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quarta-feira, outubro 12, 2022

Paulo Dantas emite nota e chama ação da PF que o afastou do governo de 'grotesca'

 Ala da Polícia Federal que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição', afirmou


Por Tribuna Hoje com Assessoria

11/10/2022 17h55 - Atualizado em 11/10/2022 23h02
Paulo Dantas emite nota e chama ação da PF que o afastou do governo de 'grotesca'
Paulo Dantas - Foto: Assessoria

O governador Paulo Dantas emitiu nota nesta terça-feira (11) após ser deflagrada a Operação Edema, da Polícia Federal, que pediu e conseguiu no Superior Tribunal de Justiça o seu afastamento do cargo de governador de Alagoas. Paulo chamou a ação de grotesca e disse que a encenação de uma ala da Polícia Federal tenta dar um golpe na sua candidatura para favorecer Rodrigo Cunha, seu adversário no segundo turno das eleições.

Confira a nota na íntegra:

"NOTA DO GOVERNADOR PAULO DANTAS

Revela-se grotesca a ‘ação’ – na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha.

Sob pretexto de investigar acusações de 2017, essa parte da PF pediu à Justiça o meu afastamento do cargo, a três semanas do 2º turno, e estando com 20 pontos de vantagem.

A tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória é fácil de ser desconstruída: foi anunciada por adversários, evidenciando a manipulação da operação policial. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por exemplo, já havia ameaçado, na véspera do 1º turno, revelar no 2º turno detalhes da operação, que seria sigilosa.

Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória."

https://tribunahoje.com/

Nota de MDB, PT, PC do B, PV, PDT, PSC, Podemos e Solidariedade diz que 'nenhuma trama vai impedir a vontade do povo'

 Trecho do posicionamento dos partidos afirma que o 'dia 11 de outubro de 2022 ficará marcado na história brasileira como o maior ataque feito contra um governador legitimamente eleito'


Por Tribuna Hoje com Assessoria11/10/2022 18h34 - Atualizado em 12/10/2022 00h32
Nota de MDB, PT, PC do B, PV, PDT, PSC, Podemos e Solidariedade diz que 'nenhuma trama vai impedir a vontade do povo'
Paulo Dantas foi alvo de operação da PF - Foto: Sandro Lima

Nesta sexta-feira (11), os partidos MDB, PT, PC do B, PV, PDT, PSC, Podemos e Solidariedade emitiram nota sobre a Operação Edema da Polícia Federal, deflagrada em plena campanha de segundo turno das eleições para o Governo de Alagoas e tendo como alvo o governador Paulo Dantas, que foi afastado após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As legendas titularam a nota com os dizeres 'Nenhuma trama vai impedir a vontade do povo' e afirmaram que o dia 11 de outubro 'ficará marcado na história brasileira como o maior ataque feito contra um governador legitimamente eleito, vencedor do primeiro turno com ampla vantagem e líder absoluto nas pesquisas'.

Confira a nota na íntegra:

"NOTA MDB, PT, PC do B, PV, PDT, PSC, PODEMOS e SOLIDARIEDADE

Nenhuma trama vai impedir a vontade do povo

O dia 11 de outubro de 2022 ficará marcado na história brasileira como o maior ataque feito contra um governador legitimamente eleito, vencedor do primeiro turno com ampla vantagem e líder absoluto nas pesquisas. Sob o comando de Arthur Lira, um segmento da Polícia Federal realizou hoje uma operação que atenta contra a democracia em Alagoas e no Brasil. A ação suspeita, realizada a menos de três semanas do segundo turno e que remonta a fatos ocorridos em 2017, culminou com o afastamento do governador Paulo Dantas e soa como uma tentativa indireta de cassação de um mandato para favorecer o candidato Rodrigo Cunha.

A vontade soberana do povo alagoano deu uma vitória de mais de 708 mil votos ao governador Paulo Dantas, uma diferença superior a 300 mil votos em relação ao candidato de Arthur Lira. O segundo turno não está sendo diferente, temos mais de 60% da intenção de votos em Alagoas. O que os últimos fatos indicam é uma tentativa de vencer a disputa na base do golpe, já que as urnas revelaram outra coisa.

Vamos ao enredo dos fatos. Em maio deste ano, a troca de superintendentes na Polícia Federal em Alagoas virou notícia nacional pela participação direta de Arthur Lira na indicação da nova delegada. Em julho, Alfredo Gaspar, aliado de Lira, usou suas redes sociais para anunciar uma operação que prenderia o prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves, que conseguiu escapar pelo apoio externo de Lira.

No dia 1º de outubro, a 24h da eleição, o próprio presidente da Câmara volta a cometer abuso de poder ao ameaçar revelar os detalhes da até então desconhecida Operação Edema, chegando a ironizar que o tema mudaria os rumos do segundo turno, já elevando a suspeita de que, mais uma vez, planejava manipular a eleição de Alagoas.

A mesma ala da PF já havia sinalizado perseguição aos adversários políticos de Lira. Policiais federais abordaram de forma ilegítima o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas Marcelo Victor no restaurante de um movimentado hotel em Maceió. Chama a atenção que o agora bolsonarista e prefeito de Maceió, JHC, o seu pai João Caldas e o delegado federal licenciado André Santos (que é funcionário da Prefeitura de Maceió) estavam no mesmo local no momento em que a PF armava a cena.

Tudo isso aponta para fortes indícios da tentativa de criar um fato político com o interesse de prejudicar a eleição de Paulo Dantas ainda no primeiro turno. Não conseguiram. Tal sequência de abusos de autoridade fez com que o presidente do MDB em Alagoas, senador Renan Calheiros, pedisse que os fatos fossem investigados no TSE.

Alagoas e o Brasil têm consciência do momento atual, onde delegados da PF que investigam familiares e aliados de Bolsonaro são exonerados ou afastados. O uso político do aparato policial é tão claro e evidente que a operação espetaculosa acontece dois dias antes da anunciada presença de Lula em um ato de campanha em Maceió.

Por fim, garantimos que estamos tranquilos e de cabeça erguida. O povo abraçou nossa candidatura, que foi vitoriosa em 83 cidades alagoanas, e sabe que com Paulo Dantas nada vai parar. Esta armação não vai impedir nosso projeto de desenvolvimento para Alagoas. Vivemos momentos de exceção, mas estamos certos que a vontade popular vai prevalecer."

https://tribunahoje.com/


Ministros do STF dizem que operação da PF contra Dantas foi uma 'clara tentativa de interferência'

 Desconfiança de interferência política foi discutida em uma troca de mensagens entre os ministro do STF e em um debate sobre ações policiais às vésperas do segundo turno

Por Brasil 24712/10/2022 10h09 - Atualizado em 12/10/2022 10h13
Ministros do STF dizem que operação da PF contra Dantas foi uma 'clara tentativa de interferência'
Paulo Dantas - Foto: Assessoria Paulo Dantas

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a operação da Polícia Federal, deflagrada na terça-feira (11), que resultou no afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi uma “clara tentativa de interferência no processo eleitoral”, destaca a coluna da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

No primeiro turno, Dantas, que tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve 46,64% dos votos válidos, enquanto seu adversário, Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teve 26,74%.

Segundo a reportagem, a desconfiança de interferência política no processo eleitoral foi discutida em “uma troca de mensagens entre magistrados e um debate sobre ações policiais às vésperas do pleito que são feitas de forma espalhafatosa e podem influenciar na escolha do eleitor. O caso pode ser futuramente discutido no Supremo”.

Além dos mandados de busca e apreensão, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz Dantas também determinou que Dantas fosse afastado do cargo por um período de 180 dias. A decisão, porém, deverá ser submetida ao escrutínio de outros membros da Corte.

Aliado do governador, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que Laurita Vaz é bolsonarista e não possui competência legal para tomar a decisão que resultou na operação. senador Renan Calheiros

O parlamentar também acusou o deputado federal bolsonarista Arthur Lira (PP-AL) de promover uma armação contra Dantas e também também que a PF de Alagoas é hoje "a Gestapo" de Arthur Lira, e que, como a polícia secreta na Alemanha nazista, é uutilizada por ele para perseguir adversários políticos.

https://tribunahoje.com/noticias


Ronaldo Lessa convoca lideranças políticas para continuar na luta no 2º turno

Lessa faz um apelo aos candidatos da coligação que conseguiram se eleger e também aos que não conquistaram o mandato, para continuar a luta no segundo turno

Por Assessoria10/10/2022 11h11 - Atualizado em 10/10/2022 11h11
Ronaldo Lessa convoca lideranças políticas para continuar na luta no 2º turno
Ronaldo Lessa - Foto: Assessoria

Em suas redes sociais, o vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT), candidato a vice-governador de Paulo Dantas (MDB), na coligação ‘Daqui pra Melhor’, reafirmou em sua fala que não é hora de parar. Lessa faz um apelo aos candidatos da coligação que conseguiram se eleger e também aos que não conquistaram o mandato, para continuar a luta no segundo turno.

“A luta continua e queremos fortalecer ainda mais nosso do time do coração”, afirma Ronaldo Lessa, candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Paulo Dantas, candidato a reeleição.

Ronaldo Lessa fez, além do convite, um apelo aos candidatos a deputado federal e a deputado estadual da coligação ‘Daqui pra melhor’ para se unirem em torno da candidatura do governador Paulo Dantas, nessa reta final do segundo turno.

Segundo ele, a população alagoana - do Litoral ao Sertão - abraçou com toda convicção as propostas de governo de Paulo Dantas e Ronaldo Lessa durante a campanha no primeiro turno, e não pode ser diferente nessa caminhada rumo à vitória no segundo turno.

“Convidamos a você, deputada, a você, deputado, que lançou candidatura e se colocou a disposição do estado de Alagoas, para continuar conosco. Queremos vocês ao nosso lado, por uma Alagoas daqui pra melhor”, ressalta Ronaldo Lessa.

https://www.jornaldealagoas.com.br/

O ovo, o pinto, a galinha




Por Carlos Brickmann (foto)

A malandragem ocorreu no século passado e tinha um objetivo limitado: garantir a reeleição de Fernando Henrique. Mas esqueceram de combinar com os russos que o objetivo seria só esse. A reeleição acabou virando algo normal e causando consequências imprevistas: ao tomar posse, o presidente já se preocupa apenas em reeleger-se. E todo seu mandato é voltado para conquistar outro mandato. Governar direito para que?

Nos Estados Unidos, com instituições bem mais sólidas, a tentativa de reeleição de Donald Trump gerou uma crise que põe em risco a estabilidade democrática. No Brasil, a tentativa de reeleição de Bolsonaro já provocou despesas de alguns bilhões de reais, que um dia terão de ser pagos – e já se sabe de onde vai sair a dinheirama. O caro leitor pode preparar os bolsos.

É essencial eliminar essa coisa absurda. Mas como eliminar essa coisa absurda? É dificílimo: atende a toda a politicagem e prejudica apenas a população. Mas o eleitor é apenas um detalhe.

Faça uma conta de cabeça: um auxílio de R$ 600,00, válido apenas até as eleições. Liberação de empréstimo consignado que onera as aposentadorias por muitos e muitos anos. Intervenção na política de preços e de distribuição de gigantescos dividendos da Petrobras que pode gerar processos milionários na Bolsa de Nova York. Mas qual o problema?

Quem ganha não paga, quem paga não ganha.

  Sem fantasia

A bancada bolsonarista obteve ampla maioria tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. E se Lula for eleito, como fará para conseguir governar, tendo contra si as duas casas do Congresso?

 A vida como ela é

Não se preocupe: Lula não terá contra si as duas casas do Congresso. Não é assim que as coisas funcionam. Em menos de uma semana já estará tudo acertado. O Centrão inteiro já apoiou Fernando Henrique, Lula, Dilma e Bolsonaro. Ninguém se sentirá constrangido de mudar de lado mais uma vez. E, se alguém quiser se explicar, há belas palavras: governabilidade, interesse público, coalizão, estabilidade institucional.

Largar o osso, jamais.

 Lealdade

Enquanto os dois candidatos anunciam adesões, o presidente Bolsonaro perde o apoio de um fiel aliado, o senador Romário, do Rio. Motivo: Bolsonaro fez campanha por Daniel Silveira, de outro partido – aquele que quebrou a placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco e desafiou o Supremo Tribunal Federal, e que é inelegível.

Romário não fará campanha para Lula, mas não tem a menor intenção de se mexer por Bolsonaro. O governador do Rio tentou modificar a posição de Romário, mas não teve êxito.

 Por pouco

Bolsonaro correu o risco de perder o apoio da senadora eleita Tereza Cristina, sua ex-ministra, por motivo semelhante. Ela apoiava um candidato a governador, com respaldo de Bolsonaro. De repente, Bolsonaro mudou de lado. Tereza Cristina interferiu, Bolsonaro voltou atrás. Não houve sequelas: a campanha continua normalmente.

 Voto misto

Dois políticos paulistas, adversários a vida inteira, fizeram a mesma declaração de voto: Delfim Netto e José Serra estão com Lula presidente e Tarcisio governador de São Paulo. Nenhum dos dois é fã de Tarcisio, mas ambos fazem restrições a Haddad.

 Puxando para o centro 1

Lula continua sem apresentar seu plano de governo, mas tudo indica que escolherá um ministro ortodoxo na área econômica – alguém como Henrique Meirelles, que aliás foi seu presidente do Banco Central por oito anos. O nome pode não ser Meirelles, mas alguém de sua mesma linha.

 Puxando para o centro 2

Um palpite: se Lula for eleito, o vice Alckmin terá papel ativo, e não só o de ficar na expectativa. Poderia ocupar um ministério ou se encarregar de missões específicas.

 Sigilo

O Ministério da Defesa conferiu o sistema eletrônico e concluiu que não houve qualquer irregularidade no primeiro turno. O presidente Bolsonaro, que defende tese contrária, proibiu a divulgação do relatório. Mas o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, já tinha divulgado informações sobre o assunto.

A questão não está encerrada: o TCU já solicitou ao Ministério da Defesa uma cópia do relatório oficial. De qualquer forma, é difícil que haja informações completas antes do segundo turno.

Brickmann.com.br




PL quer Tereza Cristina na sigla e no comando do Senado

Por Andrea Jubé 

Líder resiliente das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não está disposto a ceder à pressão para antecipar nomes e um detalhamento de seus planos para a gestão da economia antes do resultado das urnas no segundo turno.

O clima é de apreensão com o futuro da economia entre setores do empresariado e do mercado financeiro porque o cenário que se avizinha é de imenso rombo fiscal, num contexto externo de desaceleração das economias americana e europeia.

Especialistas preveem impacto orçamentário estimado para 2023, relativo às principais promessas de ambos os presidenciáveis, de dezenas de bilhões de reais. Some-se a este cenário que a PEC do Calote limitou a R$ 40 bilhões o pagamento das dívidas judiciais neste ano, jogando para os próximos anos um remanescente de R$ 49 bilhões relativo a 2022.

Um integrante da coordenação da campanha de Lula ponderou à coluna que o candidato petista não pode indicar um ministro da Economia, ou eventuais membros da equipe econômica, antes de ser eleito, porque soaria até como um insulto ao eleitor. Deu o exemplo de um time que começa a ser escalado para jogar um campeonato, sem que o técnico tenha sido escolhido.

Outro argumento é de que Lula já expôs em entrevistas e discursos algumas diretrizes de seu projeto para a economia. Ele foi enfático na decisão de extinguir o teto de gastos, mas com a ressalva de definirá outra âncora fiscal. O petista tem recordado que fez superávit primário nos oito anos de sua gestão e afirmou que pretende manter o mesmo compromisso com a responsabilidade fiscal, bem como reduzir o valor da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que caiu para 77,5% no fim de setembro.

Depois de receber o apoio dos “pais do Plano Real”, ontem Lula teve a adesão à sua candidatura de mais pesos-pesados da economia, como o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Eduardo Giannetti, além de Samuel Pessoa, Bresser Pereira, André Lara Resende e Andrea Calabi. Segundo relatos de participantes do evento, os economistas declararam apoio “incondicional, irrestrito e independente” ao petista, tendo como premissas a defesa da democracia, o combate à desigualdade social e o compromisso com a proteção ao meio ambiente.

Antes desse evento, na quinta-feira, os pais do “Plano Real” - Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida - haviam declarado voto no petista no segundo turno. Para justificar a escolha, declararam em nota pública: “nossa expectativa é de condução responsável da economia".

Outro representante da direção da campanha lulista ouvido pela coluna afiançou que o petista, se for eleito, quer investir em “caras novas” para o eventual futuro primeiro escalão.

“Lula quer gente nova”, disse a fonte, ressalvando que o petista deverá se cercar de um “núcleo de conselheiros”, com nomes que o acompanham há mais tempo, como o senador Jaques Wagner (PT-BA), o ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo Aloizio Mercadante.

Para o eventual ministério lulista, são nomes considerados pule de dez os ex-governadores que fizeram seus sucessores, como Wellington Dias (PT), do Piauí, Camilo Santana (PT), do Ceará, e Flávio Dino (PSB), do Maranhão. Os três elegeram-se senadores. Outro nome visto como certo é o do governador da Bahia, Rui Costa (PT), cuja aposta é de que eleja Jerônimo Rodrigues como sucessor no segundo turno.

Para a direção da economia, continuam cotados o deputado reeleito e ex-ministro Alexandre Padilha (PT), que acompanhou Lula no jantar realizado pelo Grupo Esfera no dia 27; e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), caso não saia vencedor da disputa pelo governo paulista.

Lula comprometeu-se com Simone Tebet (MDB) a formar um ministério plural, inclusive com mais mulheres. Nesse contexto, além da própria Tebet, são cotadas a deputada eleita Marina Silva (Rede), para reassumir o Ministério do Meio Ambiente, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Bolsonaro

Depois de declarar publicamente que a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina era “cotadíssima” para a vaga de vice-presidente em sua chapa, mas optar pelo ex-ministro da Defesa Braga Netto (PL), Jair Bolsonaro tem planos ambiciosos para a aliada, em acerto com o Centrão.

Num acordo de bastidores envolvendo as cúpulas partidárias, Tereza Cristina trocaria o Progressistas (PP) pelo PL, de Bolsonaro, para concorrer à presidência do Senado em 2023. Em retribuição, o PL, com 99 deputados federais, apoiará a reeleição de Arthur Lira (AL), do PP, ao comando da Câmara.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entrou em campo para formar a maior bancada do Senado, a fim de superar o PSD do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (MG). Com oito senadores eleitos, o PL contabiliza atualmente uma bancada de 14 parlamentares. A meta de Valdemar, entretanto, é alcançar 17 titulares, incluindo Tereza no time. Se a candidatura à presidência do Senado não prosperar, Tereza pode ser reconduzida ao comando da Agricultura, no projeto de continuidade do governo que impulsiona Bolsonaro.

No domingo, em entrevista ao podcaster e youtuber Paulo Figueiredo, o presidente indicou que o ministro Paulo Guedes permanecerá na condução da Economia em seu eventual segundo mandato. Questionado se manteria Guedes no comando da pasta, o presidente respondeu: "Se depender de mim todos ficam [ministros]".

É nesse contexto que o PL - agora titular das maiores bancadas na Câmara e no Senado - poderá contar com dois ou mais ministros. Atualmente, a sigla tem indicados no segundo escalão.

O senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) deve retomar o comando do Ministério do Desenvolvimento Regional. E após cumprir a espinhosa missão de garantir palanque a Bolsonaro na Bahia e ficar em terceiro lugar na disputa ao governo, o ex-ministro João Roma deve ser reconduzido ao Ministério do Desenvolvimento Social após o segundo turno.

Valor Econômico

Futuro governo assumirá sem controlar 40% do investimento




O presidente que for eleito no dia 30 assumirá o cargo em janeiro de 2023 com um poder menor do que todos os ocupantes anteriores do Palácio do Planalto. Pela primeira vez, o chefe do Executivo iniciará o mandato sem controlar 40% dos recursos federais destinados a investimentos, que ficarão nas mãos do Congresso por meio de emendas parlamentares.

É uma situação inédita de presidencialismo reduzido. Quando assumiu o mandato, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro tinha o poder de manejar 80% dos investimentos. Acuado pelo Centrão, porém, ele entregou a atribuição ao Congresso, por intermédio do orçamento secreto. E a partir do ano que vem esse porcentual cairá para 60%, qualquer que seja o vitorioso no segundo turno.

A cúpula do Legislativo se articula para blindar esse mecanismo, caso o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vença as eleições. Embora o governo tenha saído das urnas com uma base maior na Câmara e no Senado, Bolsonaro não deu demonstrações de que pretende impor limites ao orçamento secreto. A prática foi revelada pelo Estadão/Broadcast em uma série de reportagens.

Lula já disse que, se chegar novamente ao Planalto, acabará com esse modelo. Em novembro do ano passado, no entanto, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) contrariou a bancada e deu o voto decisivo para aprovar um projeto do Congresso que estipulou regras de execução das emendas de relator, a base do orçamento secreto. À época, a posição de Carvalho foi classificada como "fato grave" pela Executiva do PT. Mesmo assim, sete de 63 parlamentares da sigla, entre deputados e senadores, informaram ao Supremo Tribunal Federal ter recebido essas verbas.

O destino do orçamento no próximo governo dependerá agora da presidente do STF, Rosa Weber. A ministra relata um processo que pode acabar com o orçamento secreto, barrando qualquer liberação de verbas. O julgamento deve ocorrer logo após as eleições. É o Congresso atual, e não o próximo, que votará o Orçamento de 2023.

Uma decisão do STF contra o dispositivo que tem sustentado relações de toma-lá, dá-cá tem potencial de desencadear uma nova crise política. Líderes de partidos ameaçam até mesmo cortar verbas do Supremo e deixar juízes sem o reajuste salarial proposto pelo Judiciário.

MOVIMENTAÇÃO

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já começou a abordar parlamentares eleitos para oferecer emendas em troca do apoio à sua reeleição no cargo. "No mundo todo o orçamento é uma peça congressual. O presidente eleito vai ter de conversar com quem aprova o Orçamento. O Brasil não é uma ditadura", disse o presidente da Comissão Mista de Orçamento, Celso Sabino (União-PA), aliado de Lira. "Se o Supremo agir, essa atuação precisa ser bem justificada."

No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também tenta preservar a ingerência do Congresso sobre o Orçamento. Candidato a novo mandato à frente da Casa, Pacheco defende o alinhamento das emendas a programas do governo ou até mesmo a redução do seu valor, desde que seja mantida a prerrogativa dos parlamentares para definir o destino dos recursos. No atual sistema, o dinheiro não é investido em políticas públicas, mas despejado em ações sem critérios técnicos, na maioria das vezes em redutos de aliados do governo, deixando de atender ações para municípios mais necessitados.

PODER

A avaliação no Planalto é a de que, se conquistar novo mandato, Bolsonaro manterá o poder da distribuição de verbas com o Congresso. "Vamos ter agora um presidente muito mais forte politicamente, com total identificação com dois terços do Congresso", afirmou nesta segunda-feira, 10, em entrevista à Rádio Bandeirantes o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, ao mostrar confiança na reeleição de Bolsonaro. "Ele não vai precisar fazer acordos para conquistar essa base de apoio, como no passado."

Relator do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), apoiador de Lula, disse que o Congresso não abrirá mão do que já conquistou. Assim como outros aliados do ex-presidente, porém, ele argumentou ser possível propor um período de transição para o Executivo retomar o controle das verbas.

"Pode ficar uma parte no Parlamento e voltar outra parte para o Executivo. Isso é negociável. Não podemos ignorar que 594 cabeças enxergam melhor o Brasil que uma só", avaliou o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), que não foi reeleito este ano, ao propor o rateio das verbas e a divisão do poder no Orçamento.

Diante do domínio do Centrão no Congresso, integrantes do PT observaram que só a ministra Rosa Weber pode acabar com o orçamento secreto. Essa decisão implica devolver o controle das verbas para o governo, que, tradicionalmente, tem o papel de planejar os programas federais e destinar os recursos dos impostos pagos pelo cidadão.

Estadão / Dinheiro Rural

A ‘destransição’: o caso dos arrependidos que fizeram mudança de sexo.

 

OCT



O mundo já está suficientemente complicado? Pessoas que agora rejeitam a transição de gênero acrescentam perguntas difíceis de responder.

Por Vilma Gryzinski

“Eu descobri que estava competindo por homens com outras mulheres”. Talvez esta seja a mais sincera declaração a emergir no mundo das pessoas que estão se arriscando a dizer o que parece ser um tabu: arrependeram-se de cirurgias para mudança de gênero.

A lista de reclamações feita por Shape Shifter é longa. Além de perder os interessados que gostam de se relacionar com travestis, perdeu o impulso sexual com os hormônios femininos em doses altas e, principalmente, perdeu o pênis. Ela concluiu que era um homem homossexual que gostava de se vestir de mulher – o que continua a fazer, com longos cabelos loiros e muita maquiagem. Queria ter o pênis de volta ao lugar onde foi feita uma vagina cirúrgica que a deixou com problemas urinários, entre outros.

Um grupo de pessoas como Shape Shifter, mesmo sem seu nome provocante, mandou uma carta ao ministro da Justiça dos Estados Unidos, Merrick Garland, pedindo a reavaliação dos “experimentos médicos descontrolados que estão sendo feitos com crianças em hospitais em nome do ‘atendimento de afirmação de gênero’”.

As principais associações médicas americanas não só estão totalmente contra essa reavaliação, como pedem investigação e prisão de pessoas que a defendem.

Uma das mais conhecidas é Chloe Cole, que entrou na linha de tiro de um debate extremamente volátil, por motivos óbvios. Ela diz que, por influência de redes sociais e problemas com a imagem corporal, decidiu aos 12 anos que era trans. Aos 13, começou a tomar bloqueadores de puberdade e assumiu diante dos pais, que ficaram aturdidos com a opção apresentada pelo serviço médico onde a menina procurava tratamento: “Vocês preferem uma filha morta ou um filho vivo?”.

Com 15 anos, Chloe fez uma mastectomia dupla com reimplante dos mamilos, cirurgia que ela diz causar complicações até hoje. Com 18, se arrependeu de tudo.

É ela um caso raro num espectro em que esse tipo de mudança faz mais bem do que mal? Como o fenômeno todo é novo, é difícil quantificar e os números que circulam a respeito não têm imparcialidade científica.

Mas também é difícil ignorar que, para combater preconceitos e pressões sociais sobre os que rejeitam a própria identidade sexual, a questão da disforia de gênero tomou caminhos que levaram para um lado igualmente distorcido – sem falar nos riscos de intervenções radicais em jovens que estão passando pelo bombardeio da puberdade e as transformações físicas e psicológicas decorrentes.

Com que idade um menor deve iniciar a transição de gênero?

Obviamente, não há respostas fáceis. As que circulam entre instituições médicas renomadas também estão sujeitas a altos níveis de contestação. Um caso que causou impacto nos Estados Unidos foi o da psicóloga Kerry McGregor, do celebrado Hospital Pediátrico de Boston, que postou um vídeo dizendo que as crianças “sabem desde uma idade muito precoce, aos dois ou três anos” – ou até mesmo ainda “no útero da mãe” – que são trans.

Como ela sabe disso?

Na Inglaterra, o único centro pediátrico do sistema público de saúde dedicado à questão, Tavistock, foi fechado depois que uma investigação independente pôs em dúvida a segurança médica dos menores submetidos a procedimentos lá.

A investigação foi fruto de um processo aberto em nome de Keira Bell. Numa história parecida com a de Chloe Cole, ela conta que teve uma infância complicada e uma adolescência pior ainda, achando que era a única menina do mundo a não gostar de ver os seios crescer e a penar com a menstruação.

Aos 14 anos, com depressão e uma mãe alcoólatra, parou de ir à escola e começou a navegar por sites sobre a transição de gênero. Esse caminho a levou ao centro Tavistock, onde depois de “conversas superficiais com assistentes sociais”, passou a fazer tratamento com bloqueadores de puberdade. As aplicações de testosterona vieram pouco depois. Aos 20, tirou os seios. Tinha barba e se chamava Quincy. Daí, quis retroceder.

“As consequências eram profundas: possível infertilidade, perda dos meus seios e da capacidade de amamentar, genitais atrofiados, voz permanentemente alterada, pilosidade facial”.

Keira Bell acha que os profissionais que a atenderam quando adolescente confusa “deveriam ter levado em conta todas as minhas comorbidades, não apenas minha esperança ingênua de que tudo poderia ser resolvido com hormônios e cirurgia”.

A causa aberta por ela junto ao supremo tribunal concluiu com a decisão que menores de 16 anos não têm maturidade para autorizar o uso de bloqueadores hormonais.

É claro que a questão da mudança de gênero é altamente politizada, com os dois polos acreditando que o lado oposto representa nada menos do que as forças do mal. Mas as argumentações de ambos, quando feitas com honestidade, precisam ser levadas em conta.

O fato de que existam mais mulheres biológicas fazendo a “destransição” talvez reflita um número que não pode ser atribuído a fatores naturais: na Grã-Bretanha, ao longo da última década, houve um aumento de 4 400% no número de meninas que são encaminhadas para tratamento de mudança de gênero.

Cirurgias desse tipo podem trazer alegria e realização a quem sofria por se ver no “corpo errado” ou podem expressar modismos e precipitações que arruínam vidas. Não só profissionais de saúde, mas toda a sociedade têm que ter consciência que cada caso é único e precisa ser atendido com respeito, compreensão, conhecimento e ética não contaminada por ideologia.

Ninguém deveria ouvir conclusões como a de Shape Shifter: “Eu me sinto como se tivesse feito parte de uma cruel experiência médica e social”.

Revista Veja

Entrevista: Antonio Lavareda: 'Votos válidos derivados das pesquisas são apenas ilações'




Em entrevista ao Pulso, sociólogo e cientista político do Ipespe defende análise baseada em votos totais, que incluem nulos, brancos e abstenções

Por Bianca Gomes 

O senhor defende que as pesquisas eleitorais sejam lidas por meio dos votos totais, e não dos votos válidos, como é feito mais tradicionalmente na véspera das eleições. Por quê?

Quando saiu o resultado da eleição, no domingo à noite, eu acompanhei os comentários e críticas e constatei que estava havendo um grande equívoco. As pessoas estavam comparando literalmente alhos com bugalhos. Alhos eram os votos válidos. Bugalhos, os votos totais. A pesquisa é baseada numa amostra extraída do total dos 156,5 milhões de eleitores. Então, o resultado das pesquisas precisa ser comparado com o resultado da eleição levando-se em conta os 156,5 milhões de eleitores. Qualquer outra comparação não faz sentido. Os votos válidos derivados das pesquisas são apenas ilações, porque a pesquisa não consegue captar a abstenção na sociedade. É importante que não se repita esse erro no segundo turno.

Por que predomina a cultura de olhar para votos válidos em vez de votos totais?

É um problema que os institutos e os veículos de comunicação precisam refletir. É preciso melhorar a qualidade da divulgação, para que o eleitor compreenda que os números da véspera são números sob o total e que entre aquele número e o resultado das eleições há um espaço de mudança, pois as pesquisas não são prognóstico, elas medem atitude, não medem comportamento. A única pesquisa que pode medir o comportamento é a boca de urna, que não foi feita este ano. Quando você compara o resultado das pesquisas sob o total e o resultado do TSE sob o total, você vê que a votação do Bolsonaro é dentro do que a fotografia das pesquisas na véspera das eleições estavam mostrando. 

Mas os votos do Lula, agora, aparecem discrepantes. Por quê?

Há uma diferença de nove pontos. A votação do Lula foi tragada, boa parte dela, pela abstenção. Lula perdeu no dia da eleição cerca de 13 milhões de votos, sem nenhuma dúvida. E onde a abstenção ocorre na sociedade? Ela é concentrada sobretudo nas camadas de menor escolaridade, que é onde tem o voto de Lula. Sabemos que 45% dos eleitores do Lula têm, no máximo, o fundamental completo. O nome da diferença do resultado das pesquisas com o resultado da eleição chama-se abstenção. A explicação para o Lula não ter levado a eleição no primeiro turno também se chama abstenção.

Como fica a abstenção no segundo turno?

Segundo turno, em geral, a abstenção cresce. Em 2018, cresceu perto de 1,5 ponto de um turno para outro. Em compensação, no segundo turno diminui o número de votos nulos, porque também a anulação do voto não é deliberada. Não existe nem uma tecla para anular o voto, a anulação do voto é erro. E, obviamente, esse erro se dá nas camadas de menor escolaridade. Quem é o candidato mais prejudicado? O Lula. Então, se seguir o mesmo comportamento de 2018, aumentar um pouco a abstenção, mas diminuir um pouco o voto nulo, talvez uma coisa compense a outra.

Por que o cálculo dos votos válidos não traz um resultado compatível com o do TSE?

Qual o equivalente à abstenção na pesquisa? Como a abstenção é um comportamento, além de ilegal, socialmente ilegítimo, o eleitor não confessa (na hora da pesquisa). Então, aparece nas pesquisas o percentual de intenção de votos dos candidatos e uns 3% ou 2% de “não sabe” ou “não respondeu”, além do branco e nulo, que fica em torno de 4%. O “não sabe” ou “não respondeu”, que é o potencial de abstenção, vira 21% na eleição. E de onde saem os outros 19%? Dos outros candidatos. Candidatos de terceira via, nanicos, sempre perdem no dia da eleição. E perde um candidato como Lula que tem uma forte concentração naquele segmento social que mais se abstém.

Nos votos válidos das pesquisas, se você exclui indeciso e quem não sabe, a margem de erro não deveria aumentar?

Na verdade, esse voto válido da pesquisa talvez nem devesse ser feito, porque a pesquisa não traz quanto vai ser a abstenção. E quando o instituto chama de voto válido, ele passa uma ideia errada para o eleitor de que o instituto calcula voto. Instituto mede intenção. Voto é comportamento efetivo. Estou começando uma discussão para ver se podemos criar uma regra, uma bula para divulgação das pesquisas.

O Globo

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