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segunda-feira, outubro 22, 2012

CARTAS ELEITORAIS DE 2012. PAULO AFONSO

  CARTAS ELEITORAIS DE 2012.
PAULO AFONSO

O modernizado processo de votação e apuração dos votos proporcionou que até às 20 horas de domingo, 07.10, já se soubesse os resultados nos Municípios e cada Município com suas próprias peculiaridades, merecendo apreciação especial agora e de futuro os resultados das eleições em Paulo Afonso, Jeremoabo, Glória e Santa Brígida.

O município de Paulo Afonso tem um colégio eleitoral de 75.920 votantes e apresentou somados abstenção, votos nulos e brancos um percentual de 31,35%, reservando-se entre os votos válidos 65,65% para Anilton Bastos (35.193 votos), e 33,12% para a candidata Rosa Caires (17.753 votos). A diferença de Anilton Bastos para Sônia Caíres foi de 17.440 votos.

Nas TVs brasileiras depois da apuração dos resultados são ouvidos cientistas políticos, sociólogos e políticos para explicar resultados. Aqui em Paulo Afonso não temos esse costume, se limitando a imprensa falada e eletrônica a fornecer números sem se preocupar com as causas para o comportamento das urnas.

Nas eleições do dia 07.10 em Paulo Afonso, dentre vários pontos eu destaco dois dados: a) a grande diferença de votos entre o 1º e 2º colocados, de 17.440, o que contrariou fortemente os resultados das duas últimas eleições anteriores quando maior diferença entre vencedor e vencido foi apenas um pouco superior a 3.000 votos. Agora não, foi de uma lapada a desnortear qualquer cristão e para confundir qualquer cientista político; b) a manifestação popular por toda a cidade depois da divulgação dos números oficiais, especialmente pelas avenidas Apolônio Sales e Getúlio Vargas. Nas eleições anteriores quando o grupo dominante era PFL ou DEM isso jamais foi visto, o que demonstra que é preciso saber interpretar o momento político na cidade.

Na verdade a vitória de Anilton se não era sabida era esperada e como foi de lapada, usando do jargão comum em face da diferença de 17.440, aparentemente as oposições desapareceram e terão que ressurgir das cinzas como fênix. Na verdade, as oposições terão que encontrar uma reengenharia capaz de oferecer alternativas para a cidade o que não aconteceu nos últimos anos para tentar êxito em 2016.

Como percentual de votos para Anilton foi de 65,65%, isso poderá significar que o povo aprovou plenamente sua administração e pronto.  Creio que ao lado disso despontou a incompetência das oposições em oferecer alternativas e construir uma candidatura.

O grande ganhador foi Anilton que impôs uma derrota humilhante aos seus adversários e foi reeleito para um mandato de 04 anos e como em política os números são relativos Mário Negromonte se fortaleceu ao eleger uma bancada de 04 vereadores, se é que todos ficarão com ele, como também o próprio Raimundo Caires. Quando candidato a deputado ele recebeu um pouco 13.000 votos e agora sua mulher recebeu 17.000 votos, o que vale dizer, eleitoralmente se fortaleceu e ainda é a maior força individual de oposição em Paulo Afonso. O PT que não tinha representação parlamentear elegeu um vereador e isso é importante, embora eu creia que a vitória de Aureliano não resultou da máquina partidária, devendo ser atribuída sua vitória ao tempo que ele esteve no HNAS e como Secretário de Saúde. 

As oposições erraram na construção de candidaturas. O PP entendeu de compor com o PSB e lançou a candidatura de Gilson Fernandes que desistiu na metade do caminho. O PC do B aliando-se ao PSDB lançou candidatura própria e perdeu por margem de votos.

Efetivamente até agora, o líder de oposição mais forte ainda é Raimundo Caíres, ex-prefeito e que concorreu ao cargo de deputado estadual nas eleições do estado e arrebanhou em Paulo Afonso um pouco mais de 13.000 votos, embora grande parte do resultado das urnas em Paulo Afonso se deve a ele. Raimundo Caires teve contas de gestão relativas a 2008 rejeitadas quando prefeito e estava inelegível já que a liminar que lhe garantira a candidatura a deputado estadual fora revogada em sede do julgamento do agravo de instrumento por ele impetrado contra decisão do juiz da comarca que teve provimento negado. Depois disso, a inelegibilidade que era de 03 anos passou para 08 anos com a LC 135.

Mesmo sabendo ser inelegível Raimundo sustentou uma candidatura impossível até onde foi possível e quando convencido de sua inelegibilidade lançou como candidata a prefeito sua mulher como a zombar do eleitorado de Paulo Afonso, como estivesse a dizer que faço o prefeito que eu quiser. Em Jeremoabo aconteceu isso. Estando inelegível Tista de Deda lançou como candidata laranja ao cargo de prefeito a sua mulher Anabel e a elegeu. As realidades de Paulo Afonso e Jeremoabo são diversas e ali quem detém o poder é uma oligarquia que tem Tista como representante mor.

Raimundo recebeu o PC do B como legenda de aluguel a lhe garantir candidatura apenas e se não fosse possível pegaria outra legenda. Não podendo sair candidato não teve como recorrer a classe política para lançar um nome, já que o nome retirado da Câmara Municipal  pelo PP-PSD Gilson Fernandes não vingou e isso demonstra a necessidade de uma renovação das lideranças políticas.

Creio que uma alternativa que poderia ter sido usada pelas oposições era lançar um nome fora da classe política e sem muita identificação a qualquer grupo e arriscar. Um nome sem vícios e sem identidade política poderia atrair os votos oposicionistas. Se não fosse possível ganhar, poderia vir a disputar.  Isso é um mero palpite já que exceto o possível nome de Mário Júnior na classe política não se localizou nome capaz de atrair o eleitorado e o exemplo de Gilson Fernandes não deixa mentir.

Gilson Fernandes perdeu a chance de se colocar como um visionário e oferecer um bom exemplo.  Era o único dos candidatos com programa e que foi levado à discussão. Se mantivesse sua candidatura mesmo com os candidatos a vereadores lhe abandonando poderia ter deixado um legado e receber os votos anulados e os votos de protesto.

Na Câmara Municipal a vitória da situação foi na mesma proporção. A situação de cara elegeu 09 vereadores maioria absoluta folgada que lhe garante a eleição de Mesa da Câmara sem riscos. Se conseguir atrair mais um vereador eleito chegará a 10 vereadores e terá 2/3 dos membros da Câmara Municipal e isso será ruim para o processo democrático.

A Câmara Municipal que era composta de 11 vereadores teve o número aumentado para 15. E dos vereadores eleitos apenas dois de oposição se reelegeram na bacia das almas, um do PC do B e outro do PP. Da situação 04 se reelegeram com folga e o menos votado foi Juvenal com 1.250, enquanto os dois reeleitos da oposição receberam apenas 980 e 1.164 na ordem respectiva.

Embora na política os números sempre sejam relativos e o que aconteceu agora poderá não acontecer daqui a quatro anos, em Paulo Afonso as oposições terão que catar os cacos e ressurgir das cinzas como fênix.

Paulo Afonso, 22 de outubro de 2012.
Fernando Montalvão.
Escrit. Montalvão Advogados Associados.

 

 Acorda DERI, corre também atrás de prejuizo, aqui em Jeremoabo aconteceu pior....

Barra do Rocha: TRE anula votos de candidata e condena prefeito

A juíza eleitoral Carla Rodrigues de Araujo condenou, nesta segunda-feira (23), o prefeito de Barra do Rocha, J. Ventura dos Santos, a pagar multa de R$ 30 mil, além de torná-lo inelegível por oito anos. A magistrada também anulou os votos e cassou o registro da candidata que o gestor apoiou na eleição municipal, Vera Lúcia Franco Ramos Costa (PSC). A sentença promove o segundo colocado na eleição, Professor Léo (PSB), que deverá tomar posse no dia 1º de janeiro como novo gestor do município. A Justiça entendeu que ele utilizou de forma indevida a Rádio Comunitária Rocha para fazer propaganda da candidata que apoiava, além de difamar a candidatura do Professor Léo. No despacho, a juíza condena o prefeito por utilização corriqueira da rádio para fazer propaganda. A contravenção foi constatada em pelo menos duas em duas ocasiões, nos dias 12 e 20 de setembro. A última, em flagrante, descumpria uma liminar que o impedia o prefeito de fazer uso político da rádio.

  

 

1ª Mão Barra do Rocha: Decisão judicial causa reviravolta nas Eleições 2012

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Com a anulação dos votos de Vera, Léo assumiria o município
 Foto: Arnor Silva
A sentença de mérito de número 0000482-09.2012.605.0024 expedida pela Juiza Eleitoral da Comarca de Ipiaú causou uma reviravolta no resultado das Eleições 2012 no município de Barra do Rocha. A candidata do PSC, Vera Lúcia Franco Ramos Costa venceu o pleito em 07 de outubro com 1810 votos, ficando em 2° lugar Luís Sérgio Alves de Souza, o professor Léo com 1768 votos.
Porém, A “Coligação Mudança Já” e o professor Léo ingressaram na Justiça Eleitoral e no Ministério Público com uma série de ações visando que fossem adotadas medidas para impedir ou fazer cessar imediatamente as práticas indevidas adotadas por Vera Lúcia e Jonatas Ventura, atual prefeito do município.
As ações visavam investigação para ocorrência de uso indevido de meio de comunicação social, rádio comunitária., captação ilegal de sufrágio (compra de voto) e abuso de poder econômico, cominando á primeira representada a pena de cassação do registro ou do diploma e a inelegibilidade pelos próximos 8 anos.
A Juíza Eleitoral decidiu pois julgar parcialmente procedente a ação de investigação eleitoral e tornou Jonatas Ventura inelegível por 8 anos, condenando-o ao pagamento de multa de 30 mil reais; cassou o registro de candidatura de Vera Lúcia Ramos, declarando nulos os votos obtidos por Vera, condenando a mesma ao pagamento de multa de 15 mil. O prefeito Jônatas ainda terá que pagar uma multa de mil reais devido ao descumprimento de ação judicial referente a um dia.
Com anulação do votos de Vera, o professor Léo, candidato do PSB-40, segundo colocado nas Eleições ocorridas no último dia 07 de outubro, assumiria o executivo municipal de Barra do Rocha a partir de 2013. Vera Lúcia e Jônatas Ventura já foram notificados e deverão recorrer da decisão junto ao TRE-BA. Partidários, eleitores e correligionários do professor Léo comemoram na cidade enquanto os partidários de Vera e Jonatas esperam que seja realizada uma nova eleição visto que a segunda colocada não obteve os 50% dos votos válidos.
Redação Notícias de Ubatã

 

Nova Fátima: Casa de prefeito é alvejada por diversos tiros

Nova Fátima: Casa de prefeito é alvejada por diversos tiros
Manoel do Paradise prestou queixa na manhã desta segunda

Chinesa de 16 anos não sai de casa por ter barba e bigode

Chinesa de 16 anos não sai de casa por ter barba e bigode
Foto: China News

Ayres Britto fecha com chave de ouro o julgamento, condenando Dirceu e Cia. Ltda. por formação de quadrilha

Carlos Newton
Quase às 20 horas, o presidente do Supremo, Ayres Britto, começou a votar. Até agora, a maioria está com 5 votos pela condenação, contra 4 votos pela absolvição de quadrilha O voto de Ayres Britto é o último do processo e vai definir a situação da maioria dos réus.
Britto fechou o placar em 6 a 4. Fim de papo.

 

Celso de Mello diz que nunca viu quadrilha igual a essa e desempata o jogo: 5 a 4

Carlos Newton
O ministro Celso de Mello começa a votar e indica de imediato o rumo de seu raciocínio: “Nunca presenciei caso em que o crime de quadrilha se apresentasse, em meu juízo, tão nitidamente caracterizado”, acrescentando que “esta estabilidade se projeta para mais de dois anos, 30 meses. Eu nunca vi algo tão claro”, disse Celso de Mello sobre o tipo de associação entre os réus.
 “Vítimas somos todos nós”



Marco Aurélio empata o jogo no julgamento da formação de quadrilha: 4 a 4

Carlos Newton
Uma surpresa: o ministro Marco Aurélio, que até agora tinha tentado ser breve em seus votos, lê seu discurso de posse na presidência do Supremo, em 2006, para justificar sua posição no julgamento dos mensaleiros. Depois, afirmou: “Não creio que se coloque em dúvida que em se em tratando de corrupção, a paz social fique abalada. O sujeito passivo do crime de quadrilha é a coletividade”
 “Foi um crime contra a coletividade”



Dias Toffoli vai para o trono como o pior ministro da História do Supremo

Carlos Newton

Além de irregularidades na obra da Delta, Tribunal do Rio funciona em situação precária

Luciano Pádua (Jornal do Brasil)
A falta de equipamentos, como impressoras e scanners em unidades do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é mais uma das irregularidades listadas no relatório da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontou direcionamento na licitação da obra da Delta Construções na lâmina central do prédio do tribunal, no centro do Rio de Janeiro.

 

 

Mais uma vez, a decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal de me condenar, agora por formação de quadrilha, mostra total desconsideração às provas contidas nos autos e que atestam minha inocência. Nunca fiz parte nem chefiei quadrilha.

Assim como ocorreu há duas semanas, repete-se a condenação com base em indícios, uma vez que apenas o corréu Roberto Jefferson sustenta a acusação contra mim em juízo. Todas as suspeitas lançadas à época da CPI dos Correios foram rebatidas de maneira robusta pela defesa, que fez registrar no processo centenas de depoimentos que desmentem as ilações de Jefferson.

Como mostra minha defesa, as reuniões na Casa Civil com representantes de bancos e empresários são compatíveis com a função de ministro e em momento algum, como atestam os testemunhos, foram o fórum para discutir empréstimos. Todos os depoimentos confirmam a legalidade dos encontros e também são uníssonos em comprovar que, até fevereiro de 2004, eu acumulava a função de ministro da articulação política. Portanto, por dever do ofício, me reunia com as lideranças parlamentares e partidárias para discutir exclusivamente temas de importância do governo tanto na Câmara quanto no Senado, além da relação com os estados e municípios.

Sem provas, o que o Ministério Público fez e a maioria do Supremo acatou foi recorrer às atribuições do cargo para me acusar e me condenar como mentor do esquema financeiro. Fui condenado por ser ministro.

Fica provado ainda que nunca tive qualquer relação com o senhor Marcos Valério. As quebras de meus sigilos fiscal, bancário e telefônico apontam que não há qualquer relação com o publicitário.

Teorias e decisões que se curvam à sede por condenações, sem garantir a presunção da inocência ou a análise mais rigorosa das provas produzidas pela defesa, violam o Estado Democrático de Direito.

O que está em jogo são as liberdades e garantias individuais. Temo que as premissas usadas neste julgamento, criando uma nova jurisprudência na Suprema Corte brasileira, sirvam de norte para a condenação de outros réus inocentes país afora. A minha geração, que lutou pela democracia e foi vítima dos tribunais de exceção, especialmente após o Ato Institucional número 5, sabe o valor da luta travada para se erguer os pilares da nossa atual democracia. Condenar sem provas não cabe em uma democracia soberana.

Vou continuar minha luta para provar minha inocência, mas sobretudo para assegurar que garantias tão valiosas ao Estado Democrático de Direito não se percam em nosso país. Os autos falam por si. Qualquer consulta às suas milhares de páginas, hoje ou amanhã, irá comprovar a inocência que me foi negada neste julgamento.

São Paulo, 22 de outubro de 2012

José Dirceu

 

Decanos serão fiéis da balança sobre quadrilha


O voto de Marco Aurélio no item que trata de formação de quadrilha é considerado pelos advogados como uma grande incógnita
Votos dos ministros Marco Aurélio Mello e Celso de Mello serão decisivos para absolver ou condenar os 13 réus acusados de formar grupo para cometer crimes e comprar votos na base aliada no julgamento do mensalão

Mensalão: Lewandowski é criticado por colegas por citar artigo em jornal para formular tese


Wagner vai se candidatar a deputado federal em 2014

Divulgação: Wagner, candidato, deputado, 2014

Noblat acusa Dilma de bullying contra ACM Neto

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Julgamento do “mensalão” chega à etapa final com indefinições



EFE / Foto postada no site oficial Cubadebate mostra o ex-presidente em uma área de cultivo

Fidel desmente rumores sobre seu estado de saúde

O ex-presidente de Cuba qualifica de "mentiras" e "insólitas estupidezes" os rumores que circularam nos últimos dias sobre seu estado de saúde, em artigo divulgado nesta madrugada





ELEMENTAR

"Quem afrouxa na saída
Ou se entrega na chegada
Não perde nenhuma guerra
Mas também não ganha nada"
(Geraldo Vandré, Che)


Julgamento do mensalão pode acabar nesta semana

Lídice da Mata: ZPEs, importantes ferramentas de desenvolvimento regional

Legislativo está no topo da cadeia dos supersalários

 

O financiamento de campanha é a principal questão da política

Carlos Frederico Alverga
O projeto de reforma político-eleitoral relatado pelo deputado Ronaldo Caiado, que se encontra parado no Congresso Nacional, previa o sistema eleitoral de lista fechada com financiamento público exclusivo de campanha, o que significa que os recursos a serem despendidos nas campanhas eleitorais pelos partidos políticos seriam somente aqueles a que as agremiações partidárias recebessem do Fundo Partidário.



 

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)


Internet
Maior transparência da administração pública no Brasil e no mundo
Artigo 19 lança mapa interativo on line com o progresso de legislações que tratam do direito de acesso à informação ao redor do mundo

Suspense no Supremo. Daqui a pouco vamos saber se Dias Toffoli consegue votar pior do que Lewandowski.

Carlos Newton
Na sessão do Supremo de sexta-feira passada, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da Ação Penal 470, apresentou um dos votos mais escalafobéticos da História da Justiça no Brasil, ao absolver todos os 13 réus acusados de formação de quadrilha no Capítulo 2 do processo do mensalão.

Terceira Idade: diabete e hipertensão, uma combinação fatal

Cerca de 30% dos brasileiros possuem as duas doenças, responsáveis pela maioria dos casos de derrame e enfarte

Um em cada cinco jovens não estuda, nem trabalha

Em meio à escassez de mão de obra qualificada, contingente de jovens que não estudam nem trabalham aumentou entre 2000 e 2010. Quase 20% estão nessa situação

Penetração na faixa conservadora assegura vitória de Haddad

Pedro do Coutto
Pesquisa do Datafolha, comentada pelo repórter Ricardo Mendonça e publicada domingo, pela Folha de São Paulo, assegura com antecipação e segurança a vitória de Fernando Haddad sobre José Serra nas eleições de domingo próximo, segundo turno, pela Prefeitura da cidade de São Paulo.

A matéria da FSP destaca a penetração do lulismo nas áreas de classe média, de pensamento conservador. Assim, liderando em todos os grupos sociais, Haddad não tem como ser alcançado pelo ex-governador e ministro da Saúde. Na classe média, 46 a 33%. No conjunto, 49ª 32.

Abater amigavelmente os inimigos ou Os tucanos kamikases

Carlos Chagas
A 14 de agosto de 1945 o comandante da Quinta Frota da Marinha de Guerra dos Estados Unidos, sediada no Pacífico, enviou o seguinte telegrama aos seus comandados: “A GUERRA COM O JAPÃO TERMINARÁ ÀS 12 HORAS DE AMANHÃ. É PROVÁVEL QUE DEPOIS DISSO OS KAMIKASES ATAQUEM A FROTA, NUMA ARREMETIDA FINAL. QUALQUER AVIÃO QUE ATAQUE A ESQUADRA DEVE SER DERRUBADO DE MANEIRA AMIGÁVEL.”






O mistério da morte

Sebastião Nery


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O SONHO NUNCA ACABA

Para quem tem uma longa estrada atrás de si, o aniversário convida à reflexão, a fazer um inventário dos sonhos concretizados, pendentes e desfeitos.

Mais ainda quando, como é o meu caso, ocorre exatamente na véspera de um dia decisivo: no domingo saberei se o meu último sonho terá sido, parafraseando meu velho amigo Raulzito, um sonho que sonhei só ou um sonho que se sonha junto e vira realidade.

Como estou desde os 17 anos empurrando pedras para o topo da montanha e várias vezes elas despencaram (algumas de forma extremamente sofrida, como quando tantos  imprescindíveis  se imolaram numa guerra impossível de ser vencida), não encaro uma eventual derrota como tragédia. O importante é lutarmos pelos objetivos corretos, de forma íntegra e dando o melhor de nós.




Saiba como trocar benefício comum por tempo especial

Edição impressa mostra como aposentado por tempo comum que exerceu atividade insalubre até 1995 pode trocar o benefício

 

 

Ex-BBB Gyselle Soares, 28 anos, tira férias na Tailândia Maria do Livramento Silva segura a carteira de trabalho da filha, morta durante assalto Manifestantes criticam administração de Gilberto Kassab em protesto na praça Roosevelt
Funeral de chefe de polícia no Líbano, assassinado por carro-bomba, termina em confronto Base da Guarda Civil Metropolitana em Campos Elíseos foi alvejada por bandidos Tricolor joga mal e perde para o Fla
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Kátia Carmelo é condenada a nove meses de prisão

Kátia Carmelo é condenada a nove meses de prisão
Foto: Maiana Marques / Bahia Notícias
 



ZÉ DIRCEU

Este Zé Dirceu merecia nosso apoio irrestrito.
Até hoje vinha evitando escrever sobre a desgraça do Zé Dirceu, porque ela me deixou conflituado. 
Meus sentimentos sempre foram de simpatia por ele, velho companheiro; quando estruturamos a Frente Estudantil Secundarista, nosso grupo gravitava na órbita da chamada  Dissidência Universitária de São Paulo, dele, do  Fernando Ruivo, do Aldo Arantes, do PT Venceslau, etc.

O PASTELÃO DO MENSALÃO

Os melhores filmes de tribunal que vi na vida foram Sacco e Vanzetti (d. Giuliano Montaldo, 1971), O veredicto (d. Sidney Lumet, 1982), Doze homens e uma sentença (d. Sidney Lumet, 1957), Julgamento em Nuremberg (d. Stanley Kramer, 1961), O sol é para todos (d. Robert Mulligan, 1962) e O vento será sua herança (d. Stanley Kramer, 1960).
Um degrau abaixo estão Testemunha de Acusação (d. Billy Wilder, 1957) e Anatomia de um crime (d. Otto Preminger, 1959).



Obama e Romney estão empatados

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Conselho julga nesta quarta pedido para afastar Demóstenes do MP

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Em artigo, Fidel nega rumores de morte e os atribui a inimigos de Cuba

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Ministro da Previdência diz que vaga do INSS é do PMDB

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A Dora, Celso de Mello aponta destruição da República

Divulgação:  
 

“Não vivo sem luta, sem política e sem ideal”

 Marcelo Ximenez/Folha: 21.11.04.Sao Paulo/SP. Marcelo Ximenez/Folha Imagem. Brasil. Reuniao do Diretorio Nacional do PT, presidida por Jose Genoino, tambem presidente do partido.
 

domingo, outubro 21, 2012

Que essa matéria um dia sirva de exemplo aos vereadores de Jeremoabo, que os mesmo tomem conciência que ali estão para defender os interesses e bem estar da coletividade, e não para ser vassalos do prefeito!!!

 

 

Balanço do trabalho dos nossos vereadores nos anos de 2009, 2010 e 2011.

 

Nesse documento publicamos um balanço do trabalho dos nossos atuais vereadores nos anos de 2009, 2010 e 2011. Contabilizamos os projetos apresentados por eles, inclusive os que foram aprovados.
Com a finalidade de tornar pública a produtividade de cada eleito após 3 anos de trabalho, essa pesquisa só ficou pronta agora devido a grande demora para obtermos informações do poder legislativo. Em um ofício enviado em Fevereiro, só obtivemos a resposta em Julho.


Trabalho realizado pelos nossos Vereadores nos anos de 2009, 2010 e 2011 – fonte: Câmara Municipal de SJBV.

Como cidadãos, temos o direito do voto e de exigir que nossos eleitos façam um trabalho digno do cargo que lhes confiamos, temos que cobrar!

Os valores invertidos em nossa sociedade muitas vezes nos dão a impressão que os cargos de vereador, deputado, governador, prefeito, presidente, senador, são cargos de poder absoluto, quando na verdade não são. Todos são funcionários temporários do povo, que devem prestar  serviço a sociedade de maneira transparente, empenhada e pensando no bem coletivo.


Tendo isso em mente, sabemos que podemos e devemos questionar sempre, buscando informações e tornando-as públicas.


Se quisermos uma sociedade melhor e mais justa para nossos filhos, sobrinhos e netos, precisamos nos empenhar e gastar um pouco do nosso tempo para deixar um local melhor para eles. Só conseguiremos melhorar o país se fizermos nosso papel de cidadão.


 Observação ou comentários deste BLOG:

Não me enteressa  apenas lamentar, que os "ilustres" vereadores ao invés de cumprir com seus deveres fiscalizando o Prefeito Pedrinho, quanto ao não pagamento do transporte para o alunado  da Zona Rural. Pois de certo modo o prefeito está certo, porque aqueles contratados entraram no jogo sujo de se omitirem para não chegar ao conhecimento da população e não atrapalharem a candidata indicada pelo ficha suja. Contudo, a única preocupação é com os alunos que gastam com transporte  o que não podiam e que não era de direito , e as aulas perdidas pelos mesmos.
Quanto aos prorietáros omissos e coniventes com o transporte escolar pelo  não pagamento por parte da Prefeitura,  é problema deles, do prefeito e de Robertos Carlos com as Baleias..Acorda Jeremoabo...
Parabens Pedrinho, mesmo você estando errado, indiretamente e contra sua vontade acabou fazendo justiça, contra os seguidores e incentivadores da corrupção..Infelizmente para punição destes, os inocentes foram penalizados, no caso os alunos da Zona Rural.
Esta é a nossa Jeremoabo, tendo   o governo que o povo merece...




A eleição ideal em 2014 seria Lula enfrentando Dilma, uma disputa eletrizante

Francisco Bendl
Por incrível que pareça, admito também que o Francisco de Assis tem razão ao comentar que Aécio Neves não terá chances se disputar a eleição de 2014 contra a presidente Dilma Rousseff.
Igualmente não vejo em qualquer outro partido um nome da oposição com cacife suficiente para estabelecer uma razoável competição, pelo menos.
Lula e Dilma disputando votos



O Judiciário cumpre seu papel no Mensalão, mas esquece outros processos da maior importância

Carlos Frederico Alverga
Pela primeira vez na história do Brasil, políticos poderosos são considerados culpados de ilegalidades praticadas com dinheiro público. A Polícia Federal investigou e concluiu o inquérito, que foi enviado ao Ministério Público, que redigiu a peça acusatória remetida ao Poder Judiciário, representado pelo Supremo Tribunal Federal, que a acolheu e, no presente momento, a está julgando, assegurado o direito à ampla defesa dos réus, cujos direitos constitucionais foram devidamente respeitados.


O problema é que o Judiciário, como instituição, só funcionou efetivamente no caso do Mensalão do PT. Somente nesse caso específico é que o Poder Judiciário teve atuação plena e completa, exercendo na plenitude a sua função típica jurisdicional, de dizer o Direito no caso concreto. Faltou funcionar no caso do mensalão do PSDB em Minas Gerais em 98, envolvendo o ex-governador, ex-senador e atual deputado federal por MG, Eduardo Azeredo, esquema que também tinha como braço operacional o Marcos Valério.




Podemos processar Lewandowski por formação de quadrilha?

Luiz Fernando Brito Pereira
Aqui em Angra dos Reis, embora num visual próprio para o relax , não deixo de acompanhar o noticiário dos jornais (escritos ou televisados), e, claro, os da internet. Nela, internet, através de e-mails, postagens em provedores, redes sociais e principalmente através do blog da Tribuna da Imprensa, do qual você é um dos principais articuladores, encontro comentários, opiniões, observações, enfim, uma gama de informações que me permitem formar juízo sobre os recentes acontecimentos.

No entanto, não tendo formação jurídica, nem militância jornalística, algumas dúvidas me perseguem e, com sua ajuda e de amigos advogados, gostaria que me fossem esclarecidas . A maior delas diz respeito ao que se julga no STF, mais precisamente no julgamento do “mensalão”.
Apesar de todas as provas apresentadas, de indícios inquestionáveis, de fatos comprovados, alguns ministros (precisamente dois ) insistem em desqualificar tudo até então apresentado, numa tentativa sórdida de absolver verdadeiros bandidos (em nome de uma “gratidão” e “fidelidade” ao grande chefe), mesmo afrontando a ética, a moral, a verdade, a justiça e a própria função de um ministro do STF.
Assim sendo, eu pergunto: não seria possível indiciar os Ministros Ricardo Lewandowiski e Antonio Dias Toffoli por formação de quadrilha, junto com Lula e Dirceu? Como diz o Código Penal, formação de quadrilha é quando mais de três elementos agem em conjunto…



Flica movimenta turismo na Bahia: hotéis tiveram 100% de ocupação, diz Setur

Flica movimenta turismo na Bahia: hotéis tiveram 100% de ocupação, diz Setur
Foto: Marília Moreira/ Bahia Notícias
 

Candidatos usaram até cocaína para comprar votos

Candidatos usaram até cocaína para comprar votos



Polêmica: um julgamento de exceção?

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Fatos demonstram: além de ferir direitos constitucionais, no “mensalão”, STF discrimina réus, favorecendo alguns e prejudicando outros segundo filiação partidária
Em Retrato do Brasil
[Título original: “Um julgamento de exceção”]
Em meados de setembro, caminhando-se para o segundo mês de apreciação, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do mérito da Ação Penal 470 (AP470), que julga os envolvidos no chamado mensalão, confirmam-se as previsões pessimistas feitas no início desse processo, quando uma petição da maioria dos advogados dos acusados alertou para a possibilidade de ser feito um “julgamento de exceção”. Na ocasião, os defensores dos réus já tinham sido derrotados em sua pretensão de desmembrar a ação penal, enviando para os tribunais inferiores os acusados sem foro privilegiado. No julgamento de um caso muito parecido, o dito mensalão tucano, que envolve políticos do PSDB de Minas Gerais, o STF tinha desmembrado o processo.
Por que não fazê-lo no caso do mensalão petista, diziam os advogados? O segundo protesto foi contra mais uma medida excepcional: o fatiamento das decisões dos ministros. Isso ocorreu em função do encaminhamento do primeiro voto do julgamento, o do relator Joaquim Barbosa. Ele começou pela análise de crimes que teriam sido cometidos no uso de recursos públicos, um dos sete blocos em que subdividiu seu voto, e anunciou que, depois, passaria a palavra para os demais ministros votarem sobre o mesmo assunto.
Houve, então, certo tumulto no tribunal. O revisor do voto de Barbosa, Ricardo Lewandowski, disse que o encaminhamento contrariava o regimento do STF e ameaçou renunciar. O ministro Marco Aurélio de Mello condenou a proposta de Barbosa. O presidente do STF, Ayres Britto, iniciou uma contagem de votos para decidir a forma de votação, mas não a concluiu e acabou decidindo que cada um votaria como quisesse, o que, como alguns ministros argumentaram imediatamente, causaria uma confusão tremenda. O julgamento foi suspenso depois do voto de Barbosa, feito da forma fatiada, como escolhera, e recomeçou na sessão seguinte, após um acordo entre os ministros. Lewandowski tinha, então, recuado: reorganizou seu voto e votou, como Barbosa, também na forma fatiada.
Na primeira derrota, os defensores queriam garantir aos réus o direito, expresso na Constituição brasileira, da dupla jurisdição: poder apelar da sentença a um tribunal mais alto. No julgamento pelo STF, corte acima de todas, esse direito praticamente não existe. E é preciso destacar que somente dois dos réus têm de ser julgados pelo STF, porque são deputados e têm foro privilegiado; 36 dos 38 não o têm. Os defensores dos réus foram derrotados sob o argumento de que se tratava de um processo único, no qual todos os acusados têm ligação com o grande crime que teria sido cometido, o da compra de votos por um “núcleo político” do PT e do qual faria parte José Dirceu, então chefe da Casa Civil do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No caso do fatiamento, ao argumentarem que o processo é um todo e seria mais justo ouvir o voto integral de cada ministro, os advogados dos acusados foram derrotados sob o argumento da conveniência: dividir o julgamento em partes facilitaria a compreensão das decisões.
Afinal, pode-se perguntar: é um grande e único crime que obriga enfiar 38 pessoas num mesmo saco, mesmo desrespeitando direitos claros da grande maioria deles? Ou se trata de criar sete fatias de crimes que devem ser puxados de uma cartola de modo planejado, para criar um clima que ajude a condenar os petistas a qualquer preço, como mostramos nesta edição, em “O herói do mensalão”. O artigo descreve as gestões do ministro Barbosa, que atua mais como promotor do que como juiz nesse caso, empenhado praticamente numa campanha de opinião pública para vender a tese do mensalão.
A maioria do STF parece disposta a ultrapassar limites. Segundo depoimentos de vários de seus ministros, a corte não sabe o que fará no caso de um empate de votos. Com a aposentadoria de Cezar Peluso, logo após o encerramento da primeira fatia da discussão, permaneceram dez ministros. Eles estariam discutindo o que acontecerá se houver uma decisão com cinco de um lado e cinco de outro: o presidente da corte, Ayres Britto, votará ou não pelo desempate? É uma duvida descabida. In dubio pro reo, lembrou Nelson Calandra, presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, referindo-se a um dos pilares do direito penal, o princípio da presunção da inocência, segundo o qual, em caso de dúvida, o acusado deve ser considerado inocente. “Nunca vi presidente de tribunal votar duas vezes para condenar alguém”, disse Calandra.
A palavra de ordem que prevalece no STF no julgamento do mensalão petista parece ser: flexibilizar o direito penal. “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação”, diz o Código Penal brasileiro no artigo 155. Isso significa dizer, no caso: os juízes não podem basear suas decisões principalmente nos indícios colhidos pelas investigações do Congresso Nacional e nas duas dezenas de inquéritos da Polícia Federal (PF) feitos a partir da denúncia do mensalão, quando o deputado Roberto Jefferson declarou que o PT estava pagando uma mesada a parlamentares e assim corrompendo o Congresso. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, por exemplo, comandou investigações. Do seu trabalho resultaram cassações de mandatos e renúncias de parlamentares e na sua conclusão ela encaminhou o pedido de indiciamento criminal de dezenas de pessoas.
A CPMI não condenou criminalmente ninguém. Os depoimentos que ouviu, as perícias que promoveu, as acusações que fez são indícios que podem ser usados na AP470, é óbvio. Mas as provas essenciais, diz a lei brasileira, são produzidas judicialmente, são as que estão nos autos do processo. O valor determinante para um julgamento é o das provas apresentadas diante de um juiz, num ato no qual o contraditório, a participação da parte contrária, é indispensável, para que seja garantido outro princípio do processo penal: o do amplo direito de defesa. Sob o argumento de que estão julgando um crime dos poderosos, com ampla capacidade de manipulação e ocultação de provas de suas atividades “tenebrosas”, para usar a expressão de um deles, os ministros que formam a atual maioria, empenhada em condenar os mensaleiros, estão invertendo o princípio: relativizam a importância das provas produzidas em juízo e ampliam o peso dos indícios e contextos que sacam aqui e ali da fase do inquérito policial ou das investigações da CPMI.
Vejam-se, por exemplo, os votos dos ministros Luiz Fux e Rosa Weber na condenação do deputado João Paulo Cunha por crime de peculato. A ministra deu um exemplo curioso: “Tem-se admitido, em matéria de prova, uma certa elasticidade na prova acusatória, valorizando-se o depoimento das vítimas. É como nos casos de estupro. Nos delitos de poder não pode ser diferente”. A ministra parece estar muito impressionada com os comentaristas dos grandes jornais conservadores, que querem a condenação dos petistas a qualquer preço, e confunde seus clamores com indícios para condenar o “poderoso” Cunha, um ex-metalúrgico – como Lula –, que foi presidente da Câmara dos Deputados.
Cunha foi condenado, entre outros, pelo crime de peculato por 9 votos a 2. Rosa e Fux, por exemplo, votaram pela condenação, a despeito de a acusação não ter conseguido provar ter ele cometido qualquer delito numa licitação usada para condená-lo, pela qual uma das agências do publicitário Marcos Valério ganhou concorrência para gerir 10 milhões de reais a serem usados para promover as atividades da Câmara. Quando, em 1994, julgou o ex-presidente Fernando Collor de Mello por crime de peculato – o de ter recebido de presente de seu tesoureiro de campanha, Paulo César (PC) Farias, um automóvel Fiat –, o STF decidiu em sentido oposto. Absolveu Collor de Mello porque a acusação não conseguiu provar a existência de um ato de ofício, uma decisão formal por meio da qual ele, como funcionário público, teria favorecido PC Farias em troca do Fiat recebido. Rosa e Fux condenaram Cunha porque não aceitaram sua explicação para ter recebido 50 mil reais de Valério. Cunha disse nos autos – e apresentou provas – que os 50 mil reais foram gastos com uma pesquisa eleitoral e que pediu o dinheiro a Delúbio Soares, tesoureiro do PT, num esquema de caixa dois cujo intermediário foi Valério. Rosa e Fux sabiam que havia um ato de ofício – a abertura do processo de licitação pela Câmara para a contratação da agência de Valério – assinado por Cunha. Mas esse ato de ofício, está provado nos autos, foi perfeitamente legal. Rosa e Fux passaram a dizer então que não é necessária a existência de um ato de ofício para provar um crime de peculato. Pode-se dizer que:
1. tinham diante de si um crime de caixa dois confessado;
2. mas precisavam de um crime maior, o do mensalão, inventado por Jefferson;
3. por isso, flexibilizaram a tese do ato de ofício necessário;
4. e, ao fazê-lo, esqueceram outro princípio: o de que, no direito penal brasileiro, cabe ao Ministério Público provar a acusação que faz.
Desprezaram os depoimentos dos outros réus, Soares e Valério, os quais dizem serem os 50 mil reais enviados a Cunha dinheiro de caixa dois das campanhas petistas. A tese do mensalão foi criada pela acusação; a do caixa dois, pela defesa. Rosa e Fux não tiveram a dúvida que, por recomendação dos princípios do direito penal, favorece o réu: ficaram com as explicações que favorecem a tese de Jefferson. Votou em sentido contrário, pela absolvição de Cunha, acompanhando o revisor Lewandowski, o ministro Dias Toffoli. Ele disse bem: Cunha não tinha que provar ser inocente, podia até ter ficado calado. “A acusação é quem tem de fazer a prova. A defesa não tem que provar sua versão. Essa é uma das maiores garantias que a humanidade alcançou. Estou rebatendo [a acusação contra Cunha não apenas] em relação ao fato concreto, mas como premissa constitucional que esta corte deve seguir.”
Roberto Gurgel, o procurador-geral da República, que cumpre o papel de acusador no processo, considerou que essa flexibilização caiu como o queijo sobre o seu prato de macarrão. Disse, após a condenação de Cunha, que o julgamento estava sendo encaminhado muito favoravelmente à sua acusação e que a aceitação de provas mais tênues para acusados de menor poder, como Cunha, mostrava a tendência da corte suprema de aceitar provas mais tênues ainda no caso da sua proposta de condenação de Dirceu, apontado por ele e pela grande mídia conservadora como o comandante do mensalão. Como se sabe, nos autos, além dos depoimentos dos réus Jefferson e Emerson Palmieri, do PTB – que podem ser levados em conta apenas como indícios, porque dos réus não é cobrado o juramento de dizer a verdade –, Gurgel não tem mais nenhuma testemunha ou prova documental ou pericial contra Dirceu.
Em debate promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, realizado em meados do mês passado em São Paulo, o jornalista e escritor Fernando Morais disse que o STF tem em seu passivo histórico dois casos graves de condenação política. Um, de março de 1936, quando negou pedido de habeas corpus para a militante comunista alemã Olga Benário, de origem judaica, grávida de uma filha de seu companheiro, o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes. Os dois estavam presos no Brasil e o governo de Adolf Hitler pediu a extradição de Olga ao governo comandado por Getúlio Vargas. A defesa de Olga solicitou habeas corpus ao STF por dois motivos: a extradição colocaria sua vida em risco, pois os campos de concentração nazistas eram conhecidos pelo tratamento cruel dispensado aos detidos, especialmente se fossem comunistas ou judeus, e ainda colocaria sob o poder de um governo estrangeiro a filha de um brasileiro. O STF negou o pedido. Olga foi deportada e morta num dos campos de extermínio de Hitler (Anita Leocádia, sua filha, sobreviveu e hoje, com 75 anos, é professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro; uma mulher com o mesmo nome está sendo julgada na AP470).
A outra decisão foi a que legalizou, digamos assim, o golpe militar que derrubou João Goulart da Presidência da República em 1964. A direita golpista levou ao STF um pedido para declarar vaga a Presidência sob o argumento de que Goulart abandonara o País. O presidente, no entanto, estava no Rio Grande do Sul, sem qualquer sombra de dúvida. Tinha sido lá que, anos antes, fora organizada a resistência, afinal vitoriosa, para garantir sua posse em 1961, quando o então presidente, Jânio Quadros, renunciou e ele, como vice, teve seu mandato contestado pelos militares. O STF aceitou o argumento da direita e deu posse ao sucessor constitucional, Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara, que governou como preposto dos golpistas por 15 dias.
Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia da Universidade de São Paulo (USP), reconhece, como Retrato do Brasil, em artigo publicado pelo diário Valor Econômico, que “o Supremo, pressionado por uma mídia sobretudo oposicionista, negou direitos básicos à defesa”. Ao negar à grande maioria dos réus a dupla jurisdição, diz ele, “ao chegar à mesquinhez de proibir a defesa de usar o power point que facilitaria a exposição de seus argumentos, o STF pode ser visto como um órgão que vestiu a toga para matar, não para julgar”. Ele conclui, com razão: “A imagem da corte está em risco. Ninguém é legalmente culpado até ser condenado em processo justo. [...] O Supremo não mostrou essa cautela”. Nós acrescentamos: e o que é pior, pode estar criando precedente para uma fieira de outros abusos.

Barbosa e Lewandowski: quadrilha ou organização?

Pedro do Coutto
Excelente os artigos de Eliane Catanhede e Marcelo Coelho, publicados na Folha de São Paulo, sobre a questão de uso da linguagem, tratando-se de formação de quadrilha ou de organização criminosa. O Ministério Público, através do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, acusou o ex-ministro José Dirceu de formação de quadrilha, além de outros crimes. No final da semana passada, foi, juntamente com o ex-deputado José Genoino, condenado pela prática de alguns deles. A margem de votos foi ampla, contra os dos ministros Antonio Dias Tofoli e do mesmo Lewandowski. Oito a dois.


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Nos jornais: corruptos somam apenas 0,12% do total de presos no Brasil

 

 

Nas revistas: Supremo blindado

 

Nós e o pipi dos egípcios

Carlos Chagas
Heródoto viajou muito pelo mundo conhecido, há mais de dois mil anos. São do genial grego os relatos sobre a vida na Mesopotâmia, na Pérsia e no Egito. Mordaz e cheio de humor, depois de passar meses junto às pirâmides, escreveu o que mais o impressionara naquele povo tão místico quando pleno de conhecimentos: “Lá, as mulheres fazem pipi de pé e os homens, sentados”…

As lições do Pai da História são válidas, menos porque alinhava nomes de reis e relatos de batalhas, mais porque se referia aos costumes e à cultura dos povos visitados.



O matrimônio sem escrúpulos e os filhos do dinheiro

Francisco de Assis Chagas de Mello e Silva
Os contratos nascem depois de alcançada a convergência mínima do interesse das partes. As cláusulas são exaustivamente discutidas em busca da equidade na distribuição das vantagens.
O contrato de casamento traça caminho diametralmente oposto. Ele se convalida e se legitima pelo desinteresse de ambos em proveito material. Caso contrário, negócio é. A identidade de sentimento é a sua única moeda de valor. Não se tolera a sujeição.





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    Jorge Sanchez - Crime e castigo

    altO Brasil já não é mais o mesmo. Há algumas décadas, quem poderia imaginar que veria no banco dos réus grandes empresários e políticos renomados? E, além disso, sendo julgados e condenados. Mais que um simples julgamento, a Ação Penal 470, o mensalão, muda a imagem do país. A atuação do Supremo Tribunal Federal faz com que a sensação de impunidade seja – ainda que lentamente – substituída pela confiança de que para cada crime, existe um castigo. Mesmo que se trate dos conhecidos crimes de "colarinho branco".
    Para o advogado Jorge Donizeti Sanchez, presidente do Conselho Administrativo da Amarribo Brasil, não coube apenas ao STF a missão de remodelar a política nacional. Algumas iniciativas populares, como a lei da Ficha Limpa, demonstram que a população tem sentido necessidade de se engajar politicamente para banir de cargos públicos quem não tem uma bagagem ética e moral para tal. Muito mais que o tão debatido mensalão, Sanchez se preocupa com as várias cidades brasileiras que têm seus mensalinhos, quando, por exemplo, vereadores recebem dinheiro de prefeitos para aprovar projetos.

    Depois de passar por Berlim e Bangkok em suas últimas edições, em novembro, será a vez de Brasília receber a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC). Ela é organizada pela Amarribo - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) para combate da corrupção – e pela ONG Transparência Internacional, famosa por sua atuação global anticorrupção. Serão 1500 participantes de 135 países apontando um caminho para que a cultura da Lei de Gerson, de querer levar vantagem em tudo, se transforme em condutas saudáveis para a sociedade.
    Chegou a hora de o Brasil se realinhar com a ética, um dos pilares mais importantes de uma democracia?
    Não tenha dúvida. Muito mais que o aspecto legal, o aspecto moral e ético tem que estar presente, principalmente no administrador público. Acho que estamos tendo uma grande oportunidade de poder passar tudo isso a limpo. Um exemplo é o caso da lei da Ficha Limpa. É um exemplo emblemático, que a sociedade civil se envolveu, acompanhando desde o início. Tínhamos um receio de não haver essa participação, mas houve. Foram mais de um milhão e 300 mil assinaturas, depois esse projeto foi para a Câmara e para o Senado. Tínhamos receio porque lidava com o conflito de interesses de muita gente.
    Houve oposição?
    Muitos deputados e senadores subiram em Plenário e falaram contra o projeto, mas, no fim, ele foi aprovado por unanimidade. Depois, o que era projeto de lei virou lei, sancionado pelo presidente da República. Ainda assim, sabíamos que havia muitas questões constitucionais a serem discutidas. A lei foi para o Supremo Tribunal Federal, e ele disse que não valeria para as eleições de 2010, depois houve outro questionamento de inconstitucionalidade, e a lei está aí, vigente. É, talvez, a única lei na história do Brasil que passou por iniciativa popular, foi aprovada por unanimidade no Congresso, sancionada pelo presidente da República e sua legalidade foi ratificada pelo STF.
    Qual foi o ganho da Ficha Limpa?
    Foi o processo de discussão, a participação da sociedade, ele era discutido nos grandes gabinetes e também nos bares. Nós temos como testemunhar isso. Em 2010, na 13ª Conferência Internacional Anticorrupção, em Berlim, eu falei para uma plateia e eles não acreditaram quando eu disse que, no Brasil, a pessoa, mesmo processada e tendo muitos processos julgados já em 1ª instância, poderia ser senador ou deputado. Isso causou o espanto de muitas pessoas. O que sempre falamos e defendemos é que os poderes precisam ser fortes, as instituições também, mas quando elas não cumprem seu papel, cabe à sociedade civil cobrar. Para termos uma democracia plena no Brasil, é fundamental a participação da sociedade civil. O momento é propício e importante para que a gente coloque isso em prática. O Brasil está 'na moda': uma economia emergente vai fazer uma Copa do Mundo e uma Olimpíada. A sociedade precisa deixar de achar que política não é uma coisa importante, porque ela é. É uma coisa séria que envolve diretamente o cotidiano e a vida das pessoas. É um momento importante para que a sociedade dê um upgrade na sua cidadania.
    Na Ação Penal 470, o mensalão, há 38 réus, dentre eles políticos e empresários com muita notabilidade, como Marcos Valério e José Dirceu. Isso elimina de vez a antiga visão de que o Brasil não seria um país sério?
    Uma das coisas que mais prejudicam o censo comum é a sensação, que muitas vezes se torna realidade, de impunidade. Outra coisa é a corrupção. Essa sensação de que mesmo que eu praticasse corrupção, não fosse cumprir uma pena, isso faz com que, efetivamente, ataque o sistema coletivo da sociedade, como se dissesse: "Eu não tenho o que fazer, eu não mudo e não vou mudar a regra desse jogo". O julgamento do mensalão, sem dúvida, vai ser um divisor de águas no que diz respeito à sensação de impunidade. A sociedade espera um julgamento dentro dos princípios constitucionais, com direito a ampla defesa.
    Qual a imagem que o Supremo está passando?
    Que isso está mudando, e vai mudar. Que um senador, um deputado, um empresário poderoso podem ser condenados e responsabilizados, e até presos, porque cometeram crimes. Vejo como mais uma oportunidade para começarmos a mudar a frase de Charles de Gaulle que o Brasil não é um país sério. Ele é sério sim, feito de gente honesta, e vai começar a mudar por isso.
    O ex-presidente Lula foi apontado por Marcos Valério como o chefe do esquema do mensalão. O que o senhor acha disso?
    Entre eles, deve haver muitos segredos. Acho que existe um tudo indica que vai ser comprovado que houve aquelas fraudes todas, e agora, está vindo o fogo amigo. Se o Marcos Valério está dizendo, nós não podemos dizer que não, pode ser que existam elementos e provas suficientes para isso. Do ponto de vista do cidadão, se isso realmente for verdade, como parece que é, é muito triste – saber que uma pessoa que tinha um histórico de vida, um operário que tinha ambições políticas, chegou à presidência da República. Foi o primeiro a conseguir isso, e o próprio partido dele, que sempre pregou a honestidade e a ética, ter chegado a esse ponto! É lamentável que isso tenha ocorrido, e agora, se houver elementos suficientes para isso, é importante se apurar, como foi dito até pelos ministros do STF.
    É resultado da investigação do mensalão?
    Com o mensalão, houve uma quebra da tripartição de poderes independentes e harmônicos. Porque houve uma sedução e invasão de poderes, o Executivo acabou, entre aspas, comprando o Legislativo. Isso é muito ruim para a democracia, quebra o princípio republicano e qualquer regra de princípio federativo. É lamentável isso, imagine se uma vez comprovado que o mensalão de fato existiu, que o Executivo comprou o Legislativo, com o Judiciário chancelando...
    Seria um péssimo exemplo?
    Eu vivencio isso, várias cidades têm seus mensalinhos, quando os vereadores recebem dinheiro do prefeito para aprovar projetos. Lá em Ribeirão Bonito mesmo, foram presos cinco vereadores que pediam mil reais por mês para fazer isso. Do ponto de vista didático e educacional, essa decisão do Supremo vai trazer para o coletivo a sensação de que estamos mudando, e que os corruptos têm, sim, uma possibilidade grande de pagar e até serem presos.
    Uma das dificuldades para punir os culpados por corrupção é que é um dos crimes mais difíceis de provar?
    Sem dúvida. A corrupção é como o adultério, os adúlteros tentam fazer tudo escondido, sem deixar rastros, nem provas. Mas estamos vendo que não é impossível ter uma prova. Eu acho também que precisava começar a punir os corruptores, por exemplo, as empresas. Temos no Congresso uma lei que precisa ser aprovada que vai punir as empresas por crime no que diz respeito a essa situação de corrupção, não só pessoas físicas como jurídicas. Na questão de provas, é difícil, mas não é impossível.
    Porque está ocorrendo muito essa questão de o Executivo assediar o Legislativo?
    No sistema que vivemos hoje, o Executivo tem um poder de sedução muito forte sobre o Legislativo, e acaba fazendo maioria nas assembleias e nas câmaras.
    Isso precisaria ser revisto, adotar critérios de uma reforma administrativa muito mais profissional do que de aspecto de indicação política, porque isso acaba sendo uma forma de se barganhar algum favor ou algum interesse.
    Este ano, as eleições estaduais estarão com um diferencial, a Lei da Ficha Limpa em vigor. Mesmo assim, ainda há alguns pleitos com candidatos fichas sujas concorrendo. Por que isso acontece?
    É verdade, e esse é um processo que vai ser amadurecido, e vai ser lento. Em 2010, eu mesmo dizia que a Lei não ia valer em 2010, mas que 2012 chegaria. Nós já estamos em 2012, temos mais de 250 candidatos impugnados, como candidatos a prefeito, e mais de 320 no Brasil todo, mas ainda existe uma interpretação da legislação, quer pelos Tribunais Regionais Eleitorais, quer pelo Tribunal Superior. Isso tende a melhorar, vai haver jurisprudências e interpretações, mas nas próximas eleições, com certeza, vai haver menos candidatos fichas sujas. Até porque as impugnações, muitas vezes, partem apenas de iniciativas tão somente do Ministério Público Eleitoral, e as pessoas e os partidos vão, na sequência dos anos, ficar mais atentos a elas. Ainda é um prazo muito rápido, mas isso vai passar. Esse filtro é como se fosse uma peneira que hoje tem um buraco grande e, com o tempo, esse buraco vai se afinando, com as próximas eleições, até chegar em um ponto em que as pessoas de bem passem a se interessar pela política. Hoje, infelizmente, o que vemos é que muitas pessoas que poderiam estar exercendo cargos públicos, e estar ajudando sua cidade ou país, não se envolvem porque a política partidária tem regras pesadas. Pessoas de bem muitas vezes preferem ficar de fora, porque não querem se expor, se envolver.
    Qual é a expectativa para o futuro?
    Minha esperança, como cidadão, é que na política só tenha pessoas de bem. Hoje, existem, sim, pessoas de bem na política, mas nós queremos que todas as pessoas envolvidas com a política sejam ficha limpa, e não só isso, que tenham uma conduta ilibada, uma retidão de caráter. Que tenham uma vida pregressa em que qualquer eleitor possa entrar no site do TRE, ou de um partido político, e ver o histórico de vida daquela pessoa. Não basta não ter o processo, porque, muitas vezes, a pessoa não tem o processo julgado, mas tem um histórico de vida complicado do ponto de vista ético. Ainda há muita interpretação da lei, como a que trás que aqueles candidatos que tiveram contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado não podem ser candidatos. Isso é uma interpretação que está em evolução, mas já é um ganho gigantesco do ponto de vista social. Temos que ficar atentos para que não haja alterações na lei. Juntamente com a Lei da Informação, a Ficha Limpa é a lei mais importante que surgiu no Brasil nos últimos tempos. Espero que essa peneira faça uma melhoria nos partidos políticos.
    Esse não é um trabalho que deveria ser feito pelos próprios partidos?
    A Ficha Limpa só existe porque os partidos políticos não são fortes o suficiente para usar critérios legais, éticos e morais para lançar seus candidatos. Se esse filtro, que deveria ser feito pelos partidos, não é espontâneo, agora ele passou a ser, através da legislação. E mais bonito ainda, por iniciativa popular.
    O país precisa com urgência de uma reforma política?
    Sim, o Brasil precisa da reforma política, tem muitos assuntos que devem ser debatidos com a sociedade. Um dos mais importantes e emblemáticos seria a questão do financiamento de campanha. Hoje, o financiamento privado está aí, e poderemos debater o financiamento público. Um e outro têm vantagens e desvantagens, mas, do jeito que está hoje, o poder econômico tem influência muito forte no resultado dos pleitos eleitorais. O processo eleitoral é o momento mais importante da democracia, e o voto é o ápice desse processo, é o momento sublime em que o eleitor deve estar convencido de que tem condições plenas de escolher o que vai lhe representar. Ainda temos muito a compra de votos, por isso, debater com a sociedade a reforma política e uma série de temas, é fundamental para o enriquecimento da democracia.
    O Brasil está avançando?
    Do ponto de vista democrático, sem dúvida. Nos últimos anos, a sociedade começou a participar, surgiram várias ONGs, mas, ainda, não na velocidade que a gente gostaria que fosse, e a reforma política seria fundamental. Quem sabe, ano que vem, o Congresso volte a esse tema. Mas, se ela existir, tem que ser com pressão da sociedade civil.
    Como funciona a Conferência Internacional Anticorrupção (IACC)?
    Ela é um evento de iniciativa da Transparência Internacional, a maior ONG que combate a corrupção no mundo, sediada em Berlim, e, este ano, será a 15ª Conferência. Tive a experiência de estar na 13ª em Atenas e na 14ª em Bangkok. É o principal fórum mundial que reúne Chefes de Estado, sociedade civil, setor público e privado para discutir as boas práticas de combate à corrupção e trocar experiências do mundo todo. Serão 140 países participantes e cerca de 1500 membros brasileiros e dessas outras nações.
    Serão quantos dias de fórum?
    Quatro dias, entre o dia sete e 10 de novembro, no Ulisses Guimarães, em Brasília. Será discutido tudo que envolve a impunidade, combate à corrupção, atuação do Judiciário, enfim, uma pauta e uma agenda bem extensas.
    E a Amarribo, de que maneira tem atuado?
    Ela é uma Organização Não Governamental de Interesse Público, fundada em 1999, na pequena cidade de Ribeirão Bonito, que tinha apenas 12 mil habitantes. A ideia era ajudar no desenvolvimento socioeconômico da cidade, entretanto, nós fomos demandados sobre questões de corrupção na prefeitura. Descobrimos que tinha corrupção na merenda escolar, na compra de combustíveis, entre outras coisas. Tínhamos um cenário desfavorável, que é o cenário da grande maioria dos pequenos e médios municípios brasileiros.
    Qual é este cenário?
    A Câmara de Vereadores era, em sua absoluta maioria, favorável ao prefeito, não cumprindo o seu papel que é de fiscalizar, e um Judiciário que, muitas vezes, é lento e moroso. Só nos restava mobilizar a sociedade, e nós o fizemos. Em uma cidade de 12 mil habitantes, colocamos mais de mil pessoas em um ginásio de esporte e mostramos as provas. A Câmara de Vereadores começou a entender a mensagem do povo, e passou a pedir a cassação do prefeito. Foi decretada prisão preventiva a ele, e ele renunciou, porque, até então, isto não era caso de inelegibilidade.
    O que aconteceu em seguida?
    Dessa história, rica em detalhes, escrevemos um livro, "O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil", e fizemos um site. A partir daí começamos a receber demanda do Brasil todo, com um grupo de pessoas para recebê-las, e ensinando as pessoas a participarem de uma fiscalização dentro da realidade de cada município. Também passamos a viajar e dar palestras simples, com o objetivo único e exclusivo de motivar as pessoas a começarem a participar e fiscalizar as contas de seu município. Já viajamos para mais de 250 municípios e contamos com 220 entidades fazendo seu trabalho individualmente.

    Fonte: Brasília em Dia - Edição 812 - Páginas 5 a 10 - 22.09.2012

     

     

    Universidades podem ajudar no combate à corrupção

    Conferência Internacional Anticorrupção premiará instituições que desenvolverem projetos ligados ao tema.
    Estão abertas as inscrições para o programa Minha Universidade e a IACC. O projeto faz parte do cronograma da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção que, neste ano, será realizada no Brasília de 7 a 10 de novembro. O evento é organizado pela Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com a AMARRIBO BRASIL, a Transparência Internacional e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

    Universidades de todo o mundo podem participar do programa que vai premiar projetos, de qualquer campo da ciência, que auxiliem o combate à corrupção em temas como mobilização social, sustentabilidade e esportes. As instituições interessadas em participar do programa devem formar grupos de discussões para debater algum dos temas selecionados (disponíveis em http://15iacc.org/get-involved/engaging-students/). “É importante que as universidades brasileiras participem também. Queremos mostrar ao resto do mundo que estamos empenhados no combate a corrupção”, diz Nicole Verillo, coordenadora de Desenvolvimento Institucional da AMARRIBO BRASIL.
    As universidades responsáveis pelos projetos vencedores poderão participar da conferência, que reúne chefes de estado, sociedade civil e representantes dos setores público e privado para debater os desafios causados pela corrupção. Para se inscrever, os interessados devem acessar o link (http://15iacc.org/get-involved/iacc-university/sign-up-now/), preencher a ficha e aguardar informações sobre os próximos passos.

    Sobre a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC)
    A IACC é o principal fórum mundial que reúne chefes de estado, sociedade civil e os setores público e privado para enfrentar os desafios, cada vez mais sofisticados, causados pela corrupção. É realizada a cada dois anos em uma região diferente do mundo e em, em 2012, o Brasil foi escolhido para sediar o evento. A 15ª IACC é organizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com a AMARRIBO BRASIL, a Transparência Internacional e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
    Informações para a imprensa
    CDI Comunicação Corporativa
    Cláudia Santos (11) 3817-7925 – claudia@cdicom.com.br
    Thiago Coletti (11) 3817-7915 – thiago@cdicom.com.br
     

     

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