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domingo, agosto 01, 2021

Governo quer negociar precatórios para garantir reformulação do Bolsa Família

 Foto: Edu Andrade/Ascom Ministério da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes01 de agosto de 2021 | 08:43

Governo quer negociar precatórios para garantir reformulação do Bolsa Família

ECONOMIA

O governo trabalha para aliviar o gasto em 2022 com precatórios, despesa que pode impedir planos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de turbinar o Bolsa Família no ano eleitoral. A ideia é apresentar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) para mudar o fluxo dos pagamentos motivados por sentenças judiciais ou buscar conciliações nos processos, o que deve ser mediado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux.

O gasto da União por decisões da Justiça pode alcançar R$ 90 bilhões no próximo ano, valor acima dos cerca de R$ 54,7 bilhões previstos para 2021. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na sexta-feira (30) que um “meteoro” poderia “atingir a terra” e que era preciso “disparar um míssil” para evitar a colisão. Ele se referia a estas despesas.

O governo esperava um aumento, mas a previsão de despesas com precatórios surpreendeu a equipe econômica. Em nota, Fux disse que atuará nas conversas sobre mediação das dívidas da União reconhecidas pela Justiça.

“A necessidade de conciliação para não prejudicar os cofres públicos foi tratada em conversa entre o ministro Fux e o ministro da Economia, Paulo Guedes. A partir de agosto, os moldes dessa negociação serão definidos e informados à sociedade”, disse o ministro. Fux deve ter reuniões com lideranças do Congresso e do governo nas próximas semanas sobre o tema.

O tribunal ainda afirma que a inclusão dos precatórios na previsão de Orçamento não significa que o governo deverá desembolsar todo o valor já em 2022. “A União pode utilizar mecanismos alternativos de prazos e de pagamento previstos na Constituição ou celebrar acordos de parcelamento com os estados mencionados.”

Já a PEC em análise poderia prever novas formas de parcelar as dívidas ou impor limites de pagamentos a cada ano. O texto ainda está em discussão.

A aprovação de uma emenda constitucional exige votos favoráveis de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49), em dois turnos de discussões na Câmara e no Senado.

Somente oito processos que transitaram em julgado no STF recentemente renderam R$ 16,6 bilhões em despesas à União. “Os casos envolvem ressarcimento a estados da federação (Paraná, Goiás, Bahia, Maranhão, Amazonas, Ceará e Pernambuco), e tratam sobre conflitos de repasses de valores para educação ou compensações por geração de energia elétrica, por exemplo”, disse o Supremo, em nota.

O aumento dos gastos por sentenças judiciais atingiria o “equilíbrio fiscal” do governo, segundo um auxiliar de Guedes, e impediria a reformulação do Bolsa Família, medida tratada como prioridade por Bolsonaro para alavancar a sua candidatura à reeleição.

Guedes disse na sexta (30) que o Orçamento de 2022 terá de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões livres para permitir o pagamento médio de até R$ 300 ao Bolsa Família. Hoje o valor médio distribuído a 14 milhões de beneficiários é R$ 192.

O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse em nota que a proposta de mudar regras de pagamento de precatórios devidos pela União “revela contornos antidemocráticos” e representa a tentativa de “institucionalização do calote” com fins eleitorais.

A entidade ainda disse “estar certa” de que o Congresso não irá respaldar a proposta do governo.

Atrás nas pesquisas, o presidente faz ameaças golpistas sobre impedir o pleito em 2022 se for mantido o modelo atual de urna eletrônica. O presidente quer turbinar programas sociais para melhorar a imagem do governo.

A OAB lembrou que o mercado já reagiu a tentativas anteriores do governo de alterar a forma de pagamento de precatórios. “Novamente, o governo federal invoca o montante da dívida da União como obstáculo ao pagamento de suas obrigações constitucionais e ao financiamento de programa social definindo-o como ‘meteoro'”, disse a entidade.

Para o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), é inadequado chamar o valor de precatórios de “meteoro”. “Esses cidadãos aguardam por anos, muitas vezes décadas, o direito de ver reparado um dano sofrido”, afirmou o deputado no Twitter.

Ramos ainda disse que a legislação permite acordos para o pagamento das dívidas. ” É impressionante que o ministro da Economia se mostre surpreendido com tema antigo, cotidiano e devido constitucionalmente, e que não tenha atentado para as possibilidades de negociação a partir da lei”, afirmou o deputado.

Mateus Vargas/Folhapresshttps://politicalivre.com.br/

Live de Bolsonaro sobre supostas fraudes eleitorais foi obra do general Ramos

 Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro Luiz Eduardo Ramos01 de agosto de 2021 | 09:20

Live de Bolsonaro sobre supostas fraudes eleitorais foi obra do general Ramos

BRASIL

Foi 100% obra do ministro Luiz Eduardo Ramos o embasamento teórico da live de quinta-feira passada em que o presidente Jair Bolsonaro pôs em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas.

De acordo com o colunista Lauro jardim, de O Globo, foi Ramos quem descobriu o empresário paulista, dono de uma empresa de software, que jura conseguir provar que Aécio Neves venceu Dilma Rousseff em 2014.

O general também destacou e treinou um antigo auxiliar seu, o coronel Eduardo Gomes, para explicar na transmissão as descobertas do tal empresário.

Ainda segundo o colunista, Bolsonaro, Ramos e Gomes tiveram algumas reuniões nas últimas semanas para amarrar toda a fala de quinta-feira.

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STF decide sobre Bolsonaro e atuação de Braga Netto

por Matheus Teixeira e Marcelo Rocha | Folhapress

STF decide sobre Bolsonaro e atuação de Braga Netto
Foto: Marcos Corrêa / PR

Em meio à tensão institucional causada pelos recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), a corte volta do recesso nesta semana com julgamentos importantes e que podem gerar novas brigas entre os Poderes.
 

No segundo semestre, o tribunal definirá o formato do depoimento do chefe do Executivo no inquérito que apura a suposta interferência dele no comando da Polícia Federal e também deverá tomar uma decisão sobre o pedido de congressistas para que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, seja investigado por ameaça às eleições de 2022.
 

Já na sessão de abertura dos trabalhos do Judiciário na próxima segunda-feira (2), o presidente do STF, Luiz Fux, dará um discurso com respostas aos ataques de Bolsonaro à corte e ao sistema eleitoral.
 

Os próximos meses também devem ser marcados pela posse do ministro que entrará no lugar de Marco Aurélio, que se aposentou em julho. Bolsonaro indicou o advogado-geral da União, André Mendonça, mas o nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
 

A investigação por suposta prevaricação de Bolsonaro por ter ignorado denúncias relativas às negociações para compra da vacina indiana Covaxin é outro tema que terá desdobramentos no segundo semestre e que tem potencial para elevar a tensão entre o Supremo e o Palácio do Planalto.
 

Neste caso, o presidente também terá de prestar depoimento após o plenário da corte definir se ele tem que ser ouvido presencialmente ou se tem o direito de fazer os esclarecimentos por escrito.
 

O fim das férias no Supremo foi marcado pela escalada das acusações do presidente a membros da corte. Nos últimos dias, ele atacou o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao questionar as urnas eletrônicas.
 

Na quinta-feira (29), o chefe do Executivo fez uma live nas redes sociais para apresentar as informações que comprovariam a vulnerabilidade do sistema. Apresentou, no entanto, apenas teorias que circulam há anos na internet e que já foram desmentidas anteriormente pela Justiça Eleitoral.
 

Como resposta, um dia depois, o ministro Alexandre de Moraes determinou que as investigações sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro sejam retomadas, independentemente do julgamento de setembro sobre como será o depoimento de Bolsonaro.
 

A corte também se manifestará em breve sobre os pedidos de congressistas para que Braga Netto seja investigado por ameaça às eleições.
 

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Braga Netto teria mandado um recado por meio de um interlocutor ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que, sem a aprovação do voto impresso, não haveria eleições em 2022.
 

O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes, que foi às redes sociais e cobrou dos integrantes das Forças Armadas respeito às instituições.
 

"Os representantes das Forças Armadas devem respeitar os meios institucionais do debate sobre a urna eletrônica", afirmou.
 

Gilmar solicitou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifeste sobre o caso. Aras é a autoridade responsável por investigar atores políticos com foro especial perante o STF.
 

Por causa do alinhamento demonstrado pelo procurador-geral com Bolsonaro, a aposta interna na corte é que ele não deve dar prosseguimento ao caso.
 

O Supremo, porém, tem driblado as pretensões da PGR quando considera necessário investigar pessoas influentes no movimento bolsonarista.
 

Na sessão de abertura, prevista para segunda, estão pautadas ações sobre a incorporação de acordos ou convenções coletivas de trabalho em contratos individuais e sobre a jornada de trabalho de motoristas de transporte de cargas.
 

Agosto reserva ainda julgamento sobre o direito de posse de áreas de tradicional ocupação indígena. A análise deve orientar a condução de vários outros processos que discutem a regularização fundiária de áreas ocupadas por essas populações nos estados.
 

O marco legal do saneamento também será analisado pelo tribunal no segundo semestre. Sancionado em julho de 2020 por Bolsonaro, o marco flexibilizou as regras de exploração do setor, abrindo mais espaço à iniciativa privada.
 

Empresas estatais questionaram a lei e tentam garantir a possibilidade de fechar contratos diretamente com as prefeituras e sem licitação, como ocorria antes.
 

Instituído pelo pacote anticrime aprovado pelo Congresso em 2019 e suspenso por decisão do atual presidente da corte, em janeiro do ano passado, o juiz de garantias é outro assunto da pauta.
 

A figura do juiz de garantias tira de um único magistrado a análise de um caso do início ao fim --ou seja, a condução da investigação e o julgamento.
 

A medida foi apontada como uma resposta à Lava Jato. Para setores do Congresso, era preciso dar um basta ao ativismo na Justiça Federal, em uma referência ao ex-juiz Moro.
 

O julgamento do pacote anticrime também poderá levantar um debate importante sobre os poderes do procurador-geral da República.
 

Quando suspendeu a implementação do juiz das garantias, Fux também sustou os efeitos de um artigo que estabelece a necessidade de submeter decisões de integrantes do Ministério Público pelo arquivamento de inquéritos à "instância de revisão ministerial".
 

O dispositivo é genérico e não define limitação de alcance. No Supremo, há a avaliação de que a medida também pode valer para o PGR, o que abriria espaço para que as decisões do procurador-geral sejam submetidas à revisão, o que não ocorre hoje.
 

No segundo semestre, Fux também pretende destravar a análise de temas criminais. Para dezembro, está marcado o julgamento da denúncia da Lava Jato sobre o quadrilhão do MDB. O inquérito tem como alvos os senadores Jader Barbalho (PA) e Renan Calheiros (AL) e os ex-senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO).

Bahia Notícias

Bolsonaro já nem finge que trabalha e se dedica inteiramente à campanha pela reeleição

Publicado em 1 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro disse que é imbroxável e essa senadora adorou

Vera Magalhães
O Globo

O presidente Jair Bolsonaro desistiu até de tentar fingir que governa, que trabalha. Daqui às eleições, será alguém voltado apenas à tentativa cada vez mais desesperada de se reeleger. A live desta quinta-feira pode ser considerada a peça inaugural de um vale-tudo cada vez mais perigoso para permanecer no poder.

Bolsonaro montou uma “surperprodução” no Palácio da Alvorada. Fez um rapapé para aumentar a audiência da transmissão que faz todas as quintas-feiras abrindo, via Secom, credenciamento para a imprensa.

PROVAS DA FRAUDE – Apresentaria, finalmente, as “provas” da fraude da eleição de 2014, algo que vem apontando há anos de forma leviana, juntamente com o mentiroso “roubo” de sua própria eleição em primeiro turno.

Nos primeiros minutos, fraudes viraram “indícios”. E Bolsonaro enfileirou ataques: ao Supremo Tribunal Federal, ao Tribunal Superior Eleitoral, ao ministro Luís Roberto Barroso, aos senadores da CPI.

Com o rosto transfigurado pelo pânico diante da perda de popularidade e pela evidência de que a classe política não embarcará em seu delírio, Bolsonaro, sem conexão nenhuma, misturou armamento da população, Cuba, Argentina, PT, Lula, Tarcísio Freitas e outras tantas platitudes para se fazer de vítima de um complô de quem não quer eleições democráticas.

USO DA MÁQUINA – Ficou flagrante o uso da máquina do Executivo em favor de uma obsessão autoritária: foi produzida às pressas uma logomarca com um “garoto-propaganda” do tal “voto auditável”.

Na melhor técnica de um mentiroso contumaz e descompromissado com a democracia, Bolsonaro enunciou perguntas conspiratórias para as quais, é claro, não apresentou respostas. Não era esse o objetivo: era plantar alguma ponta de dúvida na cabeça dos eleitores.

O que Bolsonaro fez foi um longo e premeditadamente passivo-agressivo discurso, com a audiência turbinada pelo uso ostensivo da máquina pública. O ministro da Justiça, Anderson Torres, fez parte da patacoada, ao anunciar previamente sua presença na live.

DESVIO DE FINALIDADE – A gravidade do uso, numa cruzada contra a Justiça e contra as eleições, do ministério que tem sob seu guarda-chuva a Polícia Federal é comparável à da captura das Forças Armadas nessa empreitada. E as duas coisas estão em curso numa velocidade cada vez maior, sem que Bolsonaro seja contido.

Dedicado que está a fazer arruaça com a democracia, Bolsonaro já nem finge que coordena o governo no auge de uma pandemia em que já caminhamos para 600 mil mortos, ainda mergulhados numa crise social e econômica.

Seus comandos de governo, de agora a 2022, serão apenas para projetos que permitam melhorar suas chances eleitorais, como o Bolsa Família turbinado.

EM PLENA CAMPANHA – Sua agenda já minguada de compromissos oficiais será recheada apenas de entrevistas a rádios de todo o país, conversas inconsequentes com apoiadores na frente do Alvorada e esses ataques à democracia, cada vez mais desavergonhados.

Ontem ele falou em eleições vencidas “na mão grande”, chamou eleitores de idiotas, insuflou movimentos contra Luís Roberto Barroso, repetiu que o STF conferiu a governos e prefeituras poderes semelhantes ao do estado de sítio. E daí? E daí nada, fica por isso mesmo, o dito pelo não dito.

Bolsonaro falou ininterruptamente por mais de 40 minutos, sem nem esboçar a tal prova de fraude. Mas semeando a todo tempo teorias da conspiração sobre tudo e todos.

MAIS UM ATO – Convocou, ainda, um ato neste domingo, 1º de agosto. a favor do tal voto impresso. Bolsonaro deturpa o sentido de palavras como democracia e liberdade e as transforma em armas no sentido oposto.

Que faça isso usando um palácio oficial e recursos públicos, com ministros de Estado como coadjuvantes canhestros, é mostra de que o arcabouço institucional já está gravemente conspurcado pelo veneno que ele inocula dia a dia.

Comando Militar do Planalto já se prepara para as eleições, mas sem possibilidade de golpe

Publicado em 1 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

Iotti / Agencia RBS

Charge do Iotti (Gaúcha/ZH)

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Sem alarde, e cumprindo sua missão constitucional, o Comando Militar do Planalto já está se preparando para as eleições de 2022. Nas várias reuniões realizadas entre os responsáveis pelas GLOs (Garantia da Lei e da Ordem), a convicção é de que o país terá o pleito mais radicalizado da história, o que exigirá todo tipo de ação preventiva.

Uma coisa é certa: não há, entre os integrantes do Comando Militar do Planalto, qualquer possibilidade de golpe. Esse assunto, garantem os fardados, está distante da realidade do país, só se encaixa nos delírios autoritárias do presidente Jair Bolsonaro.

BRASÍLIA PREOCUPA – Os integrantes do Comando estão, especialmente, preocupados com Brasília, pois temem conflitos e badernas na região central da cidade. Os militares são traumatizados com as tentativas de invasão do Congresso, o quebra-quebra no prédio do Itamaraty e o fogo ateado no Ministério da Agricultura em manifestações recentes.

Tudo será desenhado de forma que não haja surpresas desagradáveis, como a que se viu no início deste ano do Capitólio de Washington, nos Estados Unidos. “No que depender do Comando, isso não acontecerá por aqui, mesmo que alguns incitem”, afirma um militar.

O Brasil, mesmo com toda a radicalização política, não se transformará em praça de guerra, como querem alguns, garantem os fardados ouvidos pelo Blog. A democracia, afirmam, prevalecerá.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Importantíssima essa nota de Vicente Nunes, um dos jornalistas mais respeitados de Brasília. Sem citar, o texto indica que o general Braga Netto, ministro da Defesa, já foi devidamente enquadrado pelo Alto Comando do Exército, que é a instituição militar mais importante e decisiva do país. E realmente o general Braga Netto, que é muito importante, mas está na reserva, parece ter entendido o recado de quem está na ativa. (C.N.)


Atenção para a trajetória do ministro Tarcísio Freitas, que deve ser o novo vice de Bolsonaro

Publicado em 1 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

O presidente Jair Bolsonaro dando carona ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em Rondônia.

Tarcísio anda colado em Bolsonaro, sem máscara e capacete

Vicente Limongi Netto

Analiso. Não torço nem distorço. Nessa linha, atenção para os passos do ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas. É o responsável pelo caixa da campanha presidencial de 2022. O ministro da Infraestrutura é aquele que se pode chamar do homem da mala preta. Continuando o rosário de erros, fracassos e trapalhadas de Bolsonaro, Tarcísio é o candidato do mito de barro e do insaciável Centrão para disputar o governo de São Paulo ou integrar a chapa de Bolsonaro como vice, no lugar do general Hamilton Mourão, tudo depende de negociações.

Engenheiro formado no IME, largou a carreira militar e fez sucesso na iniciativa privada. É uma terceira via que pode render bons votos. Todo final de semana, acompanha Bolsonaro nas motociatas.

DEFESA FRAQUÍSSIMA – Os microfones da CPI da Covid informam mudanças na escalação do maltrapilho e raquítico time de governistas. E com a saída do senador Ciro Nogueira, entronizado na Casa Civil, o patético defensor intransigente da cloroquina, Luiz Carlos Heinze, passa a ser titular da comissão, enquanto o arrogante e falastrão Flávio Bolsonaro é promovido a suplente. 

No frigir dos ovos, Bolsonaro permanecerá dispondo apenas de balas de festim para defender-se do arsenal de fogo cruzado dos oposicionistas. As duas alterações não têm expressão nem força política. Não significam nada. O governo continuará sangrando e caminhando para o abismo.

IRRECUPERÁVEL – Na verdade, o parvo e melancólico Bolsonaro parece ser imbrochável, incomível e também irrecuperável. É impressionante a capacidade que o ainda chefe da nação demonstra, assumindo atitudes e iniciativas grotescas, levianas e irresponsáveis.

A estranha facada da qual foi vítima, na campanha eleitoral, moldou a alma e o espírito de Bolsonaro para pior. Trocou o sentimento da solidariedade pelo rancor ameaçador, insultuoso e debochado. 

A sinceridade que vassalos atribuem ao presidente costuma respingar contra o bom senso. A recente pregação antidemocrática de Bolsonaro contra a lisura das urnas eletrônicas acabou ridicularizada pelo próprio presidente. As paredes e os telhados do governo estão caindo, enquanto ele programa mais uma motociata. 

PF faz operação após BBC revelar venda de terras protegidas na Amazônia, negociadas na internet

Publicado em 31 de julho de 2021 por Tribuna da Internet

Queimada em área de propriedade rural

As terras recém-desmatadas são anunciadas no Facebook

Deu na BBC Brasil

A Polícia Federal (PF) realizou na quinta-feira (28/7) uma operação para combater o desmatamento e a venda ilegal de terras públicas na Amazônia expostos em um documentário da BBC em fevereiro. A operação, batizada de Amazonia.com, mirou pessoas que, por meio de anúncios no Facebook, tentavam vender lotes que ficam em áreas protegidas de Rondônia e do Amazonas, como uma terra indígena e uma floresta nacional.

Os casos dessas seis pessoas foram exibidos no documentário Amazônia à venda: o mercado ilegal de áreas protegidas no Facebook, disponível na página da BBC News Brasil no YouTube.

PENAS ELEVADAS – Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos municípios de Porto Velho, Monte Negro (RO), Cujubim (RO), Machadinho d’Oeste (RO) e Humaitá (AM). Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Porto Velho e pela Justiça Estadual em Machadinho d’Oeste (RO).

Os investigados foram ouvidos pela PF e responderão pelos crimes de invasão e desmatamento de terras públicas e por estelionato. As penas somadas ultrapassam 13 anos de prisão.

O superintendente da PF em Rondônia, delegado Agostinho Gomes Cascardo Júnior, diz à BBC que nas investigações foram empregadas técnicas avançadas de análise e processamento de dados e de inteligência geoespacial, com o uso de drones e imagens de satélite da Nasa (agência espacial dos EUA).

INVESTIGAÇÕES – “O próximo passo é analisar o material apreendido nas buscas, como celulares, documentos das terras e outras mídias”, ele afirma. Após a análise, diz o delegado, os policiais tentarão descobrir se os investigados tinham conexões com outras pessoas, como servidores públicos.

Em nota, a PF diz que as investigações tiveram início em fevereiro após a BBC veicular “reportagem investigativa denunciando o desmatamento e a venda de terras públicas nos Estados de Rondônia e Amazonas através de redes sociais por particulares, inclusive dentro de unidades de conservação e terras indígenas”.

Durante a produção do documentário, a BBC encontrou no Facebook dezenas de anúncios em que vendedores negociavam pedaços da floresta ou áreas recém-desmatadas sem que tivessem documentos que comprovassem a propriedade das terras.

LOTES À VENDA – Em um dos anúncios, dois lotes de 830 hectares dentro da Floresta Nacional do Aripuanã (AM) eram oferecidos por R$ 1,6 milhão cada.

Outro anúncio ofertava um lote de 21 alqueires (o equivalente a 57 campos de futebol) “todo em mata, com toda madeira ainda para tirar” no município de Buritis (RO), por R$ 126 mil. Com base em coordenadas geográficas citadas no anúncio, a BBC descobriu que a área estava dentro da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau.

É proibido vender áreas que sejam parte de terras indígenas ou unidades de conservação, pois os territórios são de domínio público e se destinam exclusivamente a povos indígenas ou comunidades tradicionais.

ORDEM DO STF – Em março, em outro desdobramento do documentário da BBC, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça investigassem os fatos expostos a reportagem.

Barroso é relator de uma ação apresentada pela Articulação dos Povos I7ndígenas do Brasil (Apib) e por seis partidos políticos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT e PDT), que apontam suposta omissão do governo federal no combate à covid-19 entre indígenas.

A decisão de determinar a investigação foi tomada no âmbito dessa ação porque uma das áreas ofertadas está dentro de uma terra indígena, a Uru Eu Wau Wau (RO). É possível que os achados da operação feita pela PF nesta quinta-feira sejam compartilhados com os investigadores encarregados da ação em curso no STF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É uma vergonha que a Polícia Federal venha a agir somente após a publicação da denúncia pela BBC. A fiscalização precisa ser feita de forma rotineira, mas isso jamais veremos no atual governo, que parece ter prazer em destruir a Amazônia. (C.N.)

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