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quinta-feira, agosto 04, 2022

Eleitor tem mais medo da continuidade de Bolsonaro do que da volta do PT




Bolsonaro foi eleito presidente da República em 2018, enquanto PT governou o país de 2003 a 2016, com Lula e Dilma Rousseff

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (03/08) mostra que a população tem mais medo da continuidade de Jair Bolsonaro (PL), presidente da República e candidato à reeleição, do que da volta do PT ao cargo - a partir de vitória de Lula (PT).

Bolsonaro foi eleito em 2018, e o medo pela continuidade atinge 48% dos entrevistados. Já para 38%, o medo maior é pela volta do PT ao poder. O partido ficou na Presidência de 2003 a 2016, com dois mandatos de Lula e cerca de um e meio de Dilma Rousseff (PT).

Outros 6% afirmam que têm medo dos dois casos. Já 5% não sabem ou não responderam, enquanto 3% afirmam não temer nenhuma dessas situações.

Rejeição

O levantamento também aferiu a rejeição a quatro candidatos, além de Bolsonaro e Lula: Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante), Simone Tebet (MDB) e Felipe d'Ávila (Novo).

A resposta relativa a cada candidato que mede a rejeição é: 'Conhece e não votaria'. Bolsonaro tem 55%, e é seguido por Ciro, com 53%, e Lula, 44%. Mais abaixo, estão: Janones, com 19%; Tebet, 18%; e d'Ávila, 17%.

As eleições acontecem em 2 de outubro. Caso necessário segundo turno, válido para presidente e governador, ele ocorrerá no dia 30 do mesmo mês.

Estado de Minas

Justiça gaúcha anula condenações por incêndio na boate Kiss




Decisão em segunda instância identificou nulidades no júri que havia condenado dois sócios da boate e dois membros da banda pela tragédia, que deixou 242 mortos em Santa Maria em 2013. Novo júri deverá ser realizado.

A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) anulou nesta quarta-feira (03/08) o júri que havia condenado os quatro réus do caso da boate Kiss à prisão por um incêndio que deixou 242 mortos em janeiro de 2013, na cidade gaúcha de Santa Maria.

Por dois votos a um, a decisão do TJ-RS acolheu os argumentos dos advogados dos condenados, que alegavam terem havido erros no processo e no júri que os tornavam nulos.

Entre outros pontos, os advogados afirmaram que o juiz Orlando Faccini Neto, que presidiu o júri, havia sido parcial, questionaram a forma de escolha dos jurados e disseram que não houve igualdade de condições entre o Ministério Público e os advogados da defesa.

O desembargador relator do caso, Manuel José Martinez Lucas, afastou todas as nulidades apontadas e manteve as condenações, e disse que "as famílias esperam uma resposta e os próprios réus". Já os desembargadores José Conrado Kurtz de Souza e Jayme Weingartner Neto reconheceram algumas das nulidades e votaram pela realização de um novo júri.

O Ministério Público afirmou que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão do TJ-RS. "O MP continuará atuante, continuará vigilante e empreenderá todos os esforços para que aquela decisão, justa e adequada, proferida pelo Tribunal do Júri seja reestabelecida", afirmou o subprocurador-geral de Justiça para assuntos institucionais do MP, Júlio César de Melo.

Penas eram de até 22 anos e meio de prisão

Em dezembro, após dez dias de julgamento, o júri sentenciou os quatro acusados a até 22 anos e meio de prisão por homicídio e tentativa de homicídio simples com dolo eventual (quando os condenados assumem o risco de cometer um crime).

Elissandro Spohr, um dos sócios da Kiss, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão. Mauro Hoffmann, também sócio, foi sentenciado a 19 anos e seis meses. Já Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha, membros da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na noite da tragédia, foram condenados a 18 anos de prisão cada um.

Os quatro estavam presos desde o final do ano passado, e deverão ser soltos com a decisão desta quarta-feira.

'Incêndio teve início após um artefato pirotécnico ter sido acionado durante apresentação de banda'

Além dos 242 mortos, o incêndio na madrugada de 27 de janeiro de 2013 dentro da boate Kiss deixou outros 636 feridos. A maioria das vítimas era composta por estudantes com idades entre 17 e 30 anos que moravam na cidade.

O incêndio teve início após um artefato pirotécnico ter sido acionado durante a apresentação da banda. Ao atingir uma espuma que havia no palco, a queima do material liberou gases tóxicos que mataram por asfixia a maioria das vítimas da tragédia, segundo perícias.

O papel dos réus, segundo a Promotoria

Segundo a denúncia do Ministério Público, os dois sócios, Spohr e Hoffmann, assumiram o risco de uma tragédia ao usarem "em paredes e no teto da boate espuma altamente inflamável e sem indicação técnica de uso".

Durante seu interrogatório, Spohr, conhecido como Kiko, afirmou que foi dele a decisão de colocar a espuma, na intenção de garantir o isolamento acústico da boate.

A denúncia do MP também afirma que os sócios contrataram o show da Gurizada Fandangueira sabendo que incluía "exibições com fogos de artifício, mantendo a casa noturna superlotada, sem condições de evacuação e segurança contra fatos dessa natureza, bem como equipe de funcionários sem treinamento obrigatório".

Marcelo de Jesus, vocalista da banda, era quem portava nas mãos o artefato pirotécnico. Já Luciano Bonilha, assistente de palco do grupo, confirmou ter sido o responsável por comprar o material, por acoplá-lo na luva que Marcelo de Jesus usava e por acioná-lo durante o show.

Deutsche Welle

O capitão sentiu o golpe




Presidente recicla figurino antissistema para atacar poderosos, mas fantasia envelheceu mal

Por Bruno Boghossian (foto)

Às vésperas do comício golpista do 7 de Setembro do ano passado, Jair Bolsonaro soube que a Fiesp preparava um manifesto pedindo "harmonia entre os Poderes". Conhecendo o próprio comportamento belicoso, o presidente não gostou do movimento e trabalhou para esvaziar a ideia. Deu certo: o texto só saiu dias depois do feriado, numa versão que parecia mais amena para o governo.

Bolsonaro não conseguiu desarmar a bomba pela segunda vez. Sem força nos bastidores para derrubar o manifesto pró-democracia que a indústria paulista lança na próxima semana, o presidente decidiu enfrentar publicamente aquela turma. Na semana passada, ele reclamou que o documento era uma "nota política" contra si e a favor de Lula.

A reação de Bolsonaro é o reflexo de um presidente que vê o próprio poder em xeque. Os empresários enxergam a mesma figura que ele observa quando se olha no espelho: um político mais frágil, com alguma dificuldade para sobreviver no cargo e disposto a manobras perigosas.

Restou a Bolsonaro a tarefa de buscar alguma contenção de danos. Sem o aliado Paulo Skaf no comando da Fiesp, o presidente apontou de maneira nada sutil sua indisposição com o novo chefe da federação, Josué Gomes da Silva, que ele descreveu como "nosso querido filho do ex-vice-presidente do Lula".

Ao pintar o manifesto como uma jogada para beneficiar o PT, ele tenta evitar que o mau humor dos empresários transborde para mais setores. Até aqui, a tintura não pegou.

O presidente também jogou para o campo adversário os mais de 600 mil signatários da carta que deve ser lida na USP na semana que vem. E foi mais longe: disse que são pessoas "sem caráter", artistas "desmamados na Lei Rouanet" e comunistas.

Como última cartada, Bolsonaro reciclou seu figurino antissistema para argumentar que as ações em defesa da democracia são um sinal de que ele incomoda os poderosos. Qualquer pessoa que acompanhou seus anos de governo sabe que essa fantasia envelheceu mal.

Folha de São Paulo

TSE monta ação contra hackers após relatório alertar para ataques




Alertado por grupo técnico que se dedica à segurança da informação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalha com a possibilidade de sofrer ataques hackers às vésperas das eleições de outubro. Diante do cenário global de "recrudescimento das ameaças", a Corte Eleitoral vem implementando medidas para proteger o sistema eleitoral em Brasília e também nos tribunais regionais.

Segundo relatório interno ao qual o Estadão teve acesso, o TSE não descarta ser alvo de um ataque como o que paralisou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por uma semana em novembro de 2020. A Corte foi alvo de "ransomware", um sofisticado crime cibernético que sequestra dados e só os devolve mediante pagamento de resgate. Servidores e ministros ficaram impossibilitados de acessar arquivos e e-mails. O andamento de milhares de processos ficou prejudicado.

"Pensemos num ataque de ransomware, às vésperas do pleito de 2022, em que todos os computadores da Justiça Eleitoral amanheçam criptografados, apresentando uma mensagem em sua tela de pedido de resgate para a liberação de seus conteúdos. São situações extremas, mas perfeitamente possíveis de ocorrer, caso os adequados controles não sejam implementados, não apenas no TSE, mas em todos os tribunais regionais", avisa o relatório interno de 2021.

Os técnicos alertaram ainda para a necessidade de debelar riscos de vazamento em massa do cadastro eleitoral, de manipulação do sistema de óbitos e direitos políticos para incluir candidatos inaptos e de acesso a dados restritos para venda ilegal no mercado paralelo.

"Ocorrências como essas colocariam em xeque todo o sistema eleitoral e até mesmo a estabilidade do regime democrático de direito, catalisando as forças contrárias aos princípios democráticos que existem em nossa sociedade", diz o documento elaborado por nove técnicos do TSE e de tribunais eleitorais nos Estados.

Diretor executivo do InternetLab, um centro independente de pesquisa da internet, Francisco Brito Cruz afirmou que o mapeamento de ameaças pelo TSE é positivo e que incidentes de cibersegurança não devem ser tratados com politização. "Seria um escândalo se o TSE não tivesse um planejamento, não investisse nessa área. Olhando a estrutura da administração pública brasileira, o tribunal é um dos que mais travam discussões sobre cibersegurança", disse. "O TSE caminha sob o fio da navalha. Sabemos que essas tentativas de enviesar a questão tem um efeito como propaganda política."

META

Uma das metas do TSE é preservar a credibilidade do sistema, considerado um dos mais seguros do mundo. Mesmo com ataques malsucedidos ou menos complexos, toda a segurança do pleito pode ser comprometida a partir da atuação coordenada de atores políticos. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem atuado para minar a credibilidade das urnas eletrônicas, mesmo tendo sido eleito por meio delas em 2018.

Na disputa eleitoral de 2020, os ataques cibernéticos detectados não afetaram os sistemas de apuração de votos, mas o fato ajudou a alimentar teorias conspiratórias. A ação, segundo apuração da equipe técnica do tribunal, usou dispositivos do Brasil, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia. Apenas dados antigos foram expostos. Mesmo assim, bolsonaristas aproveitaram para lançar dúvidas sobre urnas eletrônicas e defender o voto impresso.

RISCOS MUNDIAIS

Com a popularização do 5G e das transações financeiras eletrônicas, crimes virtuais viraram um problema global. Empresas como Embraer e Apple também já sofreram prejuízos. O cenário mundial fez crescer a preocupação cibernética em todo o Judiciário. Na Justiça Eleitoral, ameaças efetivas e concretas não foram detectadas até o momento, segundo o Estadão apurou.

O relatório menciona a "necessidade de readequação" para contar com uma "estrutura mínima para ações preventivas e reativas compatíveis com os riscos" nas eleições de 2022. O documento recomenda a definição, para cada tribunal regional, de número de técnicos atuando diretamente na segurança da informação, revisão de processos de trabalho e realocação de servidores. Também foi recomendado que os gestores de segurança da informação se reportem diretamente à presidência ou direção dos TREs.

Procurado, o TSE afirmou que um programa nacional de cibersegurança vem sendo implementado em toda a Justiça Eleitoral, mas não quis dar detalhes por motivo de segurança.

Estadão / Dinheiro Rural

Aprovada PL que torna hediondo crime de domínio de cidade, chamado ‘novo cangaço’




A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 3, um projeto de lei que torna hediondo o crime de domínio de cidades, chamado de "novo cangaço", que ocorre quando grupos criminosos invadem pequenos municípios e impedem a reação de forças policiais. A votação foi feita de forma simbólica e o texto vai agora para o Senado.

De acordo com o projeto, relatado pelo deputado Neucimar Fraga (PP-ES), a pena para o crime de domínio de cidade será de 15 a 30 anos, de forma geral, mas pode subir para o intervalo de 20 a 30 anos se houver lesão corporal e para faixa de 20 a 40 anos se resultar em morte.

O texto aprovado pelos deputados também prevê aumento de um terço do tempo de cadeia se, na execução do crime, houver o uso de explosivos, captura de reféns, destruição de prédios públicos e privados, danos em estruturas de transmissão de energia elétrica, uso de aeronaves ou o objetivo de facilitar a fuga de presos de unidades prisionais.

O cangaço foi um grupo que cometeu uma série de crimes no sertão do Nordeste entre os séculos 19 e 20. Os criminosos atravessavam Estados para atacar cidades, além de cometer assassinatos e estupros.

Ontem, o governo tentou usar o projeto do "novo cangaço" para acelerar a tramitação de uma proposta que muda a lei antiterrorismo, às vésperas da eleição, mas a manobra legislativa foi barrada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O movimento do Palácio do Planalto foi visto pela oposição como uma tentativa de criminalizar manifestações políticas e movimentos sociais, num momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aumenta seus ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral brasileiro.

Para que o projeto sobre crimes de terrorismo "pegasse carona" no do "novo cangaço", que tramitava em regime de urgência, e fosse direto ao plenário, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), apresentou um requerimento para unir os dois textos. Lira, contudo, indeferiu esse pedido.

O projeto define terrorismo como a prática de ações violentas com fins políticos ou ideológicos, quando cometidos com o objetivo de provocar "terror social ou generalizado", além de atentar contra a vida ou a integridade física de uma pessoa e contra o patrimônio público ou privado.

O texto ressalta que a definição de terrorismo não se aplica a condutas de caráter "pacífico" de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissionais que visem a contestar, criticar, protestar ou apoiar determinadas pautas. Aliados do governo usam esse trecho do projeto para dizer que o objetivo não é criminalizar protestos, mas a oposição vê brecha para que as eventuais mudanças na lei antiterrorismo sejam usadas durante a eleição para inibir manifestações contrárias a Bolsonaro.

Em dezembro, a Câmara já havia rejeitado um requerimento para tramitação com urgência do PL 1595/2019, de autoria do deputado bolsonarista Major Vitor Hugo (PL-GO), que propunha a criação de uma Autoridade Nacional Contraterrorista. Foram 228 votos favoráveis e 199 contrários. Para ser aprovado, o pedido precisava do apoio de, no mínimo, 257 deputados.

Estadão / Dinheiro Rural

Câmara aprova projeto que acaba com saída temporária de presos




A Câmara aprovou nesta quarta-feira, 3, um projeto de lei que acaba com a saída temporária de presos. Foram 311 votos a favor, 98 contra e uma abstenção. Relatado pelo deputado bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP), a proposta foi vista pela oposição como eleitoreira, já que a pauta de segurança pública agrada a uma das principais bases eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. O texto segue agora para o Senado.

De autoria da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD-RS), o projeto inicial, que muda a Lei de Execução Penal, apenas limitava a saída temporária de presos, mas os aliados de Bolsonaro preferiram acabar de vez com o benefício que é concedido aos que cumprem pena em regime semiaberto. O texto aprovado pelos deputados também atribuiu ao juiz da execução penal a prerrogativa de determinar o uso de tornozeleira eletrônica.

É atribuída também ao juiz, no projeto, a competência para estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto a presos, o que inclui a fiscalização por monitoramento eletrônico. "Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, e pelos resultados do exame criminológico, respeitadas as normas que vedam a progressão", diz um trecho do texto.

Ao justificar o projeto, o relator cita as saídas de presos em datas comemorativas como o Dia das Mães, Dia dos Pais e Natal. "Há casos, como o da condenada Suzanne von Richtofen, parricida, que gozou do favor legal, mesmo não tendo mais o pai que assassinou, simplesmente porque a lei concede o benefício", argumentou.

Capitão Derrite também cita o caso de Lázaro Barbosa, que foi morto em 2021 em uma perseguição policial depois de ter matado quatro pessoas da mesma família, no Distrito Federal (DF). Ele ficou escondido em matas e fazendas por 20 dias até ser encontrado pela polícia e era considerado foragido, já que deixou de voltar para a prisão após ter usado o benefício da saída temporária.

"Há de se concluir, por conseguinte, que a saída temporária não traz qualquer produto ou ganho efetivo à sociedade, além de que, na verdade, prejudica o combate ao crime, eis que grande parte dos condenados cometem novos crimes quando estão fora dos estabelecimentos penais desfrutando do benefício", disse o relator.

Partidos da oposição, como PT, PSOL, PSB e PCdoB, orientaram seus deputados a votar contra a medida. Ontem, lideranças da esquerda estavam em dúvida sobre apoiar ou não a proposta. Apesar de considerarem que o projeto alimenta o discurso de Bolsonaro e serve para unir a base do presidente às vésperas da eleição, esses parlamentares reconhecem que acabar com a saída temporária de presos é um tema popular, que encontra eco na população.

Ainda na pauta de segurança pública, a Câmara aprovou hoje um projeto que estabelece uma pena maior para furto e roubo durante períodos de calamidade, como em casos de incêndio, naufrágio, inundação ou desastre natural. O tempo de reclusão para furto passou de dois para oito anos e para roubo, de quatro para dez anos. O texto vai para o Senado.

Estadão / Dinheiro Rural

STF começa a julgar alterações na Lei de Improbidade Administrativa




O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar hoje (3) a constitucionalidade das alterações promovidas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992). A norma trata das punições a agentes públicos nos casos danos aos cofres públicos. 

As mudanças foram aprovadas pelo Congresso por meio da Lei 14.230 de 2021 e sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro em outubro do ano passado. O texto final flexibilizou a lei para exigir a comprovação de intenção (dolo) para a condenação de agentes públicos. 

Com a medida, a norma deixou de prever punição para atos culposos (sem intenção). Além disso, a lei alterou os prazos prescricionais das ações judiciais para cobrar a reparação dos prejuízos. 

A sessão de hoje foi dedicada às manifestações orais das partes que atuam contra e a favor das alterações. Após as sustentações, a sessão foi suspensa e será retomada amanhã (4) com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. 

O caso que motivou o julgamento trata de uma ação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para cobrar o ressarcimento de uma advogada acusada de causar prejuízo de R$ 391 mil devido à atuação negligente como representante legal do órgão. 

A decisão do Supremo terá impacto nas candidaturas de políticos que foram beneficiados pelas mudanças e liberados para concorrer às eleições de outubro. Antes da nova lei, esses políticos estavam inelegíveis. 

Agência Brasil / Dinheiro Rural

Terra registra seu dia mais curto em mais de 6 décadas; entenda




A Terra registrou no mês passado seu dia mais curto desde 1960, quando os cientistas começaram a usar relógios atômicos de alta precisão para medir a velocidade de rotação do nosso planeta. No último 29 de junho, o planeta completou uma volta em torno do seu próprio eixo em menos que 24 horas. Aquele dia foi 1,59 milissegundo mais curto. E o recorde quase foi batido novamente em 26 de julho, quando o planeta girou 1,5 milissegundo mais rápido.

A Terra leva 24 horas para fazer uma volta completa em torno do seu próprio eixo. O movimento de rotação do planeta marca um dia completo e os ciclos de dia e noite, que nortearam a vida no planeta por bilhões de anos. Nos últimos anos, no entanto, cientistas vêm registrando dias mais curtos com cada vez mais frequência. Em 2020, foram registrados 28 dos dias mais curtos da Terra nos últimos 50 anos.

De acordo com a Nasa, os ventos fortes registrados nos anos do fenômeno climático El Niño podem desacelerar a rotação terrestre, estendendo a duração de um dia. Por outro lado, terremotos podem ter o efeito oposto, encurtando a duração dos períodos diários.

Os dias mais curtos, no entanto, são uma tendência de curto prazo. A longo prazo, na verdade, a rotação da Terra está mais lenta. Há 1,4 bilhão de anos, a rotação completa do planeta era feita em menos de 19 horas. Ou seja, em média, a longo prazo, os dias da Terra estão se tornando mais longos, não mais curtos. A principal causa deste fenômeno seria o impacto gravitacional da Lua sobre o planeta, que retarda a rotação.

Para manter os relógios alinhados com o giro planetário, a União Internacional de Telecomunicações, ligada às Nações Unidas, já adicionou segundos extras a seus relógios para compensar a diferença. A última vez que isso foi feito foi em 2016. A próxima oportunidade seria este ano, em dezembro, mas por causa do novo fenômeno, talvez nem seja necessário.

Estadão / Dinheiro Rural

Procurador de contas defende junto ao TCU regularidade de gastos da Lava Jato




O procurador Rodrigo Medeiros de Lima, do Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União, defendeu que a corte julgue regulares as contas de ex-integrantes da extinta força-tarefa da Lava Jato e arquive processo sobre supostas irregularidades na gestão administrativa do grupo, em valores gastos em diárias, passagens e gratificações de desoneração de procuradores que atuaram na operação.

Lima defende dar 'quitação plena' ao grupo alvo do procedimento no TCU: o ex-procurador chefe do Ministério Público no Paraná Januário Paludo; o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot Monteiro de Barros; o ex-chefe da força-tarefa Deltan Martinazzo Dallagnol; e os procuradores João Vicente Beraldo Romão, Isabel Cristina Groba Vieira, Antonio Carlos Welter, Jerusa Burmann Viecili, Carlos Fernando dos Santos Lima, Diogo Castor de Mattos e Orlando Martello Júnior.

Em documento datado desta terça-feira, 2, Lima ainda defende que o caso seja analisado diretamente pelo Plenário da corte de contas, em razão da 'relevância da matéria, com reflexos incidentes sobre procedimentos de gestão a cargo do Ministério Público Federal', em especial por se discutir 'economicidade da forma de atuação finalística' do órgão.

O procurador diz que sua conclusão está em linha com o entendimento da área técnica do tribunal, que considerou que o modelo de trabalho da força-tarefa foi adotado a partir de 'experiência exitosa do Ministério Público Federal no caso Banestado e Contas CC5 e de estudos cristalizados no Manual "Forças-Tarefas: direito comparado e legislação aplicável - MPF", elaborado a pedido da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão'.

Apesar de não ver dano ao erário com os gastos questionados no âmbito da tomada de contas, Lima reconhece que, de 2014 a 2020, 'foram despendidos recursos de grande materialidade a partir da constituição da principal base da força-tarefa em Curitiba, com gastos decorrentes do pagamento de diárias e passagens de mais de R$ 4 milhões'. Ele diz que 'o alto volume de despesas com diárias e passagens aéreas deve ser motivo de reflexão da alta administração' do órgão.

O procurador pontua que o então procurador-geral da República Rodrigo Janot seria o 'único que teria, em princípio, condições de questionar gastos à época', o que não foi feito. No entanto, Lima diz que não há como caracterizar a irregularidade em sua 'a ponto de julgar irregulares suas contas no processo' pois 'seria exigível que o então PGR vislumbrasse, de antemão, o ulterior agigantamento das investigações da Lava Jato'.

"Não há como imputar aos demais responsáveis arrolados nos autos - o então Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Paraná e os membros que atuaram na FTLJ em Curitiba, incluso seu coordenador, Sr. Deltan Martinazzo Dallagnol -, responsabilidades próprias da área de administração do MPF (avaliação da economicidade dos gastos com passagens aéreas e diárias), fora do rol da área finalística afeta aos Procuradores e Procuradores Regionais da República que atuaram na força-tarefa ora questionada. Além do PGR, por sua condição de chefe da instituição, os questionamentos veiculados nas citações seriam da alçada, por exemplo, do Conselho Superior do Ministério Público Federal e, de modo mais específico, da SG/MPF", registra o documento.

O procurador ainda ressaltou que, em razão da falta de regulamentação, à época, para o pagamento de diária para integrante da força-tarefa que residia em Curitiba, 'não há nem como atestar a legalidade do pagamento integral de diária nessas condições nem como exigir a devolução, parcial ou total, dos valores das diárias'.

Um terceiro tópico analisado pelo procurador foi a possível irregularidade na escolha dos membros do MPF para atuação na força-tarefa, que não contaria com critérios objetivos. Lima entendeu que apesar da constatação de tal 'falha', corrigida somente em 2020, 'não há evidências de usufruto ilegal ou ilegítimo de diárias no caso sob exame' nem 'indícios de que tenha havido quebra do princípio da impessoalidade na designação dos procuradores que atuaram na força-tarefa'.

"Da leitura do resumo das alegações de defesa (peça 240), verifica-se que, em regra, a expertise dos PRs e PRRs citados nos autos para a atuação funcional em temas ligados ao combate à corrupção pode ser depreendida de seus currículos, o que permite concluir que tais membros do MPF possuíam qualificação para atuação na FTLJ e afasta suspeitas de desvio de finalidade na escolha dos procuradores", sustentou.

Estadão / Dinheiro Rural

Entidades questionam TSE sobre retirada de dados da declaração de bens dos candidatos




Informações sobre bens declarados por candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixaram de ser divulgados em repositórios oficiais de dados da corte nestas eleições. Nesta segunda-feira, um grupo de organizações que atuam na transparência de dados públicos questionou a retirada de detalhes como tipo de imóvel e modelo de carro em carta enviada à corte.

"Consideramos tratar-se de um grave retrocesso na transparência das candidaturas e do processo eleitoral – que, se já seria crítico em um contexto de normalidade, é inadmissível na conjuntura atual, quando pode servir de argumento a questionamentos da lisura das eleições no país", afirmam no documento.

Na carta, assinada por Transparência Brasil, InternetLab, OpenKnowlege Brasil, DataPrivacy Brasil e Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, as entidades relembram que a última resolução publicada pelo TSE sobre divulgação de dados de candidaturas, publicada em dezembro de 2021, define a publicação da indicação e do valor dos bens, exceto informações sensíveis como endereço de imóvel e placas de veículos. as informações foram retiradas do portal DivulgaCandContas e do Repositório de Dados Eleitorais Abertos.

Procurado pela reportagem, o TSE não respondeu sobre o motivo da retirada das informações dos portais oficiais.

Para entidades que assinaram a carta, a decisão do TSE dificulta o processo de controle social das candidaturas e para que organizações investiguem e fiscalizem os elegíveis e não condiz propriamente com o que é descrito na LGPD.

— A LGPD não incentiva o sigilo, pelo contrário. Ela também dialoga com a legislação de acesso à informação e não tem nos seus princípios essa contradição em relação ao acesso à informação e à transparência. Nos últimos meses, vimos o TSE começar esse movimento de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados — explica a coordenadora de Advocacy e Pesquisa da OpenKnowledge Brasil, Danielle Bello.

A retirada de dados referentes a bens de candidatos também é vista com preocupação pela gerente de projetos da Transparência Brasil, Marina Atoji. Ela explica que, sem essas informações, por exemplo, é difícil identificar se houve e como se deu a evolução patrimonial de quem se candidata sucessivamente:

— Deixando só dados sobre o tipo de bem, como por exemplo um veículo automotor terrestre, podemos estar falando de uma moto a um trator. Não sabemos se declarou um carro de luxo por um valor menor que o do mercado ou se, por identificar que o candidato é proprietário de terras, poderá, se eleito, defender essas pautas no Congresso. Ficamos sem saber se a pessoa errou ou se, no pior dos casos, mentiu na declaração de bens.

O Globo

Procurador de contas defende junto ao TCU regularidade de gastos da Lava Jato




O procurador Rodrigo Medeiros de Lima, do Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União, defendeu que a corte julgue regulares as contas de ex-integrantes da extinta força-tarefa da Lava Jato e arquive processo sobre supostas irregularidades na gestão administrativa do grupo, em valores gastos em diárias, passagens e gratificações de desoneração de procuradores que atuaram na operação.

Lima defende dar 'quitação plena' ao grupo alvo do procedimento no TCU: o ex-procurador chefe do Ministério Público no Paraná Januário Paludo; o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot Monteiro de Barros; o ex-chefe da força-tarefa Deltan Martinazzo Dallagnol; e os procuradores João Vicente Beraldo Romão, Isabel Cristina Groba Vieira, Antonio Carlos Welter, Jerusa Burmann Viecili, Carlos Fernando dos Santos Lima, Diogo Castor de Mattos e Orlando Martello Júnior.

Em documento datado desta terça-feira, 2, Lima ainda defende que o caso seja analisado diretamente pelo Plenário da corte de contas, em razão da 'relevância da matéria, com reflexos incidentes sobre procedimentos de gestão a cargo do Ministério Público Federal', em especial por se discutir 'economicidade da forma de atuação finalística' do órgão.

O procurador diz que sua conclusão está em linha com o entendimento da área técnica do tribunal, que considerou que o modelo de trabalho da força-tarefa foi adotado a partir de 'experiência exitosa do Ministério Público Federal no caso Banestado e Contas CC5 e de estudos cristalizados no Manual "Forças-Tarefas: direito comparado e legislação aplicável - MPF", elaborado a pedido da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão'.

Apesar de não ver dano ao erário com os gastos questionados no âmbito da tomada de contas, Lima reconhece que, de 2014 a 2020, 'foram despendidos recursos de grande materialidade a partir da constituição da principal base da força-tarefa em Curitiba, com gastos decorrentes do pagamento de diárias e passagens de mais de R$ 4 milhões'. Ele diz que 'o alto volume de despesas com diárias e passagens aéreas deve ser motivo de reflexão da alta administração' do órgão.

O procurador pontua que o então procurador-geral da República Rodrigo Janot seria o 'único que teria, em princípio, condições de questionar gastos à época', o que não foi feito. No entanto, Lima diz que não há como caracterizar a irregularidade em sua 'a ponto de julgar irregulares suas contas no processo' pois 'seria exigível que o então PGR vislumbrasse, de antemão, o ulterior agigantamento das investigações da Lava Jato'.

"Não há como imputar aos demais responsáveis arrolados nos autos - o então Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Paraná e os membros que atuaram na FTLJ em Curitiba, incluso seu coordenador, Sr. Deltan Martinazzo Dallagnol -, responsabilidades próprias da área de administração do MPF (avaliação da economicidade dos gastos com passagens aéreas e diárias), fora do rol da área finalística afeta aos Procuradores e Procuradores Regionais da República que atuaram na força-tarefa ora questionada. Além do PGR, por sua condição de chefe da instituição, os questionamentos veiculados nas citações seriam da alçada, por exemplo, do Conselho Superior do Ministério Público Federal e, de modo mais específico, da SG/MPF", registra o documento.

O procurador ainda ressaltou que, em razão da falta de regulamentação, à época, para o pagamento de diária para integrante da força-tarefa que residia em Curitiba, 'não há nem como atestar a legalidade do pagamento integral de diária nessas condições nem como exigir a devolução, parcial ou total, dos valores das diárias'.

Um terceiro tópico analisado pelo procurador foi a possível irregularidade na escolha dos membros do MPF para atuação na força-tarefa, que não contaria com critérios objetivos. Lima entendeu que apesar da constatação de tal 'falha', corrigida somente em 2020, 'não há evidências de usufruto ilegal ou ilegítimo de diárias no caso sob exame' nem 'indícios de que tenha havido quebra do princípio da impessoalidade na designação dos procuradores que atuaram na força-tarefa'.

"Da leitura do resumo das alegações de defesa (peça 240), verifica-se que, em regra, a expertise dos PRs e PRRs citados nos autos para a atuação funcional em temas ligados ao combate à corrupção pode ser depreendida de seus currículos, o que permite concluir que tais membros do MPF possuíam qualificação para atuação na FTLJ e afasta suspeitas de desvio de finalidade na escolha dos procuradores", sustentou.

Estadão / Dinheiro Rural

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