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segunda-feira, agosto 30, 2010

Revistas: senadores 'caciques' sob risco de degola

ISTOÉ

O fim de uma era?

Senadores experientes que ganharam os holofotes nos últimos oito anos estão ameaçados de sair de cena no início de 2011. Apesar de terem ocupado as páginas dos jornais e frequentado de maneira assídua a tribuna do Senado por quase uma década, eles, agora, têm a eleição ameaçada. Alguns mantiveram o discurso ultrapassado e utilizam a campanha não para apresentar novas ideias, mas para denegrir a imagem dos oponentes. Outros, além de envolvidos com esquemas de corrupção, fazem campanha semelhante à de coronéis que dividiam os Estados em currais eleitorais. De acordo com especialistas, o eleitor, cada vez mais bem-informado, vem mostrando que quer sangue novo e exige competência. “Há dois terços do Senado em disputa e haverá uma grande renovação”, diz o diretor do Diap, Antônio Augusto Queiroz. “Dos 30 que tentam a reeleição, quase a metade não deve se reeleger.”

A degola ameaça principalmente os senadores de oposição do Nordeste, que apostaram num discurso surrado e de crítica sistemática ao governo Lula no Congresso. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que utilizou a CPI dos Bingos para minar o governo, corre sério risco de ficar sem mandato. Ele está em terceiro lugar nas pesquisas, com 24% dos votos, atrás do ex-governador Wellington Dias (PT-PI), que tem 55%, e de Mão Santa (PSC-PI), com 30%. “Estou recebendo um bombardeio direto do Palácio”, reclama Heráclito. “Eles não têm o direito de usar a máquina do governo, de distribuir verbas e convênios para favorecer seus aliados. As candidaturas mais caras são as do governo”, justificou. Outro que usou a CPI para atingir o governo foi o senador Efraim Morais (DEM-PB). Com uma diferença: Efraim é acusado de envolvimento em esquemas de corrupção.

As denúncias vão desde a distribuição de cargos a servidores fantasmas no Senado até a cobrança de propinas em contratos de serviços públicos. Na Paraíba, o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) lidera as pesquisas ao Senado, com 52% dos votos. Em segundo lugar está o prefeito de Campina Grande, Vital do Rego Filho (PMDB), com 25%. Efraim tem 22%.
Outra figura carimbada da política brasileira que corre o risco de ficar sem mandato é o senador Arthur Virgílio (PSDB). Dono de um discurso ácido e de críticas pesadas, ele aproveita sua campanha para desferir duros golpes nos concorrentes. Mas essa estratégia não tem garantido votos para Virgílio. O ex-governador do Amazonas Eduardo Braga (PMDB) tem 82% e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB) está em segundo lugar, com 39,3%. Virgílio aparece com 39%. No Rio Grande do Norte, o senador José Agripino Maia (DEM), que chegou a bater boca com a ministra Dilma Rousseff em audiência no Senado, está em segundo lugar nas pesquisas, com 39%, mas vê o avanço de sua oponente, a ex-governadora Wilma Maia (PSB), que já tem 32%. Em primeiro lugar está o ex-presidente do Senado Garibaldi Alves Filho (PMDB), com 41%.

A ameaça de esses caciques perderem seus cocares deixa claro dois fenômenos que estão ocorrendo nas eleições de 2010. O primeiro é a impressionante popularidade do presidente Lula, que conseguirá fazer como sucessora uma candidata completamente virgem em disputas eleitorais. Se Lula não consegue eleger todos os candidatos que apoia, como o ex-senador Aloizio Mercadante, em São Paulo, ele, ao menos, tem minado a campanha de seus adversários políticos. O outro é o desejo de renovação do Congresso. Após anos de escândalo sobre escândalo no Senado, boa parte da população não quer eleger ninguém que tenha passado os últimos anos por lá.

Surge o fator Aécio

Dizem que mineiro é desconfiado por natureza. E isso se reflete também na forma como o eleitor de Minas Gerais decide seu voto. Em 2008, Leonardo Quintão (PMDB) tinha 22 pontos de vantagem sobre Marcio Lacerda (PSB) no início da disputa para a Prefeitura de Belo Horizonte, mas em poucos meses a situação se inverteu e Lacerda acabou levando a melhor num segundo turno inesperado. Tudo indica que esse fenômeno pode se repetir na atual corrida pelo Palácio da Liberdade. A última pesquisa do Ibope mostra um crescimento de seis pontos percentuais do governador Antonio Anastasia (PSDB), que agora ostenta 27% das intenções de voto – apenas 11 pontos percentuais atrás do ex-ministro Hélio Costa (PMDB), que caiu um ponto, ficando com 38%. A distância era de 18 pontos há menos de um mês, e deve se reduzir ainda mais à medida que os eleitores começarem a associar a imagem de Anastasia à do ex-governador Aécio Neves, cuja popularidade foi determinante para a vitória de Lacerda dois anos atrás.

O avanço repentino de Anastasia pode ser comparado à arrancada da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, nos últimos meses. A partir do momento que ficou claro para a população que Dilma representava a continuidade do governo Lula, os eleitores indecisos bandearam-se para seu lado. Da mesma forma, em Minas, só agora o atual governador começa a ter sua imagem ligada à ideia de que será por meio dele que a bem avaliada gestão de Aécio Neves terá continuidade. “Fiquei calado este tempo todo vendo analistas de todo lado dando a derrota de Anastasia como certa. Mas em Minas você tem que ter um pouco mais de cautela”, disse Aécio Neves à ISTOÉ. Segundo ele, tornar Anastasia mais conhecido e aproximá-lo do êxito do governo dará mais musculatura à campanha. “Temos uma gestão muito bem avaliada. A população já tinha Anastasia como um homem sério e administrador competente. Faltava associá-lo ao sucesso da gestão. E isso está vindo com muita naturalidade”, afirma o ex-governador, agora favorito na eleição para o Senado.

Dilma invade a fortaleza tucana

Se ainda restava alguma cidadela tucana na disputa presidencial, era o eleitorado de São Paulo. Administrado nos últimos 16 anos pelo PSDB, o Estado que hoje abriga o maior colégio eleitoral do País, com cerca de 30 milhões de eleitores, anunciava-se como a principal fonte de votos da campanha de José Serra à Presidência. E os tucanos acreditavam que uma expressiva votação em São Paulo seria capaz de compensar a força da candidata do PT, Dilma Rousseff, no Nordeste, região onde o presidente Lula alcança seu maior índice de popularidade. Na projeção inicial do PSDB, São Paulo serviria também como um catalisador de votos dos demais Estados da região Sudeste e Sul. Mas, a julgar pelas pesquisas de opinião, o último bastião tucano foi implodido nessas eleições. De acordo com pesquisa da Datafolha divulgada na quinta-feira 26, Dilma não só ultrapassou Serra no Estado (41% a 36%) como lidera também na capital paulista, administrada pelo prefeito Gilberto Kassab, do DEM (41% a 35%). “Isso é reflexo do nível de satisfação da população. Sete em cada dez brasileiros acham que o País está no rumo certo. Parte expressiva deste contingente eleitoral tende a votar na candidata do PT”, disse o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília.

A candidata do PT manteve a curva ascendente e abriu 20 pontos de vantagem sobre Serra em todo o País: 49% a 29%. Há duas semanas, já se cristalizava a formação de uma onda Dilma varrendo os principais Estados, a partir do bom desempenho da ex-ministra nos programas no horário eleitoral gratuito e da entrada de Lula na campanha. A onda, porém, transformou-se rapidamente num tsunami e a vitória de Dilma no primeiro turno parece cada vez mais provável. “É o que podemos chamar de efeito Lula”, ressaltou Fleischer. Se o pleito fosse hoje, Dilma teria 55% dos votos válidos e liquidaria a eleição. Na última semana, além de superar o tucano em São Paulo, Dilma assumiu a liderança no Rio Grande do Sul, no Paraná e entre os eleitores com maior faixa de renda, antes considerados filões de José Serra. No Rio Grande do Sul, governado hoje pela tucana Yeda Crusius, a petista passou de 35% para 43%, contra 39% de Serra, que caiu três pontos percentuais. No Paraná, histórico reduto tucano, cuja capital, Curitiba, é administrada por Beto Richa, do PSDB, Dilma pulou de 34% para 43%, enquanto o tucano despencou de 41% para 34%. Dilma, agora, detém o primeiro lugar em todas as regiões do País.

Bateu desespero

Diante da possibilidade real de Dil¬ma Rousseff, a candidata do PT à Presidência, resolver a eleição no primeiro turno, os integrantes da equipe de José Serra passaram os últimos dias tentando juntar os cacos de uma campanha que, até agora, se mostrou desastrosa. Mas as reuniões, ao longo da semana, em vez de pacificarem o já conturbado ninho tucano, contribuíram para tensionar o ambiente ainda mais. Segundo apurou ISTOÉ, os encontros foram regados a críticas internas, discussões acaloradas e até ameaças de importantes caciques do PSDB de abandonar José Serra à própria sorte, caso suas exigências não fossem cumpridas. “Precisamos abrir mais a campanha. Do jeito que está não dá mais”, desabafou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conversa com um importante dirigente do PSDB. Emparedado pelos aliados, que cobraram uma participação mais efetiva na campanha e mudanças no programa de tevê no horário eleitoral gratuito, Serra teve de ceder. Mas cobrou a liberação de recursos e o aumento da produção de material de campanha para ser remetido aos Estados. “Os protestos incomodaram muito o Serra, mas a situação é tão crítica que ele não teve outra alternativa senão acatar as reivindicações”, disse um dirigente tucano.

Os novos passos foram definidos em conversas, que, dessa vez, contaram com a presença do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves e de FHC. O político mineiro teve um encontro com Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, num café nos Jardins, zona sul de São Paulo. Já Fernando Henrique preferiu as articulações pelo telefone. “Apareço da maneira como acho que um ex-presidente deve aparecer, dando ideias, discutindo, mas não sou militante”, esclareceu. Os dois não eram consultados desde o processo de escolha de Índio da Costa (DEM) como vice na chapa tucana. O problema é que, antes mesmo de Aécio e FHC entrarem em campo, os tucanos mais afoitos já haviam colocado em curso, no início da semana, estratégias dignas de uma campanha totalmente sem rumo, acertadas durante encontro, na noite do domingo 22, no Hotel Hyatt, em São Paulo. Ficou decidido, por exemplo, que o PSDB iria aumentar o tom dos ataques ao PT, mas sem bater em Lula. Em campanha pelo interior, porém, um candidato a deputado federal pelo PSDB chegou a chamar Lula de embusteiro. Pelo DEM, coube ao vice Índio ser, mais uma vez, o porta-voz dos bombardeios. “Ela (Dilma) diz que lutou contra a ditadura. O que ela está oferecendo para o Brasil é uma nova ditadura”, atirou Índio. No programa eleitoral, o PSDB associou Dilma ao ex-ministro José Dirceu. E fez troça da estreita ligação da candidata do PT com o presidente Lula. “Do jeito que ela anda pendurada em Lula, se ele se afastar, ela cai”, disse o locutor do programa.

Lula volta a panfletar no ABC paulista

Trinta e dois anos separam as duas imagens. Na primeira delas, um líder sindicalista de cenho cerrado, cabelos e bigodes negros distribuía um monte de panfletos na entrada da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, acompanhado por um jovem intelectual pouco familiarizado com aquele ambiente fabril. Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, apresentava aos trabalhadores do ABC o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, magro, cabelos escuros, camisa esportiva, carregando nas mãos uns poucos exemplares do jornalzinho de propaganda.

Corria o ano de 1978 e Fernando Henrique se lançava candidato ao Senado pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Chico Buarque de Holanda tinha criado um jingle para ele: “A gente não quer mais cacique/ a gente não quer mais feitor/ a gente agora está no pique/ Fernando Henrique senador.” Lula não suportava políticos. Em maio daquele ano ele havia surpreendido o governo militar ao liderar uma greve de metalúrgicos em São Bernardo, desafiando os generais da ditadura. Pressionado por intelectuais que apoiavam o movimento sindical, porém, Lula acabou aceitando entrar na campanha do MDB. Levou Fernando Henrique às portas de fábrica e rodou com ele pelo interior de São Paulo. O “príncipe dos sociólogos” conseguiu se eleger primeiro suplente do senador Franco Montoro e, quatro anos depois, assumiu a vaga, dando início à carreira política que o levou à Presidência.

A foto mais recente é da madrugada da segunda-feira 23. O presidente Lula estava de volta à entrada da Mercedes. Desta vez, apresentava aos metalúrgicos a candidata que escolheu – sem a pressão de intelectuais – para sucedê-lo. “Trouxe ela [Dilma Rousseff] aqui para pegar um pouco de energia na porta de fábrica, que foi onde tudo começou”, disse aos metalúrgicos. Passava pouco das 5h30 quando Lula chegou com cara feliz, acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia. Só voltou a ficar parecido com aquele metalúrgico carrancudo dos anos de chumbo quando constatou a desorganização do evento.

Passou um pito geral e decidiu ele mesmo coordenar a apresentação de Dilma. Do alto do caminhão de som, explicou: “Eu queria aquela coisa normal, que a companheira Dilma pudesse ir lá no corredor onde vocês (funcionários) entram, para cumprimentar cada companheiro.” A ideia não era fazer comício, segundo ele. “Afinal de contas, não é sempre que um trabalhador pode pegar na mão de uma mulher presidente da República.” E, virando-se para Dilma, avisou: “Depois vou ajudar esse pessoal a telefonar e falar: ‘presidenta, sabe aquilo que a senhora falou na porta da fábrica às seis da manhã? Nós não esquecemos’”.

Horário eleitoral ambulante

A geringonça chama a atenção: jovens cabos eleitorais carregam uma espécie de mochila nas costas e, de dentro dela, sai a estrutura de metal que dá suporte a um monitor de tevê LCD de 16 polegadas. Esse aparelho, sobre a cabeça do sujeito, fica ligado o tempo todo em apenas um programa, o do candidato a deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), o pai da ideia. Ele não é o único a inovar na campanha eleitoral deste ano.

Também concorrendo a uma vaga na Câmara Federal, Benedita da Silva (PT-RJ) usa telas de LED de três metros quadrados, acopladas em Kombis nem tão novas, com o mesmo objetivo: vender seu peixe ao eleitorado através de um sistema de som que alcança até três mil pessoas. E, sem imagem, mas igualmente excêntrica, a lixeira-falante do candidato a deputado estadual Domingos Brazão (PMDB-RJ) desfila apenas com som. Ele criou cestas de lixo, semelhantes às da companhia de limpeza urbana da cidade, adaptadas com rádios e alto-falantes e conduzidas por cabos eleitorais. O objetivo dos políticos é estender o escasso tempo na tevê e no rádio destinado aos postulantes a cargos proporcionais que, às vezes, não conseguem nem 25 segundos.

Julio Lopes pediu a um amigo, que trabalha com alumínio, para desenvolver a estrutura do homem-tevê. “Não causa desconforto”, garante Antônio Carlos dos Santos Silva, 30 anos, que ganha R$ 510 por mês para carregar os 15 quilos nas costas. “Revezo com um colega, cada um fica meia hora com o equipamento”, explica Silva. “Aquilo é um cortador de grama com bateria na mochila. Só que com uma televisão em cima”, explica Lopes. Ele pagou R$ 600 por monitor, ganhou a estrutura de presente do amigo e contratou 11 cabos eleitorais, ao custo de um salário mínimo cada um.

Mais modesto, o deputado estadual Domingos Brazão, candidato à reeleição, apelou para a lixeira de som. “Além de levar nossa mensagem, ainda recolhemos os papéis jogados no chão que encontramos pela frente”, disse Brazão, que tem 20 segundos nas inserções de rádio e tevê. Segundo ele, as 13 lixeiras de som custaram R$ 700 cada uma e seus cabos eleitorais ganham R$ 300 por quinzena, pela jornada de 40 horas semanais. O professor de marketing digital Klaus Denecke-Rabello, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, diz que as invenções são geniais, mas questiona sua eficiência. “A verdade é que o público não quer mais somente ver o candidato falar, ele quer dialogar”, explica o professor.

É científico: "boa-pinta" ganha voto

Quando o ex-presidente Fernando Collor de Melo disparou nas pesquisas eleitorais em 1989, um entre tantos argumentos usados pelos partidários do então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva para justificar a liderança do jovem governador alagoano encontrava explicações na estética. Para eles, a pinta de playboy de Collor roubava votos de um nada atraente Lula, apelidado havia pouco de Sapo Barbudo pelo ex-governador e também presidenciável Leonel Brizola. O que parecia ser desculpa de derrotados, no entanto, trata-se de uma verdade inquestionável, de acordo com o Massachusetts Institute of Technology, o MIT, uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do mundo. Um estudo realizado pela universidade americana mostra que, em política, a beleza é muito mais do que um mero atrativo estético. É, na verdade, um ativo valiosíssimo em uma eleição majoritária.

Para provar isso, o MIT decidiu financiar uma pesquisa específica sobre o assunto, batizada de Looking like a Winner: Candidate Appearance and Electoral Success in New Democracies” (algo como: Parecendo-se com um vencedor: aparência do candidato e sucesso eleitoral nas novas democracias). Os cientistas do instituto selecionaram dois grupos para estudar tão díspares quanto a distância que os separa: americanos e indianos. Para cada um deles foram apresentadas as fotos oficiais de candidatos a governador e deputados federais do Brasil e do México. A cada voluntário, uma espécie de cédula com as fotos de apenas dois candidatos era apresentada e uma pergunta era feita: qual dos dois seria um melhor governante, caso fosse eleito? Em cerca de 75% das vezes os entrevistados indianos e americanos escolheram o mesmo candidato, sinalizando que, apesar da latente diferença cultural entre eles, existe um consenso sobre qual é a aparência de um bom homem de Estado.

Surpreendentemente, o candidato escolhido como o melhor pela maioria dos entrevistados foi, em cerca de 70% das vezes, o eleito na corrida eleitoral de seu país. Gabriel Lenz, professor do MIT e coautor do estudo declarou ter ficado “chocado” com o resultado da experiência. “Essas são culturas muito diferentes, com tradições políticas e histórias diferentes”, disse. A pesquisa levou em consideração variáveis como: idade, cor da pele, sexo e até uso de barba ou bigode. Ao que tudo indica, eleitores de toda parte tendem a optar por pessoas de pele mais clara, em idade intermediária e sem pelos no rosto. Além disso, os candidatos que estavam sorrindo nas fotos causaram maior simpatia entre os potenciais eleitores.

ÉPOCA

O alvo era a turma de Serra

A delegacia da Receita Federal em Mauá, município da região metropolitana de São Paulo, se tornou um dos epicentros da disputa eleitoral pela Presidência da República. Na semana passada, o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, obteve na Justiça acesso a um processo administrativo disciplinar conduzido pela Corregedoria da Receita Federal. A investigação tenta descobrir quem e por que violou dados do Imposto de Renda de Eduardo Jorge. As informações contidas em quase 500 páginas mostram que, a partir dos computadores no piso superior da agência, onde ficam 12 mesas, uma copa e um banheiro, foram feitos acessos irregulares aos dados não só de Eduardo Jorge, mas do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira e do empresário Gregorio Marin Preciado. Os três últimos também são ou foram ligados ao candidato do PSDB à Presidência, o ex-governador José Serra.

A violação dos dados fiscais sigilosos de Eduardo Jorge ganhou conotação eleitoral em junho, quando o jornal Folha de S.Paulo publicou que eles faziam parte de um dossiê em poder de integrantes de um “grupo de inteligência” que estaria sendo montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência com o objetivo de reunir informações contra adversários e fazer contraespionagem. Em seu depoimento à Comissão de Sindicância, Eduardo Jorge afirmou ter recebido cópias parciais de suas declarações de renda de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 das mãos de um repórter do jornal.

Concentrada por enquanto apenas em Eduardo Jorge, a investigação da Receita ainda não permite apontar quem estava interessado na obtenção dos dados que deveriam ser sigilosos. Mas a revelação de que em um mesmo dia (8 de outubro de 2009), numa sequência de 16 minutos, os dados fiscais de quatro pessoas que têm ou tiveram ligação com Serra foram acessados irregularmente reforça a suspeita de que estava em curso uma operação político-eleitoral que tinha como alvo o atual candidato do PSDB à Presidência.

A conta vai sobrar para todos nós

Em seus programas de TV e nos palanques, os dois principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB – prometem fazer um governo de continuidade. É natural que digam isso, por temor de contrariar os cerca de 80% de eleitores que aprovam o presidente Lula. Mas não é totalmente verdade. Políticos e economistas das mais variadas correntes avaliam que o próximo presidente será obrigado a fazer um ajuste fiscal para equilibrar as contas do governo. E logo, porque o melhor momento para medidas duras é no início do mandato. Sem esse ajuste, dificilmente o Brasil conseguirá manter um crescimento econômico acima de 5% ao ano. Primeiro, porque vão faltar recursos para o governo realizar investimentos. Em segundo lugar, porque, se a expansão dos gastos se mantiver, o Banco Central terá de manter as taxas de juro na estratosfera para conter a inflação.

Na semana passada, o governo federal anunciou o pior resultado fiscal em um mês de julho nos últimos dez anos. Desde a posse de Lula, em 2003, a arrecadação aumentou 131%, mas os gastos cresceram 146,6% (sem descontar a inflação). Segundo os números oficiais, os gastos do governo central deverão fechar 2010 em 18,6% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país. Em 2002, eram 15,7%. O aumento de investimentos federais foi bem menor: passou de 0,8% para cerca de 1% do PIB.

Os candidatos à Presidência no divã

A candidata Dilma Rousseff (PT), líder nas pesquisas para presidente, é apresentada em sua propaganda como “mãe do Brasil”. A expressão já foi usada diversas vezes pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há poucos dias, foi citada pela primeira vez pela própria Dilma: “Quero fazer com cuidado de mãe o que ainda precisa ser feito”, disse. José Serra (PSDB), o segundo colocado nas pesquisas e principal opositor do governo, usa a imagem de Lula em sua propaganda. Diz como eles trabalharam juntos e segue com um jingle que começa assim: “Quando Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá”.

Os eleitores, evidentemente, sabem que um país não tem mãe. A maioria sabe também que Serra está longe de ser um aliado de Lula. Ao recorrer a esse tipo de marketing eleitoral, os candidatos, porém, não estão mirando apenas a razão dos eleitores. Eles estão em plena disputa de um jogo travado silenciosamente, a cada eleição, pelos comitês de campanha: o da conquista das emoções dos eleitores, na qual o foco são os elementos subjetivos. No processo eleitoral, como em quase todas as decisões na vida, as emoções interagem com a razão e são elas que frequentemente guiam o eleitor na definição do voto.

Que tipo de emoção as campanhas dos candidatos à Presidência querem despertar nos eleitores? Para responder a essa questão, ÉPOCA ouviu especialistas raramente consultados para análises eleitorais: os psicólogos políticos. São profissionais que estudam como a imagem pública dos candidatos é construída junto aos eleitores, mobilizando sentimentos nas entrelinhas. A psicologia política é um ramo de estudos bastante desenvolvido nos Estados Unidos, mas que só agora começa a despertar mais atenção no Brasil. Para esses especialistas, o atual clima de bem-estar reinante no país cria um ambiente favorável a que os candidatos tentem se comparar a figuras familiares para capturar emocionalmente os eleitores. “Estamos vivendo o embalo de um sonho”, afirma o psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, que trabalha há 20 anos com o tema do imaginário popular na política. “A disputa se dá entre grupos adversários, mas há um acordo tácito de que tudo vai bem, como nas boas famílias.”

Entrevista – Luiz Carlos Mendonça de Barros: "Violação de sigilo equivale à tortura"

O engenheiro Luiz Carlos Mendonça de Barros, UM dos alvos da quebra ilegal de sigilo perpetrada nas dependências da delegacia da Receita Federal em Mauá, São Paulo, diz que tem a obrigação política, como cidadão, de levar a questão aos tribunais. “Se eu me calar, será uma vitória para eles”, diz Mendonça de Barros, em alusão às pessoas que tinham interesse em seus dados fiscais. Apesar de partilhar a suspeita de que a violação tenha motivação político-eleitoral, o ex-ministro, que ocupou a pasta das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, isenta o núcleo do governo Lula e da campanha da ex-ministra Dilma Rousseff de responsabilidade no episódio.

ÉPOCA – O que o senhor pretende fazer depois dessa denúncia de violação de seu sigilo fiscal?
Luiz Carlos Mendonça de Barros – Não sei ainda responder com precisão o que eu vou fazer, mas o que eu não vou fazer é ficar quieto. Meu ponto de vista é muito claro: essa violação do sigilo fiscal guarda a mesma proporção de uma tortura física contra o cidadão pela polícia ou pelo Exército porque se trata de direitos constitucionais do cidadão: o direito à defesa pessoal física e ao seu sigilo sobre as informações que você concorda em partilhar com o governo pela Receita Federal. O Estado é constitucionalmente obrigado a manter o sigilo por meio de um funcionário seu. O crime está caracterizado. Eu não vou ficar passivo porque também isso aparentemente é um padrão de comportamento de um grupo dentro do governo. É uma responsabilidade política minha entrar na Justiça e fazer disso uma questão legal, porque é assim que a gente deve agir em sociedade. Se eu me calar, evidentemente é uma vitória para eles.

Havia uma operação político-eleitoral em curso?
É difícil saber a motivação. Há alguns sinais externos. Há aquele jornalista que parece ter sido contratado para fazer os dossiês. Há as características comuns dos quatro nomes ligados ao candidato José Serra. Além disso, a gente sabe que esse pessoal é dado a usar esse tipo de arma no embate político. Mas não sou eu quem vai fazer esse julgamento. Vou simplesmente exigir meus direitos como cidadão.

A Receita abriu uma sindicância e identificou suspeitos da quebra de sigilo. A atuação interna da Receita basta para deter essas ações ilegais?
Estive no governo duas vezes em dois momentos distintos. Aprendi na prática a respeitar muito a Receita Federal como instituição. Aliás, sempre digo que o Estado brasileiro conta com instituições bastante corretas e independentes em relação às forças políticas. O Banco Central, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são instituições que estão acima do grupo político que está no controle do Estado. Não tenho dúvida de que o grosso dos funcionários da Receita está revoltado com esses episódios, porque eles só denigrem a imagem da Receita. Aparentemente, dois ou três desses funcionários colocaram o interesse político acima do interesse da instituição. Não tenho dúvida de que esse pessoal vai ser punido. O problema vai ser saber exatamente quem de fora da Receita comandou esse processo. Aí, é mais difícil.

Não deu no "New York Times"

Correspondente do The New York Times no Rio de Janeiro até agosto de 2007, Larry Rohter continua profundamente ligado ao Brasil. Casado desde 1973 com a brasileira Clotilde, ficou por aqui até março de 2008 para escrever seu primeiro livro sobre o país, Deu no New York Times (editora Objetiva). Hoje, aos 60 anos, vive em Hoboken, no subúrbio de Nova York, mas vem regularmente ao Brasil. De olho no interesse mundial pelo país, acaba de lançar um novo livro, Brazil on the rise (numa tradução livre, Brasil em ascensão), pela editora americana Palgrave Macmillan. A primeira obra era dirigida ao público brasileiro; esta é uma espécie de introdução para o público estrangeiro. “O interesse pelo Brasil já era grande em 2008, quando a editora decidiu fazer o livro, e desde então só aumentou”, disse Rohter a ÉPOCA. “Já sabemos até que haverá uma edição do livro em chinês.”

Apesar de alguns erros factuais – Rohter diz, por exemplo, que a ditadura militar “criou vários Estados novos” para diluir a importância de São Paulo e Minas Gerais no parlamento, uma inverdade –, o livro também é interessante para o leitor brasileiro se reconhecer (ou não) no espelho que o autor apresenta. Rohter – que cita apenas de passagem o episódio em que Lula quis expulsá-lo do país, em 2004 – vai muito além da política. Fala do que acha bom (a hospitalidade, o espírito empreendedor) e ruim (o jeitinho, o preconceito racial velado) na sociedade brasileira. Rohter diz que, depois desse livro, não deve voltar tão cedo a escrever sobre a política – mas planeja lançar biografias de figuras da história do país. Também tem um romance não acabado, ambientado no Rio de Janeiro.
Entrevista Larry Rohter: "Este é o 16º ano do governo FHC"

ÉPOCA – Os estrangeiros estão olhando para as eleições no Brasil?
Larry Rohter – Ainda não. O que interessa para eles é o resultado: quem vai ser o novo presidente, o que significa para os investimentos, se as mudanças vão ser grandes ou pequenas. No Brasil há apenas um partido de direita, o DEM, e mesmo ele está mudando. Na verdade, no campo ideológico você tende a ver uma convergência. Em 2003, quando Lula assumiu, Francisco de Oliveira, um dos fundadores do PT, se queixava de que era o “nono ano do governo Fernando Henrique”. A esta altura, estamos no 16º ano do governo FHC. Porque a política econômica do governo Lula, com o passar dos anos, é cada vez mais social-democrata, no sentido europeu. Claro que ainda existem no PT facções e grupos nostálgicos do marxismo-leninismo, mas não são a maioria. Seria interessante ver como eles vão se comportar num eventual governo Dilma, se ela tem força suficiente para controlar essa tendência dentro do PT. Mas, hoje em dia, os dois partidos mais importantes no país estão ocupando um campo ideológico que se sobrepõe.

O senhor já esperava pelas dificuldades que a oposição está enfrentando na campanha eleitoral?
O Serra demorou demais para confirmar a candidatura. E a escolha do vice foi desastrosa. Indio da Costa como vice-presidente do Brasil? Álvaro Dias tem experiência, teria sido um candidato com força no Sul do país. Mas quando comentei com minha mulher que o Serra tinha escolhido o Indio da Costa, ela ficou atônita e me perguntou: “Aquele menino?”. E é isso mesmo. Agora, a escolha da Dilma também não foi ótima. O Michel Temer, embora experiente, representa o antigo. Dos três candidatos a vice, o mais qualificado é o da Marina (o empresário Guilherme Leal). Ele pelo menos tem experiência em dirigir algo. Não sei se o eleitorado pensa muito no vice, mas veja a história do país: muito mais do que os Estados Unidos nos últimos 50 anos, o Brasil tem vivido momentos em que o vice assume a Presidência. O Jango, o Sarney, o Itamar. Dados os problemas de saúde de Dilma, nós temos de pensar nisso e tenho certeza de que os investidores estrangeiros já estão pensando.

Qual é sua visão sobre os dois candidatos líderes das pesquisas?
Serra desperdiçou uma vantagem inicial que tinha e não tem mais. Ele realmente é um político experiente, foi senador, ministro, governador e um economista com muitas qualidades, que entende do Brasil e do mundo. Agora, não quero desprezar Dilma. Ela é uma boa administradora, que conseguiu impor uma estrutura, uma disciplina no gabinete do Lula, e é uma pessoa inteligente. Mas nunca foi candidata a coisa nenhuma, está começando agora. E, quando a vejo em um comício, ou num debate, parece que ainda não se sente confortável. Ser a indicada do Lula parece que compensa todas as dificuldades. Parece. Estamos em agosto. Vamos ver o resto da campanha.

CARTACAPITAL

A batalha dos números

Os analistas de pesquisa têm uma explicação simples para o fato de, na reta final de uma campanha eleitoral, os resultados dos institutos ficarem muito parecidos: a consolidação das intenções de voto reduz as nuances e torna mais homogêneos os grupos de eleitores. Fica mais fácil, portanto, captar as tendências.

O grande lance, o que evidencia a qualidade dos pesquisadores, é acertar quando a corrida das eleições está no seu início e o eleitorado ainda está muito disperso. Ligado ao jornal Folha de S.Paulo e chancelado pela Rede Globo, o Datafolha criou em torno de si a aura de grande reputação. Era como se seus métodos fossem superiores e suas medições, mais confiáveis. Verdadeira ou não, essa suposta superioridade técnica virou, com uma intensidade nunca antes vista em eleições, uma arma contra os rivais. A associação entre o instituto e o jornal provocou uma espécie de caça às bruxas no início do ano. Os alvos foram dois concorrentes mineiros, o Sensus, de Ricardo Guedes, e o Vox Populi, de Marcos Coimbra.

Agora, a menos de um mês da eleição, o Datafolha vê-se enredado na própria armadilha. Depois de uma correção brutal de rumo – em três semanas e meia o instituto saiu de um empate técnico de Dilma com o tucano José Serra para uma acachapante vantagem de 20 pontos porcentuais da petista – é a empresa dirigida pelo sociólogo Mauro Paulino que está na berlinda.

Astros, deuses e eleição (trecho de artigo – Mino Carta)

Graças à revista Veja, edição de 21 de abril passado, aprendi que a Lua em Áries determina a liderança inata dos nascidos em Peixes, enquanto Saturno e Urano em conjunção levam-nos a reformular dogmas,
desenvolver habilidade organizacional e reunir pessoas diferentes em prol da mesma causa. Palavras do astrólogo Oscar Quiroga ao traçar o mapa do pisciano José Serra, com exclusividade para a semanal da Editora Abril. Mas tem mais. Júpiter atingiria a posição do mapa natal do candidato tucano, de sorte a avalizar a previsão: “O sinal mais marcante e auspicioso da sua candidatura se dará entre os dias 1º e 25 de agosto de 2010”.

Serra, contava Veja, “adora ler horóscopo” e tem predileção por Quiroga, que diariamente frequenta nas páginas do Estadão. No dia 21 de abril, o ex-governador de São Paulo há de ter sido tomado por compreensível euforia. Dizia seu astrólogo preferido, sempre na Veja: “Se depender dos astros, José Serra está eleito”. Lembrei-me então da Ilíada, tempo em que os deuses do Olimpo envolviam-se na vida cotidiana dos humanos, inclusive em suas guerras, como a de Troia. Pallas Athena, deusa da sabedoria, protegia descaradamente Ulisses e, portanto, os gregos. Afrodite, interesseira deusa do amor, ficava com Páris, belo mancebo, e portanto com os troianos.

Depois de ler Quiroga na Veja, ganhei a certeza de que tanto Pallas quanto Vênus ficariam com Serra, sem contar com a súbita entrada em cena de Júpiter, ou seja, do próprio Zeus. Pergunto agora aos meus esotéricos botões o que poderia ter ocorrido nas alturas do Olimpo, ou nas esferas celestes, para reverter dramaticamente os vaticínios de Quiroga. A minha surpresa se deve, inclusive, ao fato de que, à época, o candidato tucano, cidadão muito preparado, reconheceu: “Há uma espécie de ciência por trás disso”.

(...)

Que virá depois para ele? E para o PSDB - com suas pretensões de ser a vanguarda da modernidade? E para Fernando Henrique Cardoso, envolto na teia das suas próprias artimanhas, caleidoscópicas e circum-navegadoras? E para a mídia nativa, até há pouco empenhada até o pescoço, não, não, até a raiz dos cabelos, em promover a candidatura de quem atravessou a existência a se preparar para a Presidência da República? E para o instituto de pesquisas Datafolha, que há três semanas registrava um empate entre Serra e Dilma, quando não uma leve vantagem para aquele, e depois galopou na patética tentativa de recuperar o tempo perdido para adequar-se aos números dos demais institutos?

Perguntas para o futuro próximo. Uma leitora de Porto Alegre, Fernanda Moema Santos Souza, teme um lance de desespero dos derrotados, in extremis. Seria uma tentativa de golpe? Pois o Brasil de 2010, e o mundo, não são os de 1964, e os antigos donos do poder, hoje apenas donos de si mesmos, sabem disso, e que sua mídia serve tão somente para estimular os seus próprios rancores e medos. Ah, sim, que será dos astrólogos? Ao menos, de um deles…

Lideranças do PMDB entram em campo por Fogaça

O PMDB gaúcho reuniu-se na manhã da última quinta-feira 26, para discutir a postura do partido nas eleições de 3 de outubro. Na pauta, a situação da campanha para governador do Rio Grande do Sul, na qual o candidato José Fogaça(PMDB) briga para assegurar uma das vagas no segundo turno. O diagnóstico da cúpula peemedebista é de que, até agora, as lideranças do partido estão muito distantes de Fogaça. O recado da direção partidária é alto e claro: a partir de agora, todos precisam vestir a camisa e lutar pela candidatura estadual.

A reunião começou cerca de meia hora depois do previsto, devido a um ilustre atraso. Pedro Simon, senador e grande liderança peemedebista no RS, chegou no diretório às 09h50, vinte minutos depois do agendado. Falava ao celular e subiu apressadamente para a sala de conferências, trocando apenas breves cumprimentos com os correligionários que riam e tomavam café ao pé da escada.

Durante o encontro, ficou explícita a preocupação com as bases, que não estão trabalhando como deveriam pela candidatura de José Fogaça. A cúpula peemedebista também fez o mea culpa: faltou orientar os correligionários para que dessem prioridade a Fogaça e Germano Rigotto (PMDB), candidato ao senado. Isso dispersou esforços e causou confusão entre os peemedebistas.

Movimentos se unem para dizer ‘não’ às hidrelétricas na bacia Amazônica

Para fortalecer a luta contra a construção de hidrelétricas na Amazônia, membros de movimentos sociais e povos indígenas decidiram se unir. Prova disso é que nesta quarta-feira (25) teve início em Itaituba, no Pará, o ‘I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por Projetos de Infraestrutura’. A mobilização segue até sexta-feira (27) com atividades de sensibilização e encontros para traçar as estratégias que os movimentos deverão seguir daqui para frente.

O Encontro unificado deverá reunir cerca de 700 pessoas no Parque de Exposição de Itaituba, entre lideranças sociais e indígenas do Rondônia, Mato Grosso e Pará. Também estarão presentes pesquisadores do Painel de Especialistas que avaliou os impactos da usina hidrelétrica de Belo Monte, representantes do Ministério Público Federal e de várias ONGs socioambientais.

O intuito é articular, conjuntamente, estratégias unificadas que possam barrar os projetos de construção de hidrelétricas na bacia Amazônica. O foco dos debates estará nas grandes obras que já estão em andamento no rio Madeira (RO) e nas usinas planejadas no rio Teles Pires (MT), Tapajós (PA) e Xingu (PA).

Copa 2014 em Belo Horizonte: 2.600 famílias na rua?

Quase 2.600 famílias moradoras da Vila da Luz e da Vila da Paz, em Belo Horizonte, estão ameaçadas de remoção em função da obra de melhoramento e adequação do Anel Rodoviário. O projeto, orçado em cerca de R$ 800 milhões, não prevê recursos para remoção e reassentamento da população envolvida e já teve o edital anulado pelo TCU (19/08/10), que alegou irregularidades correspondentes a um sobrepreço de cerca de R$300 milhões.

A ocupação, feita por famílias de baixa renda desde 1981, nunca recebeu investimentos públicos e vive em extrema precariedade há três décadas, sem serviços básicos de iluminação, abastecimento de água, esgoto ou coleta de lixo, e ainda sofre com os riscos decorrentes da proximidade com a rodovia.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) havia apresentado uma notificação aos moradores com o prazo de 15 dias para que se retirassem do local e sem apresentar qualquer alternativa. Os projetos de adequação do Rodoanel de BH têm sido divulgados pelo Governo do Estado de Minas Gerais como uma das obras de preparação da cidade para a Copa de 2014.

O Ministério Público já havia advertido o DNIT sobre a necessidade de garantia do direito à moradia digna neste projeto, porém a licitação foi aberta com a aprovação da Licença Ambiental pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte (COMAM) e sem qualquer proposta que se referisse ao equacionamento do destino das 2.600 famílias ameaçadas.

VEJA

CCJ quer ouvir servidores da Receita, Previ e Planalto

Diante da repercussão do vazamento de dados fiscais de tucanos, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcou para esta terça-feira depoimento com o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D`Ávila Carvalho. A audiência pública é para esclarecer o suposto esquema de pagamento de propina em troca de acesso a informações sigilosas. O funcionário ainda não confirmou presença.

Durante coletiva nesta sexta-feira, o corregedor informou que as servidoras Adeildda Ferreira Leão dos Santos e Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva serão indiciadas. As representações foram entregues ao Ministério Público Federal (MPF). Apesar do indiciamento, o servidor negou ligação entre a quebra do sigilo e o processo eleitoral: “Não identificamos qualquer ilação político-partidária”. O vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, uma das vítimas da quebra de sigilo, acusou a Receita de, com essa afirmação, tentar desviar o caráter político do vazamento de seus dados.

Em nota, o MPF afirmou que investiga a violação dos dados do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e pode oferecer ação penal contra os responsáveis, caso seja comprovada prática de delito. A procuradoria disse ainda que não pode fornecer detalhes da apuração porque o caso corre sob sigilo.`

PT pede indenização de 100.000 reais a José Serra

Como havia anuniado na última quinta-feira, o PT entrou com uma ação na Justiça Civil por danos morais contra o candidato à Presidência José Serra (PSDB) por ter acusado a candidata Dilma Rousseff (PT) de estar envolvida na quebra de sigilo fiscal de tucanos.

O valor da indenização solicitada é de 100.000 reais. A defesa argumenta que o presidenciável ofendeu a honra do PT e de Dilma “ao acusá-los de quebra de sigilo fiscal de Eduardo Jorge, atos de espionagem e prática de táticas sujas em campanha eleitoral”.

Para Serra, quebra de sigilo foi 'armadilha' montada pelo PT

O candidato tucano à presidência, José Serra, afirmou na tarde desta sexta-feira, no Rio, que o PT armou uma “armadilha” contra ele ao quebrar o sigilo dos dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB. “Isso foi uma armadilha que tentaram armar contra mim. Só que eles têm sempre um problema contra mim, que é o fato de eu ser ficha limpa. Todas as eleições o PT procura fazer a mesma coisa”, afirmou, ao deixar o Clube da Aeronáutica, onde fez palestra para cerca de 150 militares.

Serra recorreu a uma frase de outra candidata, Marina Silva, do PV, para atacar o PT: “a Candidata Marina tem toda a razão quando fala que ‘se esse pessoal faz isso na campanha, imagina no governo?’”, disse. “Quebra de sigilo é algo gravíssimo, contra a Constituição. A utilização do poder do governo contra indivíduos, sem que haja nenhum tipo de investigação por parte da Justiça”, alertou Serra.

Para o tucano, a repetição da prática de quebrar sigilo e montar dossiês tem se voltado contra os autores. “A tradição já está mostrando que isso vai contra aquele que faz essa ação. É um bumerangue, algo que volta contra ele mesmo”, comparou.

Ao comentar a política de energia para o Brasil nos próximos anos, o candidato alertou para o crescimento da dependência de fontes poluentes no país. “No que se refere à energia o Brasil está tendo um retrocesso, pois 60% da nossa energia entre 2012 e 2016 vai ser de energia poluente, energia fóssil. Este é o modelo prático que a Dilma encaminhou para o Brasil”.

Fonte: Congressoemfoco

Duvidas sobre a eleição? Tire aqui

O Congresso em Foco perguntou a seus seguidores no Twitter o que, para eles, não estava claro no processo eleitoral. Na matéria abaixo, tentamos esclarecer

Nelson Jr./TSE
Extensão da ficha limpa, documentos necessários, voto proporcional. Tire suas dúvidas sobre as eleições deste ano

Mário Coelho

Eleição é, sobretudo, uma época de dúvida. É o momento em que o eleitor vai amadurecer o voto, buscar informações sobre a atuação, o passado e o presente dos candidatos. A hora da decisão de quem receberá o voto. Porém, pela complexidade do processo, ainda mais com duas novas leis aprovadas mudando a legislação eleitoral, as regras estão um pouco confusas na cabeça de muita gente.

Por isso, recorremos aos nossos seguidores no microblog Twitter. Perguntamos quais eram as dúvidas deles sobre o processo eleitoral como um todo. Selecionamos as perguntas mais recorrentes e buscamos, neste espaço, tirar as dúvidas dos internautas. O espaço está aberto, em constante atualização. Outras questões podem ainda ser respondidas. Basta o leitor entrar em contato com o site.

As perguntas feitas neste primeiro momento vão da necessidade de apresentar um documento com foto, além do título de eleitor, na hora de votar, até a função do Ministério Público nas eleições, passando pela aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) e a diferença entre votos brancos e nulos.

As eleições deste ano estão marcadas para ocorrer em 3 de outubro. Se houver necessidade, o segundo turno será em 31 de outubro. Em 2010, os brasileiros vão escolher o novo presidente da República, os novos governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

@PauloNidd @congemfoco qual a relação entre o MP e as eleições? Em que ele intervém no que se refere à ficha limpa?
A Constituição de 1988 definiu o Ministério Público como "instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis". O órgão é responsável pela defesa do regime democrático. A Carta Magna não estabeleceu o Ministério Público Eleitoral como uma das modalidades distintas da instituição. Diferentemente do Ministério Público Militar e do Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Eleitoral não possui quadro institucional próprio.

Assim, o Ministério Público Eleitoral é o Ministério Público Federal (MPF) no exercício das funções eleitorais. É comandado pelo procurador-geral eleitoral, atividade exercida pelo procurador-geral da República. É ele que atua junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos estados, quem comanda é o procurador regional eleitoral. O cargo é preenchido por um membro do Ministério Público Federal que têm como tarefa representar o órgão nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Junto aos juízes e juntas eleitorais, atuam promotores eleitorais, que são membros do Ministério Público Estadual.

Eles têm como função intervir na fiscalização do processo eleitoral (alistamentos de eleitores, registro de candidatos, campanha eleitoral, excercício do sufrágio popular, apuração dos votos, proclamação dos vencedores, diplomação dos eleitos), promover ação de inconstitucionalidade e representação interventiva da União nos Estados e promover ação penal contra aqueles que atentarem contra as instituições democráticas. A atuação do MPE visa garantir que a Justiça Eleitoral cumpra sua finalidade: garantir a verdade eleitoral e a soberania popular por meio do voto.

A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10) atualizou e criou novas regras de inelegibilidade que estavam previstas na Lei 64/90. Quando os candidatos se inscrevem, devem apresentar uma série de documentos e condições de elegibilidade para o registro de candidatura ser aceito. O Ministério Público analisa e, baseado na legislação, contesta ou não a inscrição. Se ele tiver uma condenação por órgão colegiado ou renunciou para escapar de um processo de cassação, por exemplo, o Ministério Público Eleitoral entra com uma ação de impugnação de registro de candidatura que depois será analisado pela Justiça Eleitoral. Partidos políticos, coligações e candidatos também podem apresentar representações deste tipo.

@JLuizBSM @congemfoco Qual a diferença entre votos branco e nulo e para quem são contabilizados, no caso dos brancos?
Na prática, não existem mais diferença entre os votos nulos e brancos. O voto em branco ocorre quando o eleitor escolhe a opção “Branco” e confirma na urna eletrônica. Já o voto nulo é aquele que não corresponde a qualquer numeração de partido político ou candidato regularmente inscrito. Tanto o voto nulo como o em branco não são considerados na soma dos votos válidos. Portanto, hoje, eles se igualaram.

@leandralima @congemfoco Acho que vocês e o restante da mídia devem abordar sempre a diferença entre voto proporcional e majoritário. A maioria desconhece.
No Brasil, o voto proporcional é adotado nos pleitos para deputados federais, deputados estaduais/distritais e vereadores. Enquanto que o voto majoritário é adotado nos pleitos para presidente, governadores, senadores e prefeitos, e seus respectivos vices.

Para saber quem vai ser eleito deputado federal, por exemplo, é preciso fazer o cálculo do quociente eleitoral. Cada estado tem um número de vagas fixo. O Distrito Federal, por exemplo, tem oito. Já São Paulo, a maior bancada, possui 70 vagas. Veja esse exemplo da formação de uma Câmara de Vereadores

Em um sistema majoritário, quem fizer mais votos vence. No Brasil, cidades e estados com mais de 200 mil eleitores possuem a regra do segundo turno. Se no primeiro turno, nenhum dos candidatos melhor colocados consegue a maioria absoluta dos votos (50% + 1), é feita uma nova votação, onde apenas os dois melhores participam. A regra vale também para a eleição do presidente da República.

Nesta eleição, serão renovados dois terços do senado (54 senadores). Isso significa que serão eleitos dois senadores em cada estado. O eleitor, assim, votará em dois candidatos a senador.

@Veniciuszirigue @congemfoco, se não der tempo para o TSE julgar todo mundo até o dia das eleições. Essas pessoas poderão concorrer aos cargos normalmente??
Enquanto não houver decisão definitiva, sem mais possibilidade de recursos, o candidato com registro indeferido pode continuar sua campanha. Se até o dia da eleição sua situação não estiver definida, o candidato contestado pode ser votado também. Caso eleito, a Justiça Eleitoral analisa o caso e pode cassar o mandato ao não autorizar a concessão do registro de candidatura.

@proveisso @congemfoco eu tenho apenas uma dúvida sobre o #FichaLimpa... adianta alguma coisa TSE julgar a favor se o STF ainda não falou nada?
O TSE é o órgão da Justiça responsável por analisar, em última instância, as ações de impugnação de registro de candidatura. São os ministros da corte que vão julgar, caso a caso, a aplicação da lei. A partir daí, será formada uma jurisprudência a ser seguida pelos juízes eleitorais. O Supremo Tribunal Federal (STF) só será acionado se alguém prejudicado pelas decisões - como um candidato barrado, por exemplo - questionar a constitucionalidade da lei por meio de um recurso à corte suprema. Ou se alguma entidade representativa, como Ministério Público, partidos políticos ou Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI).

No dois casos, a jurisprudência formada pelo TSE será levada em conta no momento do julgamento pelo Supremo. A partir das análises individuais de cada caso, os ministros do STF vão comparar os aspectos da lei com a Constituição Federal e decidir se ela pode ser aplicada.

@rajanejunior @congemfoco será necessária mesmo a apresentação do título de eleitor e um documento de identificação ou só o documento com foto serve?
Não, é necessária a apresentação dos dois. A minirreforma eleitoral, que ocorreu ano passado no Congresso, estabeleceu que, no momento do voto, o eleitor tem que levar o título de eleitor e um documento com foto. Pode ser a carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidades funcionais), certificado de reservista, carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação, com foto. A regra está prevista no artigo 91A da Lei 12.034/09.

Fonte: Congressoemfoco

Jornais: Temer omite do Fisco imóvel de R$ 2 milhões

FOLHA DE S.PAULO

Temer omite de declaração ao TSE imóvel de R$ 2,2 milhões

Vice na chapa da presidenciável petista Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB-SP) omitiu um imóvel de R$ 2,2 milhões na declaração de bens que entregou à Justiça Eleitoral no ato de registro de sua candidatura, nas eleições de 2006. A omissão foi reconhecida por Temer quando a Folha buscou detalhes de uma explicação que ele havia dado a jornalistas sobre a evolução de seu patrimônio nos últimos quatro anos.

Em julho, assim que Temer entregou sua relação de bens ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a imprensa notou que o patrimônio do deputado e presidente da Câmara havia crescido 118,8% entre 2006 e 2010, em valores já corrigidos pelo IPCA. O patrimônio passou de R$ 2,29 milhões, em 2006, para R$ 6,05 milhões, em 2010. Procurado então por jornalistas, o deputado distribuiu, por meio de sua assessoria, uma informação que agora se revela inverídica.

Na ocasião, assessores do deputado afirmaram que o crescimento se devia ao recebimento de honorários advocatícios relacionados a uma causa que Temer, como advogado, havia conduzido ainda nos anos 70. A explicação foi divulgada pela imprensa e na internet -incluindo a Folha, na edição de 6 de julho passado. No dia 5, o portal da internet IG ressaltou a explicação de Temer: "A assessoria ainda disse que a evolução patrimonial de Temer se deu devido a honorários advocatícios que ele recebeu de uma ação da década de 1970 e que só teve sua decisão final dada recentemente".

Ao longo dos últimos 30 dias, a Folha quis saber de Temer qual era o cliente da causa milionária. A assessoria do deputado não dirimiu a dúvida, mas reafirmou a primeira versão sobre os honorários, que teriam sido recentemente recebidos. A reportagem não encontrou, nos registros da Justiça paulista, nenhuma causa milionária ganha por Temer e, por isso, voltou a indagar a assessoria. A dúvida não foi esclarecida novamente.

Na última segunda-feira, questionado em São Paulo, o deputado apresentou uma nova versão que desmente explicação dos honorários. Ele disse que, por um "erro de digitação", não foi declarada, em 2006, a propriedade de imóveis na região do Itaim Bibi, bairro nobre de SP. A omissão do imóvel, disse Temer, teria levado à conclusão de que seu patrimônio evoluiu.

Equívoco é do "sujeito que digitou a declaração", justifica deputado

O deputado Michel Temer atribuiu a um "erro de digitação" a omissão de R$ 2,2 milhões na declaração de bens de 2006. Reclamou de reportagens da Folha em 2008 que revelaram divergências de valor na declaração de uma fazenda. A seguir, trechos da entrevista.

Folha - Sobre seu patrimônio, que evoluiu 118%...
Michel Temer - [Interrompendo] Você já sabe disso. Está insistindo numa pergunta à toa. Vou solucionar logo: você pega a minha declaração entregue ao Tribunal Regional Eleitoral de 2004, e verá que lá está o meu patrimônio. É que na digitação de 2006, tiraram um patrimônio, declarado desde 2003 em todas as minhas declarações de Imposto de Renda. Por isso, o que parece 118%, na realidade, é 5%.

Qual foi retirado?
Um imóvel de R$ 2,2 milhões. (...) Eu tinha em 2003, e declarado em 2003, 2004.

Houve erro na declaração?
De digitação.

De quem foi o erro?
Do sujeito que datilografou, que digitou. A primeira explicação é que havia honorários de uma causa dos anos 70... Eu ganhei honorários ao longo do tempo. (...) Mas antes de 2003. Por isso que digo que está na declaração de 2004. Lamento que vocês façam isso. Olha, vocês fizeram um barulho enorme, com negócio de terras lá, não sei o quê, [mas] quando o procurador-geral arquivou...

Eleitor vê Dilma como mais preparada

Em três meses, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, passou a ser vista pelo eleitorado como a "mais preparada" para governar o país e administrar áreas como educação, economia e segurança. É o que aponta o detalhamento da última pesquisa Datafolha.

O levantamento feito nos dias 23 e 24 deste mês mostra que a exposição da petista gerou mudanças significativas na visão do eleitor. Dilma hoje é considerada "mais preparada" para ser presidente por 42% dos entrevistados, contra 38% de José Serra (PSDB). Na última pesquisa a incluir essa questão, em maio, Serra tinha 45%, ante 29% dela.

Seu desempenho evoluiu no Sudeste (+ 14 pontos), no Nordeste (+ 18 pontos) e entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (+ 17 pontos). Ela passou o tucano nos quesitos de melhor nome para combater a violência (38% a 30%), cuidar da educação (41% a 31%), manter a estabilidade econômica (49% a 28%) e lutar contra o desemprego (46% a 28%). Serra mantém a dianteira (47% a 33%) na saúde, área em que concentra sua propaganda eleitoral e da qual foi ministro no governo FHC.

Dilma já vendeu bugigangas e "Cavaleiros do Zodíaco" no Sul

Nem só de política e cargos públicos viveu a presidenciável Dilma Rousseff (PT). Entre uma função e outra no Rio Grande do Sul, ela investiu no mundo empresarial com uma loja de bugigangas importadas do Panamá. O negócio, que durou um ano e cinco meses, fechou em julho de 1996 e é omitido de sua biografia oficial.

Com o nome fantasia de Pão & Circo, inspirado na estratégia romana para calar as vozes insatisfeitas, a empresa foi registrada para comercializar confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco, bijuterias, flores naturais e artificiais, vendidos a preços módicos. O forte, porém, eram os brinquedos, particularmente os dos "Cavaleiros do Zodíaco", animação japonesa sobre jovens guerreiros que fez sucesso nos anos 1990.

Na biografia oficial de Dilma na web, que exalta a fama de boa gerente da candidata, não há menção ao período em que ela foi sócia-gerente da Pão & Circo. Nem mesmo quando defendeu a criação de um ministério para pequenas e médias empresas, em maio, mencionou o fato. A Folha procurou a candidata por telefone e por e-mail para que ela falasse dessa experiência. Por meio da assessoria, Dilma confirmou que a empresa existiu e fechou há cerca de 15 anos – e que não falaria mais sobre isso.

A empresa tinha sede e filial em Porto Alegre e importava artigos de bazar de Colón, no Panamá, para revender no atacado e no varejo. A simplicidade da loja e o baixo movimento de clientes também estão na memória dos comerciantes. "A loja era mal-acabada, com divisórias de tábua, um troço rústico. E, claro, não entrava ninguém ali", diz Ênio da Costa Teixeira, dono de pizzaria, lembrando que dois funcionários ficavam na loja e Dilma aparecia eventualmente.

Paraguaçu já acena com "apoio bajulista" a Dilma

Em cartaz nos cinemas com "O Bem Amado", prefeito de Sucupira lançou candidatura ao Planalto; Cláudio Paiva, corroteirista do filme, imagina entrevista do presidenciável

Nanicos sem espaço
Estou aqui com a alma lavada e enxaguada pela indignação com a legislação safadista que impede que o povo conheça minha plataforma. Integro um partido nanico, mas minha plataforma, talqualmente a P-33, é enorme!

Inexperiência de Dilma
Quem gosta de experiência é professor de ciências. Se o presidente Lula subir no meu palanque, a candidata Dilma pode contar com meu apoio bajulista. Se me perguntarem o que acho de Dilma, direi a verdade estripitiscamente nua: ela é o cara! Ou o cara é ela. Tanto faz.

Alianças de Serra
Pode parecer sem-vergonhice, mas em política, talqualmente num bacanal, é dando que se recebe.

Apoio a Marina
Se a candidata pevecista quiser conversar, sabe que goza das licenciaturas e alvarás para penetrar e se estabelecer, não somentemente no meu gabinete, como talqualmente no coração. Sentaremos no sofá e tomaremos licor de jenipapo.

Socialista como Plínio
Apesar das críticas dos canhotistas praticantes e juramentados, também sou meio socialista. Não da ponta esquerda, mas do meio de campo, caindo para a direita. Eu e Arruda temos muito em comum: queremos a presidência. Emboramente ache que lugar de Arruda é atrás da orelha!

Quebra de sigilo é fruto de "banditismo", diz Mendes

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, 54, afirmou que a quebra de sigilo fiscal de pessoas vinculadas a tucanos é fruto de "banditismo político" e revela "paradigmas selvagens da política sindical". Em entrevista anteontem à Folha, ele disse que "o servidor público não pode usar button", numa referência àqueles que usam o cargo em benefício de seus partidos. Mendes criticou o aparelhamento político do serviço público brasileiro, ao dizer que se trata de "uma anomalia que se normalizou".

Folha – Como o senhor avalia esse vazamento de informações sigilosas da Receita Federal?
Gilmar Mendes - É algo assustador e lamentável. Sobretudo quando ocorre em uma instituição profissionalizada e profissional como a Receita Federal.
O senhor vê alguma relação com o grande número de cargos em comissão?
Claro. O aparelhamento de instituições é algo grave e nocivo ao serviço público do país. Os funcionários públicos precisam entender que não estão a serviço de uma instituição partidária. Quando fazem isso, estão descumprindo o princípio democrático.

Esse aparelhamento é tratado como algo natural no Brasil?
O servidor não pode usar button e isso é algo que se transformou em cultura ao longo do tempo. É uma anomalia que se normalizou.

Marina critica Dilma e Serra e reclama de copo descartável

A candidata Marina Silva fez ontem uma caminhada de cerca de 20 minutos, sob um calor de 30 graus no Parque da Cidade de Brasília, acompanhada de cerca de 500 pessoas, entre militantes e candidatos do PV. Ela voltou a apelar para que haja segundo turno para que os eleitores possam "pensar duas vezes".

Com um megafone, deu alfinetadas em Dilma Rousseff e José Serra. "Sempre digo, com respeito, que a Dilma e o Serra são competentes, mas muito parecidos. São desenvolvimentistas. É como se houvesse um concurso para quem conseguisse decorar mais número. O Brasil precisa é de visão estratégica."

Ela não gostou de ser indagada pela Folha sobre ter oscilado negativamente nas pesquisas. "A campanha está no caminho certo. O que sinto na rua é diferente do que aparece na pesquisa." Pouco antes de entrar no carro, ao final da caminhada, Marina reclamou com um assessor que lhe entregou água num copo plástico descartável.

Serra diz que não dá para "terceirizar" o governo do país

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem em Ribeirão Preto (SP) e em Cascavel (PR) que um "presidente não governa terceirizando". "É uma ingenuidade de muitos achar que o Lula, terminando o mandato, saindo do Palácio do Planalto em 1º de janeiro, vai governar o país de fora." Ele fez uma analogia com o futebol. "Imagine um técnico de futebol que vai bem em um time e depois resolve sair para o exterior, mas diz à torcida que vai orientar um substituto em todas as partidas. Não tem cabimento. Isso é o que está colocado no país", disse, em Ribeirão.

Serra disse que a quebra do sigilo fiscal de quatro pessoas ligadas ao PSDB por funcionários da Receita Federal foi um "crime contra a Constituição" em "benefício da campanha [de Dilma]". "O governo usa a máquina para invadir a vida íntima de qualquer brasileiro. Como disse a Marina Silva [candidata à Presidência pelo PV], se estão fazendo isso na campanha, imagine como será depois da eleição", afirmou.

Dilma diz que estenderia a mão a tucano

"A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação. Eu não sei se ele [Serra] quer. Se ele quiser, perfeitamente", disse a petista ontem, em Brasília.

Parado por traficantes, Gabeira diz que seguirá indo a favelas

O candidato do PV ao governo do Rio, Fernando Gabeira, foi abordado por traficantes armados na noite de sexta durante campanha na favela Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte da cidade. Ele andou pela favela por uma hora e meia e passou por homens mostrando armas. Foi parado por um grupo, com o qual conversou.

Ontem, em caminhada em Belford Roxo, ele disse que não mudará sua postura. "Irei a todas as comunidades. Interessante que queiram de mim outra atitude: que enfrente uma máquina poderosa, com o domínio quase completo do Rio, só entrando em lugares onde não tem gente armada. Se eu fizer isso, perco as eleições".

Reforma do Palácio do Planalto deixa imperfeições

Realizada para liquidar os vazamentos e os "puxadinhos" que descaracterizavam a imponência do prédio, a reforma do Palácio do Planalto não conseguiu atingir plenamente suas metas. A mudança mais radical ficou concentrada no quarto andar, remodelado para diminuir o total de gabinetes e ampliar espaços internos.

O carpete que recobria piso e paredes de gabinetes e salões foi trocado por mármore branco, o mesmo das colunas externas e do térreo. Fiação elétrica e tubulação hidráulica foram refeitas. Há também novos móveis: saíram os de designers estrangeiros, como as cadeiras Barcelona, do alemão Mies van der Rohe, e entraram peças assinadas pelos brasileiros Sérgio Rodrigues, Oscar Niemeyer e Jorge Zalszupin.

Do lado de fora, o palácio ganhou estacionamento subterrâneo para 500 carros e torre de saída de emergência. A configuração do espelho d'água sofreu alteração. A obra causou polêmica por falta de fiscalização e deslizes de acabamento. A parede de espelhos do mezanino distorce imagens, e o teto de gesso da entrada principal tem imperfeições.

Nos gabinetes, tampas cortadas no piso de madeira para passar fiação podem provocar acidentes. Além disso, contornos de elevadores estão sem acabamento. Mesa nova desenhada por Oscar Niemeyer e colocada no antigo "salão oval" (agora "reunião suprema") tem respingos de tinta. É ali que Lula fará reuniões ministeriais. O Ministério da Defesa, porta-voz da obra, admite falhas e diz que os defeitos serão consertados pela empresa contratada.

O ESTADO DE S.PAULO

Dirceu tenta barrar avanço de Palocci

A 35 dias da eleição de 3 de outubro e confiantes na vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci disputam os rumos de eventual novo governo comandado pelo partido. Depois de emitir sinais contrários à possível indicação de Palocci para a Casa Civil, Dirceu luta agora para impedir que ele volte a ditar os caminhos da economia, a partir de 2011.

Os dois "generais" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reeditam a queda de braço que travaram no primeiro mandato do PT para definir a fisionomia do governo. Abatido pelo escândalo do mensalão, em 2005, e cassado pela Câmara, Dirceu vislumbra perda de influência se Palocci - ex-ministro da Fazenda - assumir a Casa Civil sob Dilma.

A preocupação não é à toa: cabe ao ministro da Casa Civil coordenar a equipe, o que lhe dá muito poder e pode torná-lo candidato natural ao Planalto. Foi o que ocorreu com a própria Dilma, puxada para o cargo após a queda de Dirceu. Nove meses depois, em março de 2006, Palocci também caiu, no rastro da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Embora se movimente nos bastidores para evitar que o antigo colega vire uma espécie de "primeiro-ministro" de Dilma, Dirceu sabe que pode perder a aposta. Motivo: Palocci é um dos principais coordenadores da campanha e, além de tudo, tem Lula como padrinho. O plano do presidente é reabilitar o ex-titular da Fazenda na cena política.

Se Palocci for para a Casa Civil, o grupo de Dirceu - que quer empurrar o deputado para o Ministério da Saúde - espera uma "compensação". Sob o argumento de que "o governo Dilma não pode ter a cara do ajuste fiscal de Palocci", aliados do ex-chefe da Casa Civil defendem, agora, a permanência de Guido Mantega (PT) na Fazenda em dobradinha com "alguém de esquerda" no Planejamento.

Lula ocupa 27% do horário eleitoral da petista

A campanha da candidata petista Dilma Rousseff dedicou 17 minutos de seu tempo no horário eleitoral a citações, depoimentos ou exibição de imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É como se dos seis programas veiculados pela petista na TV, cerca de um e meio tivesse sido ocupado exclusivamente por Lula.

Até agora, nenhuma das propagandas exibidas pela candidatura de Dilma, seja no rádio ou na TV, deixou de fazer menção ao presidente. Cada peça publicitária consumiu, em média, 27% do tempo para reforçar a aliança entre o presidente e sua candidata ao Planalto. Nem mesmo os horários reservados para os candidatos a deputado federal e estadual nas coligações encabeçadas pelo PT deixaram de explorar o alto índice de popularidade de Lula.

As inserções das frases de Lula nos programas da candidata petista têm finalidades bem específicas. Nos primeiros episódios, por exemplo, eram carregadas de emoção. A maioria enaltecia o currículo de Dilma e o desempenho dela à frente do Ministério de Minas e Energia e da Casa Civil. As seguintes focaram na continuidade das realizações e dos programas sociais da atual gestão.

Dilma diz que, se eleita, ''estenderá mão'' a Serra

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou ontem estar de "salto alto", mas frisou que, se eleita, vai "estender a mão" para seu principal adversário na disputa, o candidato do PSDB, José Serra. "As pessoas que concorrem conosco têm de ser respeitadas. Depois da eleição, a coisa muda de figura. A gente desarma o palanque e estende a mão para quem for pessoa de boa vontade e quiser partilhar desse processo de transformação", afirmou ela, em entrevista coletiva no jardim de seu escritório político, em Brasília, no final da tarde.

Questionada se estenderia a mão para Serra, Dilma respondeu: "Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele quer. Você pergunte a ele. Mas, se ele quiser, perfeitamente." Em seguida, novamente abordada pelos jornalistas, Dilma negou que estivesse fazendo um convite ao tucano. "Estou fazendo um conceito. O conceito é que um governo ou é para todos ou não é republicano", disse.

Para ele, ideias da adversária preocupam

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, não poupou a principal adversária, durante campanha ontem em Cascavel, no Oeste do Paraná. "Preocupa-me mais o que a Dilma pensa hoje do que ela pensou no passado", declarou o tucano. "Uma hora fala a favor do aborto, outra hora não se define. Uma hora fala sobre liberdade de imprensa outra hora faz jogo sujo contra adversários e aplica pressão sobre a imprensa. Não sei o que ela pensa sobre a agricultura, não sei o que pensa sobre indústria, não sei o que pensa sobre tributação", afirmou Serra, quando indagado se iria citar na propaganda de TV e rádio o passado guerrilheiro de Dilma.

Ao lado do candidato ao governo do Estado, Beto Richa (PSDB), ele participou de uma carreata pelo centro da cidade e de um encontro com agricultores e líderes cooperativistas paranaenses. Ele evitou falar sobre as pesquisas. "Não faço comentário. As pessoas querem saber das nossas propostas."

O candidato voltou a falar sobre o vazamento de dados na Receita Federal. "Isso tem dimensão muito maior do que parece. O vazamento não é só para a política eleitoral. É a invasão do poder do Estado sobre o cidadão."

''Houve um recuo político e aumento do artificialismo''

Presidente do comitê financeiro da campanha do PSDB, José Gregori diz ver um "artificialismo" exacerbado na campanha eleitoral deste ano. "Houve um recuo do setor político e um crescimento do artificialismo cenográfico vindo dos marqueteiros", declarou ao Estado. "O problema é que para ser marqueteiro, além do talento profissional, você tinha que ter militância partidária. Senão fica sempre meio artificial", disse.

Para o secretário especial de Direitos Humanos da prefeitura paulistana, há uma "nuvem hipnótica" no País que alimenta a ideia de que a eleição já está definida. Ele ataca as pesquisas, o marketing e a despolitização.
Nesta semana, o comitê de Serra enviará outra prestação de contas parcial ao Tribunal Superior Eleitoral. Desta vez, diz Gregori, a receita será "cinco ou seis" vezes maior que a da prestação anterior, quando foram declarados apenas R$ 3,6 milhões de arrecadação. "Desde o começo, disse que não seria uma campanha na baba."

Na semana passada, o sr. disse que a ideia de que a eleição já está resolvida cria um "cheiro de pré-fascismo". O que quis dizer?
Uma eleição tem de ser aproveitada minuto a minuto. Os três candidatos com viabilidade são figuras com passado de luta democrática. Agora o período eleitoral estabelece diferenças. Estou indignado porque vejo que a 34 dias da eleição, não há mais o que fazer, a não ser esperar a posse? Só o fascismo ou qualquer regime autoritário pré-determina resultados. Estamos transformando esse mês antes da eleição num espetáculo de celebração e conformismo. As pesquisas, que são mero indicativos, se transformaram em instrumentos decisórios. A eleição é um ato complexo, não aritmético. Precisamos quebrar essa nuvem hipnótica. Os "vencedores" não devem se dirigir à apoteose nem os "vencidos" cruzar os braços para curtir a derrota.

A oposição cruzou os braços?
Falo de maneira geral. É o que vejo. A gente sente nas ruas que esses 30 dias serão um excesso de algo que já está feito.

O PSDB é conhecido por não ter militância forte. Também não fez oposição clara a Lula. Serra resistiu a se colocar como governador de oposição. Esse imobilismo não seria reflexo disso?
Poderia dizer que sim, mas não daria a resposta total. Isso é consequência da "despolítica" dos últimos anos. As pessoas esperam os programas da TV e diante deles tomam as decisões de acordo com as pesquisas. São os dois protagonistas dessa eleição. A política é diálogo, debate. Os candidatos não apresentam totalmente suas mensagens porque acham que as pesquisas são soberanas. Os que as pesquisas favorecem já se consideram vitoriosos e passam a repartir o pão. Está tudo errado.

A Dilma do Maranhão

Passava das duas horas da tarde de quarta-feira, quando a governadora do Maranhão e candidata à reeleição, Roseana Sarney (PMDB), desceu de um helicóptero imaculadamente branco na pequena e empoeirada Nina Rodrigues, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes a 175 quilômetros de São Luís. Era mais um dia da opulenta campanha da peemedebista - que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, como seus principais cabos eleitorais.

Numa espécie de clonagem, toda a campanha e os programas eleitorais de televisão de Roseana são muito parecidos com os de Dilma. Assim como a petista, a governadora é apresentada como "guerreira". A cor predominante também é o vermelho. "É coincidência", diz Roseana, que contratou o marqueteiro Duda Mendonça como consultor de campanha. A de Dilma é tocada pelo publicitário João Santana.

Mais do que Dilma, a presença de Lula é ostensiva na campanha. "Sou Dilma, sou Roseana", diz Lula, logo na abertura do programa, fazendo as vezes de apresentador. "Vote Dilma presidente, Roseana governadora", emenda o presidente. "Roseana e Dilma muito me ajudaram. Peço ao povo do Maranhão para eleger Dilma presidente e Roseana governadora." Lula também pede voto para a reeleição do senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB), de quem diz ser muito amigo, e para João Alberto (PMDB), outro aliado da família Sarney que disputa o Senado.

Estado com os piores índices sociais do País e sob o comando da oligarquia dos Sarney há quatro décadas, o Maranhão simplesmente ignora as denúncias contra o clã. À exceção de um candidato do PSOL ao Senado, Paulo Rios, ninguém fala dos escândalos envolvendo o patriarca, senador José Sarney (PMDB-AP), e a própria Roseana - há duas semanas, por exemplo, o Estado revelou que documentos nos arquivos do Banco Santos indicam que a governadora e seu marido, Jorge Murad, simularam em 2004 um empréstimo de R$ 4,5 milhões para resgatar US$ 1,5 milhão que possuíam no exterior. "Eles (os Sarney) são iguais a índio: inimputáveis", diz José Reinaldo (PSB), ex-governador e ex-aliado dos Sarney.

Nordeste dita tendências na campanha de 2010

As tendências costumam partir dos centros em direção à periferia. É assim no vestuário, na tecnologia, no design. O que é moda em Milão hoje será moda em São Paulo amanhã, e em Xiririca da Serra no dia seguinte. E na hora de votar? Onde fica o centro e quem está na periferia?

Na eleição 2010, quem dita a tendência é o Nordeste. Quando José Serra (PSDB) ainda liderava sozinho as pesquisas sobre a sucessão presidencial, os eleitores nordestinos já preferiam Dilma Rousseff (PT). À época, era comum atribuir esse comportamento ao assistencialismo do governo Lula na região. O tempo mostrou que essa explicação é reducionista e insuficiente. Reducionista porque sempre a preferência por Dilma incluiu os nordestino ricos e pobres, escolarizados ou não, com e sem bolsa federal. E insuficiente porque ela não explica o fato de essa tendência ter extrapolado as fronteiras do Nordeste.

A mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo dá pistas importantes para se entender melhor o porquê de a "onda vermelha" ter se espalhado de lá para o Norte/Centro-Oeste, para o Rio de Janeiro, depois para Minas Gerais, para São Paulo e finalmente chegar ao Sul do Brasil. Tudo aponta para a continuidade. Mas por que o eleitor quer mais do mesmo, em vez de variar um pouco? A fila andou e incluiu dezenas de milhões no mundo do consumo. Mas, tão importante quanto, os eleitores avaliam que ela continua andando. Principalmente no Nordeste.

Compadre de Lula ''nomeia'' nos Correios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu no dia 28 de julho a cúpula dos Correios por temer que o fisiologismo partidário ampliasse a crise administrativa na estatal e respingasse na campanha eleitoral, mas a iniciativa pode ter sido infrutífera. O novo diretor de Operações dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues da Silva, assume o cargo sob uma nuvem de suspeita.

Conhecido no setor da carga aérea como "coronel Artur" ou "coronel Quaquá", ele chegou à estatal com o apoio do compadre de Lula, o advogado Roberto Teixeira. Presidia uma empresa de transporte de mala postal, a Master Top Linhas Aéreas (MTA). Vinte dias antes de ser escolhido para a função, a MTA arrematou o contrato de uma das principais linhas da estatal, a Linha 12, que opera no trecho Manaus-Brasília-São Paulo. A empresa, com sede em Campinas, venceu o pregão eletrônico com o lance de R$ 44,9 milhões.

É uma linha estratégica nos negócios dos Correios - representa 13% do valor total da malha e 14% da capacidade de carga contratada. Ao assumir a diretoria nos Correios, no dia 2 de agosto, o coronel entregou o comando da MTA nas mãos de uma filha, Tatiana Silva Blanco. Com essa triangulação, a MTA tem agora a família Rodrigues da Silva como contratada e, ao mesmo tempo, contratante. Em site na internet, a MTA destaca que tenta ser uma "extensão" das empresas com as quais mantém parceria.

Maus gestores causam perda de R$ 3,5 bilhões

O próximo presidente da República já sabe que herdará um problema que a administração pública federal não consegue eliminar. A cada ano, só aumenta a quantidade de irregularidades envolvendo o mau uso de recursos federais por gestores públicos - na maior parte dos casos, prefeitos, secretários municipais ou diretores de autarquias regionais.

Levantamento feito pelo Estado, com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), mostra que essa espécie de "custo gestor nacional" se transformou num buraco bilionário. Desde 2005, a soma das condenações e aplicações de multas feitas pelo TCU a esses maus gestores já alcança cerca de R$ 3,5 bilhões. Mesmo corrigindo os valores, não existe a certeza de recuperação desses recursos, uma vez que os acusados recorrem constantemente de suas condenações, alongando ao máximo a definição de seus processos.

Apenas no primeiro trimestre de 2010, as punições pelo mau uso de recursos julgadas pelo TCU já somavam R$ 157 milhões. Mas a tendência é que o número até ultrapasse a impressionante marca do ano passado, de R$ 1,2 bilhão. Desde 2005, o TCU abriu 6.744 processos e pediu punições para 10.287 responsáveis pela gestão de verbas federais que apresentaram problemas.

O GLOBO

Um 'recesso' que sai caro

Com os parlamentares voltados para a campanha eleitoral, o Congresso mergulha, nos três meses que antecedem as eleições, no chamado recesso branco eleitoral. Mesmo com providências para reduzir a improdutividade na área legislativa, como dar férias a um grande número de funcionários, oferecer cursos de reciclagem e fazer revezamento de horários, Câmara e Senado mantêm em funcionamento toda a sua grande e cara estrutura neste período.

Apesar de as eleições ocorrerem a cada dois anos no país, não há esquema especial que possa reduzir os custos da máquina nesses meses de plenários vazios e poucas decisões. Período em que os parlamentares continuam recebendo não apenas seus vencimentos, mas todas as verbas de custeio do mandato. E muitos levam assessores de Brasília para as campanhas nos estados.

Só no caso dos 594 parlamentares, nos três meses, são R$ 29,4 milhões gastos apenas com os subsídios. A despesa média nesses três meses (agosto a outubro) é de R$ 1,7 bilhão para as duas Casas, levando-se em conta que o orçamento anual da Câmara e do Senado para 2010 é R$ 6,88 bilhões.

A alternativa utilizada até hoje para o recesso parlamentar não se mostrou suficiente para vencer o dilema do ostracismo inevitável: a Câmara foi convocada para seis dias de trabalho, entre agosto e outubro, e fracassou, sem votar nenhuma matéria em plenário. Já o Senado transformou a primeira semana de esforço concentrado numa maratona de votações de um verdadeiro pacote de bondade eleitoral.

Marqueteiro no olho do furacão

No olho do furacão desde que as últimas pesquisas de intenção de voto mostraram a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, com cerca de 20 pontos à frente do candidato do PSDB , José Serra, o jornalista paulistano Luiz Gonzalez, 57 anos, coordenador de comunicação e principal estrategista da campanha tucana, é um sujeito visivelmente irritado com as críticas - que ele considera infundadas - ao seu trabalho.

À frente de uma equipe de 300 pessoas e uma rotina que começa cedo e entra pela madrugada, por conta dos hábitos notívagos do seu candidato, o marqueteiro não dispensa opiniões, especialmente numa hora tensa como agora. Mas as quer respaldadas em fatos.

À tentativa de responsabilizá-lo pela queda de Serra, responde com fatos e números das campanhas das quais participou. Os levantamentos de sua equipe não reproduzem a rejeição a Serra captada pelos institutos de pesquisa. O que significa que o rumo não muda por conta do escárnio petista, das avaliações de eventuais marqueteiros ou do fogo amigo de políticos do PSDB e aliados.

De tucanos, ele entende bem. São 16 anos administrando campanhas do partido, desde que em 1994 fez a vitoriosa comunicação de Mario Covas na disputa pelo governo de São Paulo.

Serra em campanha com Alckmin, tenta recuperar votos

Para tentar recuperar os votos perdidos nas últimas semanas em São Paulo e levar a disputa para o segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, manteve neste sábado, no interior paulista, a estratégia de colar a sua imagem à do candidato tucano a governador, Geraldo Alckmin.

Serra tenta se beneficiar da alta popularidade do colega no estado. Em discurso para militantes, durante a inauguração de um comitê do PSDB em Ribeirão Preto, Serra pediu mobilização nas ruas para conseguir a virada em São Paulo: - Vamos fazer no nosso estado mobilização, não só para a vitória, mas para ganhar de muito. Vamos ganhar essa eleição em São Paulo e no Brasil. No Ibope, Dilma tem 42% em São Paulo e o tucano, 35%. Alckmin tem 47% para governador. Serra se recusou a comentar o resultado do Ibope.

Dilma:após eleições estenderá a mão aos adversários

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff disse neste sábado que depois das eleições estará à disposição para diálogo com seus adversários. Com possibilidade de ganhar eleição ainda em 3 de outubro, ela refutou a afirmação feita pela manhã pela concorrente Marina Silva (PV), de que a democracia fica fortelecida quando ocorre o segundo turno.

Em uma entrevista coletiva convocada para divulgação de suas propostas para a infância, Dilma não escondia o bom humor, no dia em que as pesquisas apontam uma diferença de 24 pontos para seu adversário tucano, José Serra. - As pessoas que concorrem conosco devem ser respeitadas e depois da eleição a coisa muda de figura. - afirmou Dilma.

Questionada se já estaria estendendo suas mãos para Serra e Marina, Dilma falou como presidente eleita: - Estendo a mão para quem quiser partilhar. Eu não sei se ele (Serra) quer. Você pergunta para ele, se ele quiser, perfeitamente.

Crédito farto e consumo decidem o voto do eleitor

Salvo surpresas no caminho, é a economia que está decidindo a eleição. Economia? Mais precisamente o poder de consumo, dizem especialistas. Crédito farto, facilidade de compra de imóveis, emprego e renda em alta, ganho do salário mínimo e Bolsa Família fazem a cama para a candidata do PT, Dilma Rousseff, disparar nas pesquisas. Cheio de bens em casa, o eleitor não pensa em problemas coletivos, como saúde ou transporte. E liga menos ainda para questões mais abstratas, como a situação fiscal.

Ao longo desta semana, O GLOBO mostrará por que o consumidor está feliz. Como dizia James Carville, estrategista da campanha vitoriosa de Bill Clinton à Presidência dos EUA em 1992: "É a economia, estúpido!"

- Consumo é o motor dessa euforia. Só entre dezembro de 2008 e o mês passado, o crédito à pessoa física nas modalidades mais comuns (exceto imobiliário) subiu 35%, de R$ 275 bilhões para R$ 370 bilhões - isso é quanto os consumidores estão devendo ao sistema financeiro hoje. Sobre os R$ 74,4 bilhões de dezembro de 2002, o avanço é de 396%, bem além da inflação, de 52%. - As pessoas estão votando com o bolso. Estão consumindo mais numa proporção não vista há 30 anos - afirma o economista Claudio Frischtak.

Eduardo Jorge chama de burocrática investigação da RF

O vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, considera que a investigação da Receita Federal em torno do vazamento de seu sigilo fiscal é burocrática. Segundo ele, a sindicância interna apenas arrolou como testemunha o sindicalista Hamilton Mathias, delegado do Sindireceita (Sindicato dos servidores da Receita) no grande ABC, que sentavase ao lado do computador de onde vazaram os dados. - Se fosse uma sindicância investigativa eles iriam investigá-lo. Mas isso não ocorreu.

Para Eduardo Jorge, o importante não é identificar apenas o responsável pelo vazamento, mas quem utilizou as informações em um dossiê, com fins eleitorais. Segundo ele, as informações sobre seus dados fiscais que chegaram à imprensa foram originadas em um comitê do PT.

México: Itamaraty divulga nomes 2 vítimas brasileiras

O Itamaraty divulgou neste sábado os nomes de dois brasileiros mortos na chacina de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, nordeste do México, na qual 72 imigrantes foram assassinados. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o corpo de Juliard Aires Fernandes, de 20 anos e natural de Minas Gerais, foi identificado entre as vítimas. As autoridades mexicanas também encontraram os documentos de Hermínio Cardoso dos Santos, de 24 anos e também de Minas Gerais, mas seu corpo ainda não foi identificado. O Itamaraty informou que já entrou em contato com as famílias de ambos.

CORREIO BRAZILIENSE

O preço de uma vaga na Câmara

O que é preciso para eleger um parlamentar? Com pouco espaço nos programas de rádio e televisão e sem os comícios milionários de eleições anteriores, candidatos a deputado federal e estadual investem maciçamente em material impresso, placas, estandartes e faixas, no esforço para fixar nome e número, sempre aliados à própria imagem. A contratação de pessoal, diretamente ou por intermédio de serviços terceirizados, é o segundo item mais dispendioso. Os gastos registrados no primeiro mês de campanha confirmam que essa estratégia é usada pela maioria dos candidatos em todo o país. Dos R$ 37 milhões já consumidos por candidatos à Câmara dos Deputados, mais da metade foram gastos com propaganda visual.

Os custos de uma campanha impressionam. Até agora, candidatos a deputado federal já arrecadaram R$ 73 milhões, enquanto os candidatos às assembleias legislativas receberam R$ 85,2 milhões em contribuições registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As campanhas mais caras, com despesas como fretamento de avião, podem ficar entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões(1). No primeiro mês, as 10 mais ricas somaram quase R$ 8 milhões. A maior arrecadação foi de Eduardo da Fonte (PP-PE), com R$ 1,5 milhão.

O candidato à Câmara que mais gastou com impressos foi Odílio Balbinotti (PMDB-PR). Ele imprimiu 400 mil revistas, com uma versão para cada um dos 60 municípios que compõem a sua base eleitoral. Também fez santinhos, cartazes e “colinha”, para ajudar o eleitor a decorar o seu nome. Gasto total: R$ 260 mil. E precisou contratar cerca de 250 cabos eleitorais para distribuir esse material todo. Também alugou carros para transportar tanta gente. O assessor Amarildo Torres estima que a campanha vai ficar em R$ 2 milhões, mas a metade já foi gasta no primeiro mês.

Uma ausência chamada FHC

Responsável por levar o PSDB à Presidência e uma das figuras mais importantes do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passa longe da campanha tucana ao Palácio do Planalto este ano. Enquanto até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior adversário da legenda, apareceu no programa eleitoral do tucano José Serra, a imagem de FHC restringiu-se aos programas de candidatos a governos estaduais e ao Senado. E, mesmo em aparições públicas de Serra, em debates ou comícios, FHC não está presente.

A blindagem, segundo tucanos envolvidos na estratégia da campanha, teria sido motivada pelos resultados das pesquisas indicando a alta aprovação de Lula pela população (79% segundo o último levantamento do Datafolha), o que poderia significar uma certa rejeição a FHC. “A percepção que ficou para a sociedade é a do nosso segundo governo, que enfrentou uma série de crises, e não do primeiro, que foi de grandes acertos”, avalia um membro do PSDB que prefere não se identificar.

Para interlocutores próximos, o ex-presidente — além de demonstrar preocupação com um quadro que, não imaginavam os tucanos, parece estar decidido muito cedo na campanha presidencial — tem confidenciado estar magoado por não observar os feitos de seus oito anos de mandato em evidência na campanha de Serra. “Ele gostaria de ver as teses do governo dele sendo defendidas”, diz outro integrante do partido.

Mexicanização ou histeria?

O cientista político Bolívar Lamounier admite: é pequena a probabilidade de José Serra (PSDB) inverter a linha de crescimento de Dilma Rousseff (PT), mudando o curso das eleições. Diante de um cenário que, segundo ele, permite projetar a derrota do PSDB em âmbito nacional e, ao mesmo tempo, a conquista, na maior parte dos estados, de governos da base de Lula, Lamounier, que tem grande proximidade política e ideológica com o PSDB do sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, declara haver um risco de “mexicanização” do país. “Refiro-me às seis décadas em que o PRI, Partido Revolucionário Institucional, governou sozinho o México, suprimindo na prática as oposições. Isso não significaria a eliminação total da competição política e eleitoral, mas uma absorção dela: para dentro da aliança PT-PMDB e para dentro da máquina pública.”

Para o sociólogo, um eventual governo Dilma, com ampla maioria na Câmara dos Deputados e no Senado, terá “um controle quase total do processo político e das instituições”. Lamounier prega em conferências e em artigos o risco do que chama de liquidação da oposição nos estados. “Lula e o PT nunca tiveram um traço sequer de visão federativa. A pedra no sapato de Lula é evidentemente o estado de São Paulo. Por isso ele já avisou que não medirá esforços para impedir a vitória de Geraldo Alckmin.” O cientista político acredita que, para a “saúde da democracia”, é preciso mais oposição. E uma oposição que, em sua avaliação, passa pelo PSDB.

A tese de Lamounier é contestada pelo cientista político e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fábio Wanderley Reis, que recupera, historicamente, o que ocorreu no México. “O quadro geral no Brasil é distinto de algo que emergiu de uma revolução armada, em que havia um grupo que tomou conta do Estado, fez um partido instrumental e o processo eleitoral foi acomodado dentro de um esquema resultante da revolução”, avalia. Reis lembra que as instituições estão em perfeito funcionamento no Brasil, inclusive os partidos políticos e a Justiça Eleitoral.

Primeiro embate após a ditadura

O homem que lutou contra a ditadura e que esteve à frente dos principais momentos da história contemporânea do país cometeu um erro político e assim acabou sem qualquer chance de chegar ao Palácio do Planalto. O ex-deputado Ulysses Guimarães amargou uma sétima colocação nas eleições presidenciais de 1989, a única da qual participou em sua carreira, e também a primeira do processo de redemocratização do Brasil. Um ano antes, durante a Constituinte, o ex-deputado desvinculou os pleitos presidenciais dos estados. Era uma maneira de manter as bases trabalhando, mas para candidaturas distintas. Isso não ocorreu com relação ao ex-deputado, que acabou abandonado pelos correligionários nos estados.

Ulysses, que ficou conhecido como o Senhor das Diretas Já, sempre esteve à frente de acontecimentos marcantes, como bancar a posse do então presidente e hoje senador, José Sarney (PMDB-AP), no Palácio do Planalto, após a morte de Tancredo Neves. “O doutor Ulysses Guimarães era uma espécie de Lula daquela época”, lembra Marco Aurélio Costa, dono do Piantella, restaurante na 202 Sul frequentado pelo ex-deputado e que, por muito tempo, foi reduto da oposição ao regime militar.

O revés dos peemedebistas começou com o fracasso do Plano Cruzado, um pacote de medidas econômicas adotadas por Sarney em 1986 para baixar a inflação. Até então, o PMDB tinha uma boa posição no cenário político brasileiro. “Enquanto o Cruzado deu certo, o partido fez mais de 20 governadores e a maioria no Senado e na Câmara”, explica Marco Aurélio, que passou a ser um dos seguidores de Ulysses, com quem convivia há mais de 30 anos. Todos achavam que o partido iria eleger qualquer candidato ao Planalto, mas isso acabou não acontecendo por um erro involuntário do próprio Ulysses. “Durante a Constituinte, ele havia desvinculado as eleições presidenciais. O doutor Ulysses achava que os prefeitos eleitos iriam trabalhar para ele nas bases. Mas isso não ocorreu”, conta Marco Aurélio. O ex-deputado só ganhou dos principais adversários em Tubarão (SC) e São Lourenço da Mata (PE).

Militância que se move por interesses pontuais

O caminhão que corta por uma estrada empoeirada a divisa do Distrito Federal com Goiás é amarelo, tem alto-falantes estridentes, uma mulher ao microfone, voz inflamada. Há dois meses, o mesmo cenário servia para fazer anúncio de roupas, supermercados, promoções varejistas. O ofício agora é pedir votos para candidatos do PMDB e PT goiano. Nenhuma mensagem é dispensada à presidenciável apoiada pelos dois partidos, Dilma Rousseff (PT). A poucos quilômetros dali, militantes contratados pelos tucanos tentam, santinho em punho, vender o peixe que nem eles sabem se estão dispostos a comprar: a candidatura de José Serra (PSDB). O esforço maior, no entanto, também é feito pelos políticos locais da aliança DEM-PSDB.

No Entorno, a proximidade de candidatos com a população transforma as eleições em uma corrida sem bandeira definida. Lá, não se vota em partidos, mas em pessoas. No comitê de Dilma em Águas Lindas, dominado por 70% de eleitores da capital, a ênfase dos cabos eleitorais é em cartazes e adesivos de candidatos proporcionais aliados à petista. De forma tímida, ainda tentam emplacar Iris Rezende (PMDB) ao governo de Goiás. Material de Dilma inexiste. “Não é preciso fazer muita campanha para a Dilma porque ela já ganhou”, resume o militante Jorge Batista, do PMDB local.

Do outro lado da rua, o comitê tucano forrado com fotos do candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo (PSDB) esconde em caixas bem fechadas o material de José Serra (PSDB). Nada que lembre a campanha do presidenciável está à mostra. A pedido do Correio, o presidente do PSDB de Águas Lindas, Nelson Almirante, “acha” adesivos do adversário de Dilma guardados em uma caixa, nos fundos do comitê. A poucos quilômetros dali, em Valparaíso, o material se restringe a um cartaz e um folheto informativo. A prioridade é tentar fazer Marconi Perillo (PSDB) retornar ao Palácio das Esmeraldas.

Entre os dois comitês, tucano e petista, não há sinal de disputa por votos no que toca às eleições nacionais. Há até um acordo informal. A prioridade de um lado é eleger proporcionais. Do outro, Marconi. Como os objetivos não entram em conflito, a solução é um não invadir a seara do outro. O escritório tucano não pede votos para presidente e o petista não se dedica muito pelos candidatos a senador ou governador. “É o jeitinho brasileiro de fazer política”, explica Almirante.

Marina pede voto em meio à seca no DF

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, minimizou a queda de um ponto percentual na pesquisa do Ibope, divulgada ontem, passando de 8% para 7%. Na caminhada de poucos metros que fez no Parque da Cidade, ontem de manhã, ela afirmou que continua apostando em um segundo turno com seus principais adversários, a petista Dilma Rousseff (51%) ou o candidato do PSDB, José Serra, segundo colocado na amostragem do Ibope, com 27%. Sob forte calor de mais de 30°C e uma baixa umidade relativa do ar, próxima a 25%, Marina fez um discurso usando um megafone para uma plateia sentada no chão.

A candidata Dilma Rousseff (PT), também passou o dia em Brasília. No fim da tarde, convocou entrevista para falar de seu projeto de atendimento integral às crianças, e também evitou polêmica sobre a possível vitória no primeiro turno com os 51% de intenções de voto apontados no Ibope. Mas, bastante tranquila, depois de fazer várias ressalvas sobre o fato de a eleição ter dois turnos, disse que “as pessoas devem ser respeitadas” e que, terminada a campanha, “a gente desarma o palanque e estende a mão às pessoas de boas vontade”. Disse ainda que, se Serra quiser colaborar, será bem-vindo. “Estou dando um conceito: um governo ou é para todos, ou não é republicano”, afirmou. “Sou do Sul. Lembro quando havia um atrito, o presidente não ia lá e não mandava dinheiro, República velha é isso”, afirmou, sem citar entretanto o governo gaúcho de Olívio Dutra (PT) e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente.

Em queda constante nas pesquisas eleitorais, o candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) não quis comentar os dados do último levantamento Ibope, divulgado ontem, no qual aparece com 27% das intenções de voto, contra 51% da sua principal adversária, Dilma Rousseff (PT), a quem manteve os ataques. Em Ribeirão Preto (SP), onde inaugurou um comitê do PSDB, Serra disse que, durante o tempo em que ficou à frente do governo, a favela de Heliópolis — a maior da capital paulista — foi transformada em bairro e a candidata petista teria utilizado a infraestrutura lá implantada no programa eleitoral dela.

Coluna Brasília-DF - Lobby

Sabendo que a essas alturas das campanhas os políticos estão tentando manter os caixas cheios, operadoras de TVs por assinatura circulam em gabinetes da Câmara Legislativa oferecendo apoio a candidatos à reeleição. A meta é obter aliados para a aprovação do projeto que libera as operadoras de pagar ao governo cerca de R$ 800 mil em impostos. O dinheiro foi cobrado dos assinantes e nunca foi repassado aos cofres públicos.

Incomodado

O deputado federal Henrique Eduardo Alves (foto), do PMDB-RN, não tem escondido o desconforto com os movimentos do líder governista Cândido Vaccarezza (PT-SP) em direção ao posto de presidente da Câmara na próxima legislatura. Alves tem dito a correligionários que seu partido é grande e que a única chance de o PT assumir o cargo é fazendo um acordo com os peemedebistas. O acerto iria prever uma eleição casada, na qual cada legenda assumiria o comando da Casa por dois anos.

Fonte: Congressoemfoco

“Mano” Suplicy é flagrado em show dos Racionais MCs


Fábio Góis

Com mais quatro anos garantidos pela frente no Senado, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é uma das figuras mais respeitadas do atual Congresso. Conhecido pelo comportamento comedido e pela fala pausada, o autor do projeto que estabelece renda mensal mínima para todo e qualquer cidadão brasileiro por vezes surpreende em situações inusitadas, algumas delas hilárias.

Depois de ter usado sunga de Super-Homem na frente das câmeras e ter dado cartão vermelho para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), durante a crise mais aguda da história da instituição, Suplicy retorna em grande estilo às luzes da ribalta.

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A “performance” desta vez aconteceu em seu reduto eleitoral. Ex-boxeador de qualidade, temido pelos adversários, Suplicy faz cara de mau no meio de manos e minas embevecidos pelos versos enfurecidos de Mano Brown, vocalista e líder do grupo do hip-hop Racionais MCs. Espremido em uma rua da periferia, o respeitável público era formado, em sua maioria, por negros. De maneira que Suplicy, alto e alvo, se destaca no meio da multidão – a câmera que registrou o filmete, de 3 minutos e 7 segundos, chega a passar por Suplicy sem detectar sua presença destoante, mas logo em seguida um close desfaz a displicência.

A legitimidade da aparição foi atestada com admiração por alguns que viram o vídeo, com comentários registrados no Youtube. “Suplicy é muito sinistro. É de uma das famílias mais ricas de São Paulo e é o único que vai às ruas ver de perto a realidade. E mais: acho que ele não faz pra aparecer, ele se amarra mesmo, sempre fala dos racionais”, diz o internauta de codinome “kubaah”. “Kkkkk! Inacreditável! Ele curte mesmo!”, reforça “tinhodrunsk” em bom internetês.

“Muito respeito pra trutas e quebradas”, saúda Mano Brown, com a presença de palco de sempre. “O dia de amanhã quem sabe é Deus / Eu não sei, não vi, não vou; morro cadeado / ‘Firmão’, deixa eu ir, quem não é visto não é lembrado / Hoje eu sou ladrão, artigo 157 / A polícia bola um plano, sou herói dos pivete [sic]”, continua o artista, em trecho da música “Eu sou 157”, referência ao artigo do Código Penal. Ao final do clipe, o entardecer se contrapõe às caixas-d’água da periferia.

Lá no meio do povo que o elegeu, Suplicy ouve os versos com séria reverência, “disfarçado” com seu óculos e seu bem-passado pullover. De fato, o senador parece bem à vontade no show, admirando o grupo que já mencionou em plena Comissão de Constituição e Justiça – na ocasião, levou inclusive o já falecido ex-senador Antônio Carlos Magalhães às gargalhadas ao cantar outra música do Racionais MCs, com direito à reprodução do som de uma metralhadora.

Relembre: Altos risos na Alta Casa

Sem mais delongas, confira o vídeo (caso o leitor prefira ou esteja com pressa, vá direto ao instante 3:05 para ver a silente reverência de Suplicy):

Fonte: Congressoemfoco

domingo, agosto 29, 2010

VOX POPULI: DISPUTA PELO SENADO 'EMBOLOU'.

A pesquisa de intenção de votos A Tarde/Vox Populi trouxe neste domingo (29) um cenário bem distinto dos mostrados anteriormente. Três candidatos aparecem empatados dentro da margem de erro de três pontos percentuais: o senador César Borges (PR) tem 14% da preferência do eleitorado, depois aparece Walter Pinheiro (PT), com13%, e em terceiro Lídice da Mata (PSB), com 10%. Os demais candidatos também aparecem tecnicamente empatados, só que na zona inferior da tabela. O ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM) tem 4%, Edvaldo Brito (PTB) 3% e José Carlos Aleluia (DEM) 2%. Com 1% estão Carlos Sampaio (PCB), França (PSOL) e Edson Duarte (PV). No entanto, os indecisos ainda são a maioria em disparado. Pelo menos 39% ainda não decidiram em quem votar. A Tarde

Fonte: SudoesteHoje

VOX POPULI: FRENTE DE WAGNER SOBRE PAULO SOUTO É DE 29%

A primeira pesquisa A TARDE/ Vox Populi sobre as Eleições 2010 mostra o governador Jaques Wagner (PT) com 46% das intenções de votos. Em seguida, está o ex-governador Paulo Souto (DEM), com 17%; o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), com 11%; e o deputado Luiz Bassuma (PV), que tem 1%. Se a eleição fosse hoje, Wagner teria mais votos que a soma dos adversários (29%) e venceria a disputa no primeiro turno, mesmo considerando-se a margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais.

Fonte: SudoesteHoje

Dilma aumenta vantagem e chega a 59% dos votos válidos

A pesquisa do IBOPE deu nisso. Faltando pouco mais de um mês das eleições, a candidata Dilma Rousseff (PT) tem 24 pontos de vantagem sobre o José Serra (PSDB) e mantém a expectativa de vencer no primeiro turno, agora com 59% dos votos válidos.

Pela pesquisa Ibope, divulgada hoje (28), Dilma chegou a 51% das intenções de voto, um crescimento de oito pontos porcentuais em relação ao levantamento anterior, feito às vésperas do início da propaganda eleitoral.

Desde então, Serra passou de 32% para 27%. Marina Silva, do PV, oscilou de 8% para 7%. Somados, os adversários da petista têm 35 pontos, 16 a menos do que ela.

A performance de Dilma já se equipara à de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2006. Na época, no primeiro turno, o então candidato petista teve 59% dos votos válidos como teto nas pesquisas.

GEOGRAFIA DO VOTO

Dilma ultrapassou Serra em São Paulo (42% a 35%) e tem o dobro de votos do adversário (51% a 25%) em Minas Gerais - respectivamente primeiro e segundo maiores colégios eleitorais do País.

No Rio de Janeiro, terceiro Estado com a maior concentração de eleitores, a candidata do PT abriu nada menos do que 41 pontos de vantagem em relação ao tucano (57% a 16%).

Na divisão do eleitorado por regiões, Dilma registra a liderança mais folgada no Nordeste, onde tem mais que o triplo de votos do rival (66% a 20%%). No Sudeste, ela vence por 44% a 30%, e no Norte/Centro-Oeste, por 56% a 24%.

A Região Sul é a única em que há empate técnico: Dilma tem 40% e Serra, 35%. A margem de erro específica para a amostra de eleitores dessa região chega a cinco pontos porcentuais. Mas também entre os sulistas se verifica a tendência de crescimento da petista: ela subiu cinco pontos porcentuais na região, e o tucano caiu nove.

RICOS E POBRES

A segmentação do eleitorado por renda mostra que a candidata do PT tem melhor desempenho entre os mais pobres. Dos que têm renda familiar de até um salário mínimo, 58% manifestam a intenção de votar nela, e 22% em Serra.

Na faixa de renda logo acima - de um a dois salários mínimos -, o placar é de 53% a 26%. Há um empate entre a petista (39%) e o tucano (38%) no eleitorado com renda superior a cinco salários.

Também há empate técnico entre ambos no segmento da população que cursou o ensino superior. Nas demais faixas de escolaridade, Dilma vence com 25 a 28 pontos de vantagem.

TAXA DE REJEIÇÃO

A taxa de rejeição Dilma caiu dois pontos, mas se mantem praticamente a mesma desde junho, próxima dos 17%. No caso do candidato tucano, 27% afirmam que não votariam nele em nenhuma hipótese.

A disparada da candidata apoiada pelo presidente Lula disseminou a expectativa de que ela vença a eleição. Para dois terços da população, a ex-ministra tomará posse em janeiro como sucessora do atual presidente. Apenas 19% dos eleitores acham que Serra será o vitorioso.

MULHERES COM DILMA

Com boa parte de sua propaganda direcionada à conquista do eleitorado feminino - dando destaque à possibilidade de uma mulher assumir pela primeira vez a Presidência -, Dilma cresceu mais entre as mulheres (nove pontos) que entre os homens (cinco pontos).

Na simulação de segundo turno, a vantagem de Dilma entre as mulheres é agora praticamente a mesma que entre os homens, um fato inédito na campanha. O próprio Lula sempre teve mais votos entre os homens.

A pesquisa mostra que 57% dos eleitores já assistiram a pelo menos um programa do horário eleitoral.

Segundo o Ibope, 50% dos brasileiros preferem votar em um candidato apoiado pelo presidente, e 9% tendem a optar por um representante da oposição. Do total do eleitorado, 88% sabem que Dilma é a candidata de Lula.

O governo do presidente é considerado ótimo ou bom por 78% dos brasileiros. Outros 4% consideram a gestão Lula ruim ou péssima.
# posted by Oldack Miranda/Bahia de Fato

Juiz do caso Cissa é preso por furto de cabos de telefonia

Folha.com

O juiz militar e capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Lauro Moura Catarino foi preso enquanto furtava cabos de telefonia da Oi, na Praia de Botafogo, no Rio, na madrugada da última sexta-feira.

O capitão era responsável por julgar os PMs acusados de receber propina para liberar o atropelador do músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães. Na quinta-feira, poucas horas antes da prisão, ele havia participado da audiência da Auditoria Militar em que os PMs acusados foram ouvidos.

Além de Catarino, outro policial militar foi preso: o capitão do Batalhão de Choque Marcelo Queiroz dos Anjos.

O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, determinou que se inicie imediatamente um processo disciplinar com o objetivo de demitir os oficiais, que já foram afastados de suas atividades. A PM disse que não vai esperar a conclusão do inquérito da Polícia Civil para tomar as providências.

"É inadmissível que policiais pagos com dinheiro público para proteger a população e os bens privados e públicos se envolvam em atos como os descritos", disse Duarte.

Quadrilha

Os oficiais foram autuados por furto e formação de quadrilha. Eles foram levados para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O capitão Catarino foi afastado da Auditoria Militar e será substituído por outro oficial.

Investigação

A investigação sobre as atividades da quadrilha durou dois meses. Segundo o delegado titular da 9ª DP, Alan Luxardo, a quadrilha lucrava até R$ 400 mil por mês com a atividade ilegal.

Fonte: Agora

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