Por: Célia Chaim e Eliane Lobato (ISTOÉ Online)
Sem ajuda do governo, voluntários fazem comque 56 milhões de brasileiros consigam comer
Carolyne, dois anos, é filha de Monalisa, 17. Mas não são apenas esses nomes nobres que elas carregam com orgulho. Ela, a mãe, representa centenas e centenas de mulheres que moram numa das maiores favelas de São Paulo, a Paraisópolis, na zona sul da cidade, com 50 mil habitantes. Ali é fato: ninguém passa fome, embora saiba bem o que é isso. A comida vem graças à União dos Moradores da Paraisópolis, entidade mantida por doações generosas. Na hora do almoço, crianças e idosos fazem fila na porta do refeitório. Terça-feira 9 o cardápio era arroz, feijão, macarrão e lingüiça, aguardado pelas crianças com água na boca. Tudo o que recebem vem exclusivamente de doações. Se alguma autoridade esteve por lá, foi passagem relâmpago, suficiente para deixar promessas não cumpridas. “Neste ano eles vêm porque terá eleição, mas nós não acreditamos mais”, diz a voluntária Graça, moradora do bairro. Com comida, escolas, creches, esportes e até aulas de inglês, além de muitos voluntários, Paraisópolis chegou a um nível em que dispensa a demagogia de políticos e a ajuda do governo.
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Na promessa: Lula anunciou na posse que acabaria com a fome no País. Fez mais do que os antecessores, masnão cumpriu a meta
O Brasil produz alimentos com abundância. E tem recursos naturais de sobra para resolver rapidamente as carências alimentares de todos os seus habitantes. Por tudo isso, é incrível que 56 milhões de pessoas no País encontrem, de alguma maneira, dificuldade para comer todo dia. Só conseguem trocar o prato de farinha com água por outro com arroz, feijão e “mistura” (carnes e legumes) porque uma corrente de pessoas e instituições civis, sem esperar e muito menos receber auxílio do governo, ajuda essa pobre massa. Esses socorridos vivem na faixa da indigência, com renda mensal individual inferior a R$ 79. Um valor insuficiente até mesmo para comprar alimentos com o mínimo de calorias para manter de pé, com dignidade, uma pessoa o mês inteiro. O presidente Lula fez mais do que seus antecessores no combate à fome. Apesar disso, chega ao final de seu mandato sem cumprir a promessa feita na posse: “No meu governo todos os brasileiros vão tomar café da manhã, almoçar e jantar.” A verdadeira revolução que ele faria – e não fez – não está totalmente perdida graças a esses grupos não governamentais que, patrocinados por empresas privadas, combatem a fome em várias frentes, da música ao esporte, da educação à tecnologia.
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Carência: milhões vivemcom menos de R$ 79 por mês. Por isso, falta dinheiro para comprar até ascalorias necessárias
Oberlan Motta, 53 anos, distribui quentinhas para moradores de rua no subúrbio do Rio de Janeiro. Na terça-feira 9, reconheceu um antigo companheiro de escola entre os miseráveis que esperavam na fila. Ambos estudaram na Escola Técnica de Niterói e se emocionaram com o reencontro. Motta é um dos 400 voluntários fixos da entidade Movimento de Amor ao Próximo (MAP), que nasceu há mais de duas décadas para distribuir alimentos, roupas e remédios para moradores de rua. A organização é ecumênica, mas a maioria dos voluntários é kardecista. Não recebe verba pública, só doações. Atua em bairros de subúrbio do Rio, como Ilha do Governador, Rocha Miranda, Manguinhos e Jacarepaguá. Hoje, distribuem dez mil quentinhas por mês. A comida é servida acompanhada de talheres de plástico e água. “Eles pedem muita água, principalmente as crianças que cheiram cola. Ficam ressecadas e precisam de líquido”, diz.
Motta costuma ouvir dos amigos que é um louco por fazer caridade “para esses vagabundos!” E responde: “Sou louco sim, espero morrer louco. Se tivesse mais malucos como eu, não teríamos tanta violência no mundo.” E os “loucos” se multiplicam em associações e entidades. A dona-de-casa carioca Delclemir Ferraz Dias, 54 anos, é uma. Ela é um dos pilares do comitê Fraternidade Sol, ligado à ONG Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida. Assim como Motta, partiu para a ação no combate à fome. “Não aceitamos políticos. Nosso trabalho é todo feito graças à boa vontade de pessoas comuns que querem ajudar”, diz ela. Del, como é conhecida, distribui sopa para moradores de rua. Seu “ponto” é na praça Cruz Vermelha, no centro do Rio. “Temos 40 famílias cadastradas para receber, o ano todo, cestas básicas. E distribuímos cerca de 100 caixinhas de sopa por noite”, explica.
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Panelas cheias: as cozinheirasIvaneide, Adalgisa e Maria numafavela de São Paulo: comidapara crianças todos os dias
As caixas a que ela se refere são embalagens de leite recolhidas por voluntários, recicladas e reaproveitadas como recipiente para a sopa. Del trabalha como poucos voluntários e recebe doações de restaurantes como o Cheio de Vida, o mais assíduo, doador há cinco anos. Ela diz que sua ação “não é apenas dar comida”. E explica: “É um meio de não só matar a fome, mas também conversar, dar uma ajuda, tentar encontrar empregos, dar apoio moral, mostrar que tem alguém preocupado com eles, que não estão sozinhos.” Segundo ela, há “pessoas boas” nas ruas. “Muitos são viciados sim, mas o álcool é uma fuga. Eles foram abandonados pela família, pelo Estado... Beber é uma maneira de esquecer.”
Entre os voluntários do comitê de Del está o jovem Rafael Bteshe, 22 anos, carioca, morador de Ipanema. Filho de pais médicos, é estudante de artes plásticas da UFRJ e integra a banda Ruah. Ele ajuda a distribuir sopa duas vezes por semana. “Acho que é o mínimo que posso fazer.” Morador de rua, Luiz Francisco da Silva, 52 anos, nasceu em Macaé, interior do Rio de Janeiro, e vive abandonado nas ruas da capital. “Tô desempregado há anos”, justifica. Ex-marceneiro e ajudante de camelô, hoje ele vive como “catador de latinhas” para reciclagem. “Ontem, catei dois quilos de latinhas, vendi por R$ 5,80, deu para almoçar”, diz. Luiz não tem planos para o futuro. Seus projetos mais longos são estar vivo e assistir aos jogos da Copa no telão que será instalado na Central do Brasil, no Rio. “Se o Brasil ganhar a Copa, as coisas vão melhorar”, acredita.
Esperar dádivas que virão com o futebol é bobagem. Com a música, a Associação Meninos do Morumbi, de São Paulo, resgatou da fome, da pobreza aguda e da violência mais de quatro mil crianças e adolescentes pobres de toda a região – Campo Limpo, Paraisópolis, Vila Sonia, Real Parque, Jardim Jaqueline, Morumbi pobre (existe sim e é grande), Caxingui e os municípios de Taboão da Serra e Embu. O show do grupo é o produto das oficinas de canto, dança e percussão. Integram o repertório músicas folclóricas do Brasil e da África, do universo pop, dos cultos brasileiros e composições próprias. A banda fez em torno de 500 shows no Brasil e na Europa (Inglaterra e França) desde 1996. Eles se apresentaram em grandes teatros e festivais no Brasil e no Exterior, como o Teatro Municipal, Sala São Paulo e no nobre Royal Festival Hall, em Londres. Gravaram CDs com grandes nomes da música brasileira e internacional. É na associação que eles, dia a dia, recuperam sua cidadania. Eles se orgulham do que fazem – o que seria impossível se Flávio Pimenta não tivesse criado a associação.
Os Meninos do Morumbi se mantêm em pé porque comem o ideal para arrebentar nos instrumentos musicais (de 2.000 a 2.500 calorias diárias). Diz a medicina que não dá para tapear o estômago: 100 calorias abaixo desse patamar por dia e já se vive com uma fome crônica e se é vítima das conseqüências que a subnutrição traz à saúde, como o fraco desenvolvimento físico e intelectual do indivíduo. O recado final, da Food and Agriculture Organization, a FAO, das Nações Unidas, é direto: “É hora de os países descobrirem porque milhões de pessoas passam fome em um mundo que produz alimentos mais do que suficientes para cada homem, mulher e criança.” Poucas questões são tão adequadas ao Brasil como essa.
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domingo, maio 14, 2006
O contrabando do urânio brasileiro
Por: Rodrigo Rangel – Enviado especiala Macapá e Porto Grande (AP) (ISTOÉ Online)
Investigação secreta da Polícia Federaldesvenda quadrilha que extrai e enviamaterial radioativo para fora do País
Por Rodrigo Rangel – Enviado especiala Macapá e Porto Grande (AP)
Em julho de 2004, a PolíciaFederal apreendeu no interiordo Amapá, na caçamba de uma caminhonete, 18 sacas de ummineral granulado escuro muito mais pesado do que aparentava ser. O material, examinado depois nos laboratórios da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), era um composto de urânio e tório, minérios altamente radioativos que abundam em jazidas encravadas no extremo Norte brasileiro. Estava ali o fio da meada para a descoberta de uma das mais obscuras máfias em atuação no País, com braços internacionais e especializada na extração clandestina e na comercialização ilegal de urânio. Nas duas últimas semanas, ISTOÉ avançou nesse explosivo terreno. Conheceu a realidade das minas onde garimpeiros põem suas vidas em risco, expostos à radiação, e desvendou uma investigação que, até aqui, vinha sendo tratada como segredo de Estado. São centenas de horas de gravações telefônicas feitas pela polícia que revelam por dentro o funcionamento da máfia, desde a extração do minério nos garimpos situados em plena selva amazônica até as negociatas encabeçadas por quadrilhas que exportam o urânio para clientes tão misteriosos quanto elas próprias – e, muitas vezes, com o respaldo de autoridades constituídas e políticos. Além de brasileiros, estão sob a mira das polícias irlandesa, russa e alemã supostos integrantes de uma conexão que, segundo os investigadores, estaria levando o minério para países da Europa, Ásia e África, em particular a Rússia e a Coréia do Norte. O Palácio do Planalto já recebeu o alerta de que, daqui, o urânio pode estar indo parar, também, nas mãos do terrorismo internacional.
No rastreamento da teia de relações mantidas pelos traficantes, a polícia chegouao nome de Haytham Abdul Rahman Khalaf, libanês apontado como o elo com o grupo extremista islâmico Hamas. Na ponta brasileira da trama, até agora a Polícia Federal já identificou três grupos especializados no tráfico de urânio. Todos com base em Macapá. O principal deles tem como testa-de-ferro o empresário JoãoLuís Pulgatti, dono de um pool de empresas de mineração que consegue autorização oficial para pesquisar jazidas de ouro, mas que, na prática, explora e negocia minério radioativo. Por trás de Pulgatti está John Young, 58 anos, irlandês naturalizado canadense que diz representar no Brasil os interesses de uma companhia internacional de mineração. A partir de 2004, Young passou a sersócio das empresas de Pulgatti. De olho nas jazidas e com dólares para investir, a parceria do estrangeiro com o brasileiro avançou. Em agosto do ano passado, o canadense destacou um geólogo para visitar minas no Amapá. Queria comprar uma área de mil hectares que, segundo as conversas grampeadas pela polícia, guarda nada menos que 50 mil toneladas de minério radioativo. Provavelmente de tório e urânio. “Pode mandar o seu pessoal lá checar, trazer amostras e analisar”, diz o dono da área a Pulgatti, encarregado de cuidar das negociações. Pelas terras, o grupo pagaria US$ 1,2 milhão. As escutas revelam que, fora os planos para ampliar a exploração direta de urânio, a dupla tem toda uma estrutura para comprar minério radioativo. Espalha garimpeiros em lugares estratégicos e tem preferência na compra do que for encontrado. Segundo a polícia, outro grupo especializado na aquisição de urânio é encabeçado por Robson André de Abreu, dono de madeireiras, de uma mineradora e de um conhecido restaurante de Macapá. A exemplo de Pulgatti, ele possui uma rede de fornecedores de urânio. O terceiro “grupo criminoso”, como escrevem os agentes nos relatórios secretos obtidos por ISTOÉ, é chefiado por um homem até agora identificado apenas como Nogueira. Ao longo da investigação, os policiais descobriram que o negócio é infinitamente maior que aqueles 600 quilos apreendidos há quase dois anos. Nas escutas, surgem negociações de até dez toneladas.
A máfia do urânio também tem um braço no poder público. Os grampos da Polícia Federal registraram conversas em que o geólogo José Guimarães Cavalcante, braço direito de João Pulgatti, revela o auxílio de um senador da República para desencravar no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Brasília, um processo em que se buscava autorização para pesquisa de minério. O senador em questão é Papaléo Paes, do PSDB do Amapá. “Ele (um advogado de nome Luís Carlos) ia falar amanhã com o Papaléo pra pedir pra ele ver se segunda-feira ele vai logo lá falar com o diretor-geral (do DNPM), porque assim ele manda publicar isso”, diz Guimarães a um interlocutor, de nome Édson. Mais adiante, ele festeja: “O caminho do doutor Papaléo foi exatamente os orixás que abriram para solucionar o meu problema.” Também conhecido como Zé do Mapa, José Guimarães já foi diretor do distrito do DNPM no Amapá. Acabou afastado após investigação da própria Polícia Federal. Ao mesmo tempo que ocupava o cargo, ele era dono de garimpos no Estado. O atual diretor do distrito, João Batista Picanço Neto, é outro que foi sugado para dentro da investigação. Ele aparece falando com um dos sócios de Pulgatti. Dá orientações sobre como aprovar processos de lavra e indica o funcionário que pode resolver o problema. O interlocutor acolhe a orientação e evidencia a existência de algo suspeito no ar. “Vou procurá-lo pessoalmente. Isso não se fala por telefone”, diz. A investigação envolve até o procurador da República, que estava encarregado de acompanhar o caso. José Cardoso, um dos representantes do Ministério Público Federal no Amapá, passou a ser investigado depois de ter sido citado nas conversas grampeadas. Numa delas, um homem não identificado diz que ele o ajudaria a resolver em Brasília uma pendência burocrática no DNPM. “O dr. José Cardoso levou meu processo em mãos para Brasília e me garantiu que ele mesmo ia falar com o diretor-geral”, afirma o homem em conversa com o sócio de uma das empresas investigadas. Além de ter aparecido nos grampos, Cardoso tem algo mais a explicar. Até o mês passado, José Guimarães, o ex-diretor do DNPM pilhado no contrabando de urânio, trabalhava como funcionário de seu gabinete. Como passou a ser alvo, o procurador foi afastado do inquérito. Há, ainda, outras autoridades e políticos na mira da polícia. Entre eles, um deputado estadual, Jorge Salomão (PFL), e um ex-deputado federal, Sérgio Barcellos.
Investigação secreta da Polícia Federaldesvenda quadrilha que extrai e enviamaterial radioativo para fora do País
Por Rodrigo Rangel – Enviado especiala Macapá e Porto Grande (AP)
Em julho de 2004, a PolíciaFederal apreendeu no interiordo Amapá, na caçamba de uma caminhonete, 18 sacas de ummineral granulado escuro muito mais pesado do que aparentava ser. O material, examinado depois nos laboratórios da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), era um composto de urânio e tório, minérios altamente radioativos que abundam em jazidas encravadas no extremo Norte brasileiro. Estava ali o fio da meada para a descoberta de uma das mais obscuras máfias em atuação no País, com braços internacionais e especializada na extração clandestina e na comercialização ilegal de urânio. Nas duas últimas semanas, ISTOÉ avançou nesse explosivo terreno. Conheceu a realidade das minas onde garimpeiros põem suas vidas em risco, expostos à radiação, e desvendou uma investigação que, até aqui, vinha sendo tratada como segredo de Estado. São centenas de horas de gravações telefônicas feitas pela polícia que revelam por dentro o funcionamento da máfia, desde a extração do minério nos garimpos situados em plena selva amazônica até as negociatas encabeçadas por quadrilhas que exportam o urânio para clientes tão misteriosos quanto elas próprias – e, muitas vezes, com o respaldo de autoridades constituídas e políticos. Além de brasileiros, estão sob a mira das polícias irlandesa, russa e alemã supostos integrantes de uma conexão que, segundo os investigadores, estaria levando o minério para países da Europa, Ásia e África, em particular a Rússia e a Coréia do Norte. O Palácio do Planalto já recebeu o alerta de que, daqui, o urânio pode estar indo parar, também, nas mãos do terrorismo internacional.
No rastreamento da teia de relações mantidas pelos traficantes, a polícia chegouao nome de Haytham Abdul Rahman Khalaf, libanês apontado como o elo com o grupo extremista islâmico Hamas. Na ponta brasileira da trama, até agora a Polícia Federal já identificou três grupos especializados no tráfico de urânio. Todos com base em Macapá. O principal deles tem como testa-de-ferro o empresário JoãoLuís Pulgatti, dono de um pool de empresas de mineração que consegue autorização oficial para pesquisar jazidas de ouro, mas que, na prática, explora e negocia minério radioativo. Por trás de Pulgatti está John Young, 58 anos, irlandês naturalizado canadense que diz representar no Brasil os interesses de uma companhia internacional de mineração. A partir de 2004, Young passou a sersócio das empresas de Pulgatti. De olho nas jazidas e com dólares para investir, a parceria do estrangeiro com o brasileiro avançou. Em agosto do ano passado, o canadense destacou um geólogo para visitar minas no Amapá. Queria comprar uma área de mil hectares que, segundo as conversas grampeadas pela polícia, guarda nada menos que 50 mil toneladas de minério radioativo. Provavelmente de tório e urânio. “Pode mandar o seu pessoal lá checar, trazer amostras e analisar”, diz o dono da área a Pulgatti, encarregado de cuidar das negociações. Pelas terras, o grupo pagaria US$ 1,2 milhão. As escutas revelam que, fora os planos para ampliar a exploração direta de urânio, a dupla tem toda uma estrutura para comprar minério radioativo. Espalha garimpeiros em lugares estratégicos e tem preferência na compra do que for encontrado. Segundo a polícia, outro grupo especializado na aquisição de urânio é encabeçado por Robson André de Abreu, dono de madeireiras, de uma mineradora e de um conhecido restaurante de Macapá. A exemplo de Pulgatti, ele possui uma rede de fornecedores de urânio. O terceiro “grupo criminoso”, como escrevem os agentes nos relatórios secretos obtidos por ISTOÉ, é chefiado por um homem até agora identificado apenas como Nogueira. Ao longo da investigação, os policiais descobriram que o negócio é infinitamente maior que aqueles 600 quilos apreendidos há quase dois anos. Nas escutas, surgem negociações de até dez toneladas.
A máfia do urânio também tem um braço no poder público. Os grampos da Polícia Federal registraram conversas em que o geólogo José Guimarães Cavalcante, braço direito de João Pulgatti, revela o auxílio de um senador da República para desencravar no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Brasília, um processo em que se buscava autorização para pesquisa de minério. O senador em questão é Papaléo Paes, do PSDB do Amapá. “Ele (um advogado de nome Luís Carlos) ia falar amanhã com o Papaléo pra pedir pra ele ver se segunda-feira ele vai logo lá falar com o diretor-geral (do DNPM), porque assim ele manda publicar isso”, diz Guimarães a um interlocutor, de nome Édson. Mais adiante, ele festeja: “O caminho do doutor Papaléo foi exatamente os orixás que abriram para solucionar o meu problema.” Também conhecido como Zé do Mapa, José Guimarães já foi diretor do distrito do DNPM no Amapá. Acabou afastado após investigação da própria Polícia Federal. Ao mesmo tempo que ocupava o cargo, ele era dono de garimpos no Estado. O atual diretor do distrito, João Batista Picanço Neto, é outro que foi sugado para dentro da investigação. Ele aparece falando com um dos sócios de Pulgatti. Dá orientações sobre como aprovar processos de lavra e indica o funcionário que pode resolver o problema. O interlocutor acolhe a orientação e evidencia a existência de algo suspeito no ar. “Vou procurá-lo pessoalmente. Isso não se fala por telefone”, diz. A investigação envolve até o procurador da República, que estava encarregado de acompanhar o caso. José Cardoso, um dos representantes do Ministério Público Federal no Amapá, passou a ser investigado depois de ter sido citado nas conversas grampeadas. Numa delas, um homem não identificado diz que ele o ajudaria a resolver em Brasília uma pendência burocrática no DNPM. “O dr. José Cardoso levou meu processo em mãos para Brasília e me garantiu que ele mesmo ia falar com o diretor-geral”, afirma o homem em conversa com o sócio de uma das empresas investigadas. Além de ter aparecido nos grampos, Cardoso tem algo mais a explicar. Até o mês passado, José Guimarães, o ex-diretor do DNPM pilhado no contrabando de urânio, trabalhava como funcionário de seu gabinete. Como passou a ser alvo, o procurador foi afastado do inquérito. Há, ainda, outras autoridades e políticos na mira da polícia. Entre eles, um deputado estadual, Jorge Salomão (PFL), e um ex-deputado federal, Sérgio Barcellos.
Código Da Vinci, o filme
Por: Ivan Claudio (ISTOÉ Online)
Chega a 500 cinemas do País a obrapolêmica estrelada por Tom Hanksque envolve a vida de Jesus Cristo,a Igreja Católica e o Opus Dei numatrama de suspense, crime e mistério
O Brasil possui 2.045 salas de cinema. A conta é exata. Na sexta-feira 19, de cada quatro salas, pelo menos uma estará exibindo O código Da Vinci (The Da Vinci code, Estados Unidos, 2006). É o filme mais aguardado dos últimos anos. Desde o início das filmagens, pouca coisa foi revelada da adaptação cinematográfica do polêmico best seller homônimo do americano Dan Brown. O sigilo, bem apropriado ao lado investigativo da história, cheia de enigmas, códigos, decifrações e descobertas, foi uma estratégia da Sony Pictures, dona dos US$ 125 milhões da produção. O filme também se cerca de boatos e protestos, sendo que as últimas manifestações foram muito bem-vindas ao diretor Ron Howard, que mirou na Igreja Católica e, sobretudo, em sua ala mais conservadora, representada pela organização Opus Dei. Portanto, é com aura de mistério e uma expectativa alimentada por 46 milhões de leitores (só no Brasil são 1,2 milhão) que O código Da Vinci chega às telas, sem sequer passar pelo teste da crítica – ou seja, depois de abrir o Festival de Cannes, o thriller histórico-teológico aterrissa direto em mais de 500 salas do País.
Expectativa: Audrey Tautou e Tom Hanks diante de A última ceia, de Da Vinci, e o diretor Ron Howard com a equipe em Paris
É irrelevante discutir se o filme é ou nãouma boa adaptação do romance, se estamos diante de um fenômeno de marketing que explodiu no exato momento do anúncio das filmagens em 2004. Primeiro, com a escolha de Tom Hanks para viver Robert Langdon, o professor de semiótica de Harvard, protagonista da história. Depois, com todos os problemas gerados pela proibição de se filmar na Inglaterra na Abadia de Westminster. A seguir, vieram as negociações bem-sucedidas para se conseguir filmar no Museu do Louvre, em Paris. O próprio presidente da França, Jacques Chirac, reuniu-se com Howard pedindo que, em troca da cessão do museu, o papel da criptógrafa francesa Sophie Neveu, que auxilia Langdon nas investigações, fosse dado a uma “atriz amiga de sua filha”. Quem venceu a disputa foi a atriz francesa Audrey Tautou.
É em razão de um assassinato acontecido na Grande Galeria do Louvre que Langdon é procurado pela polícia e a sua difícil missão é tentar decifrar ocenário do crime, a poucos passos da tela de Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci. Lá estava o cadáver do curador do museu, Jacques Saunière (Jean-Pierre Marielle), que antes de morrer se postou com as pernas e os braços abertos em V, como em O homem vitruviano, do mesmo Da Vinci (outros trabalhos do italiano, como a Madona das rochas e A última ceia, terão papel importante nas investigações). Por trás desse crime estão dois personagens ligados ao Opus Dei: o monge albino Silas (Paul Bettany) e o Bispo Aringarosa (Alfred Molina). Se existe alguém que ainda não saiba o enredo de O código Da Vinci, após o sucesso estrondoso do livro, é o monge Silas quem mata, a mando de Aringarosa, o curador do museu – que vem a ser o Grão-Mestre do Priorado de Sião. Ele o faz para preservar um dos maiores segredos da Igreja, o fato de Jesus Cristo ser supostamente pai de uma filha com Maria Madalena.
Enigma: Sophie (Audrey Tautou) eo curador do Louvre assassinado
Retratado como um psicótico, Silas se pune com chicotadas e usa um instrumento de tortura, o cilício (aro de metal feito de pontas cortantes) encravado nas coxas como forma de penitência. “Não é exatamente o que eu descreveria como uma roupa confortável”, diz o ator Bettany – que obviamente utilizou um modelo flexível que não penetrava nas pernas. De todos os personagens da história, Silas é o mais excomungado pelos protestos religiosos. A instituição americana Organização Nacional pelo Albinismo e Hipopigmentação (Noah) anunciou que fará manifestações nas portas dos cinemas. O Opus Dei adotou uma estratégia apelidada de Operação Limonada. “Se tem um limão, faça uma limonada. Uma declaração de guerra só interessa ao marketing do filme”, disse o porta-voz da organização, Marc Carroggio. O Opus Dei já havia pedido à Sony Pictures que colocasse nos créditos a ressalva de que se trata de uma história fictícia, mas a empresa não se comprometeu a atender ao pedido: “Não temos intenção de revelar nenhum aspecto do filme antes da estréia”, disse a ISTOÉ Jim Kennedy, porta-voz da Sony. É nesse clima de mistério, portanto, que os espectadores formarão filas nos cinemas.
Preocupada com a mensagem negativa, a Igreja calculou o prejuízo e considera que o público potencial a ser atingido pela heresia fica em torno de 800 milhões de pessoas. Embora não peça um boicote, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Geraldo Majella Agnelo, condenou a “maneira leviana e desrespeitosa” com que estão sendo tratadas convicções tão sagradas para os cristãos. O editor Geraldo Jordão Pereira, da Sextante, que teve a sorte de comprar os direitos de publicação do livro por US$ 12 mil, espera que a estréia do filme dê uma nova alavancada nas vendas. Ele não revela o seu lucro, mas diz: “Pela primeira vez na vida, com 50 anos de carreira editorial, coloquei algum dinheiro no bolso.” E tenta relativizar a polêmica passada do livro e a polêmica presente do filme: “Trata-se de uma ficção.” O professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Fernando Altemeyer, tenta não levar Dan Brown muito a sério. “Ele está a milhões de anos-luz da seriedade teológica. O seu Jesus não tem nada a ver com o de Nazaré, o seu Opus Dei não coincide com o real, Da Vinci não pertencia a nenhuma organização secreta”, diz ele. Certo ou errado, não importa. É certo que o filme vem com a marca de estrondoso sucesso de público.
Chega a 500 cinemas do País a obrapolêmica estrelada por Tom Hanksque envolve a vida de Jesus Cristo,a Igreja Católica e o Opus Dei numatrama de suspense, crime e mistério
O Brasil possui 2.045 salas de cinema. A conta é exata. Na sexta-feira 19, de cada quatro salas, pelo menos uma estará exibindo O código Da Vinci (The Da Vinci code, Estados Unidos, 2006). É o filme mais aguardado dos últimos anos. Desde o início das filmagens, pouca coisa foi revelada da adaptação cinematográfica do polêmico best seller homônimo do americano Dan Brown. O sigilo, bem apropriado ao lado investigativo da história, cheia de enigmas, códigos, decifrações e descobertas, foi uma estratégia da Sony Pictures, dona dos US$ 125 milhões da produção. O filme também se cerca de boatos e protestos, sendo que as últimas manifestações foram muito bem-vindas ao diretor Ron Howard, que mirou na Igreja Católica e, sobretudo, em sua ala mais conservadora, representada pela organização Opus Dei. Portanto, é com aura de mistério e uma expectativa alimentada por 46 milhões de leitores (só no Brasil são 1,2 milhão) que O código Da Vinci chega às telas, sem sequer passar pelo teste da crítica – ou seja, depois de abrir o Festival de Cannes, o thriller histórico-teológico aterrissa direto em mais de 500 salas do País.
Expectativa: Audrey Tautou e Tom Hanks diante de A última ceia, de Da Vinci, e o diretor Ron Howard com a equipe em Paris
É irrelevante discutir se o filme é ou nãouma boa adaptação do romance, se estamos diante de um fenômeno de marketing que explodiu no exato momento do anúncio das filmagens em 2004. Primeiro, com a escolha de Tom Hanks para viver Robert Langdon, o professor de semiótica de Harvard, protagonista da história. Depois, com todos os problemas gerados pela proibição de se filmar na Inglaterra na Abadia de Westminster. A seguir, vieram as negociações bem-sucedidas para se conseguir filmar no Museu do Louvre, em Paris. O próprio presidente da França, Jacques Chirac, reuniu-se com Howard pedindo que, em troca da cessão do museu, o papel da criptógrafa francesa Sophie Neveu, que auxilia Langdon nas investigações, fosse dado a uma “atriz amiga de sua filha”. Quem venceu a disputa foi a atriz francesa Audrey Tautou.
É em razão de um assassinato acontecido na Grande Galeria do Louvre que Langdon é procurado pela polícia e a sua difícil missão é tentar decifrar ocenário do crime, a poucos passos da tela de Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci. Lá estava o cadáver do curador do museu, Jacques Saunière (Jean-Pierre Marielle), que antes de morrer se postou com as pernas e os braços abertos em V, como em O homem vitruviano, do mesmo Da Vinci (outros trabalhos do italiano, como a Madona das rochas e A última ceia, terão papel importante nas investigações). Por trás desse crime estão dois personagens ligados ao Opus Dei: o monge albino Silas (Paul Bettany) e o Bispo Aringarosa (Alfred Molina). Se existe alguém que ainda não saiba o enredo de O código Da Vinci, após o sucesso estrondoso do livro, é o monge Silas quem mata, a mando de Aringarosa, o curador do museu – que vem a ser o Grão-Mestre do Priorado de Sião. Ele o faz para preservar um dos maiores segredos da Igreja, o fato de Jesus Cristo ser supostamente pai de uma filha com Maria Madalena.
Enigma: Sophie (Audrey Tautou) eo curador do Louvre assassinado
Retratado como um psicótico, Silas se pune com chicotadas e usa um instrumento de tortura, o cilício (aro de metal feito de pontas cortantes) encravado nas coxas como forma de penitência. “Não é exatamente o que eu descreveria como uma roupa confortável”, diz o ator Bettany – que obviamente utilizou um modelo flexível que não penetrava nas pernas. De todos os personagens da história, Silas é o mais excomungado pelos protestos religiosos. A instituição americana Organização Nacional pelo Albinismo e Hipopigmentação (Noah) anunciou que fará manifestações nas portas dos cinemas. O Opus Dei adotou uma estratégia apelidada de Operação Limonada. “Se tem um limão, faça uma limonada. Uma declaração de guerra só interessa ao marketing do filme”, disse o porta-voz da organização, Marc Carroggio. O Opus Dei já havia pedido à Sony Pictures que colocasse nos créditos a ressalva de que se trata de uma história fictícia, mas a empresa não se comprometeu a atender ao pedido: “Não temos intenção de revelar nenhum aspecto do filme antes da estréia”, disse a ISTOÉ Jim Kennedy, porta-voz da Sony. É nesse clima de mistério, portanto, que os espectadores formarão filas nos cinemas.
Preocupada com a mensagem negativa, a Igreja calculou o prejuízo e considera que o público potencial a ser atingido pela heresia fica em torno de 800 milhões de pessoas. Embora não peça um boicote, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Geraldo Majella Agnelo, condenou a “maneira leviana e desrespeitosa” com que estão sendo tratadas convicções tão sagradas para os cristãos. O editor Geraldo Jordão Pereira, da Sextante, que teve a sorte de comprar os direitos de publicação do livro por US$ 12 mil, espera que a estréia do filme dê uma nova alavancada nas vendas. Ele não revela o seu lucro, mas diz: “Pela primeira vez na vida, com 50 anos de carreira editorial, coloquei algum dinheiro no bolso.” E tenta relativizar a polêmica passada do livro e a polêmica presente do filme: “Trata-se de uma ficção.” O professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Fernando Altemeyer, tenta não levar Dan Brown muito a sério. “Ele está a milhões de anos-luz da seriedade teológica. O seu Jesus não tem nada a ver com o de Nazaré, o seu Opus Dei não coincide com o real, Da Vinci não pertencia a nenhuma organização secreta”, diz ele. Certo ou errado, não importa. É certo que o filme vem com a marca de estrondoso sucesso de público.
O sexo pago
Por: Celso Fonseca (ISTOÉ Online)
A prostituição na Alemanha, um trabalhoregulamentado, vai receber reforço depelo menos 40 mil garotas para o Mundial
Depois de ficar 90 minutos assistindo a 22 homens correndo atrás de uma bola, muitos alemães e turistas da Copa do Mundo deverão procurar diversões mais excitantes. Sexo, por exemplo. Durante o Mundial, a Alemanha, que alavancou vários mercados com a competição, será também uma espécie de paraíso do prazer remunerado. No país, desde 2001 a prostituição tornou-se uma profissão como outra qualquer. Há uma lei oficializando a atividade das “profissionais” e não se pode punir freqüentadores de bordel. Por lá, das meninas aos administradores, o mercado sexual envolve 440 mil pessoas. Mas, para a Copa, apenas os países do Leste Europeu deverão enviar um reforço de 40 mil mulheres, muitas ilegais. Neste contingente, há suspeitas de tráfico e exploração, inclusive envolvendo brasileiras.
A polícia começa a agir para conter os excessos. Na quinta-feira 11, 100 pessoas, entre elas 74 prostitutas, foram presas depois que um dos maiores bordéis do País, o Pascha, de Colônia, publicou anúncio em seu site oficial recrutando mão-de-obra para o evento. Queria garotas de toda a Comunidade Européia e assegurava a regularização profissional das candidatas. A empresa gaba-se de ser a única a oferecer devolução de pagamento, caso o cliente não fique feliz com o atendimento. Mas, se o Pascha tem as melhores promoções, o bordel mais badalado e luxuoso da Copa será o Artemis, em Berlim. Está estrategicamente situado bem perto do palco reservado para a final, a apenas três paradas de trem do estádio Olímpico. Oportunamente inaugurado meses atrás, está instalado numa construção de três andares e 5, 5 mil metros quadrados. Custou sete milhões de euros – algo em torno de R$ 18,2 milhões. Deverá dispor de cerca de 100 cortesãs, entre as melhores mulheres do mundo, e poderá promover a satisfação de pelo menos 300 clientes por dia. É uma espécie de Nações Unidas do sexo, com garotas vindas de todas as partes do mundo, até de lugares improváveis como o Afeganistão.
Artemis: só a entrada custa 70 euros
A Copa, que acontecerá entre 9 de junho e 9 de julho, terá uma platéia essencialmente masculina, com dinheiro e tempo disponível. No caso do Artemis, bolso cheio é essencial. São 70 euros apenas para entrar, consumo à parte. Os honorários das moças não saem por menos de 120 euros (R$ 243) e elas, segundo a administração, não pagam taxa de faturamento. Quem não tiver tanta bala na agulha pode apelar para as garotas da rua e utilizar as cabines individuais distribuídas nos subúrbios das cidades-sede dos jogos. A perspectiva de tanto movimento sexual preocupa. Desde janeiro, o Parlamento da União Européia solicita que a Alemanha evite exageros criados pelo mercado do sexo durante a Copa, mas há pouco a fazer. Associações de defesa da família começam a se mobilizar contra o que consideram excessos. Tentam angariar a participação dos jogadores da seleção alemã, mas até agora o único a se engajar foi o goleiro Jens Lehman, que curiosamente trava um duelo árduo com Oliver Kahn, eleito o melhor jogador da Copa de 2002, para ser o titular. No seu caso, qualquer iniciativa que aumente sua popularidade é bem-vinda. Os jogadores da Suécia aderiram à castidade. Anunciaram aos ventos gelados que em hipótese alguma visitarão um bordel. As preocupações não vêm apenas dos conservadores. As próprias prostitutas querem clientes educados, higiênicos e, no país da cerveja, estão em campanha contra o risco de violência por parte de beberrões exagerados. Porque ninguém merece, em qualquer profissão, agüentar um bêbado agressivo.
A prostituição na Alemanha, um trabalhoregulamentado, vai receber reforço depelo menos 40 mil garotas para o Mundial
Depois de ficar 90 minutos assistindo a 22 homens correndo atrás de uma bola, muitos alemães e turistas da Copa do Mundo deverão procurar diversões mais excitantes. Sexo, por exemplo. Durante o Mundial, a Alemanha, que alavancou vários mercados com a competição, será também uma espécie de paraíso do prazer remunerado. No país, desde 2001 a prostituição tornou-se uma profissão como outra qualquer. Há uma lei oficializando a atividade das “profissionais” e não se pode punir freqüentadores de bordel. Por lá, das meninas aos administradores, o mercado sexual envolve 440 mil pessoas. Mas, para a Copa, apenas os países do Leste Europeu deverão enviar um reforço de 40 mil mulheres, muitas ilegais. Neste contingente, há suspeitas de tráfico e exploração, inclusive envolvendo brasileiras.
A polícia começa a agir para conter os excessos. Na quinta-feira 11, 100 pessoas, entre elas 74 prostitutas, foram presas depois que um dos maiores bordéis do País, o Pascha, de Colônia, publicou anúncio em seu site oficial recrutando mão-de-obra para o evento. Queria garotas de toda a Comunidade Européia e assegurava a regularização profissional das candidatas. A empresa gaba-se de ser a única a oferecer devolução de pagamento, caso o cliente não fique feliz com o atendimento. Mas, se o Pascha tem as melhores promoções, o bordel mais badalado e luxuoso da Copa será o Artemis, em Berlim. Está estrategicamente situado bem perto do palco reservado para a final, a apenas três paradas de trem do estádio Olímpico. Oportunamente inaugurado meses atrás, está instalado numa construção de três andares e 5, 5 mil metros quadrados. Custou sete milhões de euros – algo em torno de R$ 18,2 milhões. Deverá dispor de cerca de 100 cortesãs, entre as melhores mulheres do mundo, e poderá promover a satisfação de pelo menos 300 clientes por dia. É uma espécie de Nações Unidas do sexo, com garotas vindas de todas as partes do mundo, até de lugares improváveis como o Afeganistão.
Artemis: só a entrada custa 70 euros
A Copa, que acontecerá entre 9 de junho e 9 de julho, terá uma platéia essencialmente masculina, com dinheiro e tempo disponível. No caso do Artemis, bolso cheio é essencial. São 70 euros apenas para entrar, consumo à parte. Os honorários das moças não saem por menos de 120 euros (R$ 243) e elas, segundo a administração, não pagam taxa de faturamento. Quem não tiver tanta bala na agulha pode apelar para as garotas da rua e utilizar as cabines individuais distribuídas nos subúrbios das cidades-sede dos jogos. A perspectiva de tanto movimento sexual preocupa. Desde janeiro, o Parlamento da União Européia solicita que a Alemanha evite exageros criados pelo mercado do sexo durante a Copa, mas há pouco a fazer. Associações de defesa da família começam a se mobilizar contra o que consideram excessos. Tentam angariar a participação dos jogadores da seleção alemã, mas até agora o único a se engajar foi o goleiro Jens Lehman, que curiosamente trava um duelo árduo com Oliver Kahn, eleito o melhor jogador da Copa de 2002, para ser o titular. No seu caso, qualquer iniciativa que aumente sua popularidade é bem-vinda. Os jogadores da Suécia aderiram à castidade. Anunciaram aos ventos gelados que em hipótese alguma visitarão um bordel. As preocupações não vêm apenas dos conservadores. As próprias prostitutas querem clientes educados, higiênicos e, no país da cerveja, estão em campanha contra o risco de violência por parte de beberrões exagerados. Porque ninguém merece, em qualquer profissão, agüentar um bêbado agressivo.
Belo, o exigente
Por: Ricardo Miranda (ISTOÉ Online)
Bandido-cantor recusa emprego de R$ 2,8 mile pede mais “flexibilidade”. Detalhe: ele estácondenado a oito anos de prisão
Condenado por tráfico e associação para o tráficode drogas, mas beneficiado pela Justiça com o regime semi-aberto, o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, conseguiu um trabalho invejável. O pagodeiro só precisava comparecer, de segunda a sexta-feira, a um escritório no centro do Rio de Janeiro, entre nove da manhã e sete da noite. Transportaria documentose recibos para um escritório de direitos autorais e receberia um salário mensal de R$ 2,8 mil – oito vezeso valor do salário mínimo. Desdenhou. No primeiro dia, esperado às nove horas, chegou às 12h45. Na terça-feira 9, pediu as contas. A justificativa veio de seu secretário particular – sim, ele tem um: “Belo é um cantor e esse emprego não atendeu à necessidade dele de voltar à vida artística. Ele precisa de mais flexibilidade na função”, disse Stênio Madeira.
O assessor do bandido-cantor negou que seu pupilo tivesse aproveitado parte do primeiro dia de trabalho para passear na praia, transgredindo as normas do regime semi-aberto. Não soube explicar, porém, o motivo do atraso. E nem se preocupou com isso. Belo já tem outro emprego engatilhado, numa gravadora na Urca, zona sul do Rio. “Assim ele poderá compor e gravar dentro da própria empresa”, adiantou sua advogada Sandra Almeida, lembrando que cabe ao réu definir o emprego que lhe convier. Um detalhe que ela esqueceu de contar: a Justiça ainda tem que autorizar o novo trabalho para o presidiário.
Ao se demitir do emprego, Belo perdeu provisoriamente o direito ao regime semi-aberto e acabou transferido para o Presídio Plácido Carvalho, no Complexo de Bangu, na zona oeste. “Este novo trabalho é mais complexo e envolve gravações externas que devem ser previamente autorizadas”, avisou o juiz Carlos Augusto Borges, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. O pagodeiro está preso há um ano e meio. Sua prisão foi decretada em junho de 2002, depois que gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, revelaram suas ligações com traficantes de drogas e armas. Em novembro de 2004, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio a oito anos de prisão em regime fechado. Em março deste ano, a Justiça aprovou a progressão de pena do regime fechado para o semi-aberto. Ao encontrar um emprego e, imediatamente, recusá-lo, Belo mostrou que realmente confia na liberalidade da Justiça. Sua aposta é a de que o benefício do regime semi-aberto lhe será concedido indefinidamente até o dia em que, finalmente, encontre um trabalho à altura do que julga ser seu talento.
Bandido-cantor recusa emprego de R$ 2,8 mile pede mais “flexibilidade”. Detalhe: ele estácondenado a oito anos de prisão
Condenado por tráfico e associação para o tráficode drogas, mas beneficiado pela Justiça com o regime semi-aberto, o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, conseguiu um trabalho invejável. O pagodeiro só precisava comparecer, de segunda a sexta-feira, a um escritório no centro do Rio de Janeiro, entre nove da manhã e sete da noite. Transportaria documentose recibos para um escritório de direitos autorais e receberia um salário mensal de R$ 2,8 mil – oito vezeso valor do salário mínimo. Desdenhou. No primeiro dia, esperado às nove horas, chegou às 12h45. Na terça-feira 9, pediu as contas. A justificativa veio de seu secretário particular – sim, ele tem um: “Belo é um cantor e esse emprego não atendeu à necessidade dele de voltar à vida artística. Ele precisa de mais flexibilidade na função”, disse Stênio Madeira.
O assessor do bandido-cantor negou que seu pupilo tivesse aproveitado parte do primeiro dia de trabalho para passear na praia, transgredindo as normas do regime semi-aberto. Não soube explicar, porém, o motivo do atraso. E nem se preocupou com isso. Belo já tem outro emprego engatilhado, numa gravadora na Urca, zona sul do Rio. “Assim ele poderá compor e gravar dentro da própria empresa”, adiantou sua advogada Sandra Almeida, lembrando que cabe ao réu definir o emprego que lhe convier. Um detalhe que ela esqueceu de contar: a Justiça ainda tem que autorizar o novo trabalho para o presidiário.
Ao se demitir do emprego, Belo perdeu provisoriamente o direito ao regime semi-aberto e acabou transferido para o Presídio Plácido Carvalho, no Complexo de Bangu, na zona oeste. “Este novo trabalho é mais complexo e envolve gravações externas que devem ser previamente autorizadas”, avisou o juiz Carlos Augusto Borges, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. O pagodeiro está preso há um ano e meio. Sua prisão foi decretada em junho de 2002, depois que gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, revelaram suas ligações com traficantes de drogas e armas. Em novembro de 2004, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio a oito anos de prisão em regime fechado. Em março deste ano, a Justiça aprovou a progressão de pena do regime fechado para o semi-aberto. Ao encontrar um emprego e, imediatamente, recusá-lo, Belo mostrou que realmente confia na liberalidade da Justiça. Sua aposta é a de que o benefício do regime semi-aberto lhe será concedido indefinidamente até o dia em que, finalmente, encontre um trabalho à altura do que julga ser seu talento.
Câmara recebe contratos dos shows
Por: Jornal da Cidade
A Prefeitura de Aracaju encaminhou ontem à Câmara Municipal a documentação relativa aos contratos dos shows, promovidos no último mês de março e orçados em R$ 1,5 milhão. A solicitação foi feita pelo vereador Daniel Fortes (PSC), através de requerimento. A partir da análise da documentação, os vereadores vão decidir se pedem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de irregularidades nas contratações.
Segundo o prefeito Edvaldo Nogueira, os documentos só foram encaminhados ontem porque cópia do requerimento, aprovado há duas semanas pela Câmara Municipal só chegou ao seu gabinete na última quinta-feira. "Eu já havia inclusive cobrado do presidente da Câmara, o vereador Zeca, que esse requerimento chegasse logo aqui (na prefeitura) para que pudéssemos encaminhar tudo assim como fizemos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE)", contou.
O prefeito explicou que se tivesse se antecipado "estaria me imiscuindo nos assuntos da Câmara e essa é uma atitude que eu reprovo veementemente. Não tenho problema nenhum em apresentar a documentação, porque nós fazemos um governo transparente e ético. No ano passado, comemoramos o aniversário da cidade com três shows lindos de Leonardo, Daniela Mercury e Cidade Negra e ninguém questionou nada. É claro que o que está acontecendo hoje é porque estamos num ano eleitoral", afirmou.
Ele explicou novamente que todos os shows para as inaugurações foram contratados através de empresas que detinham exclusividade com os artistas e que as diferenças entre os valores que eles dizem ter recebido e os que foram pagos correspondem não apenas ao cachê pessoal dos artistas, mas também às despesas com o transporte de equipamentos, passagens aéreas, hospedagens e alimentação dos componentes das bandas, bailarinos e equipes de produção de cada evento, traslados na cidade, organização de camarins e impostos incidentes sobre os contratos, além do próprio e legítimo lucro da empresa responsável pela negociação.
Além disso, explicou Edvaldo, para os shows pagos pela Secretaria Municipal de Saúde foram utilizados recursos próprios do município, arrecadados com os impostos. "Governos de todo o país, inclusive o de Sergipe, contratam como nós contratamos. É uma prática extremamente natural. Nenhum dinheiro do Fundo Nacional de Saúde foi utilizado para shows e a verba foi investida na inauguração de obras da própria SMS", disse Edvaldo Nogueira.
Pefelista é criticado
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), criticou ontem a atitude atribuída ao governador João Alves Filho (PFL) que teria mandado a Secretaria de Segurança Pública (SSP) intimar os servidores da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) para explicar sobre a apreensão dos panfletos com a reprodução da matéria publicada esta semana pela Revista Veja, denunciando os contratos de shows feitos pela Prefeitura de Aracaju, durante o mês de março. "Aracaju deixou de ser um departamento do governo estadual com o fim da ditadura militar", reagiu.
Em entrevista coletiva, no Palácio Ignácio Barbosa, ele reafirmou que não permitirá "a nenhuma autoridade interferir no trabalho da administração municipal". Segundo Edvaldo, a prefeitura da cidade "é um poder autônomo e vai continuar assim". Para o prefeito, o governador do Estado está tentando mais uma vez ingerir no trabalho da administração municipal.
"Eu não vou permitir que o governador João Alves ou qualquer outra autoridade queira sentar na minha cadeira a pretexto de nada. Aracaju sempre manteve e vai manter uma relação respeitosa com o governo de Sergipe, mas em hipótese alguma será subordinada a ele", enfatizou o prefeito. O material gráfico foi apreendido na última quarta-feira pela Emsurb, porque estava sendo distribuído na cidade irregularmente e encaminhado imediatamente à Procuradoria Regional Eleitoral.
"Isto porque é papel legal da Emsurb zelar pela limpeza da cidade e fiscalizar toda a publicidade feita nas ruas da cidade, o que inclui a autorização para distribuição de panfletos de qualquer natureza, fixação de faixas e cartazes, dentre outros. A distribuição era inclusive ilegal porque a empresa que estava entregando os panfletos não possuía nem autorização da Revista Veja para fazê-lo", acrescentou o prefeito.
Preservar
De acordo com ele, a prefeitura vai fazer todo o possível para preservar a integridade dos funcionários da Emsurb. "Eles não vão se apresentar e os advogados da Emsurb irão representá-los. A prefeitura vai levar esta situação até as últimas conseqüências na luta para que nossos servidores não sejam punidos, porque eles não cometeram nenhuma irregularidade na apreensão dos panfletos", frisou Edvaldo Nogueira. "Nós não fizemos papel de polícia judiciária e não prendemos ninguém, mas é tarefa cotidiana da Emsurb apreender materiais que estejam sendo distribuídos ilegalmente e não tenham dúvidas de que isso continuará sendo feito", garantiu.
Depois da apreensão, foi constatado que a empresa distribuidora dos panfletos é prestadora de serviço do governo estadual. "Se eu fosse Sherlock Holmes, diria que o governador João Alves deixou sua impressão digital neste caso. Que interesse uma empresa prestadora de serviços ao governo estadual tem em divulgar uma matéria como esta da revista Veja, que todos sabemos tem um conteúdo extremamente eleitoral?", indagou o prefeito, ao informar que vai mandar um ofício ao governador João Alves explicitando sua posição em relação aos fatos ocorridos.
Edvaldo informou ainda que a PMA requereu da Revista Veja direito de resposta à matéria, já que em momento algum o prefeito Edvaldo Nogueira ou o ex-prefeito Marcelo Déda foram ouvidos. "Não há declaração de guerra ao governo, mas do mesmo jeito que eu respeito o governador como autoridade maior do Estado eleita pelo povo, ele tem que me respeitar como autoridade maior da capital. Este episódio reflete a exacerbação dos ânimos já antes do período eleitoral deste ano e, enquanto prefeito da capital, eu peço que não deixem a campanha deste ano descambar para este nível".
A Prefeitura de Aracaju encaminhou ontem à Câmara Municipal a documentação relativa aos contratos dos shows, promovidos no último mês de março e orçados em R$ 1,5 milhão. A solicitação foi feita pelo vereador Daniel Fortes (PSC), através de requerimento. A partir da análise da documentação, os vereadores vão decidir se pedem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de irregularidades nas contratações.
Segundo o prefeito Edvaldo Nogueira, os documentos só foram encaminhados ontem porque cópia do requerimento, aprovado há duas semanas pela Câmara Municipal só chegou ao seu gabinete na última quinta-feira. "Eu já havia inclusive cobrado do presidente da Câmara, o vereador Zeca, que esse requerimento chegasse logo aqui (na prefeitura) para que pudéssemos encaminhar tudo assim como fizemos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE)", contou.
O prefeito explicou que se tivesse se antecipado "estaria me imiscuindo nos assuntos da Câmara e essa é uma atitude que eu reprovo veementemente. Não tenho problema nenhum em apresentar a documentação, porque nós fazemos um governo transparente e ético. No ano passado, comemoramos o aniversário da cidade com três shows lindos de Leonardo, Daniela Mercury e Cidade Negra e ninguém questionou nada. É claro que o que está acontecendo hoje é porque estamos num ano eleitoral", afirmou.
Ele explicou novamente que todos os shows para as inaugurações foram contratados através de empresas que detinham exclusividade com os artistas e que as diferenças entre os valores que eles dizem ter recebido e os que foram pagos correspondem não apenas ao cachê pessoal dos artistas, mas também às despesas com o transporte de equipamentos, passagens aéreas, hospedagens e alimentação dos componentes das bandas, bailarinos e equipes de produção de cada evento, traslados na cidade, organização de camarins e impostos incidentes sobre os contratos, além do próprio e legítimo lucro da empresa responsável pela negociação.
Além disso, explicou Edvaldo, para os shows pagos pela Secretaria Municipal de Saúde foram utilizados recursos próprios do município, arrecadados com os impostos. "Governos de todo o país, inclusive o de Sergipe, contratam como nós contratamos. É uma prática extremamente natural. Nenhum dinheiro do Fundo Nacional de Saúde foi utilizado para shows e a verba foi investida na inauguração de obras da própria SMS", disse Edvaldo Nogueira.
Pefelista é criticado
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), criticou ontem a atitude atribuída ao governador João Alves Filho (PFL) que teria mandado a Secretaria de Segurança Pública (SSP) intimar os servidores da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) para explicar sobre a apreensão dos panfletos com a reprodução da matéria publicada esta semana pela Revista Veja, denunciando os contratos de shows feitos pela Prefeitura de Aracaju, durante o mês de março. "Aracaju deixou de ser um departamento do governo estadual com o fim da ditadura militar", reagiu.
Em entrevista coletiva, no Palácio Ignácio Barbosa, ele reafirmou que não permitirá "a nenhuma autoridade interferir no trabalho da administração municipal". Segundo Edvaldo, a prefeitura da cidade "é um poder autônomo e vai continuar assim". Para o prefeito, o governador do Estado está tentando mais uma vez ingerir no trabalho da administração municipal.
"Eu não vou permitir que o governador João Alves ou qualquer outra autoridade queira sentar na minha cadeira a pretexto de nada. Aracaju sempre manteve e vai manter uma relação respeitosa com o governo de Sergipe, mas em hipótese alguma será subordinada a ele", enfatizou o prefeito. O material gráfico foi apreendido na última quarta-feira pela Emsurb, porque estava sendo distribuído na cidade irregularmente e encaminhado imediatamente à Procuradoria Regional Eleitoral.
"Isto porque é papel legal da Emsurb zelar pela limpeza da cidade e fiscalizar toda a publicidade feita nas ruas da cidade, o que inclui a autorização para distribuição de panfletos de qualquer natureza, fixação de faixas e cartazes, dentre outros. A distribuição era inclusive ilegal porque a empresa que estava entregando os panfletos não possuía nem autorização da Revista Veja para fazê-lo", acrescentou o prefeito.
Preservar
De acordo com ele, a prefeitura vai fazer todo o possível para preservar a integridade dos funcionários da Emsurb. "Eles não vão se apresentar e os advogados da Emsurb irão representá-los. A prefeitura vai levar esta situação até as últimas conseqüências na luta para que nossos servidores não sejam punidos, porque eles não cometeram nenhuma irregularidade na apreensão dos panfletos", frisou Edvaldo Nogueira. "Nós não fizemos papel de polícia judiciária e não prendemos ninguém, mas é tarefa cotidiana da Emsurb apreender materiais que estejam sendo distribuídos ilegalmente e não tenham dúvidas de que isso continuará sendo feito", garantiu.
Depois da apreensão, foi constatado que a empresa distribuidora dos panfletos é prestadora de serviço do governo estadual. "Se eu fosse Sherlock Holmes, diria que o governador João Alves deixou sua impressão digital neste caso. Que interesse uma empresa prestadora de serviços ao governo estadual tem em divulgar uma matéria como esta da revista Veja, que todos sabemos tem um conteúdo extremamente eleitoral?", indagou o prefeito, ao informar que vai mandar um ofício ao governador João Alves explicitando sua posição em relação aos fatos ocorridos.
Edvaldo informou ainda que a PMA requereu da Revista Veja direito de resposta à matéria, já que em momento algum o prefeito Edvaldo Nogueira ou o ex-prefeito Marcelo Déda foram ouvidos. "Não há declaração de guerra ao governo, mas do mesmo jeito que eu respeito o governador como autoridade maior do Estado eleita pelo povo, ele tem que me respeitar como autoridade maior da capital. Este episódio reflete a exacerbação dos ânimos já antes do período eleitoral deste ano e, enquanto prefeito da capital, eu peço que não deixem a campanha deste ano descambar para este nível".
Idosa ganha batalha em plano de saúde
Por: A CRÍTICA
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão que pode abrir um precedente importante para os usuários de planos de saúde. Os ministros da 4ª Turma do STJ confirmaram por unanimidade que a Unimed Ribeirão Preto (SP) – Cooperativa de Trabalho Médico não poderia rescindir unilateralmente o contrato de uma cliente de 84 anos de idade que se recusou a pagar o reajuste determinado pela prestadora, alegando não ter condições financeiras.
Os ministros estudaram o caso e mantiveram a decisão anterior, definida pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Nessa instância, os juízes consideraram que dificilmente a idosa conseguiria aderir a um novo plano de saúde.
“Sendo a autora, Catharina Zema da Silva, octogenária, nascida em 1912, a prevalecer tal denúncia unilateral, certamente não teria a mesma possibilidade de ingresso em outra empresa similar, ficando, assim, desassistida de assistência médico-hospitalar, para a qual contribui desde 1992”, afirmou durante o julgamento no TJ o desembargador Ruy Camilo.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, considera a posição do STJ perigosa para as empresas. Ele avaliou que a decisão pode trazer impacto negativo para as operadoras.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão que pode abrir um precedente importante para os usuários de planos de saúde. Os ministros da 4ª Turma do STJ confirmaram por unanimidade que a Unimed Ribeirão Preto (SP) – Cooperativa de Trabalho Médico não poderia rescindir unilateralmente o contrato de uma cliente de 84 anos de idade que se recusou a pagar o reajuste determinado pela prestadora, alegando não ter condições financeiras.
Os ministros estudaram o caso e mantiveram a decisão anterior, definida pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Nessa instância, os juízes consideraram que dificilmente a idosa conseguiria aderir a um novo plano de saúde.
“Sendo a autora, Catharina Zema da Silva, octogenária, nascida em 1912, a prevalecer tal denúncia unilateral, certamente não teria a mesma possibilidade de ingresso em outra empresa similar, ficando, assim, desassistida de assistência médico-hospitalar, para a qual contribui desde 1992”, afirmou durante o julgamento no TJ o desembargador Ruy Camilo.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, considera a posição do STJ perigosa para as empresas. Ele avaliou que a decisão pode trazer impacto negativo para as operadoras.
Preso em SE estuprador denunciado no Programa Linha Direta
Por: Cinform
Justiça o condenou a 18 anos de prisão, mas ele conseguiu fugir para Tobias Barreto, onde construiu família e conseguiu um emprego
O foragido da Justiça Paulo Rocha dos Santos, 39 anos, foi preso na última sexta-feira, 12, no município sergipano de Tobias Barreto, depois de ter sua foto veiculada no programa Linha Direta, da Rede Globo, na quinta-feira. Ele é acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra duas crianças de 5 e 8 anos de idade.O crime aconteceu em Itabuna-BA e Paulo Rocha foi condenado a 18 anos de prisão, mas conseguiu fugir antes mesmo de ser transferido para a Penitenciária de Salvador. Em Sergipe, ele casou, teve um filho e vinha levando uma vida normal, trabalhando há mais de quatro anos.Paulo foi denunciado por vizinhos da casa onde morava. Policiais de Tobias Barreto, sob o comando do delegado Kássio Viana, foram ao local e efetuaram a prisão. O estuprador também é suspeito de ser o autor de um homicídio que teve como vítima o filho de uma ex-cunhada. O crime aconteceu no dia 22 de junho de 2003. O garoto de apenas 11 anos foi encontrado morto a trezentos metros de casa com sinais de violência na região da cabeça.
Justiça o condenou a 18 anos de prisão, mas ele conseguiu fugir para Tobias Barreto, onde construiu família e conseguiu um emprego
O foragido da Justiça Paulo Rocha dos Santos, 39 anos, foi preso na última sexta-feira, 12, no município sergipano de Tobias Barreto, depois de ter sua foto veiculada no programa Linha Direta, da Rede Globo, na quinta-feira. Ele é acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra duas crianças de 5 e 8 anos de idade.O crime aconteceu em Itabuna-BA e Paulo Rocha foi condenado a 18 anos de prisão, mas conseguiu fugir antes mesmo de ser transferido para a Penitenciária de Salvador. Em Sergipe, ele casou, teve um filho e vinha levando uma vida normal, trabalhando há mais de quatro anos.Paulo foi denunciado por vizinhos da casa onde morava. Policiais de Tobias Barreto, sob o comando do delegado Kássio Viana, foram ao local e efetuaram a prisão. O estuprador também é suspeito de ser o autor de um homicídio que teve como vítima o filho de uma ex-cunhada. O crime aconteceu no dia 22 de junho de 2003. O garoto de apenas 11 anos foi encontrado morto a trezentos metros de casa com sinais de violência na região da cabeça.
Escuta do PCC: 'Matem o pessoal do PSDB'
Por: Rita Magalhães (Estadão)
Diálogo de criminosos determinou interrogatório de líderes da facção no Deic
"Matem o pessoal do PSDB. Os irmãos que não cumprirem a missão também ficam sujeitos à morte." Essa foi a ordem que a Polícia Civil interceptou na tarde de sexta-feira nos celulares de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A gravação provocou correria nas Secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública. Inicialmente, pensava-se que o crime organizado tinha ordenado o assassinato de autoridades políticas: governador e secretários de Estado. A interceptação telefônica levou o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, a pedir a intervenção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) custodiar os oito principais líderes da organização, entre eles o número um, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O objetivo era tentar identificar o mandante e os possíveis executores.
O tiro saiu pela culatra. Os líderes, transferidos para São Paulo anteontem, permaneceram calados e, duas horas depois da chegada de Marcola, os ataques foram deflagrados. Nessa hora, por volta das 20h30, constatou-se que as conversas dos criminosos faziam referência apenas a servidores da segurança pública.
ARROGÂNCIA
Convocado para uma conversa com o delegado Godofredo Bittencourt, Marcola, provocou: "Eu posso entrar numa delegacia e matar policiais. Vocês não podem entrar no presídio para me matar." A petulância do líder revoltou os policiais civis que fizeram a segurança do prédio do Deic. Armados de fuzis e metralhadoras, cerca de 50 policiais da elite da Polícia Civil fizeram vigília na frente do departamento para evitar ataques.
Algumas delegacias da periferia funcionavam com efetivo reduzido. No 40º DP (Vila Santa Maria), apenas um escrivão e dois investigadores trabalhavam. "Se os ladrões invadirem aqui, o que nós vamos fazer?", questionou um plantonista.
Amedrontados, os policiais se diziam alvos ambulantes dos criminosos. "Estamos assistindo ao massacre de nossos colegas e estamos de mãos atadas. O que nós podemos fazer? Sair à caça deles com a viatura de sirene ligada para morrermos também?", questionou indignado um policial.
Por volta de 1h30 de ontem, os secretários Nagashi Furukawa e Saulo Abreu convocaram uma reunião de emergência para definir medidas para pôr fim aos ataques. O encontro durou quase quatro horas.
Quando deixou a sala, o secretário da Segurança apresentou o saldo de 21 mortos, sendo 15 policiais e seis criminosos - números que iriam aumentar ao longo do dia. Naquela hora, em tom de alívio, Furukawa comentava que apenas dois presídios estavam rebelados - logo começaria a onda de rebeliões. A expectativa da polícia era que o cessar fogo ocorresse com o nascer do dia, mas os ataques continuaram, atingindo principalmente as cidades da região metropolitana e interior do Estado.
Diálogo de criminosos determinou interrogatório de líderes da facção no Deic
"Matem o pessoal do PSDB. Os irmãos que não cumprirem a missão também ficam sujeitos à morte." Essa foi a ordem que a Polícia Civil interceptou na tarde de sexta-feira nos celulares de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A gravação provocou correria nas Secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública. Inicialmente, pensava-se que o crime organizado tinha ordenado o assassinato de autoridades políticas: governador e secretários de Estado. A interceptação telefônica levou o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, a pedir a intervenção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) custodiar os oito principais líderes da organização, entre eles o número um, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O objetivo era tentar identificar o mandante e os possíveis executores.
O tiro saiu pela culatra. Os líderes, transferidos para São Paulo anteontem, permaneceram calados e, duas horas depois da chegada de Marcola, os ataques foram deflagrados. Nessa hora, por volta das 20h30, constatou-se que as conversas dos criminosos faziam referência apenas a servidores da segurança pública.
ARROGÂNCIA
Convocado para uma conversa com o delegado Godofredo Bittencourt, Marcola, provocou: "Eu posso entrar numa delegacia e matar policiais. Vocês não podem entrar no presídio para me matar." A petulância do líder revoltou os policiais civis que fizeram a segurança do prédio do Deic. Armados de fuzis e metralhadoras, cerca de 50 policiais da elite da Polícia Civil fizeram vigília na frente do departamento para evitar ataques.
Algumas delegacias da periferia funcionavam com efetivo reduzido. No 40º DP (Vila Santa Maria), apenas um escrivão e dois investigadores trabalhavam. "Se os ladrões invadirem aqui, o que nós vamos fazer?", questionou um plantonista.
Amedrontados, os policiais se diziam alvos ambulantes dos criminosos. "Estamos assistindo ao massacre de nossos colegas e estamos de mãos atadas. O que nós podemos fazer? Sair à caça deles com a viatura de sirene ligada para morrermos também?", questionou indignado um policial.
Por volta de 1h30 de ontem, os secretários Nagashi Furukawa e Saulo Abreu convocaram uma reunião de emergência para definir medidas para pôr fim aos ataques. O encontro durou quase quatro horas.
Quando deixou a sala, o secretário da Segurança apresentou o saldo de 21 mortos, sendo 15 policiais e seis criminosos - números que iriam aumentar ao longo do dia. Naquela hora, em tom de alívio, Furukawa comentava que apenas dois presídios estavam rebelados - logo começaria a onda de rebeliões. A expectativa da polícia era que o cessar fogo ocorresse com o nascer do dia, mas os ataques continuaram, atingindo principalmente as cidades da região metropolitana e interior do Estado.
Alerta nos EUA para risco de suicídio ligado a antidepressivo
Por: Estadão
Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil
AP-AE
WASHINGTON - O antidepressivo Paxil pode elevar o risco de comportamento suicida entre jovens adultos, informam o fabricante, GlaxoSmithKline, e a FDA, órgão do governo americano que supervisiona o mercado de medicamentos e alimentos. O alerta foi feito numa carta aos médicos. O princípio ativo do Paxil, a paroxetina, é comercializado no Brasil como Aropax, Pondera e Cebrilin, entre outros nomes comerciais. A carta de alerta vem acompanhada por mudanças no rótulo do Paxil e do Paxil CR.
Uma análise recente de dados produzidos em testes clínicos de cerca de 15.000 pacientes tratados com Paxil ou pílulas de placebo revelou uma maior freqüência de comportamento suicida em jovens adultos tratados com a droga, de acordo com a carta. A FDA informa que houve 11 tentativas de suicídio - nenhuma resultando em morte - entre os pacientes que receberam Paxil nos testes. Apenas um dos pacientes que tomavam placebo tentou suicídio.
Dado o pequeno número, os resultados "devem ser interpretados com cautela", diz a FDA. Oito das 11 tentativas foram feitas por pacientes com idades entre 18 e 30. Todos os participantes do teste sofriam de problemas psiquiátricos, incluindo depressão grave.
Na carta aos médicos, o diretor de desenvolvimento clínico da GlaxoSmithKline para psiquiatria clínica da América do Norte diz que a companhia continua a crer que seus benefícios compensam os riscos. A FDA avisa que todos os pacientes tratados com Paxil, especialmente jovens adultos e os que estão apresentando sinais de melhora, devem ser monitorados de perto.
Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil
Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil
AP-AE
WASHINGTON - O antidepressivo Paxil pode elevar o risco de comportamento suicida entre jovens adultos, informam o fabricante, GlaxoSmithKline, e a FDA, órgão do governo americano que supervisiona o mercado de medicamentos e alimentos. O alerta foi feito numa carta aos médicos. O princípio ativo do Paxil, a paroxetina, é comercializado no Brasil como Aropax, Pondera e Cebrilin, entre outros nomes comerciais. A carta de alerta vem acompanhada por mudanças no rótulo do Paxil e do Paxil CR.
Uma análise recente de dados produzidos em testes clínicos de cerca de 15.000 pacientes tratados com Paxil ou pílulas de placebo revelou uma maior freqüência de comportamento suicida em jovens adultos tratados com a droga, de acordo com a carta. A FDA informa que houve 11 tentativas de suicídio - nenhuma resultando em morte - entre os pacientes que receberam Paxil nos testes. Apenas um dos pacientes que tomavam placebo tentou suicídio.
Dado o pequeno número, os resultados "devem ser interpretados com cautela", diz a FDA. Oito das 11 tentativas foram feitas por pacientes com idades entre 18 e 30. Todos os participantes do teste sofriam de problemas psiquiátricos, incluindo depressão grave.
Na carta aos médicos, o diretor de desenvolvimento clínico da GlaxoSmithKline para psiquiatria clínica da América do Norte diz que a companhia continua a crer que seus benefícios compensam os riscos. A FDA avisa que todos os pacientes tratados com Paxil, especialmente jovens adultos e os que estão apresentando sinais de melhora, devem ser monitorados de perto.
Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil
Lula é violento com caseiro e fraquinho com Morales, diz Alckmin
Por: ChristianAlckmin desembarcou na madrugada de hoje em Salvador, em meio a uma disputa entre o PSDB e o PFL da Bahia pela campanha
SALVADOR - O pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin voltou a criticar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na questão da nacionalização do gás da Bolívia. "O governo Lula é violento com o caseiro, para acobertar a corrupção e fraquinho, fraquinho para defender os interesses do Brasil", disse Alckmin, à Agência Estado.
Ele se referia à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que testemunhou a presença do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na mansão da chamada República de Ribeirão Preto.
Alckmin está visitando as obras sociais de Irmã Dulce, em Salvador. Acompanham a visita o governador da Bahia, Paulo Souto, e o senador Antonio Carlos Magalhães, entre outros pefelistas.
Disputa entre PFL e PSDB
Alckmin desembarcou na madrugada de hoje em Salvador, em meio a uma disputa entre o PSDB e o PFL da Bahia pela campanha. Até ontem à noite a agenda oficial de Alckmin não incluía nenhum compromisso com os tucanos baianos. Foi dura a negociação entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), para acertar a agenda do candidato.
A briga local está em torno da candidatura do ex-prefeito pefelista de Salvador, Antonio Embassahy, que disputará o Senado pelo PSDB, contra o candidato de ACM, senador Rodolpho Tourinho. ACM não queria que Alckmin tivesse qualquer encontro com os tucanos que pudesse ser interpretado como apoio à candidatura de Embassahy.
Alckmin perdeu o vôo em São Paulo e sua chegada a Salvador, prevista para às 21 horas, acabou acontecendo pouco depois da meia-noite. Ainda assim, ACM e o governador Paulo Souto o recepcionaram no aeroporto. Temerosos de que o atraso irritasse o anfitrião, a assessoria de Alckmin informou ACM que a Varig havia cancelado o vôo. O único tucano presente na chegada de Alckmin foi o deputado João Almeida.
Hoje a programação do pré-candidato será toda com o PFL, a exceção de uma visita à sede do PSDB. Cauteloso, Alckmin evita comentar sobre a polêmica das duas candidaturas ao Senado. Disse apenas que os dois partidos estão conversando, e que a aliança está consolidada.
SALVADOR - O pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin voltou a criticar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na questão da nacionalização do gás da Bolívia. "O governo Lula é violento com o caseiro, para acobertar a corrupção e fraquinho, fraquinho para defender os interesses do Brasil", disse Alckmin, à Agência Estado.
Ele se referia à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que testemunhou a presença do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na mansão da chamada República de Ribeirão Preto.
Alckmin está visitando as obras sociais de Irmã Dulce, em Salvador. Acompanham a visita o governador da Bahia, Paulo Souto, e o senador Antonio Carlos Magalhães, entre outros pefelistas.
Disputa entre PFL e PSDB
Alckmin desembarcou na madrugada de hoje em Salvador, em meio a uma disputa entre o PSDB e o PFL da Bahia pela campanha. Até ontem à noite a agenda oficial de Alckmin não incluía nenhum compromisso com os tucanos baianos. Foi dura a negociação entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), para acertar a agenda do candidato.
A briga local está em torno da candidatura do ex-prefeito pefelista de Salvador, Antonio Embassahy, que disputará o Senado pelo PSDB, contra o candidato de ACM, senador Rodolpho Tourinho. ACM não queria que Alckmin tivesse qualquer encontro com os tucanos que pudesse ser interpretado como apoio à candidatura de Embassahy.
Alckmin perdeu o vôo em São Paulo e sua chegada a Salvador, prevista para às 21 horas, acabou acontecendo pouco depois da meia-noite. Ainda assim, ACM e o governador Paulo Souto o recepcionaram no aeroporto. Temerosos de que o atraso irritasse o anfitrião, a assessoria de Alckmin informou ACM que a Varig havia cancelado o vôo. O único tucano presente na chegada de Alckmin foi o deputado João Almeida.
Hoje a programação do pré-candidato será toda com o PFL, a exceção de uma visita à sede do PSDB. Cauteloso, Alckmin evita comentar sobre a polêmica das duas candidaturas ao Senado. Disse apenas que os dois partidos estão conversando, e que a aliança está consolidada.
Lula reage com irritação frente a denúncias da Veja
Por: DiegoCasagrande
Confrontado por jornalistas com as revelações publicadas na última edição da revista Veja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação. "A revista não traz uma denúncia. Traz uma mentira. Eu considero isso um crime. A reportagem é de uma leviandade e grosseria que um ser humano comum não pode admitir, quanto mais um presidente da República", reclamou o petista.A Veja desta semana traz reportagem sobre o dossiê montado pelo banqueiro Daniel Dantas sobre contas dos chamados “cardeais” petistas – incluindo o próprio Lula –mantidas em paraísos fiscais no exterior. A revista reproduz documento na qual Lula aparece como beneficiário de US$ 38,5 mil.“Se tivessem me avisado antes que eu tinha 38 mil, eu tinha comprado um presente para a dona Marisa", procurou amenizar o presidente Lula. "Acho que houve uma total irresponsabilidade. Vocês conhecem alguns dos jornalistas citados e sabem o que eles têm feito ao longo dos meses no País. Eu não acredito que dentro da Veja haja uma única pessoa que tenha 10% da dignidade e da honestidade que eu tenho", proclamou."Vamos ser francos: a Veja tem alguns jornalistas que já há algum tempo vêm merecendo o Prêmio Nobel de Irresponsabilidade. Eu só posso considerar isso como um crime", acrescentou. Ao ser questionado sobre que providências pretende adotar contra a revista, Lula desconversou e afirmou que ainda não tinha lido a reportagem.
Confrontado por jornalistas com as revelações publicadas na última edição da revista Veja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação. "A revista não traz uma denúncia. Traz uma mentira. Eu considero isso um crime. A reportagem é de uma leviandade e grosseria que um ser humano comum não pode admitir, quanto mais um presidente da República", reclamou o petista.A Veja desta semana traz reportagem sobre o dossiê montado pelo banqueiro Daniel Dantas sobre contas dos chamados “cardeais” petistas – incluindo o próprio Lula –mantidas em paraísos fiscais no exterior. A revista reproduz documento na qual Lula aparece como beneficiário de US$ 38,5 mil.“Se tivessem me avisado antes que eu tinha 38 mil, eu tinha comprado um presente para a dona Marisa", procurou amenizar o presidente Lula. "Acho que houve uma total irresponsabilidade. Vocês conhecem alguns dos jornalistas citados e sabem o que eles têm feito ao longo dos meses no País. Eu não acredito que dentro da Veja haja uma única pessoa que tenha 10% da dignidade e da honestidade que eu tenho", proclamou."Vamos ser francos: a Veja tem alguns jornalistas que já há algum tempo vêm merecendo o Prêmio Nobel de Irresponsabilidade. Eu só posso considerar isso como um crime", acrescentou. Ao ser questionado sobre que providências pretende adotar contra a revista, Lula desconversou e afirmou que ainda não tinha lido a reportagem.
sábado, maio 13, 2006
Série de ataques causa 30 mortes em SP; polícia prende 16 suspeitos
Por: Lívia Marra (Editora de Cotidiano Folha Online
Entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã deste sábado, criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado de São Paulo. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa. As ações deixaram, no total, 30 mortos.Morreram 11 PMs --três deles não estavam trabalhando--, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 16 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco morreram em confrontos.
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capitalSomente na cidade de São Paulo, os criminosos promoveram 31 ataques: cinco no centro, três na zona norte, dois na zona oeste, oito na zona sul e 13 na zona leste.Segundo balanço da Secretaria da Segurança, as ações também ocorreram na Grande São Paulo --dois em Guarulhos, um em Santo André, um em Jandira e um em Jundiaí--, no litoral --dois no Guarujá e um em Cubatão-- e no interior --Araras, Campo Limpo Paulista, Itapira, Mogi Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d'Oeste, Várzea Paulista.ReaçãoA onda de ataques ocorreu após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior. A idéia era isolar a facção criminosa.Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências poderiam provocar "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo.""Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC."Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."PresídiosNa sexta, enquanto líderes da facção estavam no Deic, presos iniciaram rebeliões na penitenciária 1 de Avaré e na penitenciária de Iaras, ambas no interior.As ações criminosas ganharam proporção e os motins se espalharam, neste sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado. Das 23 unidades, 20 permaneciam rebeladas às 15h30. Há reféns.
Entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã deste sábado, criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado de São Paulo. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa. As ações deixaram, no total, 30 mortos.Morreram 11 PMs --três deles não estavam trabalhando--, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 16 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco morreram em confrontos.
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capitalSomente na cidade de São Paulo, os criminosos promoveram 31 ataques: cinco no centro, três na zona norte, dois na zona oeste, oito na zona sul e 13 na zona leste.Segundo balanço da Secretaria da Segurança, as ações também ocorreram na Grande São Paulo --dois em Guarulhos, um em Santo André, um em Jandira e um em Jundiaí--, no litoral --dois no Guarujá e um em Cubatão-- e no interior --Araras, Campo Limpo Paulista, Itapira, Mogi Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d'Oeste, Várzea Paulista.ReaçãoA onda de ataques ocorreu após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior. A idéia era isolar a facção criminosa.Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências poderiam provocar "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo.""Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC."Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."PresídiosNa sexta, enquanto líderes da facção estavam no Deic, presos iniciaram rebeliões na penitenciária 1 de Avaré e na penitenciária de Iaras, ambas no interior.As ações criminosas ganharam proporção e os motins se espalharam, neste sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado. Das 23 unidades, 20 permaneciam rebeladas às 15h30. Há reféns.
Não diga, senadora!
`Por: Sabina
A senadora Heloísa Helena denunciou a existência de assassinos no PT, capazes de tudo pelo projeto de poder do partido. Talvez ela fale com conhecimento de causa.
Na última declaração da senadora Heloísa Helena à imprensa sobre as novas denúncias trazidas por Silvio Pereira, há uma acusação séria à conduta ilibada do partido hegemônico. Disse: “Do mesmo modo que existem petistas socialistas e honestos, também há [no PT] pessoas capazes de roubar, matar, caluniar e liqüidar qualquer um que passe pela frente, ameaçando seu projeto de poder". Chocados, diríamos “Ela está afirmando que há criminosos nos quadros do partido político mais ético da história universal. Escândalo!!!” Senadora, a senhora não teme por essa afirmação? Veja lá que a senhora está ameaçando o projeto de poder do PT! Estaria a senhora insinuando algo sobre Celso Daniel e as 6 testemunhas assassinadas? Ou seria sobre o Toninho de Campinas? Será que o PT não vai cobrar da senadora a responsabilidade por essa infamação? E agora, o que dizer às crianças que possuem a carteirinha do partido? E os velhinhos que acreditaram que o partido era de trabalhadores? Bom, uma coisa é certa. A senadora conhece esse tipo de conduta bem de perto. No seu partido, por exemplo. O fundador do PSOL, o senhor Achille Lollo agiu assim na Itália quando um gari, Mário Mattei ameaçou seu projeto de poder. O que fez Lollo? Incendiou o pequeno apartamento onde a família Mattei morava, matando dois filhos do casal. Foi condenado, aguardou um tempo, e fugiu para o Brasil. Senadora, a princípio nos chocamos com sua declaração mas vemos agora que o que a senhora afirma faz sentido. Não é chute, é conhecimento factual, diríamos. Senadores não saem por aí chutando. A senadora sabe bem como funciona a cabeça dos sociopatas socialistas, aqueles, os do mundo melhor. Passou pela frente, zás! Cuidado, senadora. Sabemos que a senhora é valentona. Mas o partido possui 7 milhões e 200 mil companheiros, como afirmaram na última semana, com receio do resultado da análise da OAB sobre o impedimento. Achille Lollo não poderia substituir a senhora, pense nisso.
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
A senadora Heloísa Helena denunciou a existência de assassinos no PT, capazes de tudo pelo projeto de poder do partido. Talvez ela fale com conhecimento de causa.
Na última declaração da senadora Heloísa Helena à imprensa sobre as novas denúncias trazidas por Silvio Pereira, há uma acusação séria à conduta ilibada do partido hegemônico. Disse: “Do mesmo modo que existem petistas socialistas e honestos, também há [no PT] pessoas capazes de roubar, matar, caluniar e liqüidar qualquer um que passe pela frente, ameaçando seu projeto de poder". Chocados, diríamos “Ela está afirmando que há criminosos nos quadros do partido político mais ético da história universal. Escândalo!!!” Senadora, a senhora não teme por essa afirmação? Veja lá que a senhora está ameaçando o projeto de poder do PT! Estaria a senhora insinuando algo sobre Celso Daniel e as 6 testemunhas assassinadas? Ou seria sobre o Toninho de Campinas? Será que o PT não vai cobrar da senadora a responsabilidade por essa infamação? E agora, o que dizer às crianças que possuem a carteirinha do partido? E os velhinhos que acreditaram que o partido era de trabalhadores? Bom, uma coisa é certa. A senadora conhece esse tipo de conduta bem de perto. No seu partido, por exemplo. O fundador do PSOL, o senhor Achille Lollo agiu assim na Itália quando um gari, Mário Mattei ameaçou seu projeto de poder. O que fez Lollo? Incendiou o pequeno apartamento onde a família Mattei morava, matando dois filhos do casal. Foi condenado, aguardou um tempo, e fugiu para o Brasil. Senadora, a princípio nos chocamos com sua declaração mas vemos agora que o que a senhora afirma faz sentido. Não é chute, é conhecimento factual, diríamos. Senadores não saem por aí chutando. A senadora sabe bem como funciona a cabeça dos sociopatas socialistas, aqueles, os do mundo melhor. Passou pela frente, zás! Cuidado, senadora. Sabemos que a senhora é valentona. Mas o partido possui 7 milhões e 200 mil companheiros, como afirmaram na última semana, com receio do resultado da análise da OAB sobre o impedimento. Achille Lollo não poderia substituir a senhora, pense nisso.
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Morales nega expulsar Petrobras e fala com Lula amanhã
Por: FolhaNews
O presidente da Bolívia, Evo Morales, adotou nesta sexta-feira um tom menos ríspido, mas ainda crítico, em relação ao Brasil. Desta vez, ele negou que vá expulsar a Petrobras do país vizinho e afirmou que amanhã se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião, que não estava prevista na agenda oficial da viagem de Lula a Viena (Áustria), foi confirmada pelo Itamaraty. Ontem, na Áustria, onde participa de reunião de cúpula entre países europeus e latino-americanos, Morales havia dito que os contratos assinados com as empresas de petróleo, incluindo a Petrobras, eram "ilegais" porque nunca foram aprovados pelo Congresso. Também afirmou que essas empresas "contrabandeiam" combustíveis e ameaçou não indenizar a Petrobras pela transferência de suas empresas na Bolívia para o governo local. Hoje Morales disse que a Bolívia vai investigar se as empresas do setor "pagam impostos" ou se dedicam ao contrabando. Menos ríspido, também afirmou que "respeita" Lula, que acredita em uma solução pelo diálogo e que continuará a haver uma "sociedade" entre empresas e seu governo. Ele criticou, entretanto, o presidente, que, segundo o chanceler Celso Amorim (Relações Exteriores), teria ficado "indignado" ontem com as declarações de Morales. "Disseram que [Lula] está indignado, mas nós também poderíamos ficar indignados com as empresas que exploram nossos recursos naturais", declarou Morales. Segundo ele, a Petrobras e outras empresas continuarão em seu país, mas como "sócias" do Estado. Cartel Morales disse hoje que quer, um dia, que seu país faça parte da Opep (Organização dos países Exportadores), cartel que envolve os 11 maiores exportadores de petróleo do mundo. A Venezuela já é membro do grupo. "Gostaria que meu país fizesse parte fizesse parte do grupo de países exportadores de petróleo e hidrocarbonetos", disse Morales, referindo-se ao cartel. A Opep foi criada em 1960. Seus países-membros possuem 78 % das reservas mundiais de petróleo (dado referente a 2004) e respondem por 40 % da produção mundial e por quase metade das exportações mundiais. Além da Arábia Saudita e da Venezuela, são membros do grupo Argélia, Líbia, Nigéria, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuait e Qatar. O Gabão já foi membro, entre 1975 e 1995, e o Equador também, em 1993. A Opep busca unificar a política dos países membros sobre a administração do comércio do produto, através do controle de preços e do volume de produção.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, adotou nesta sexta-feira um tom menos ríspido, mas ainda crítico, em relação ao Brasil. Desta vez, ele negou que vá expulsar a Petrobras do país vizinho e afirmou que amanhã se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião, que não estava prevista na agenda oficial da viagem de Lula a Viena (Áustria), foi confirmada pelo Itamaraty. Ontem, na Áustria, onde participa de reunião de cúpula entre países europeus e latino-americanos, Morales havia dito que os contratos assinados com as empresas de petróleo, incluindo a Petrobras, eram "ilegais" porque nunca foram aprovados pelo Congresso. Também afirmou que essas empresas "contrabandeiam" combustíveis e ameaçou não indenizar a Petrobras pela transferência de suas empresas na Bolívia para o governo local. Hoje Morales disse que a Bolívia vai investigar se as empresas do setor "pagam impostos" ou se dedicam ao contrabando. Menos ríspido, também afirmou que "respeita" Lula, que acredita em uma solução pelo diálogo e que continuará a haver uma "sociedade" entre empresas e seu governo. Ele criticou, entretanto, o presidente, que, segundo o chanceler Celso Amorim (Relações Exteriores), teria ficado "indignado" ontem com as declarações de Morales. "Disseram que [Lula] está indignado, mas nós também poderíamos ficar indignados com as empresas que exploram nossos recursos naturais", declarou Morales. Segundo ele, a Petrobras e outras empresas continuarão em seu país, mas como "sócias" do Estado. Cartel Morales disse hoje que quer, um dia, que seu país faça parte da Opep (Organização dos países Exportadores), cartel que envolve os 11 maiores exportadores de petróleo do mundo. A Venezuela já é membro do grupo. "Gostaria que meu país fizesse parte fizesse parte do grupo de países exportadores de petróleo e hidrocarbonetos", disse Morales, referindo-se ao cartel. A Opep foi criada em 1960. Seus países-membros possuem 78 % das reservas mundiais de petróleo (dado referente a 2004) e respondem por 40 % da produção mundial e por quase metade das exportações mundiais. Além da Arábia Saudita e da Venezuela, são membros do grupo Argélia, Líbia, Nigéria, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuait e Qatar. O Gabão já foi membro, entre 1975 e 1995, e o Equador também, em 1993. A Opep busca unificar a política dos países membros sobre a administração do comércio do produto, através do controle de preços e do volume de produção.
Casamento de mulher de 92 anos comove Taubaté
Por: Agência Estado
O casamento surpreendeu até o diácono Ronaldo Ferreira, que vai celebrar a cerimônia, na tarde deste sábado (12), na Igreja de São Benedito, em Taubaté, no Vale do Paraíba. A professora aposentada Maria do Rosário Silva, de 92 anos e o também aposentado Jorge do Prado, de 72 anos, namoram há seis meses e decidiram se casar oficialmente na igreja e no civil. Foi a própria dona Maria que foi até a igreja para marcar a data. "Fiquei surpreso e feliz, pelo testemunho, pelo bom exemplo", disse Ferreira. Os dois viúvos se conheciam por morar no mesmo bairro, em casas próximas. Foi a bondade dele que conquistou o coração da professora. "Ele sempre passava em frente de casa e eu pedia pra ele trazer um pãozinho e aí a gente ficava conversando", relembra Maria "No começo eles diziam que eram amigos, se encontravam no portão de casa e depois assumiram o namoro", contam as filhas, que no início foram contra a decisão da mãe de namorar. "Eu fui contra, mas vi que a mamãe estava apaixonada e que o ‘seu Jorge’ era um homem bom", disse a filha Helena da Silva. "Agora mamãe está como uma adolescente, que arruma o primeiro namoradinho", conta a outra fiha Yolanda Kandratovich. A diferença de idade não foi obstáculo. Sem preconceito, Jorge não se importa em se casar com uma mulher 20 anos mais velha. "É melhor, dá menos trabalho. Eu espero que ela seja a pessoa certa pra minha vida", diz, animado. A idade só pesou na hora de escolher o vestido. "De noiva tradicional não. Vou com um vestido discreto que não posso mostrar. Só na hora, senão dá azar", brinca ela. O convite foi preparado pelos netos e a festa pelas filhas. "Se ela está feliz, nós também estamos".
O casamento surpreendeu até o diácono Ronaldo Ferreira, que vai celebrar a cerimônia, na tarde deste sábado (12), na Igreja de São Benedito, em Taubaté, no Vale do Paraíba. A professora aposentada Maria do Rosário Silva, de 92 anos e o também aposentado Jorge do Prado, de 72 anos, namoram há seis meses e decidiram se casar oficialmente na igreja e no civil. Foi a própria dona Maria que foi até a igreja para marcar a data. "Fiquei surpreso e feliz, pelo testemunho, pelo bom exemplo", disse Ferreira. Os dois viúvos se conheciam por morar no mesmo bairro, em casas próximas. Foi a bondade dele que conquistou o coração da professora. "Ele sempre passava em frente de casa e eu pedia pra ele trazer um pãozinho e aí a gente ficava conversando", relembra Maria "No começo eles diziam que eram amigos, se encontravam no portão de casa e depois assumiram o namoro", contam as filhas, que no início foram contra a decisão da mãe de namorar. "Eu fui contra, mas vi que a mamãe estava apaixonada e que o ‘seu Jorge’ era um homem bom", disse a filha Helena da Silva. "Agora mamãe está como uma adolescente, que arruma o primeiro namoradinho", conta a outra fiha Yolanda Kandratovich. A diferença de idade não foi obstáculo. Sem preconceito, Jorge não se importa em se casar com uma mulher 20 anos mais velha. "É melhor, dá menos trabalho. Eu espero que ela seja a pessoa certa pra minha vida", diz, animado. A idade só pesou na hora de escolher o vestido. "De noiva tradicional não. Vou com um vestido discreto que não posso mostrar. Só na hora, senão dá azar", brinca ela. O convite foi preparado pelos netos e a festa pelas filhas. "Se ela está feliz, nós também estamos".
PF prende 12 envolvidos em fraudes de licitações de prefeituras
Por: Folha OnlineA Polícia Federal prendeu hoje 12 pessoas acusadas de envolvimento em fraudes em licitações para obras públicas de prefeituras da Paraíba, no âmbito da "Operação Carta Marcada". Além dos mandados de prisão, a polícia cumpriu ainda outros 32 mandados de busca no Rio de Janeiro e Paraíba. A PF estima desvio de recursos públicos da ordem de R$ 10 milhões, mas a Receita Federal --que colaborou com a investigação- estima uma cifra da ordem de R$ 30 milhões.Os detidos pela PF são pessoas ligadas às empresas de fachadas utilizadas pela quadrilha para fraudar as concorrências públicas. Por enquanto, a polícia não levantou elementos que comprovem a ligação de funcionários públicos ou políticos no esquema. Ficou comprovado, no entanto, que um total de 54 prefeituras da Paraíba fizeram pagamentos às empresas ligadas à quadrilha, que atuava desde 2001.Segundo a PF da Paraíba, o grupo simulava concorrência nas licitações públicas por meio da criação de empresas de fachada, em nome de "laranjas". As concorrências envolviam obras públicas de calçamento e asfaltamento de ruas.As investigações duraram 3 anos e contaram com a participação da Receita Federal, Receita Previdenciária e Ministério Público Federal. Os suspeitos são acusados dos crimes de formação de quadrilha, fraudes em procedimentos licitatórios, sonegação fiscal, crimes contra a ordem tributária lavagem de dinheiro, corrupção ativa/passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e falsidade ideológica
PMDB define quórum e impõe derrota a Garotinho
Por: ANDREZA MATAISda Folha Online, em Brasília
A Executiva Nacional do PMDB decidiu hoje, por 12 votos a 2, que a decisão da convenção de amanhã será válida se tiver a presença de 50% mais um dos 528 convencionais do partido. A convenção vai decidir se o partido terá ou não candidato próprio à Presidência. Com isso, a convenção será considerada válida se tiver a presença de 265 convencionais. Votaram contra o presidente do diretório paulista do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia, e o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Eles queriam que a presença de 2/3 dos convencionais (352). Cabral, ligado ao grupo do ex-governador Anthony Garotinho, já avisou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para invalidar a convenção. Para ele, a convenção só poderia ser iniciada com 2/3 dos convencionais do partido.A atitude de Cabral expõe o racha interno do PMDB. A ala governista --liderada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL)-- quer derrubar a candidatura própria alegando que será mais fácil para fechar alianças nos Estados sem entrar na disputa presidencial. Mas o grupo ligado a Garotinho e Quércia defende a candidatura própria. A favor desse grupo está a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reconheceu a convenção do PMDB de 2004 que decidiu que o partido teria candidato próprio à Presidência. A mesma convenção definiu que a candidatura própria só poderia ser derrubada com 2/3 dos votos obtidos em encontro nacional do partido.Por outro lado, o STF (Supremo Tribunal Federal) mandou arquivar ontem mandado de segurança impetrado por um deputado do Rio que queria cancelar a convenção de amanhã.
A Executiva Nacional do PMDB decidiu hoje, por 12 votos a 2, que a decisão da convenção de amanhã será válida se tiver a presença de 50% mais um dos 528 convencionais do partido. A convenção vai decidir se o partido terá ou não candidato próprio à Presidência. Com isso, a convenção será considerada válida se tiver a presença de 265 convencionais. Votaram contra o presidente do diretório paulista do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia, e o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Eles queriam que a presença de 2/3 dos convencionais (352). Cabral, ligado ao grupo do ex-governador Anthony Garotinho, já avisou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para invalidar a convenção. Para ele, a convenção só poderia ser iniciada com 2/3 dos convencionais do partido.A atitude de Cabral expõe o racha interno do PMDB. A ala governista --liderada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL)-- quer derrubar a candidatura própria alegando que será mais fácil para fechar alianças nos Estados sem entrar na disputa presidencial. Mas o grupo ligado a Garotinho e Quércia defende a candidatura própria. A favor desse grupo está a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reconheceu a convenção do PMDB de 2004 que decidiu que o partido teria candidato próprio à Presidência. A mesma convenção definiu que a candidatura própria só poderia ser derrubada com 2/3 dos votos obtidos em encontro nacional do partido.Por outro lado, o STF (Supremo Tribunal Federal) mandou arquivar ontem mandado de segurança impetrado por um deputado do Rio que queria cancelar a convenção de amanhã.
Câmara quer enquadrar delegado da PF
Por: Tribuna da Imprensa
Policial terá de explicar vazamento dos nomes de deputados suspeitos de fraude
BRASÍLIA - Na tentativa de enquadrar a Polícia Federal, a Corregedoria da Câmara marcou para terça-feira o depoimento do delegado Tardelli Boaventura, que preside os inquéritos que apuram o desvio de verbas do Orçamento da União por parte de parlamentares e servidores do Legislativo e a atuação de uma quadrilha na venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras de todo o País.
A Corregedoria pretende cobrar do delegado de Cuiabá o vazamento dos nomes de pelo menos 80 deputados e do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) como suspeitos de envolvimento no desvio de verbas do Orçamento da União para a compra de 1 mil ambulâncias. De 2001 até agora, de acordo com a Polícia Federal, foram movimentados R$ 110 milhões para a compra de ambulâncias, dos quais pelos menos R$ 60 milhões teriam sido desviados.
Apesar do suposto envolvimento de mais de uma centenas de parlamentares com as irregularidades - a princípio, falou-se em 170, mas a principal testemunha, Maria da Penha Lino, que fora infiltrada no gabinete do então ministro Saraiva Felipe desde agosto de 2005, não conseguiu se lembrar do nome de todo mundo -, há um clima de revolta na Câmara por causa do vazamento dos nomes.
Maria da Penha optou pelo programa da delação premiada. Disse que o dinheiro para o pagamento dos parlamentares entrava na Câmara em cuecas, meias e malas. Ontem, a comissão da Câmara dos Deputados que investigará a suposta participação de deputados no esquema de compra ambulâncias superfaturadas começou a ouvir, em Cuiabá, os assessores que foram presos na semana passada pela Polícia Federal.
"Massacrado"
O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna, que estava calado, manifestou-se ontem a respeito das suspeitas que pesam sobre ele. Disse que está sendo "massacrado pela mídia". Ele adiantou que apresentará a defesa na próxima terça ou quarta-feira e disse que já intermediou a compra de várias ambulâncias para as regiões mais carentes da Paraíba, não só por meio de emendas, mas também com recursos próprios.
Dos 223 municípios da Paraíba, disse, somente dois têm hospitais e equipamentos suficientes para atender a população local. Por isso, os prefeitos pedem tantas ambulâncias. "No meu primeiro mandato, foram 82 ambulâncias do meu próprio bolso e no segundo, mais 29 por meio de emendas, até mesmo para atender a resolução que determina que 30% dos gastos do Orçamento devem ser feitos na área da saúde", afirmou.
O senador informou ainda que não sabe quem é Maria da Penha, a assessora do Ministério da Saúde que era funcionária da Planam, a empresa que, de acordo com a Polícia Federal, chefiava o esquema. O nome dela foi apresentado ao Ministério da Saúde em ofício feito pelo deputado José Divino (PRB-RJ), da bancada do ex-governador Anthony Garotinho.
CPI representa contra advogado
BRASÍLIA - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que levará à Mesa do Senado representação contra o advogado Iberê Bandeira de Mello, um dos defensores do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Na madrugada de ontem, ao deixar a Polícia Federal, onde seu cliente prestou depoimento, Bandeira de Mello qualificou de "palhaçada" a forma como os integrantes da CPI dos Bingos interrogaram Silvinho, na quarta-feira.
Durante a sessão da CPI, o senador Demósthenes Torres (PFL-GO) perguntou a Silvio Pereira se ele era "doido". Outros senadores, como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), criticaram Silvinho por ele apresentar, ao mesmo tempo, memória muito boa para os fatos que deseja relatar e amnésia para aquilo que não lhe interessava.
Nas críticas que fez à CPI, Bandeira de Mello, que tem 66 anos, disse que a CPI é formada por um bando de velhos. "Eu sentei ali e vi aquele bando de velhos, aquilo foi uma palhaçada", disse o advogado. "A Mesa do Senado vai representar contra o advogado, que terá de confirmar em juízo se falou ou não que a CPI é uma palhaçada", insistiu Efraim.
Já o relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que Bandeira de Mello "desrespeitou o Senado porque a CPI é uma extensão da Casa". "O advogado tem de entender que os senadores agem de acordo com a Constituição. Acho que ele não estava preparado para ir à CPI, mesmo como advogado", afirmou. Garibaldi também defendeu uma ação do Senado contra o advogado de Silvinho.
Durante o depoimento, na quarta-feira, Silvinho apresentou seus novos advogados. Até o dia anterior, seu defensor era Arnaldo Malheiros, contratado pelo PT. Malheiros também defende o ex-deputado José Genoino. Ele se afastou de Silvinho por considerar que, na entrevista a "O Globo", no domingo, o ex-secretário petista emitiu juízo de valor que o pôs em choque com alguns dos clientes, como Genoino.
Na entrevista, Silvinho disse que quem mandava no PT eram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, José Genoino e o senador Aloizio Mercadante. Silvinho disse ainda que o plano do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era arrecadar R$ 1 bilhão para si e para o PT durante o atual governo.
Policial terá de explicar vazamento dos nomes de deputados suspeitos de fraude
BRASÍLIA - Na tentativa de enquadrar a Polícia Federal, a Corregedoria da Câmara marcou para terça-feira o depoimento do delegado Tardelli Boaventura, que preside os inquéritos que apuram o desvio de verbas do Orçamento da União por parte de parlamentares e servidores do Legislativo e a atuação de uma quadrilha na venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras de todo o País.
A Corregedoria pretende cobrar do delegado de Cuiabá o vazamento dos nomes de pelo menos 80 deputados e do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) como suspeitos de envolvimento no desvio de verbas do Orçamento da União para a compra de 1 mil ambulâncias. De 2001 até agora, de acordo com a Polícia Federal, foram movimentados R$ 110 milhões para a compra de ambulâncias, dos quais pelos menos R$ 60 milhões teriam sido desviados.
Apesar do suposto envolvimento de mais de uma centenas de parlamentares com as irregularidades - a princípio, falou-se em 170, mas a principal testemunha, Maria da Penha Lino, que fora infiltrada no gabinete do então ministro Saraiva Felipe desde agosto de 2005, não conseguiu se lembrar do nome de todo mundo -, há um clima de revolta na Câmara por causa do vazamento dos nomes.
Maria da Penha optou pelo programa da delação premiada. Disse que o dinheiro para o pagamento dos parlamentares entrava na Câmara em cuecas, meias e malas. Ontem, a comissão da Câmara dos Deputados que investigará a suposta participação de deputados no esquema de compra ambulâncias superfaturadas começou a ouvir, em Cuiabá, os assessores que foram presos na semana passada pela Polícia Federal.
"Massacrado"
O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna, que estava calado, manifestou-se ontem a respeito das suspeitas que pesam sobre ele. Disse que está sendo "massacrado pela mídia". Ele adiantou que apresentará a defesa na próxima terça ou quarta-feira e disse que já intermediou a compra de várias ambulâncias para as regiões mais carentes da Paraíba, não só por meio de emendas, mas também com recursos próprios.
Dos 223 municípios da Paraíba, disse, somente dois têm hospitais e equipamentos suficientes para atender a população local. Por isso, os prefeitos pedem tantas ambulâncias. "No meu primeiro mandato, foram 82 ambulâncias do meu próprio bolso e no segundo, mais 29 por meio de emendas, até mesmo para atender a resolução que determina que 30% dos gastos do Orçamento devem ser feitos na área da saúde", afirmou.
O senador informou ainda que não sabe quem é Maria da Penha, a assessora do Ministério da Saúde que era funcionária da Planam, a empresa que, de acordo com a Polícia Federal, chefiava o esquema. O nome dela foi apresentado ao Ministério da Saúde em ofício feito pelo deputado José Divino (PRB-RJ), da bancada do ex-governador Anthony Garotinho.
CPI representa contra advogado
BRASÍLIA - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que levará à Mesa do Senado representação contra o advogado Iberê Bandeira de Mello, um dos defensores do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Na madrugada de ontem, ao deixar a Polícia Federal, onde seu cliente prestou depoimento, Bandeira de Mello qualificou de "palhaçada" a forma como os integrantes da CPI dos Bingos interrogaram Silvinho, na quarta-feira.
Durante a sessão da CPI, o senador Demósthenes Torres (PFL-GO) perguntou a Silvio Pereira se ele era "doido". Outros senadores, como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), criticaram Silvinho por ele apresentar, ao mesmo tempo, memória muito boa para os fatos que deseja relatar e amnésia para aquilo que não lhe interessava.
Nas críticas que fez à CPI, Bandeira de Mello, que tem 66 anos, disse que a CPI é formada por um bando de velhos. "Eu sentei ali e vi aquele bando de velhos, aquilo foi uma palhaçada", disse o advogado. "A Mesa do Senado vai representar contra o advogado, que terá de confirmar em juízo se falou ou não que a CPI é uma palhaçada", insistiu Efraim.
Já o relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que Bandeira de Mello "desrespeitou o Senado porque a CPI é uma extensão da Casa". "O advogado tem de entender que os senadores agem de acordo com a Constituição. Acho que ele não estava preparado para ir à CPI, mesmo como advogado", afirmou. Garibaldi também defendeu uma ação do Senado contra o advogado de Silvinho.
Durante o depoimento, na quarta-feira, Silvinho apresentou seus novos advogados. Até o dia anterior, seu defensor era Arnaldo Malheiros, contratado pelo PT. Malheiros também defende o ex-deputado José Genoino. Ele se afastou de Silvinho por considerar que, na entrevista a "O Globo", no domingo, o ex-secretário petista emitiu juízo de valor que o pôs em choque com alguns dos clientes, como Genoino.
Na entrevista, Silvinho disse que quem mandava no PT eram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, José Genoino e o senador Aloizio Mercadante. Silvinho disse ainda que o plano do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era arrecadar R$ 1 bilhão para si e para o PT durante o atual governo.
Mais amnésia: "Não conheço nenhum Acre"
Por: Tribuna da Imprensa
VIENA - "Que Acre? Não conheço nenhum Acre", disparou o presidente da Bolívia, Evo Morales, ao final de entrevista concedida ontem em Viena. A crise de amnésia, proposital, ocorreu quando Morales foi cobrado pelos jornalistas por não ter respondido se a devolução do Acre à Bolívia seria uma nova contenda territorial de seu país, a exemplo da região ao Norte do Chile.
Na quinta-feira, na mesma sala 18 do Centro de Imprensa da 4ª Cimeira União Européia-América Latina-Caribe, Morales lembrou-se do Acre, e como um exemplo de "espoliação". Segundo ele, o território havia sido comprado pelo Brasil por "um cavalo".
Só há uma similaridade entre a lembrança e o esquecimento de Morales: a incorreção. Nos documentos históricos, o Acre passou a figurar no território brasileiro em 1903, ao final de uma negociação conduzida pelo patrono da diplomacia do Brasil, o Barão do Rio Branco, ao custo de 2 milhões de libras esterlinas e de uma indenização de 150 mil libras à companhia que dominava a região.
Claro, na verdade, a amnésia de ontem foi induzida por um dos assessores de Morales, que lhe passou um bilhete com letras garrafais: "A última pergunta do Brasil não deve ser respondida".
Coca e Cana
Inventivo em sua primeira participação em uma reunião de chefes de Estado, Morales informou à imprensa não ter ficado satisfeito com a condenação da produção de coca e cocaína acrescentada na declaração final da Cimeira de Viena. O ex-líder cocaleiro defendeu que a plantinha, no seu estado natural, "nunca matou ninguém" e não poderia, portanto, ser incluída na lista de ilícitos e venenosos. "Se é preciso penalizar a coca, seria preciso também penalizar a cana, a cevada e a uva", defendeu.
VIENA - "Que Acre? Não conheço nenhum Acre", disparou o presidente da Bolívia, Evo Morales, ao final de entrevista concedida ontem em Viena. A crise de amnésia, proposital, ocorreu quando Morales foi cobrado pelos jornalistas por não ter respondido se a devolução do Acre à Bolívia seria uma nova contenda territorial de seu país, a exemplo da região ao Norte do Chile.
Na quinta-feira, na mesma sala 18 do Centro de Imprensa da 4ª Cimeira União Européia-América Latina-Caribe, Morales lembrou-se do Acre, e como um exemplo de "espoliação". Segundo ele, o território havia sido comprado pelo Brasil por "um cavalo".
Só há uma similaridade entre a lembrança e o esquecimento de Morales: a incorreção. Nos documentos históricos, o Acre passou a figurar no território brasileiro em 1903, ao final de uma negociação conduzida pelo patrono da diplomacia do Brasil, o Barão do Rio Branco, ao custo de 2 milhões de libras esterlinas e de uma indenização de 150 mil libras à companhia que dominava a região.
Claro, na verdade, a amnésia de ontem foi induzida por um dos assessores de Morales, que lhe passou um bilhete com letras garrafais: "A última pergunta do Brasil não deve ser respondida".
Coca e Cana
Inventivo em sua primeira participação em uma reunião de chefes de Estado, Morales informou à imprensa não ter ficado satisfeito com a condenação da produção de coca e cocaína acrescentada na declaração final da Cimeira de Viena. O ex-líder cocaleiro defendeu que a plantinha, no seu estado natural, "nunca matou ninguém" e não poderia, portanto, ser incluída na lista de ilícitos e venenosos. "Se é preciso penalizar a coca, seria preciso também penalizar a cana, a cevada e a uva", defendeu.
Juíza apaixonada é um perigo
Por: http://www.marciog.blogspot.com
Aconteceu no litoral paulista. Uma juíza apaixonada mandou grampear o telefone do ex-namorado. Nada satisfeita com a vigília sobre o grande amor, decretou a prisão do homem que viria a ser seu sogro, se o casamento tivesse acontecido: condenou-o por porte ilegal de arma e impediu que recorresse da sentença em liberdade. Que coisa.
A meritíssima possessiva está respondendo a uma sindicância administrativa. E quem chamou atenção para o fato inusitado foi a empresa telefônica, que enxergou "falta de embasamento jurídico" para entrar na privacidade do cliente, acionando a Corregedoria do Fórum local. Conclusão: a juíza, que estava na lista das promoções, foi sumariamente retirada do apanhado. Há uma outra acusação pairando sobre a magistrada: ela teria indicado um advogado para defender dois rapazes presos por porte de droga.
FRACASSO - Os cinemas estão vazios com o filme "Missão impossível 3". Nem Tom Cruise conseguiu salvar a bilheteria e recuperar os gastos.
90 ANOS - O banquete pelo aniversário de João Havelange foi um luxo. O presidente de Honra da Fifa faz planos para a Copa de 2014. Seja ou não no Brasil.
FHC - Lançou seu livro numa noite que foi um fiasco. Apenas 97 autógrafos e, assim mesmo, "pingando". O ex-presidente ficou horas.
COPA - Em várias televisões, quase briga. É que todos querem ir à Alemanha. Muitos terão de ficar por aqui, a cobertura não anda sozinha.
SUCESSO - Gal Costa aplaudidíssima em Londres. Comemorando a Era da Tropicália, a grande cantora brasileira provocou entusiasmo geral.
INTERNET - O Orkut faz tanto sucesso que virou livro. O publicitário André Telles lançou "Orkut.com - Como você e sua empresa podem tirar proveito do maior site de relacionamento do Brasil". O autor pretende ensinar "cinco modernas técnicas de marketing para se obter sucesso" no portal de relacionamento.
ALIÁS - Sabe como é o nome da mais nova comunidade do Orkut? "Bia Falcão, os meninos do tráfico". Só rindo.
LALIQUE - Os principais colecionadores e comerciantes de antigüidades de São Paulo estarão reunidos durante uma semana na II Mostra do Círculo dos Antiquários, que acontece a partir de segunda-feira. Será montada no pedaço uma sala em homenagem ao designer Joaquim Tenreiro, que faria 100 anos.
BATIDÃO - Sabe quem foi visto dançando "hip hop", outro dia, em uma boate paulista? O pão-que-faz-pão Olivier Anquier. Quem viu o francês no batidão garante que ele como dançarino é um ótimo padeiro.
TAILLEUR - Hollywood vai filmar a vida de Coco Chanel. Demorou! Demi Moore estará no páreo para viver a matriarca do estilo. Sou mais a Marília Pêra.
CHAMA O LAN! - Está surgindo uma nova marca de cerveja nas prateleiras dos supermercados: chama-se "Mulata".
CABECEIRA - O cirurgião plástico Moisés Wolfenson está lançando o livro "Um século de cirurgia plástica no Brasil - Mestres vivos da cirurgia plástica e suas escolas", contando um pouco das biografias de Ivo Pitanguy, Antônio Estima, Perseu Lemos e Paulo de Castro, profissionais do bisturi estético tuniniquim.
HÁ JUÍZAS E JUÍZAS - A juíza Natacha Tostes de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Duque de Caxias, condenou o Cinema Santa Rosa I, naquela cidade, por preconceito sexual. Um rapaz foi discriminado por dois seguranças da casa, em voz alta, e levou o caso aos tribunais. Conclusão: R$ 7 mil de indenização por danos morais.
"Não podem os cidadãos brasileiros sofrer discriminação por raça, cor, etnia, religião, procedência, nem orientação sexual. Se o cliente tivesse praticado a conduta narrada pela administração do cinema em sua contestação - o que não foi comprovado - deveria ela tomar as providências cabíveis, no caso, buscar autoridade policial. Jamais se admitiria que humilhasse o cliente, tratando-o de forma vexatória diante dos demais freqüentadores do cinema", decretou a meritíssima. Brava gente brasileira, ela.
CATUABA - Sobre aquele capítulo da "mania de listas" da imprensa americana: saiu mais uma. Sean Connery foi citado entre "os pensionistas mais sexies" de Hollywood. Que tal?
PONTO FINAL - Faz sentido. Dizem que o Garotinho desistiu de fazer a greve de fome quando viu o Pudim chegando de Campos.
Aconteceu no litoral paulista. Uma juíza apaixonada mandou grampear o telefone do ex-namorado. Nada satisfeita com a vigília sobre o grande amor, decretou a prisão do homem que viria a ser seu sogro, se o casamento tivesse acontecido: condenou-o por porte ilegal de arma e impediu que recorresse da sentença em liberdade. Que coisa.
A meritíssima possessiva está respondendo a uma sindicância administrativa. E quem chamou atenção para o fato inusitado foi a empresa telefônica, que enxergou "falta de embasamento jurídico" para entrar na privacidade do cliente, acionando a Corregedoria do Fórum local. Conclusão: a juíza, que estava na lista das promoções, foi sumariamente retirada do apanhado. Há uma outra acusação pairando sobre a magistrada: ela teria indicado um advogado para defender dois rapazes presos por porte de droga.
FRACASSO - Os cinemas estão vazios com o filme "Missão impossível 3". Nem Tom Cruise conseguiu salvar a bilheteria e recuperar os gastos.
90 ANOS - O banquete pelo aniversário de João Havelange foi um luxo. O presidente de Honra da Fifa faz planos para a Copa de 2014. Seja ou não no Brasil.
FHC - Lançou seu livro numa noite que foi um fiasco. Apenas 97 autógrafos e, assim mesmo, "pingando". O ex-presidente ficou horas.
COPA - Em várias televisões, quase briga. É que todos querem ir à Alemanha. Muitos terão de ficar por aqui, a cobertura não anda sozinha.
SUCESSO - Gal Costa aplaudidíssima em Londres. Comemorando a Era da Tropicália, a grande cantora brasileira provocou entusiasmo geral.
INTERNET - O Orkut faz tanto sucesso que virou livro. O publicitário André Telles lançou "Orkut.com - Como você e sua empresa podem tirar proveito do maior site de relacionamento do Brasil". O autor pretende ensinar "cinco modernas técnicas de marketing para se obter sucesso" no portal de relacionamento.
ALIÁS - Sabe como é o nome da mais nova comunidade do Orkut? "Bia Falcão, os meninos do tráfico". Só rindo.
LALIQUE - Os principais colecionadores e comerciantes de antigüidades de São Paulo estarão reunidos durante uma semana na II Mostra do Círculo dos Antiquários, que acontece a partir de segunda-feira. Será montada no pedaço uma sala em homenagem ao designer Joaquim Tenreiro, que faria 100 anos.
BATIDÃO - Sabe quem foi visto dançando "hip hop", outro dia, em uma boate paulista? O pão-que-faz-pão Olivier Anquier. Quem viu o francês no batidão garante que ele como dançarino é um ótimo padeiro.
TAILLEUR - Hollywood vai filmar a vida de Coco Chanel. Demorou! Demi Moore estará no páreo para viver a matriarca do estilo. Sou mais a Marília Pêra.
CHAMA O LAN! - Está surgindo uma nova marca de cerveja nas prateleiras dos supermercados: chama-se "Mulata".
CABECEIRA - O cirurgião plástico Moisés Wolfenson está lançando o livro "Um século de cirurgia plástica no Brasil - Mestres vivos da cirurgia plástica e suas escolas", contando um pouco das biografias de Ivo Pitanguy, Antônio Estima, Perseu Lemos e Paulo de Castro, profissionais do bisturi estético tuniniquim.
HÁ JUÍZAS E JUÍZAS - A juíza Natacha Tostes de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Duque de Caxias, condenou o Cinema Santa Rosa I, naquela cidade, por preconceito sexual. Um rapaz foi discriminado por dois seguranças da casa, em voz alta, e levou o caso aos tribunais. Conclusão: R$ 7 mil de indenização por danos morais.
"Não podem os cidadãos brasileiros sofrer discriminação por raça, cor, etnia, religião, procedência, nem orientação sexual. Se o cliente tivesse praticado a conduta narrada pela administração do cinema em sua contestação - o que não foi comprovado - deveria ela tomar as providências cabíveis, no caso, buscar autoridade policial. Jamais se admitiria que humilhasse o cliente, tratando-o de forma vexatória diante dos demais freqüentadores do cinema", decretou a meritíssima. Brava gente brasileira, ela.
CATUABA - Sobre aquele capítulo da "mania de listas" da imprensa americana: saiu mais uma. Sean Connery foi citado entre "os pensionistas mais sexies" de Hollywood. Que tal?
PONTO FINAL - Faz sentido. Dizem que o Garotinho desistiu de fazer a greve de fome quando viu o Pudim chegando de Campos.
Annan alerta Morales sobre riscos de romper contratos
Por: Tribuna da Imprensa
VIENA - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, mandou ontem um "recado" ao governo de Evo Morales sobre sua decisão de, unilateralmente, romper contratos com as companhias estrangeiras que atuam na Bolívia e nacionalizar o setor do gás e do petróleo.
Convidado especial para a IV Cimeira União Européia-América Latina, Annan declarou que, todo país interessado na atração de investimentos estrangeiros no setor produtivo deve obrigatoriamente oferecer garantias e segurança jurídica de longo prazo ao capital.
"As economias estão cada vez mais interdependentes e conectadas entre si. As regras dos governos nacionais sobre a administração dos seus recursos devem ser orientadas para uma solução benéfica aos países e aos investidores", afirmou Annan, ao ser abordado, durante entrevista à imprensa, sobre a decisão do governo Morales.
Somadas à exposição do primeiro-ministro da Áustria, Wolfgang Schüssel, na mesma entrevista, as declarações de Annan destacaram que os movimentos da Bolívia, sob o comando de Morales, não passaram despercebidas pelos líderes reunidos em Viena.
Schüssel advertira que os países são livres para definir se querem ou não atrair investimentos estrangeiros no setor produtivo, assim como os investidores são igualmente livres para decidir onde aplicar o capital. Pouco depois, em encontro reservado, ele apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua preocupação com a insegurança jurídica no setor energético. "Se o país diz que sim, que quer receber os investimentos, tem de dar garantia jurídica", afirmou na entrevista.
Populismo
O presidente do México, Vicente Fox, defendeu a integração latino-americana a partir da consolidação dos blocos regionais, como o Mercosul, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e a Comunidade Andina de Nações, e declarou que o populismo tornou-se um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento econômico e social da região. Ao lado de Annan e de Schüssel, Fox teve o cuidado de não mencionar Morales nem seu mentor, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Mas passou claramente seu recado. "O populismo é uma saída falsa ao combate à pobreza", afirmou.
Desde a reunião de Cúpula das Américas, em novembro de 2005 em Mar del Plata, Argentina, Fox entrou em rota de colisão com Chávez por sua insistência na continuidade do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) - a fórmula que considera mais aceitável de integração no Hemisfério.
Escaldado, o mexicano agora evita as confrontações abertas com Chávez, que obteve o apoio do boliviano Morales a sua proposta alternativa de integração, a Alba, que exclui obviamente os Estados Unidos.
VIENA - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, mandou ontem um "recado" ao governo de Evo Morales sobre sua decisão de, unilateralmente, romper contratos com as companhias estrangeiras que atuam na Bolívia e nacionalizar o setor do gás e do petróleo.
Convidado especial para a IV Cimeira União Européia-América Latina, Annan declarou que, todo país interessado na atração de investimentos estrangeiros no setor produtivo deve obrigatoriamente oferecer garantias e segurança jurídica de longo prazo ao capital.
"As economias estão cada vez mais interdependentes e conectadas entre si. As regras dos governos nacionais sobre a administração dos seus recursos devem ser orientadas para uma solução benéfica aos países e aos investidores", afirmou Annan, ao ser abordado, durante entrevista à imprensa, sobre a decisão do governo Morales.
Somadas à exposição do primeiro-ministro da Áustria, Wolfgang Schüssel, na mesma entrevista, as declarações de Annan destacaram que os movimentos da Bolívia, sob o comando de Morales, não passaram despercebidas pelos líderes reunidos em Viena.
Schüssel advertira que os países são livres para definir se querem ou não atrair investimentos estrangeiros no setor produtivo, assim como os investidores são igualmente livres para decidir onde aplicar o capital. Pouco depois, em encontro reservado, ele apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua preocupação com a insegurança jurídica no setor energético. "Se o país diz que sim, que quer receber os investimentos, tem de dar garantia jurídica", afirmou na entrevista.
Populismo
O presidente do México, Vicente Fox, defendeu a integração latino-americana a partir da consolidação dos blocos regionais, como o Mercosul, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e a Comunidade Andina de Nações, e declarou que o populismo tornou-se um dos grandes obstáculos para o desenvolvimento econômico e social da região. Ao lado de Annan e de Schüssel, Fox teve o cuidado de não mencionar Morales nem seu mentor, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Mas passou claramente seu recado. "O populismo é uma saída falsa ao combate à pobreza", afirmou.
Desde a reunião de Cúpula das Américas, em novembro de 2005 em Mar del Plata, Argentina, Fox entrou em rota de colisão com Chávez por sua insistência na continuidade do projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) - a fórmula que considera mais aceitável de integração no Hemisfério.
Escaldado, o mexicano agora evita as confrontações abertas com Chávez, que obteve o apoio do boliviano Morales a sua proposta alternativa de integração, a Alba, que exclui obviamente os Estados Unidos.
Evo Morales esquece o que diz
Por: Tribuna da Imprensa
Presidente boliviano nega ter feito acusações à Petrobras e culpa a imprensa
VIENE - Um dia após acusar a Petrobras de contrabando, sonegação e de agir ilegalmente na Bolívia, o presidente boliviano Evo Morales recuou. Em nova entrevista coletiva em Viena, ele negou ter afirmado que a estatal brasileira é "sonegadora de impostos e contrabandista" na Bolívia. "Eu disse que vamos investigar se as empresas petroleiras pagam ou não pagam imposto, se fazem contrabando ou não. Isso está sujeito a investigação. Eu disse que há denúncias contra algumas empresas, não falei da Petrobras."
Morales disse ainda que "não está expulsando" a Petrobras ou a espanhola Repsol da Bolívia. "Queremos ela como sócia, para que isso nos permita investir, resolver com os recursos naturais os problemas econômicos e sociais de meu país", afirmou.
Ao ser questionado sobre a reação do presidente Lula, que se disse "indignado" com suas declarações, Morales respondeu: "Podemos ter diferenças, não conheço a versão do presidente Lula. Se ele disse que está indignado, pode ser uma posição de seu governo. Nós também podemos estar indignados com empresas que exploram nossos recursos naturais".
Ele disse que "as negociações e o diálogo" em torno da nacionalização das reservas de gás "estão sempre abertos". Morales disse que a Bolívia, ao contrário do Brasil e a Venezuela, não tem uma estatal petrolífera de porte. "A Bolívia tem todo o direito e controlará toda a cadeia de produção com seus sócios", disse. "A PDVSA (da Venezuela) continuará, a Repsol (da Espanha) também, a Petrobras. E para isso o governo estabeleceu um prazo de negociação de 180 dias, de acordo com o decreto de nacionalização."
Morales culpou a imprensa, que, acusou, quer criar uma crise entre ele e o presidente Lula. "Se alguns meios de comunicação com terceiras intenções querem confrontar-nos, querem me colocar contra o companheiro Lula, isso não vai acontecer", disse. "Temos muitas coincidências com o companheiro Lula, um dirigente sindical, agora presidente, que respeito e admiro muito." E acrescentou: "Lamento muito se alguns meios de comunicação disseram que a Petrobras é contrabandista".
Presidente boliviano nega ter feito acusações à Petrobras e culpa a imprensa
VIENE - Um dia após acusar a Petrobras de contrabando, sonegação e de agir ilegalmente na Bolívia, o presidente boliviano Evo Morales recuou. Em nova entrevista coletiva em Viena, ele negou ter afirmado que a estatal brasileira é "sonegadora de impostos e contrabandista" na Bolívia. "Eu disse que vamos investigar se as empresas petroleiras pagam ou não pagam imposto, se fazem contrabando ou não. Isso está sujeito a investigação. Eu disse que há denúncias contra algumas empresas, não falei da Petrobras."
Morales disse ainda que "não está expulsando" a Petrobras ou a espanhola Repsol da Bolívia. "Queremos ela como sócia, para que isso nos permita investir, resolver com os recursos naturais os problemas econômicos e sociais de meu país", afirmou.
Ao ser questionado sobre a reação do presidente Lula, que se disse "indignado" com suas declarações, Morales respondeu: "Podemos ter diferenças, não conheço a versão do presidente Lula. Se ele disse que está indignado, pode ser uma posição de seu governo. Nós também podemos estar indignados com empresas que exploram nossos recursos naturais".
Ele disse que "as negociações e o diálogo" em torno da nacionalização das reservas de gás "estão sempre abertos". Morales disse que a Bolívia, ao contrário do Brasil e a Venezuela, não tem uma estatal petrolífera de porte. "A Bolívia tem todo o direito e controlará toda a cadeia de produção com seus sócios", disse. "A PDVSA (da Venezuela) continuará, a Repsol (da Espanha) também, a Petrobras. E para isso o governo estabeleceu um prazo de negociação de 180 dias, de acordo com o decreto de nacionalização."
Morales culpou a imprensa, que, acusou, quer criar uma crise entre ele e o presidente Lula. "Se alguns meios de comunicação com terceiras intenções querem confrontar-nos, querem me colocar contra o companheiro Lula, isso não vai acontecer", disse. "Temos muitas coincidências com o companheiro Lula, um dirigente sindical, agora presidente, que respeito e admiro muito." E acrescentou: "Lamento muito se alguns meios de comunicação disseram que a Petrobras é contrabandista".
BREVE HISTÓRIA DO ACRE
Por: Primeira Leitura
A área que corresponde ao Acre foi a última anexada ao território brasileiro, dando-lhe a conformação que conhecemos atualmente. O pedaço de terra pertencia à Bolívia, e parte dele também era reivindicado pelo Peru, mas foi ocupado por nordestinos que, em 1877, fugindo da seca em seus Estados de origem, chegaram à região, onde passaram a explorar a borracha e ali se estabeleceram definitivamente.
O governo boliviano reagiu ao que considerou uma “invasão” territorial e decidiu reconquistar a área. Para isso, em 1899, criou uma sede administrativa para o recolhimento de impostos: Puerto Alonso, que mais tarde passou a ser chamada de Porto Acre. Como a iniciativa não interrompeu o fluxo e o assentamento de brasileiros naquelas paragens, a Bolívia decidiu entregar toda a área a um grupo norte-americano, que se encarregaria de promover o desenvolvimento econômico local. Depois disso, o plano era reintegrar politicamente o Acre.
Os brasileiros, porém, se rebeleram e, liderados pelo gaúcho José Plácido de Castro, pegaram em armas para permanecer no território ocupado. Em 1902, Castro conseguiu reunir os seringueiros e ocupar a vila de Xapuri. Depois, apoiado pelo governo brasileiro, apoderou-se de Puerto Alonso e proclamou a independência da região.
Os conflitos, porém, só cessaram no ano seguinte, quanto Brasil e Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, que determinava o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas pelas terras. No documento, o Brasil também se comprometia a construir uma ferrovia para dar saída aos produtos bolivianos pelo Atlântico.Em 1904, decreto do presidente Rodrigues Alves transformou o Acre em território federal. Somente no governo do presidente João Goulart, em 1962, a área foi elevada à condição de Estado.
A área que corresponde ao Acre foi a última anexada ao território brasileiro, dando-lhe a conformação que conhecemos atualmente. O pedaço de terra pertencia à Bolívia, e parte dele também era reivindicado pelo Peru, mas foi ocupado por nordestinos que, em 1877, fugindo da seca em seus Estados de origem, chegaram à região, onde passaram a explorar a borracha e ali se estabeleceram definitivamente.
O governo boliviano reagiu ao que considerou uma “invasão” territorial e decidiu reconquistar a área. Para isso, em 1899, criou uma sede administrativa para o recolhimento de impostos: Puerto Alonso, que mais tarde passou a ser chamada de Porto Acre. Como a iniciativa não interrompeu o fluxo e o assentamento de brasileiros naquelas paragens, a Bolívia decidiu entregar toda a área a um grupo norte-americano, que se encarregaria de promover o desenvolvimento econômico local. Depois disso, o plano era reintegrar politicamente o Acre.
Os brasileiros, porém, se rebeleram e, liderados pelo gaúcho José Plácido de Castro, pegaram em armas para permanecer no território ocupado. Em 1902, Castro conseguiu reunir os seringueiros e ocupar a vila de Xapuri. Depois, apoiado pelo governo brasileiro, apoderou-se de Puerto Alonso e proclamou a independência da região.
Os conflitos, porém, só cessaram no ano seguinte, quanto Brasil e Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, que determinava o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas pelas terras. No documento, o Brasil também se comprometia a construir uma ferrovia para dar saída aos produtos bolivianos pelo Atlântico.Em 1904, decreto do presidente Rodrigues Alves transformou o Acre em território federal. Somente no governo do presidente João Goulart, em 1962, a área foi elevada à condição de Estado.
sexta-feira, maio 12, 2006
Bolívia rejeita presença da Petrobras no Gasoduto do Sul
Por: Efe, em La Paz
A Bolívia não vai participar do Gasoduto do Sul se houver uma participação majoritária de capitais "transnacionais", afirmou hoje o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada, criticando a presença da Petrobras no projeto.O ministro fez a afirmação ao apresentar um relatório no Senado sobre o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos, assinado na semana passada. "Para que o Gasoduto do Sul funcione é preciso que seja executado por empresas estatais. Há um grave problema com a Petrobras, porque 60% das suas ações estão nas mãos de transnacionais", disse o ministro. "Vamos investir enormes somas de dinheiro para beneficiar as transnacionais sócias da Petrobras?", perguntou.Para Rada, "o problema é muito grave, não tanto para a Bolívia, a Venezuela ou a Argentina, mas sim para a Petrobras".O projeto do gasoduto pretende levar gás boliviano e venezuelano aos mercados argentino e brasileiro. Além da Petrobras, ele envolve as estatais Enarsa, da Argentina, Petróleos de Venezuela (PDVSA) e Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)."A Petrobras vai ter que se decidir. Enquanto tiver como sócios majoritários as grandes transnacionais, o Governo do presidente Evo Morales não vai participar do megaprojeto", disse Rada.O ministro boliviano garantiu que não vão faltar investidores, apesar do recente mudança nas regras do jogo. Ele prevê também que haja um bom mercado para o gás boliviano, considerando a demanda de Brasil, México, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Fonte: Folha on-line
A Bolívia não vai participar do Gasoduto do Sul se houver uma participação majoritária de capitais "transnacionais", afirmou hoje o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada, criticando a presença da Petrobras no projeto.O ministro fez a afirmação ao apresentar um relatório no Senado sobre o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos, assinado na semana passada. "Para que o Gasoduto do Sul funcione é preciso que seja executado por empresas estatais. Há um grave problema com a Petrobras, porque 60% das suas ações estão nas mãos de transnacionais", disse o ministro. "Vamos investir enormes somas de dinheiro para beneficiar as transnacionais sócias da Petrobras?", perguntou.Para Rada, "o problema é muito grave, não tanto para a Bolívia, a Venezuela ou a Argentina, mas sim para a Petrobras".O projeto do gasoduto pretende levar gás boliviano e venezuelano aos mercados argentino e brasileiro. Além da Petrobras, ele envolve as estatais Enarsa, da Argentina, Petróleos de Venezuela (PDVSA) e Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB)."A Petrobras vai ter que se decidir. Enquanto tiver como sócios majoritários as grandes transnacionais, o Governo do presidente Evo Morales não vai participar do megaprojeto", disse Rada.O ministro boliviano garantiu que não vão faltar investidores, apesar do recente mudança nas regras do jogo. Ele prevê também que haja um bom mercado para o gás boliviano, considerando a demanda de Brasil, México, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Fonte: Folha on-line
Renan e Aldo querem “mudar tudo”
Por: O POVO
Diante do esquema de corrupção com verbas orçamentárias, desvendado pela Operação Sanguessuga, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), decidiram desmontar a Comissão Mista de Orçamento e definir novas regras e critérios para a elaboração da lei orçamentária. Os dois criaram ontem um grupo de trabalho suprapartidário, com três deputados e três senadores que deverão apresentar as propostas de mudança na próxima quarta-feira, em reunião com os líderes partidários das duas Casas.
"Vamos mudar tudo, tudo mesmo, desde a elaboração do Orçamento até a sua execução, passando pela fiscalização", anunciou Renan. "Temos de dar uma resposta rápida à sociedade, tomando medidas que ataquem a raiz do problema e fechem as brechas do Orçamento que permitem as irregularidades", justificou. Segundo ele, o objetivo das mudanças é democratizar o Orçamento, dar mais transparência a sua elaboração, acabar com as irregularidades e corrigir defeitos.
Participam do grupo de trabalho o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PTB-RN), os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA), Sérgio Miranda (PDT-MG) e Jorge Bittar (PT-RJ).
Entre as mudanças que já estão na pauta dos deputados e senadores está a idéia de envolver o Congresso na elaboração do Orçamento desde as primeiras etapas, ainda no Executivo, para que os parlamentares não percam tempo "decifrando" a proposta. Para evitar o desperdício, Renan sugere que as obras incluídas no projeto orçamentário e iniciadas não sejam retiradas dos orçamentos dos anos seguintes, até que estejam concluídas, independentemente de quem estiver à frente do governo federal.
Também está em discussão a idéia de encontrar uma fórmula para reduzir a margem de manobra da área econômica do governo no que diz respeito ao contingenciamento (bloqueio) das verbas orçamentárias. "Temos de alterar drasticamente os métodos atuais, adotando o chamado Orçamento impositivo para que pelo menos as políticas públicas prioritárias sejam poupadas dos contingenciamentos", defendeu Renan.
Antes mesmo de iniciar o debate em torno dos novos critérios para a elaboração da lei orçamentária, o presidente do Senado determinou à Corregedoria da Casa que acompanhe as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público e que as sindicâncias internas apurem se há ou não o envolvimento de servidores.
Diante do esquema de corrupção com verbas orçamentárias, desvendado pela Operação Sanguessuga, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), decidiram desmontar a Comissão Mista de Orçamento e definir novas regras e critérios para a elaboração da lei orçamentária. Os dois criaram ontem um grupo de trabalho suprapartidário, com três deputados e três senadores que deverão apresentar as propostas de mudança na próxima quarta-feira, em reunião com os líderes partidários das duas Casas.
"Vamos mudar tudo, tudo mesmo, desde a elaboração do Orçamento até a sua execução, passando pela fiscalização", anunciou Renan. "Temos de dar uma resposta rápida à sociedade, tomando medidas que ataquem a raiz do problema e fechem as brechas do Orçamento que permitem as irregularidades", justificou. Segundo ele, o objetivo das mudanças é democratizar o Orçamento, dar mais transparência a sua elaboração, acabar com as irregularidades e corrigir defeitos.
Participam do grupo de trabalho o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PTB-RN), os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados José Carlos Aleluia (PFL-BA), Sérgio Miranda (PDT-MG) e Jorge Bittar (PT-RJ).
Entre as mudanças que já estão na pauta dos deputados e senadores está a idéia de envolver o Congresso na elaboração do Orçamento desde as primeiras etapas, ainda no Executivo, para que os parlamentares não percam tempo "decifrando" a proposta. Para evitar o desperdício, Renan sugere que as obras incluídas no projeto orçamentário e iniciadas não sejam retiradas dos orçamentos dos anos seguintes, até que estejam concluídas, independentemente de quem estiver à frente do governo federal.
Também está em discussão a idéia de encontrar uma fórmula para reduzir a margem de manobra da área econômica do governo no que diz respeito ao contingenciamento (bloqueio) das verbas orçamentárias. "Temos de alterar drasticamente os métodos atuais, adotando o chamado Orçamento impositivo para que pelo menos as políticas públicas prioritárias sejam poupadas dos contingenciamentos", defendeu Renan.
Antes mesmo de iniciar o debate em torno dos novos critérios para a elaboração da lei orçamentária, o presidente do Senado determinou à Corregedoria da Casa que acompanhe as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público e que as sindicâncias internas apurem se há ou não o envolvimento de servidores.
Documento aponta “tentativa de extorsão do governo Lula”
Por: Tribuna do Norte
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), entregou ontem à CPI dos Bingos documento que apresenta a versão de que o governo Lula tentou extorquir "dezenas de milhões de dólares" do grupo Opportunity, comandado pelo banqueiro Daniel Dantas. É a cópia de ofício enviado em 13 de abril ao juiz Lewis A. Kaplan, da corte distrital de Nova York , pelo escritório de advocacia Boies, Schiller & Flexner, contratado pelo Opportunity para defender seus interesses nos Estados Unidos.
O documento foi entregue durante o depoimento do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, o Silvinho, à CPI. Ele foi intimado a depor depois que o jornal O Globo publicou, no domingo, entrevista em que disse que o plano de Marcos Valério e dos petistas era ganhar dinheiro com operações com os Bancos Opportunity, Econômico e Mercantil de Pernambuco. Assinado pelo advogado Philip C. Korologos, o ofício enviado ao juiz afirma que o Opportunity atraiu a ira do PT ao se recusar, em 2002 e 2003, a fazer doações ilegais ao PT para evitar que o governo criasse embaraços a seus negócios.
O documento reproduz trecho de depoimento dado à Justiça americana pela irmã de Dantas, Verônica, executiva do Opportunity. Na declaração, a irmã de Dantas cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu como responsáveis pela promoção de uma guerra para afastar o banqueiro do comando da Brasil Telecom, da qual o Opportunity é sócio.
"O governo do Brasil - Lula, Palocci e Dirceu - odeia Daniel Dantas", disse Verônica. Por esta versão, a perseguição ao banqueiro teria começado por causa da recusa em repassar dinheiro ao PT. Arthur Virgílio apresentou à CPI requerimento para que os sócios da Brasil Telecom enviem à comissão os papéis do processo que corre em Nova York referentes a interferências de integrantes do governo.
O depoimento de Silvinho começou de forma confusa. Ele disse em alguns momentos que não sabia se as declarações que deu ao jornal O Globo foram verdadeiras. Por várias vezes mostrou rancor dos petistas. Disse que no último encontro nacional, no fim de abril, sentiu o que é ser só. "Tenho ressentimentos sim. É minha própria história. Fui cortado da fotografia da história." O ex-secretário-geral do PT disse à CPI dos Bingos que uma das formas que Valério pode ter encontrado para arrecadar R$ 1 bilhão no governo seria a negociação com papéis dos Bancos Econômico e Mercantil de Pernambuco, liquidados extrajudicialmente.
Para isso, precisaria de autorização do Banco Central, mas não a conseguiu. Para Arthur Virgílio, a recusa do BC em se submeter à pressão de Marcos Valério pode explicar "a raiva que os petistas têm da direção do banco". Silvinho estava visivelmente transtornado. Parecia ter dormido mal e tinha olheiras como tivesse chorado muito. No fim do depoimento, acabou por fazer revelações importantes. Disse, por exemplo, que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares "fazia tudo sozinho, ao tomar os empréstimos, mas a direção do PT é também responsável, porque lhe dava respaldo político".
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), entregou ontem à CPI dos Bingos documento que apresenta a versão de que o governo Lula tentou extorquir "dezenas de milhões de dólares" do grupo Opportunity, comandado pelo banqueiro Daniel Dantas. É a cópia de ofício enviado em 13 de abril ao juiz Lewis A. Kaplan, da corte distrital de Nova York , pelo escritório de advocacia Boies, Schiller & Flexner, contratado pelo Opportunity para defender seus interesses nos Estados Unidos.
O documento foi entregue durante o depoimento do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, o Silvinho, à CPI. Ele foi intimado a depor depois que o jornal O Globo publicou, no domingo, entrevista em que disse que o plano de Marcos Valério e dos petistas era ganhar dinheiro com operações com os Bancos Opportunity, Econômico e Mercantil de Pernambuco. Assinado pelo advogado Philip C. Korologos, o ofício enviado ao juiz afirma que o Opportunity atraiu a ira do PT ao se recusar, em 2002 e 2003, a fazer doações ilegais ao PT para evitar que o governo criasse embaraços a seus negócios.
O documento reproduz trecho de depoimento dado à Justiça americana pela irmã de Dantas, Verônica, executiva do Opportunity. Na declaração, a irmã de Dantas cita o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu como responsáveis pela promoção de uma guerra para afastar o banqueiro do comando da Brasil Telecom, da qual o Opportunity é sócio.
"O governo do Brasil - Lula, Palocci e Dirceu - odeia Daniel Dantas", disse Verônica. Por esta versão, a perseguição ao banqueiro teria começado por causa da recusa em repassar dinheiro ao PT. Arthur Virgílio apresentou à CPI requerimento para que os sócios da Brasil Telecom enviem à comissão os papéis do processo que corre em Nova York referentes a interferências de integrantes do governo.
O depoimento de Silvinho começou de forma confusa. Ele disse em alguns momentos que não sabia se as declarações que deu ao jornal O Globo foram verdadeiras. Por várias vezes mostrou rancor dos petistas. Disse que no último encontro nacional, no fim de abril, sentiu o que é ser só. "Tenho ressentimentos sim. É minha própria história. Fui cortado da fotografia da história." O ex-secretário-geral do PT disse à CPI dos Bingos que uma das formas que Valério pode ter encontrado para arrecadar R$ 1 bilhão no governo seria a negociação com papéis dos Bancos Econômico e Mercantil de Pernambuco, liquidados extrajudicialmente.
Para isso, precisaria de autorização do Banco Central, mas não a conseguiu. Para Arthur Virgílio, a recusa do BC em se submeter à pressão de Marcos Valério pode explicar "a raiva que os petistas têm da direção do banco". Silvinho estava visivelmente transtornado. Parecia ter dormido mal e tinha olheiras como tivesse chorado muito. No fim do depoimento, acabou por fazer revelações importantes. Disse, por exemplo, que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares "fazia tudo sozinho, ao tomar os empréstimos, mas a direção do PT é também responsável, porque lhe dava respaldo político".
Consumidor é responsável por medidor de energia irregular
Por: Portal do Consumidor
A 2ª Câmara de Direito Público do TJ, em matéria relatada pelo desembargador Jaime Ramos, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso interposto pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina – Celesc, contra O.L, em razão de irregularidade detectada no medidor de consumo de energia desta cliente. Primeiramente, O. ajuizou ação na comarca de Lages, em oposição à empresa, por esta ter realizado vistoria, através de serviço terceirizado, no medidor de energia da sua residência. A inspeção encontrou irregularidade no aparelho, como lacre violado e jumper da bobina de potencial aberto, o que impossibilitava que a energia consumida fosse registrada e cobrada. A cliente alegou que a assinatura constante no Termo de Ocorrência de Irregularidade não era sua, pois é analfabeta, e que não iria pagar a multa de R$ 1,9 mil para que fosse mantido o fornecimento de energia elétrica em sua casa. Em primeira instância, a decisão lhe foi favorável. Inconformada, a Celesc apelou para o segundo grau, onde explicou que “o medidor está na responsabilidade do consumidor”, e que é possível interromper o fornecimento de energia nos casos de inadimplência ou fraude. A 2ª Câmara de Direito Público do TJ acolheu as justificativas da empresa e concedeu total provimento aos pedidos.
A 2ª Câmara de Direito Público do TJ, em matéria relatada pelo desembargador Jaime Ramos, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso interposto pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina – Celesc, contra O.L, em razão de irregularidade detectada no medidor de consumo de energia desta cliente. Primeiramente, O. ajuizou ação na comarca de Lages, em oposição à empresa, por esta ter realizado vistoria, através de serviço terceirizado, no medidor de energia da sua residência. A inspeção encontrou irregularidade no aparelho, como lacre violado e jumper da bobina de potencial aberto, o que impossibilitava que a energia consumida fosse registrada e cobrada. A cliente alegou que a assinatura constante no Termo de Ocorrência de Irregularidade não era sua, pois é analfabeta, e que não iria pagar a multa de R$ 1,9 mil para que fosse mantido o fornecimento de energia elétrica em sua casa. Em primeira instância, a decisão lhe foi favorável. Inconformada, a Celesc apelou para o segundo grau, onde explicou que “o medidor está na responsabilidade do consumidor”, e que é possível interromper o fornecimento de energia nos casos de inadimplência ou fraude. A 2ª Câmara de Direito Público do TJ acolheu as justificativas da empresa e concedeu total provimento aos pedidos.
quarta-feira, maio 10, 2006
PRESIDÊNCIA DA CÂMARA PERDE NA 2ª VEZ.
J.Montalvão
10/05/2006 - Página: 22TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA - CAPITAL CAD.1SECRETARIASPRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 17825-7/2006 - DE JEREMOABO AGRAVANTE: CARLOS OLÍMPIO EVANGELISTA GAMA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE JEREMOABO ADVOGADOS: ACÁCIO BONFIM DE ABREU E OUTROS AGRAVADOS: JOÃO DANTAS DE JESUS, MANOEL BONFIM VARJÁO, ARISTON FERREIRA DE LIMA, WILSON SANTOS TRINDADE E IRENE SANTANA DA SILV TEIXEIRA ADVOGADO: ANTÔNIO FERNANDO DANTAS MONTALVÃO RELATOR: DES. ROBÉRIO BRAGA DECISÃO CARLOS OLÍMPIO EVANGELISTA GAMA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE JEREMOABO interpôs o presente recurso, ao qual pediu fosse concedido efeito suspensivo, irresignado com a decisão proferida pelo Juiz de Direito da Comarca de Jeremoabo que, nos autos da ação mandamental impetrada pelos agravados, deferiu liminar para suspender os efeitos do Edital de Publicação de Atos Legislativos n° 01/2006, da Câmara Municipal, determinando que o impetrado submetesse à apreciação do plenário o Projeto de Lei n° 001/2005 referente â Emenda â Lei Orgânica Municipal e à Ata da Sessão do dia 07.03.2006. Em suas razões, aduziu, em síntese, que os impetrantes pretendem introduzir § 6º ao art. 48 da Lei Orgânica do Município, modificado através da Emenda 001/2005, já promulgada e publicada consoante deliberado em plenário. Asseverou que o magistrado fci in· ,sr.ido a erro, ressaltando a inexistência de espécie normativa denominada de Projeto de Lei n° 001/2005, havendo a Emenda 001/2005 à LOM e o Projeto de Resolução 01/2005 que altera o Regimento Interno da Casa Legislativa, alegando que o ato não padece de qualquer ofensa ao formalismo, sendo por isso impassível de ingerência de qualquer poder, aduzindo, no mais, questões atinentes ao mérito da ação originária. Analisados os autos, constata-se que dos argumentos aduzidos na inicial examinados em conjunto com a documentação acostada, não se percebe a possibilidade de dano de difícil e incerta reparação para a agravante, em decorrência da decisão guerreada, mormente se considerado que em se tratando de mandado de segurança, ao Tribunal somente é permitida a reapreciação de liminar concedida pelo magistrado singular em caso de flagrante ilegalidade não verificada na espécie. Nessas circunstâncias, com fulcro no art. 527, II, do CPC, converto o agravo em retido, determinando o retorno dos autos ao Juízo de origem, apensando-os aos da ação principal. Salvador, 08 de maio de 2006. DES. ROBÉRIO BRAGA. RELATOR. PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
10/05/2006 - Página: 22TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA BAHIA - CAPITAL CAD.1SECRETARIASPRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 17825-7/2006 - DE JEREMOABO AGRAVANTE: CARLOS OLÍMPIO EVANGELISTA GAMA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE JEREMOABO ADVOGADOS: ACÁCIO BONFIM DE ABREU E OUTROS AGRAVADOS: JOÃO DANTAS DE JESUS, MANOEL BONFIM VARJÁO, ARISTON FERREIRA DE LIMA, WILSON SANTOS TRINDADE E IRENE SANTANA DA SILV TEIXEIRA ADVOGADO: ANTÔNIO FERNANDO DANTAS MONTALVÃO RELATOR: DES. ROBÉRIO BRAGA DECISÃO CARLOS OLÍMPIO EVANGELISTA GAMA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE JEREMOABO interpôs o presente recurso, ao qual pediu fosse concedido efeito suspensivo, irresignado com a decisão proferida pelo Juiz de Direito da Comarca de Jeremoabo que, nos autos da ação mandamental impetrada pelos agravados, deferiu liminar para suspender os efeitos do Edital de Publicação de Atos Legislativos n° 01/2006, da Câmara Municipal, determinando que o impetrado submetesse à apreciação do plenário o Projeto de Lei n° 001/2005 referente â Emenda â Lei Orgânica Municipal e à Ata da Sessão do dia 07.03.2006. Em suas razões, aduziu, em síntese, que os impetrantes pretendem introduzir § 6º ao art. 48 da Lei Orgânica do Município, modificado através da Emenda 001/2005, já promulgada e publicada consoante deliberado em plenário. Asseverou que o magistrado fci in· ,sr.ido a erro, ressaltando a inexistência de espécie normativa denominada de Projeto de Lei n° 001/2005, havendo a Emenda 001/2005 à LOM e o Projeto de Resolução 01/2005 que altera o Regimento Interno da Casa Legislativa, alegando que o ato não padece de qualquer ofensa ao formalismo, sendo por isso impassível de ingerência de qualquer poder, aduzindo, no mais, questões atinentes ao mérito da ação originária. Analisados os autos, constata-se que dos argumentos aduzidos na inicial examinados em conjunto com a documentação acostada, não se percebe a possibilidade de dano de difícil e incerta reparação para a agravante, em decorrência da decisão guerreada, mormente se considerado que em se tratando de mandado de segurança, ao Tribunal somente é permitida a reapreciação de liminar concedida pelo magistrado singular em caso de flagrante ilegalidade não verificada na espécie. Nessas circunstâncias, com fulcro no art. 527, II, do CPC, converto o agravo em retido, determinando o retorno dos autos ao Juízo de origem, apensando-os aos da ação principal. Salvador, 08 de maio de 2006. DES. ROBÉRIO BRAGA. RELATOR. PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
O Congresso se tornou refém de si mesmo
Por: Liliana Pinheiro
A Operação Sanguessuga da Polícia Federal, que investiga o superfaturamento de ambulâncias com dinheiro federal e envolve dezenas de parlamentares, explica muito do atual estado de apatia da sociedade em relação ao governo Lula e ainda das manifestações tímidas da sociedade dita organizada. O caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que decidiu não pedir o impeachment de Lula por envolvimento no mensalão, é típico. A entidade deixou claro que não viu condições políticas de levar adiante uma proposta desse quilate.
Convenhamos, não há mesmo, e isso tem muito menos a ver com as mágicas petistas para colocar o tal “povo” nas ruas em defesa do governo — capacidade que ainda está no campo do ilusionismo — do que se costuma imaginar. O problema, nesse caso, nem é o PT e sua base social, tornada clientelista e despolitizada com o passar dos anos. O problema é a absoluta falta de confiança da sociedade nos seus representantes.
Basta olhar para a Câmara e o Senado, que deveriam, até pelas investigações já feitas, estar na linha de frente de um movimento assim. As duas casas, porém, oferecem diariamente um espetáculo de contradições e de manobras dúbias, quando não de pura vadiagem prática e teórica.
Com as honrosas exceções de sempre, assistimos a um espetáculo de decadência política no Legislativo, que começa pela ausência de lideranças formais — as com cargos — comprometidas com as instituições e de políticos que tenham a coragem de fazer a diferença. Em muitos dos que parecem mais confiáveis, o que predomina é uma espécie de mediocridade falastrona que não faz história. Nos que parecem altamente suspeitos, resta sempre um rasgo de esperteza analítica: estão protegidos pelo fracasso coletivo de fiscalizar o Executivo e a si mesmos.
O Congresso Nacional está desmoralizado para deter a marcha petista rumo à impunidade. O eleitor tem de saber que está sozinho para vencer esse desafio. Basta fazer algumas contas. São dezenas os tais sanguessugas. Segundo o que vazou nesta terça do depoimento da assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, seriam pelo menos 170 — todos devidamente nomeados para a Polícia Federal. Quantos são os mensaleiros? Foram 19 os processados no Conselho de Ética (acusados formalmente). Sabe-se que há listas com muitos outros nomes de suspeitos de receber dinheiro do valerioduto. Só nesses dois escândalos, já temos mais quase 200 parlamentares suspeitos de comprometimento em esquemas de corrupção.
As exceções de sempre fazem diferença. Fizeram no período mais turbulento da crise. Mas, vê-se mais claramente agora, não a ponto de provocar um desfecho minimamente razoável para tantos crimes cometidos. Para isso, teria de haver uma maioria confiável, não casos isolados de parlamentares idôneos.
Salvo um golpe de sorte para a oposição, como, por exemplo, depoimentos bombásticos de sílvios pereiras, a Operação Sanguessuga tem tudo para enfraquecer de vez o Congresso e jogar água na fervura da crise que poderia levar Lula e seu PT ao inferno eleitoral. E mesmo golpes de sorte não se sustentam se não forem bem trabalhados. Até aqui, não foram. Sempre há alguém da oposição disposto a um acordo em prol da corporação e da preservação de alianças regionais. Ainda mais num ano eleitoral. É bom lembrar ainda que, a estar certa a lista da assessora do Ministério da Saúde — só conhecida parcialmente —, os suspeitos estão por quase todos os lados: tem PT, claro, e seus aliados PTB e PL. Mas tem também PMDB e PFL. Outros podem aparecer no curso das investigações.
O problema do Orçamento não é a sua formulação, mas a sua execução, que continua tão aberta para a ação dos bandidos de colarinho branco quanto no tempo dos “anões” — quando, aliás, a expressão “colarinho branco” ainda tinha um ar de modernidade. Emendas de parlamentares se destinam a muitas finalidades. Depois das ambulâncias, o que mais virá?
O Congresso se tornou refém de si mesmo. Melhor para Lula. Pior para nós.
[liliana@primeiraleitura.com.br]
A Operação Sanguessuga da Polícia Federal, que investiga o superfaturamento de ambulâncias com dinheiro federal e envolve dezenas de parlamentares, explica muito do atual estado de apatia da sociedade em relação ao governo Lula e ainda das manifestações tímidas da sociedade dita organizada. O caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que decidiu não pedir o impeachment de Lula por envolvimento no mensalão, é típico. A entidade deixou claro que não viu condições políticas de levar adiante uma proposta desse quilate.
Convenhamos, não há mesmo, e isso tem muito menos a ver com as mágicas petistas para colocar o tal “povo” nas ruas em defesa do governo — capacidade que ainda está no campo do ilusionismo — do que se costuma imaginar. O problema, nesse caso, nem é o PT e sua base social, tornada clientelista e despolitizada com o passar dos anos. O problema é a absoluta falta de confiança da sociedade nos seus representantes.
Basta olhar para a Câmara e o Senado, que deveriam, até pelas investigações já feitas, estar na linha de frente de um movimento assim. As duas casas, porém, oferecem diariamente um espetáculo de contradições e de manobras dúbias, quando não de pura vadiagem prática e teórica.
Com as honrosas exceções de sempre, assistimos a um espetáculo de decadência política no Legislativo, que começa pela ausência de lideranças formais — as com cargos — comprometidas com as instituições e de políticos que tenham a coragem de fazer a diferença. Em muitos dos que parecem mais confiáveis, o que predomina é uma espécie de mediocridade falastrona que não faz história. Nos que parecem altamente suspeitos, resta sempre um rasgo de esperteza analítica: estão protegidos pelo fracasso coletivo de fiscalizar o Executivo e a si mesmos.
O Congresso Nacional está desmoralizado para deter a marcha petista rumo à impunidade. O eleitor tem de saber que está sozinho para vencer esse desafio. Basta fazer algumas contas. São dezenas os tais sanguessugas. Segundo o que vazou nesta terça do depoimento da assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, seriam pelo menos 170 — todos devidamente nomeados para a Polícia Federal. Quantos são os mensaleiros? Foram 19 os processados no Conselho de Ética (acusados formalmente). Sabe-se que há listas com muitos outros nomes de suspeitos de receber dinheiro do valerioduto. Só nesses dois escândalos, já temos mais quase 200 parlamentares suspeitos de comprometimento em esquemas de corrupção.
As exceções de sempre fazem diferença. Fizeram no período mais turbulento da crise. Mas, vê-se mais claramente agora, não a ponto de provocar um desfecho minimamente razoável para tantos crimes cometidos. Para isso, teria de haver uma maioria confiável, não casos isolados de parlamentares idôneos.
Salvo um golpe de sorte para a oposição, como, por exemplo, depoimentos bombásticos de sílvios pereiras, a Operação Sanguessuga tem tudo para enfraquecer de vez o Congresso e jogar água na fervura da crise que poderia levar Lula e seu PT ao inferno eleitoral. E mesmo golpes de sorte não se sustentam se não forem bem trabalhados. Até aqui, não foram. Sempre há alguém da oposição disposto a um acordo em prol da corporação e da preservação de alianças regionais. Ainda mais num ano eleitoral. É bom lembrar ainda que, a estar certa a lista da assessora do Ministério da Saúde — só conhecida parcialmente —, os suspeitos estão por quase todos os lados: tem PT, claro, e seus aliados PTB e PL. Mas tem também PMDB e PFL. Outros podem aparecer no curso das investigações.
O problema do Orçamento não é a sua formulação, mas a sua execução, que continua tão aberta para a ação dos bandidos de colarinho branco quanto no tempo dos “anões” — quando, aliás, a expressão “colarinho branco” ainda tinha um ar de modernidade. Emendas de parlamentares se destinam a muitas finalidades. Depois das ambulâncias, o que mais virá?
O Congresso se tornou refém de si mesmo. Melhor para Lula. Pior para nós.
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