Marcos Sampaio Olsen na presença de Lula.

Depois que a notícia foi publicada, a jornalista Maria Cristina Fernandes revelou que, nessa mesma reunião, o brigadeiro Carlos Batista, comandante da Aeronáutica ficou calado, e que o general Freire Gomes disse a Jair Bolsonaro: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”. Perfeito.

Ainda assim, insinua-se que o general não disse o que disse por convicção democrática, mas por inexistir condições objetivas para um golpe. Francamente, a convicção de Freire Gomes pode coexistir com a realidade circunstante.

SERVIR DE EXEMPLO – Se for confirmado o que Mauro Cid afirmou, o almirante Almir Garnier Santos precisa ser punido, da mesma forma que os demais militares golpistas que participaram do governo anterior, e cabe até expulsá-lo da Marinha.

Não por representar ameaça, mas para servir de exemplo ao punhado de lunáticos da ativa das patentes inferiores. Exército, Marinha e Aeronáutica saberão purgar-se, para além das decisões judiciais que alcancem integrantes seus.

Isso posto, é preciso repetir que as poucas laranjas podres não contaminaram as muitas laranjas boas das Forças Armadas. Jair Bolsonaro buscou mais de uma vez atrair os diversos comandantes militares para a aventura de um golpe de Estado. Recebeu negativas.

UMA EXCEÇÃO – O almirante Almir Garnier Santos é uma exceção que confirma a regra, e é assim que o assunto deveria ser tratado. Se houve perda de confiança nas Forças Armadas, ela se deu principalmente entre os bolsonaristas, justamente porque elas não aderiram a um golpe.

Ao falar da sua própria Força, o atual comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, foi cristalino no sentido de que é preciso individualizar as culpas. Ele disse:

“Definitivamente essa não é a posição da Marinha. O interesse da Força é que seja o quanto antes esclarecido (o fato) e que se procure individualizar as condutas e se retire esse manto de suspeição da Força. Naturalmente que a exposição de um ex-comandante da Marinha em alguma medida implica a Força.”

ESCLARECIMENTO – E acrescentou: “Nosso interesse é no esclarecimento dos fatos. Naquilo que a Marinha puder contribuir e compor com o processo, estamos prontos. A Marinha se pauta nos princípios de legalidade, moralidade, publicidade e transparência. Assim que procuramos nos portar e vamos prestar qualquer tipo de esclarecimento à Justiça.”

Vale para o Exército e vale para a Aeronáutica. É deletério colocar as Forças Armadas, seja uma delas ou o seu conjunto, no banco dos réus. No paredão.

Não por elas estarem acima da lei ou por receio de se voltarem contra a democracia. É porque é injusto. É porque, se não estão acima, também não estão abaixo da lei e das demais instituições. É porque é uma irresponsabilidade com a própria democracia.

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