Redação CartaCapital
Ainda é maio, mas a sucessão de escândalos a envolver o Congresso dá sinais de que 2009 será um ano fervilhante em Brasília. Entre os destaques, o caso do ex-diretor do Senado João Carlos Zoghbi, dono de empresas com negócios milionários com o próprio Senado, segundo revelou a revista Época. Ou os 181 diretores “descobertos” também no Senado, como aquele responsável pela garagem, com salário de 18 mil reais. Ou ainda o escândalo das passagens aéreas utilizadas por familiares ou pelos próprios parlamentares em passeios no Brasil e no exterior. Na avaliação do cientista político Marco Antonio Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas, trata-se de algo “sem precedente” na história, cheia de altos e baixos, do Parlamento nacional. “Estamos presenciando uma sucessão de escândalos que não tem intervalo temporal algum. E isso contribui para a falta de uma agenda positiva no Congresso”, avalia. CartaCapital: Na sua avaliação, o País já assistiu a uma crise no Congresso semelhante à atual? Marco Antonio Teixeira: Em termos quantitativos e em um espaço tão curto de tempo, não há precedente. Claro que, desde os anos 80, tivemos diversos escândalos que marcaram a nossa história política. Mas o que estamos presenciando nos últimos anos é uma sucessão de escândalos que não tem intervalo temporal algum. E isso contribui para a ausência de uma agenda positiva do Congresso. CC: Existe algum denominador comum nesses escândalos? MAT: Há uma questão importante nessa série de escândalos mais recente, que é a gente perceber o quanto uma parcela de nossos políticos simplesmente confunde o seu próprio bolso com o bolso do Estado. Eles não levam em consideração o fato de que o dinheiro deve ser usado em atividades públicas, de interesse público. Basta olhar para o caso das passagens aéreas. Alguns parlamentares quiseram justificar descaradamente passeios com a família como algo que não era ilegal. Podia não ser ilegal, mas era no mínimo imoral, já que se trata de uma atividade privada. Esses casos revelam a falta de espírito republicano. CC: A natureza dos partidos influencia o grau de desfaçatez dos políticos? MAT: Os partidos políticos não cumprem o seu papel de representantes da sociedade ou de setores perante o Estado. Eles têm sido muito mais uma correia de transmissão de poder para as elites partidárias do que instrumentos de representação de interesses sociais. Dentro dos partidos, existem muito mais oligarquias partidárias do que um programa político coeso que, de alguma maneira, oriente os seus parlamentares. CC: E qual o papel da mídia nessa história? MAT: Não existiriam os escândalos não fosse a cobertura da imprensa. A mídia tem funcionado como o principal instrumento de repercussão desses fatos, que só chegam à opinião pública a partir do próprio noticiário. Mas é preciso ver também que as instituições brasileiras foram sendo obrigadas a se abrir mais, a dar maior transparência a seus atos, e boa parte do material divulgado pela mídia é produto da necessidade de publicização. Não podemos esquecer, porém, que a mídia também é alimentada muitas vezes pela própria disputa pelo poder. CC: E o senhor vê uma luz no fim desse túnel? MAT: Os assuntos públicos não estão tão encobertos como já estiveram. Por outro lado, o Legislativo não evoluiu da mesma maneira, apesar de que não há como negar que houve algum avanço. A definição de regras para as passagens é um exemplo. Talvez possamos ver uma luz no fim do túnel não só quando nos escandalizamos, mas também quando temos como resposta a criação de normas, de sistemas de controle que evitem que essas coisas voltem a acontecer. As instituições vão aprendendo com os seus erros. ::
Fonte: Carta Capital
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domingo, maio 03, 2009
Lula e Obama
Emiliano José
Chega ser quase obscena a posição hegemônica da mídia brasileira quanto a Lula. Isso voltou a se evidenciar nas reações iradas, irônicas, rasteiras às reiteradas falas do presidente dos EUA, Barack Obama, que não economizou elogios ao presidente brasileiro. Talvez pudéssemos qualificar tais reações como “ódio de classe”, para seguir a trilha teórica do marxismo. Não creio, no entanto, que isso explique tudo. Há, aqui, como tenho sustentado em alguns trabalhos meus, uma posição política de nossa mídia, também associada a aspectos culturais, como o acentuado desprezo das classes dominantes àqueles que vêm de baixo, quanto mais se provenientes do Nordeste. Descartadas sempre as honrosas exceções, CartaCapital entre elas, a imprensa brasileira carrega a marca da Casa Grande. A ascensão de Senzala a incomoda muito, provoca urticária. Foi Obama falar e ela se agitar. Os colunistas entraram rapidamente em ação. Um dizia que Lula apenas enfeitava o projeto dos grandes países capitalistas, capitaneado pelos EUA. Outro dizia que tudo bem, belo elogios, mas que Lula devia voltar logo e “começar a governar o Brasil em crise”. Outro, alcançando os píncaros da indigência intelectual, afirmava que tudo aquilo era ironia do presidente dos EUA. Eles não resistem à afirmação desse “presidente-operário-metido a-besta”. O que as reiteradas declarações de Obama, a performance de Lula no G-20 e na Cumbre recente provocaram foi a discussão sobre a liderança de Lula na cena mundial, particularmente o seu papel diante da crise econômica. Volto ao início: todo esse discurso está fundado numa posição política: a mídia brasileira sempre sustentou uma atitude contrária a governos reformistas e democráticos. Não cabe detalhar isso nos limites desse texto. Se apenas passássemos os olhos em episódios históricos como o suicídio de Getúlio, o golpe de 64 e a própria convivência com a ditadura, perceberiam o quanto houve de participação decisiva na tentativa de golpe em 54, na articulação de 64 e na convivência com os militares, na seqüência. Aceitar uma liderança como Lula é demais. Trata-se da encarnação de um projeto bastante diferente do que a maior parte de nossa mídia defende. Não me parece que seja correto discutir a ascensão de Lula como líder mundial a partir das declarações do presidente dos EUA. É evidente que elas têm um significado forte, um poderoso impacto político e midiático. A liderança de Lula, no entanto, ao ser reconhecida pelo país-líder do Império, reclama uma explicação que vai muito além da “chancela” de Obama. Essa liderança se constitui ao longo do tempo e é a encarnação de um projeto histórico-cultural e político coletivo. É evidente que esse projeto encontrou em Lula um ator excepcional, de um talento raro. Talento que vem se afirmando de maneira indiscutível. Quando o atual presidente da República se colocou a frente da classe operária moderna, nas impressionantes mobilizações do final da década de 70 do século passado, pouca gente podia desconfiar estar ali o germe de um novo poder político no Brasil. De líder operário a líder político foi um salto. Lula deixa de ser uma liderança corporativa, desprega-se do exclusivismo da luta operário-sindical, para elevar-se à condição de dirigente político, passando a representar o conjunto da classe trabalhadora e, com isso, caminhando para hegemonizar toda a sociedade brasileira. E dos anos 80 em diante, o novo projeto foi ganhando consistência, constituindo-se uma constelação de forças capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores que, com altos e baixos, erros e acertos, foi ganhando pacientemente a conf iança da população brasileira até que em 2002 Lula se torna presidente da República, rompendo pela primeira vez uma tradição secular. Um integrante da classe operária dirigia os destinos do Brasil. As classes dominantes e suas elites políticas desdenharam. Tinham certeza de que “ele e sua equipe” não saberiam o que fazer, que tudo desandaria rapidamente. Deram com os burros n’água. Lula e sua equipe imprimiram um novo rumo ao País. Podemos dizer que de 2003 para cá, o Brasil passou a experimentar uma revolução democrática. Iniciou-se um processo real de distribuição de renda, com políticas públicas capazes de garantir melhorias das condições de vida de milhões de pessoas. Claro que se trata do inicio de um processo, mas revelando inegavelmente uma mudança profunda de rumos no plano da política interna. Esse projeto foi duramente atacado em 2005/2006. Para além dos erros cometidos, e que o PT reconheceu, o fato é que tudo girava em torno da necessidade de derrotar Lula e o projeto que ele encarnava. Lula resistiu porque tinha a convicção de que era fundamental continuar as mudanças que apenas havia iniciado. E ele tinha plena convicção de ter as mãos limpas. Era necessário continuar a distribuir renda, promover o desenvolvimento, modernizar o país, redesenhar sua infra-estrutura isso depois de ter conseguido equilibrar as finanças públicas. Lula se reelegeu. O povo brasileiro reconhecia nele a sua liderança. No plano da política externa, deu um giro de 180 graus. Privilegiou as relações com a América Latina, Ásia e África. Tomou posições corajosas, como a de opor-se à guerra do Iraque, à Alca (que foi derrotada), defendeu os interesses dos países mais pobres, pregou a união entre eles, lutou e luta pelo Mercosul. E, diante da crise econômica originada no coração do Império, foi incisivo: os mais pobres não podem pagar essa conta. Lula conseguiu firmar-se no seu país e ao fazê-lo sabia que não podia deixar o mundo de lado. A seu modo, compreendeu que precisava enfrentar os desafios da globalização com posições políticas democráticas, capazes de opor-se à crescente exclusão dos mais pobres. E por isso tornou-se essa liderança. Que tem compromissos profundos com o seu povo e com os povos do mundo. Os líderes se afirmam quando são capazes de interpretar sentimentos e aspirações profundas dos povos. Lula tem sabido fazer isso. Não desvinculou-se de suas raízes.
Fonte: Carta Capital
Chega ser quase obscena a posição hegemônica da mídia brasileira quanto a Lula. Isso voltou a se evidenciar nas reações iradas, irônicas, rasteiras às reiteradas falas do presidente dos EUA, Barack Obama, que não economizou elogios ao presidente brasileiro. Talvez pudéssemos qualificar tais reações como “ódio de classe”, para seguir a trilha teórica do marxismo. Não creio, no entanto, que isso explique tudo. Há, aqui, como tenho sustentado em alguns trabalhos meus, uma posição política de nossa mídia, também associada a aspectos culturais, como o acentuado desprezo das classes dominantes àqueles que vêm de baixo, quanto mais se provenientes do Nordeste. Descartadas sempre as honrosas exceções, CartaCapital entre elas, a imprensa brasileira carrega a marca da Casa Grande. A ascensão de Senzala a incomoda muito, provoca urticária. Foi Obama falar e ela se agitar. Os colunistas entraram rapidamente em ação. Um dizia que Lula apenas enfeitava o projeto dos grandes países capitalistas, capitaneado pelos EUA. Outro dizia que tudo bem, belo elogios, mas que Lula devia voltar logo e “começar a governar o Brasil em crise”. Outro, alcançando os píncaros da indigência intelectual, afirmava que tudo aquilo era ironia do presidente dos EUA. Eles não resistem à afirmação desse “presidente-operário-metido a-besta”. O que as reiteradas declarações de Obama, a performance de Lula no G-20 e na Cumbre recente provocaram foi a discussão sobre a liderança de Lula na cena mundial, particularmente o seu papel diante da crise econômica. Volto ao início: todo esse discurso está fundado numa posição política: a mídia brasileira sempre sustentou uma atitude contrária a governos reformistas e democráticos. Não cabe detalhar isso nos limites desse texto. Se apenas passássemos os olhos em episódios históricos como o suicídio de Getúlio, o golpe de 64 e a própria convivência com a ditadura, perceberiam o quanto houve de participação decisiva na tentativa de golpe em 54, na articulação de 64 e na convivência com os militares, na seqüência. Aceitar uma liderança como Lula é demais. Trata-se da encarnação de um projeto bastante diferente do que a maior parte de nossa mídia defende. Não me parece que seja correto discutir a ascensão de Lula como líder mundial a partir das declarações do presidente dos EUA. É evidente que elas têm um significado forte, um poderoso impacto político e midiático. A liderança de Lula, no entanto, ao ser reconhecida pelo país-líder do Império, reclama uma explicação que vai muito além da “chancela” de Obama. Essa liderança se constitui ao longo do tempo e é a encarnação de um projeto histórico-cultural e político coletivo. É evidente que esse projeto encontrou em Lula um ator excepcional, de um talento raro. Talento que vem se afirmando de maneira indiscutível. Quando o atual presidente da República se colocou a frente da classe operária moderna, nas impressionantes mobilizações do final da década de 70 do século passado, pouca gente podia desconfiar estar ali o germe de um novo poder político no Brasil. De líder operário a líder político foi um salto. Lula deixa de ser uma liderança corporativa, desprega-se do exclusivismo da luta operário-sindical, para elevar-se à condição de dirigente político, passando a representar o conjunto da classe trabalhadora e, com isso, caminhando para hegemonizar toda a sociedade brasileira. E dos anos 80 em diante, o novo projeto foi ganhando consistência, constituindo-se uma constelação de forças capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores que, com altos e baixos, erros e acertos, foi ganhando pacientemente a conf iança da população brasileira até que em 2002 Lula se torna presidente da República, rompendo pela primeira vez uma tradição secular. Um integrante da classe operária dirigia os destinos do Brasil. As classes dominantes e suas elites políticas desdenharam. Tinham certeza de que “ele e sua equipe” não saberiam o que fazer, que tudo desandaria rapidamente. Deram com os burros n’água. Lula e sua equipe imprimiram um novo rumo ao País. Podemos dizer que de 2003 para cá, o Brasil passou a experimentar uma revolução democrática. Iniciou-se um processo real de distribuição de renda, com políticas públicas capazes de garantir melhorias das condições de vida de milhões de pessoas. Claro que se trata do inicio de um processo, mas revelando inegavelmente uma mudança profunda de rumos no plano da política interna. Esse projeto foi duramente atacado em 2005/2006. Para além dos erros cometidos, e que o PT reconheceu, o fato é que tudo girava em torno da necessidade de derrotar Lula e o projeto que ele encarnava. Lula resistiu porque tinha a convicção de que era fundamental continuar as mudanças que apenas havia iniciado. E ele tinha plena convicção de ter as mãos limpas. Era necessário continuar a distribuir renda, promover o desenvolvimento, modernizar o país, redesenhar sua infra-estrutura isso depois de ter conseguido equilibrar as finanças públicas. Lula se reelegeu. O povo brasileiro reconhecia nele a sua liderança. No plano da política externa, deu um giro de 180 graus. Privilegiou as relações com a América Latina, Ásia e África. Tomou posições corajosas, como a de opor-se à guerra do Iraque, à Alca (que foi derrotada), defendeu os interesses dos países mais pobres, pregou a união entre eles, lutou e luta pelo Mercosul. E, diante da crise econômica originada no coração do Império, foi incisivo: os mais pobres não podem pagar essa conta. Lula conseguiu firmar-se no seu país e ao fazê-lo sabia que não podia deixar o mundo de lado. A seu modo, compreendeu que precisava enfrentar os desafios da globalização com posições políticas democráticas, capazes de opor-se à crescente exclusão dos mais pobres. E por isso tornou-se essa liderança. Que tem compromissos profundos com o seu povo e com os povos do mundo. Os líderes se afirmam quando são capazes de interpretar sentimentos e aspirações profundas dos povos. Lula tem sabido fazer isso. Não desvinculou-se de suas raízes.
Fonte: Carta Capital
Casa-grande e senzala, sempre
Mino Carta
Respeitados economistas europeus e americanos avisam que a crise econômica global ainda vai atingir maior gravidade nos países em desenvolvimento. Responsáveis pela saúde do mundo temem a pandemia suína. Mas não é destas crises que aqui se fala, e sim de outra, específica, de nítida marca brasileira. Nasce do descrédito das instituições democráticas, nas barbas do Pacto Republicano recentemente selado. O País tem o presidente mais popular de sua história e goza de um prestígio internacional nunca dantes navegado, graças à simpatia e à vocação diplomática de Lula, e a uma política externa inteligente, independente e assertiva. Em contrapartida, a nação não alimenta a mais pálida confiança em relação ao Legislativo e ao Judiciário. A opinião pública brasileira, por mais difícil que seja traçar-lhe os contornos, está indignada com os comportamentos dos parlamentares federais, entregues a uma mamata, como se dizia antigamente, sem precedentes. Muitos brasileiros fingem não perceber a evidência: a falta de decoro e pudor é apenas um dos aspectos de uma inesgotável trajetória de predações variadas e crescentes, a gerar uma crise moral que transcende largamente as fronteiras do Congresso Nacional. Sem grande esforço tropeçaremos em desmandos iguais nas assembleias estaduais e nas câmaras municipais de todo o País, sem excluir a possibilidade de algumas, raras, surpresas. E sem falar da leniência mais ou menos generalizada em relação a valores éticos, em nome do célebre jeitinho, praticado em quaisquer níveis com a celebração do lema: aos amigos tudo, aos inimigos a lei. Quanto ao Judiciário, é o império do presidente Gilmar Mendes, despótico não somente em Diamantino. O ministro Joaquim Barbosa não está enganado quando afirma que a Justiça está a ser “destruída”, embora nem todas as responsabilidades caibam a Mendes. Resta um fato indiscutível: o entrevero no STF, encenado ao vivo na semana passada do Oiapoque ao Chuí, teria cenário mais adequado se desenrolado em um botequim do arrabalde. Barbosa também não erra quando recomenda prestar atenção aos humores da rua. Mendes pode contar com o apoio estratégico dos seus pares e de boa parte da mídia, espanta, porém, a maioria dos patrícios e os incentiva a desacreditar da Justiça a partir da sua mais alta instância. São sentimentos e pensamentos que vêm de longe, agora, entretanto, se exasperam. É possível que a crise das instituições não esteja tão clara aos olhos dos privilegiados e dos aspirantes ao privilégio. Ou, ao menos, dos cidadãos prontos a se identificarem com a hipocrisia midiática. Assentam suas crenças no seu próprio bem-estar, e o resto que se moa. Conviria, porém, entender as razões deste descrédito vertiginoso em que despencaram o Legislativo e o Judiciário. Não se exija dos descrentes que na operação espremam as meninges. Constatem, simplesmente, que o Brasil continua atado à cultura da escravidão, a da casa-grande e da senzala. A prepotência, a desfaçatez, a empáfia dos predadores baseiam-se na certeza da impunidade e na resignação popular. A casa-grande age à vontade porque se sente à vontade. Sim, em outros tempos a crise das instituições submeteria o Brasil a riscos hoje inimagináveis. Gerados inclusive pela necessidade dos presidentes governarem com o apoio de oligarcas e apaniguados. A questão tornou-se crucial depois do enterro do Estado Novo, primeiro com Getúlio democraticamente eleito e enfim suicida, depois com JK, com Jânio e suas apostas falidas, com Jango até o golpe. A composição não foi árdua, depois da ditadura, para Sarney e Fernando Henrique Cardoso, excelentes no cumprimento da praxe antidemocrática. A dificuldade de Lula está aí com a nitidez do meio-dia, apesar de seu talento de conciliador, talento que nem sempre convém à situação. Nos tais tempos idos a casa-grande, em meio à meteorologia turva, não hesitou em convocar seus gendarmes. Hoje os gendarmes não são mais aqueles e os senhores quem sabe se tenham convencido de que como está é bom para eles, bom demais. A casa-grande porta-se, sempre e sempre, com extremo imediatismo. O presente é que interessa, predação-já. Houvesse a vontade de cogitar do futuro, creio que o Brasil teria tomado os rumos da contemporaneidade. Mas a casa-grande jamais se preocupou com a senzala.
Fonte: Carta Capital
Respeitados economistas europeus e americanos avisam que a crise econômica global ainda vai atingir maior gravidade nos países em desenvolvimento. Responsáveis pela saúde do mundo temem a pandemia suína. Mas não é destas crises que aqui se fala, e sim de outra, específica, de nítida marca brasileira. Nasce do descrédito das instituições democráticas, nas barbas do Pacto Republicano recentemente selado. O País tem o presidente mais popular de sua história e goza de um prestígio internacional nunca dantes navegado, graças à simpatia e à vocação diplomática de Lula, e a uma política externa inteligente, independente e assertiva. Em contrapartida, a nação não alimenta a mais pálida confiança em relação ao Legislativo e ao Judiciário. A opinião pública brasileira, por mais difícil que seja traçar-lhe os contornos, está indignada com os comportamentos dos parlamentares federais, entregues a uma mamata, como se dizia antigamente, sem precedentes. Muitos brasileiros fingem não perceber a evidência: a falta de decoro e pudor é apenas um dos aspectos de uma inesgotável trajetória de predações variadas e crescentes, a gerar uma crise moral que transcende largamente as fronteiras do Congresso Nacional. Sem grande esforço tropeçaremos em desmandos iguais nas assembleias estaduais e nas câmaras municipais de todo o País, sem excluir a possibilidade de algumas, raras, surpresas. E sem falar da leniência mais ou menos generalizada em relação a valores éticos, em nome do célebre jeitinho, praticado em quaisquer níveis com a celebração do lema: aos amigos tudo, aos inimigos a lei. Quanto ao Judiciário, é o império do presidente Gilmar Mendes, despótico não somente em Diamantino. O ministro Joaquim Barbosa não está enganado quando afirma que a Justiça está a ser “destruída”, embora nem todas as responsabilidades caibam a Mendes. Resta um fato indiscutível: o entrevero no STF, encenado ao vivo na semana passada do Oiapoque ao Chuí, teria cenário mais adequado se desenrolado em um botequim do arrabalde. Barbosa também não erra quando recomenda prestar atenção aos humores da rua. Mendes pode contar com o apoio estratégico dos seus pares e de boa parte da mídia, espanta, porém, a maioria dos patrícios e os incentiva a desacreditar da Justiça a partir da sua mais alta instância. São sentimentos e pensamentos que vêm de longe, agora, entretanto, se exasperam. É possível que a crise das instituições não esteja tão clara aos olhos dos privilegiados e dos aspirantes ao privilégio. Ou, ao menos, dos cidadãos prontos a se identificarem com a hipocrisia midiática. Assentam suas crenças no seu próprio bem-estar, e o resto que se moa. Conviria, porém, entender as razões deste descrédito vertiginoso em que despencaram o Legislativo e o Judiciário. Não se exija dos descrentes que na operação espremam as meninges. Constatem, simplesmente, que o Brasil continua atado à cultura da escravidão, a da casa-grande e da senzala. A prepotência, a desfaçatez, a empáfia dos predadores baseiam-se na certeza da impunidade e na resignação popular. A casa-grande age à vontade porque se sente à vontade. Sim, em outros tempos a crise das instituições submeteria o Brasil a riscos hoje inimagináveis. Gerados inclusive pela necessidade dos presidentes governarem com o apoio de oligarcas e apaniguados. A questão tornou-se crucial depois do enterro do Estado Novo, primeiro com Getúlio democraticamente eleito e enfim suicida, depois com JK, com Jânio e suas apostas falidas, com Jango até o golpe. A composição não foi árdua, depois da ditadura, para Sarney e Fernando Henrique Cardoso, excelentes no cumprimento da praxe antidemocrática. A dificuldade de Lula está aí com a nitidez do meio-dia, apesar de seu talento de conciliador, talento que nem sempre convém à situação. Nos tais tempos idos a casa-grande, em meio à meteorologia turva, não hesitou em convocar seus gendarmes. Hoje os gendarmes não são mais aqueles e os senhores quem sabe se tenham convencido de que como está é bom para eles, bom demais. A casa-grande porta-se, sempre e sempre, com extremo imediatismo. O presente é que interessa, predação-já. Houvesse a vontade de cogitar do futuro, creio que o Brasil teria tomado os rumos da contemporaneidade. Mas a casa-grande jamais se preocupou com a senzala.
Fonte: Carta Capital
Veja as opções para a compra do imóvel usado
Juliana Colombo e Anay Curydo Agora
Quem está a procura de um imóvel usado não terá nenhum incentivo do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. É preciso usar os financiamentos com recursos do FGTS ou da poupança, e as taxas variam bastante.
A edição impressa do Agora, nas bancas neste domingo (3 de maio) traz todas as taxas cobradas por nove instituições bancárias do país
No SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que usa a grana da poupança para o crédito, o limite do valor do imóvel comprado foi elevado há cerca de um mês --passando de R$ 350 mil para R$ 500 mil. O prazo e a cota máxima de financiamento também foram aumentados, segundo regulamentação do CMN (Conselho Monetário Nacional).
É preciso ficar atento porque nem sempre a taxa mínima é mais baixa nos bancos públicos. As taxas mínimas são de 7,95% ao ano no Santander e no Real. Os valores variam de acordo com o valor do imóvel. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são os únicos que financiam 90% do valor do imóvel. Os demais emprestam até 80%.
RendaNesse tipo de financiamento, com a grana da poupança, a maioria dos bancos não exige renda mínima para liberar o empréstimo, que tem prazo de 20 a 30 anos. Os bancos costumam fazer uma conta para saber o quanto o mutuário poderá pagar, já que será por muitos anos. Normalmente, o valor da prestação máxima fica em torno de 27% a 30% da renda familiar.
Para saber da capacidade de pagamento, os bancos realizam uma entrevista, na qual o mutuário leva seus documentos, como Imposto de Renda e extratos bancários. Quem está com o nome sujo não consegue o crédito.
Uma dica para antes de iniciar o pagamento é ter uma grana guardada. Isso porque as custas cartoriais e o pagamento de ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) podem chegar a 4% do valor de compra do imóvel. É possível usar a grana do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para amortizar o saldo devedor ou também pagar as parcelas.
Fonte: Agora
Quem está a procura de um imóvel usado não terá nenhum incentivo do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. É preciso usar os financiamentos com recursos do FGTS ou da poupança, e as taxas variam bastante.
A edição impressa do Agora, nas bancas neste domingo (3 de maio) traz todas as taxas cobradas por nove instituições bancárias do país
No SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que usa a grana da poupança para o crédito, o limite do valor do imóvel comprado foi elevado há cerca de um mês --passando de R$ 350 mil para R$ 500 mil. O prazo e a cota máxima de financiamento também foram aumentados, segundo regulamentação do CMN (Conselho Monetário Nacional).
É preciso ficar atento porque nem sempre a taxa mínima é mais baixa nos bancos públicos. As taxas mínimas são de 7,95% ao ano no Santander e no Real. Os valores variam de acordo com o valor do imóvel. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são os únicos que financiam 90% do valor do imóvel. Os demais emprestam até 80%.
RendaNesse tipo de financiamento, com a grana da poupança, a maioria dos bancos não exige renda mínima para liberar o empréstimo, que tem prazo de 20 a 30 anos. Os bancos costumam fazer uma conta para saber o quanto o mutuário poderá pagar, já que será por muitos anos. Normalmente, o valor da prestação máxima fica em torno de 27% a 30% da renda familiar.
Para saber da capacidade de pagamento, os bancos realizam uma entrevista, na qual o mutuário leva seus documentos, como Imposto de Renda e extratos bancários. Quem está com o nome sujo não consegue o crédito.
Uma dica para antes de iniciar o pagamento é ter uma grana guardada. Isso porque as custas cartoriais e o pagamento de ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) podem chegar a 4% do valor de compra do imóvel. É possível usar a grana do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para amortizar o saldo devedor ou também pagar as parcelas.
Fonte: Agora
Saiba como garantir três meses de aposentadoria
Paulo Muzzolondo Agora
Quem for pedir a aposentadoria após sair da empresa deve ficar atento para não perder até três meses de benefício. A DIB (data de início de benefício) do segurado considerada para o benefício deve ser o dia de de desligamento do emprego, quando a aposentadoria for solicitada até 90 dias após essa data.
Quem se aposenta nesse limite recebe pelo período entre a saída da empresa e a data que pediu o benefício.
Por outro lado, após o prazo de 90 dias, e para os segurados que ainda trabalham, a DIB a ser considerada será a do pedido --nesse caso, o trabalhador não terá direito de receber os valores atrasados.
Por isso, ao se aposentar, é melhor pedir o benefício dentro dos 90 dias após o desligamento da empresa para não ficar sem essa grana.
Fonte: Agora
Quem for pedir a aposentadoria após sair da empresa deve ficar atento para não perder até três meses de benefício. A DIB (data de início de benefício) do segurado considerada para o benefício deve ser o dia de de desligamento do emprego, quando a aposentadoria for solicitada até 90 dias após essa data.
Quem se aposenta nesse limite recebe pelo período entre a saída da empresa e a data que pediu o benefício.
Por outro lado, após o prazo de 90 dias, e para os segurados que ainda trabalham, a DIB a ser considerada será a do pedido --nesse caso, o trabalhador não terá direito de receber os valores atrasados.
Por isso, ao se aposentar, é melhor pedir o benefício dentro dos 90 dias após o desligamento da empresa para não ficar sem essa grana.
Fonte: Agora
Peça o benefício na hora certa e ganhe mais
Paulo Muzzolondo Agora
Quem está para se aposentar e quer ganhar um pouco a mais do INSS pode esperar um pouco para pedir o benefício e garantir um aumento de até 5,07%. O aumento vale para quem esperar até o aniversário para pedir a aposentadoria por tempo de contribuição.
Nessa aposentadoria, há a incidência do fator previdenciário, que pode diminuir em até 40% o valor do benefício. Quanto mais novo for o segurado, menor será o valor de seu benefício, e vice-versa.
Quem completar 35 anos de contribuição poucos meses antes de seu aniversário, poderá esperar até essa data para pedir a aposentadoria e garantir o aumento.
Se um segurado do INSS que começou a trabalhar aos 20 anos pedir o benefício aos 55 anos, quando completar 35 anos de contribuição, terá um fator de índice 0,726. Assim, se seu salário de benefício --a média das 80% maiores salários de contribuição-- for de R$ 1.000, ele terá uma aposentadoria inicial de R$ 726.
Se ele completar 56 anos de idade alguns meses depois de ter completado os 35 anos de contribuição, poderá passar a receber R$ 754, já que seu fator, nesse caso, será de 0,754.
"Ele vai perder poucos meses de aposentadoria, mas terá um aumento no benefício que irá lhe acompanhar pelo resto da vida", diz a advogada previdenciária Marta Gueller.
Nesse exemplo, o aumento só leva em conta a idade do segurado. Se ele esperar atingir os 56 anos trabalhando, seu aumento será ainda maior, porque, além de ter mais idade, terá também um tempo maior de contribuição.
Para ter uma ideia de quanto poderá ter de aumento, ele pode consultar o quadro. A tabela mostra de quanto será seu aumento se esperar o aniversário para pedir o benefício.
Fonte: Agora
Quem está para se aposentar e quer ganhar um pouco a mais do INSS pode esperar um pouco para pedir o benefício e garantir um aumento de até 5,07%. O aumento vale para quem esperar até o aniversário para pedir a aposentadoria por tempo de contribuição.
Nessa aposentadoria, há a incidência do fator previdenciário, que pode diminuir em até 40% o valor do benefício. Quanto mais novo for o segurado, menor será o valor de seu benefício, e vice-versa.
Quem completar 35 anos de contribuição poucos meses antes de seu aniversário, poderá esperar até essa data para pedir a aposentadoria e garantir o aumento.
Se um segurado do INSS que começou a trabalhar aos 20 anos pedir o benefício aos 55 anos, quando completar 35 anos de contribuição, terá um fator de índice 0,726. Assim, se seu salário de benefício --a média das 80% maiores salários de contribuição-- for de R$ 1.000, ele terá uma aposentadoria inicial de R$ 726.
Se ele completar 56 anos de idade alguns meses depois de ter completado os 35 anos de contribuição, poderá passar a receber R$ 754, já que seu fator, nesse caso, será de 0,754.
"Ele vai perder poucos meses de aposentadoria, mas terá um aumento no benefício que irá lhe acompanhar pelo resto da vida", diz a advogada previdenciária Marta Gueller.
Nesse exemplo, o aumento só leva em conta a idade do segurado. Se ele esperar atingir os 56 anos trabalhando, seu aumento será ainda maior, porque, além de ter mais idade, terá também um tempo maior de contribuição.
Para ter uma ideia de quanto poderá ter de aumento, ele pode consultar o quadro. A tabela mostra de quanto será seu aumento se esperar o aniversário para pedir o benefício.
Fonte: Agora
Lula defende liberdade de imprensa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a revogação da Lei de Imprensa não deixa vácuo na legislação brasileira sobre o setor. Para o presidente, é preciso garantir a manutenção "total" da liberdade de imprensa. "Acho que não existe vácuo. O que precisamos garantir no Brasil é a manutenção da total liberdade de imprensa, que garante a consolidação do processo democrático nesse país", afirmou Lula, no Rio de Janeiro.
Anteontem à noite, o STF (Supremo Tribunal Federal) revogou a Lei de Imprensa, criada no regime militar. Agora, os jornalistas ficam submetidos à Constituição Federal e aos códigos Penal e Civil. A extinção da lei teve voto favorável de sete dos 11 ministros da Corte. Votaram a favor da revogação total os ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluso, Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Eles seguiram os votos do relator do caso, Carlos Ayres Britto, e do ministro Eros Grau, que apresentaram seus posicionamentos na sessão de 1º de abril.
Os ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes, presidente do STF, sugeriram a revogação parcial da lei. O ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção da norma e a criação de novas regras. Após a votação, Mendes disse que revogação da lei não impende que o Congresso Nacional formule uma nova regra para regulamentar as práticas jornalísticas.
No entendimento de Mendes, uma norma sobre direito de resposta é importante para garantir preceitos constitucionais. Para o presidente do STF, como julgamentos de ações contra jornalistas passam a ser feitos com base na Constituição Federal e nos códigos Penal e Civil, há dispositivos que precisam ser regulamentados, como o direito de resposta. Para Mendes, o artigo quinto da Constituição, que trata do tema, é vago.
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, elogiou a decisão da maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de tornar sem efeito a Lei de Imprensa. A partir de agora, os jornalistas ficam submetidos à Constituição Federal e aos códigos Penal e Civil.
Segundo Britto, a decisão foi fundamental para a defesa da liberdade de expressão, a fim de se evitar a volta do autoritarismo. Ele afirma que a suspensão da lei coloca o Brasil na melhor trilha democrática e retira do mundo jurídico um dos chamados entulhos autoritários.
O presidente da OAB também defendeu um "novo disciplinamento" pelo Congresso Nacional para criar mecanismos que regulem o direito de resposta. Segundo a entidade, a tese é apoiada pelo presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo. "É evidente que, com a revogação, haverá questões que remanescem. Serão objeto de cuidado do Legislativo." A extinção da lei foi apoiada por sete dos 11 ministros da Corte. Votaram a favor da revogação total os ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluso, Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
Eles seguiram os votos do relator do caso, Carlos Ayres Britto, e do ministro Eros Grau, que apresentaram seus posicionamentos na sessão de 1º de abril. Os ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes sugeriram a revogação parcial da lei e o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção da norma e a criação de novas regras. Para os ministros favoráveis, a lei é incompatível com a Constituição.
"O preço do silêncio para a liberdade dos povos é muito mais alto do que a livre circulação das ideias. Não é possível legislar com conteúdo punitivo que criem condições de intimidação. Por outro lado, a dignidade da pessoa humana deve ser assegurada para a liberdade de imprensa", afirmou Menezes Direito no seu voto.
Fonte: Tribuna da Bahia
Anteontem à noite, o STF (Supremo Tribunal Federal) revogou a Lei de Imprensa, criada no regime militar. Agora, os jornalistas ficam submetidos à Constituição Federal e aos códigos Penal e Civil. A extinção da lei teve voto favorável de sete dos 11 ministros da Corte. Votaram a favor da revogação total os ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluso, Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Eles seguiram os votos do relator do caso, Carlos Ayres Britto, e do ministro Eros Grau, que apresentaram seus posicionamentos na sessão de 1º de abril.
Os ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes, presidente do STF, sugeriram a revogação parcial da lei. O ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção da norma e a criação de novas regras. Após a votação, Mendes disse que revogação da lei não impende que o Congresso Nacional formule uma nova regra para regulamentar as práticas jornalísticas.
No entendimento de Mendes, uma norma sobre direito de resposta é importante para garantir preceitos constitucionais. Para o presidente do STF, como julgamentos de ações contra jornalistas passam a ser feitos com base na Constituição Federal e nos códigos Penal e Civil, há dispositivos que precisam ser regulamentados, como o direito de resposta. Para Mendes, o artigo quinto da Constituição, que trata do tema, é vago.
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, elogiou a decisão da maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de tornar sem efeito a Lei de Imprensa. A partir de agora, os jornalistas ficam submetidos à Constituição Federal e aos códigos Penal e Civil.
Segundo Britto, a decisão foi fundamental para a defesa da liberdade de expressão, a fim de se evitar a volta do autoritarismo. Ele afirma que a suspensão da lei coloca o Brasil na melhor trilha democrática e retira do mundo jurídico um dos chamados entulhos autoritários.
O presidente da OAB também defendeu um "novo disciplinamento" pelo Congresso Nacional para criar mecanismos que regulem o direito de resposta. Segundo a entidade, a tese é apoiada pelo presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo. "É evidente que, com a revogação, haverá questões que remanescem. Serão objeto de cuidado do Legislativo." A extinção da lei foi apoiada por sete dos 11 ministros da Corte. Votaram a favor da revogação total os ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluso, Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
Eles seguiram os votos do relator do caso, Carlos Ayres Britto, e do ministro Eros Grau, que apresentaram seus posicionamentos na sessão de 1º de abril. Os ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes sugeriram a revogação parcial da lei e o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção da norma e a criação de novas regras. Para os ministros favoráveis, a lei é incompatível com a Constituição.
"O preço do silêncio para a liberdade dos povos é muito mais alto do que a livre circulação das ideias. Não é possível legislar com conteúdo punitivo que criem condições de intimidação. Por outro lado, a dignidade da pessoa humana deve ser assegurada para a liberdade de imprensa", afirmou Menezes Direito no seu voto.
Fonte: Tribuna da Bahia
Após Cunha Lima e Jackson Lago, TSE pode cassar mais oito governadores
Folhapress
Após cassar o mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB), ex-governador da Paraíba, e de Jackson Lago (PDT), ex-governador do Maranhão, o Tribunal Superior Eleitoral(TSE ) vai julgar processos contra outros oito governadores, que também estão ameaçados de perderem seus cargos.
Estão sob ameaça de perderem seus mandatos os governadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB), de Santa Catarina; Ivo Cassol (sem partido), de Rondônia; Marcelo Déda (PT), de Sergipe; Marcelo Miranda (PMDB), de Tocantins; José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima; Waldez Goés (PDT), do Amapá; e os recém empossados José Maranhão (PMDB), da Paraíba, e Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão.
Maranhão foi empossado em fevereiro deste ano após Cunha Lima ter o mandato cassado pelo TSE. Agora, responde a um processo de cassação apresentado pelo PSDB. O partido alega que Maranhão foi beneficiado por interferência dos veículos de comunicação ligados ao seu suplente no Senado, Roberto Cavalcanti (PRB-PB).
Os partidos de oposição no Maranhão, PSDB, PSB e PT, ingressaram com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo a cassação do diploma de Roseana, que no mês passado assumiu o governo no lugar de Jackson Lago. Os partidos argumentam que a governadora cometeu irregularidades nas eleições de 2006.
O governador de Santa Catarina é acusado de abuso de poder e propaganda ilegal durante campanha eleitoral. Já o de Sergipe responde a processos por abusos de poder econômico e político, assim como o do Amapá, que também é acusado de conduta proibida a agente público.
Em fevereiro do ano passado, o processo contra Luiz Henrique foi iniciado e interrompido. Na ação, o peemedebista é acusado de uso indevido dos meios de comunicação, propaganda eleitoral ilegal do governo em jornais do Estado, emissoras de rádio e televisão - supostamente com as despesas pagas pelos cofres públicos.
Já o governador de Rondônia contabiliza uma vitória, pois obteve no TSE liminar suspendendo a execução de decisão do TRE de Rondônia, que determinava o afastamento dele do cargo. Cassol é acusado de abuso econômico e compra de votos.
O governador de Sergipe responde a processo por propaganda irregular na campanha eleitoral de 2006. O governador de Tocantins também é processado no TSE sob a acusação de realização de propaganda eleitoral irregular e utilização ilegal de meios de comunicação.
O governador de Roraima é acusado no processo contra o governador Ottomar Pinto (PSDB), que morreu em 2007. Como Anchieta assumiu o lugar de Ottomar, o Ministério Público Eleitoral entende que o processo deve ser transferido para Anchieta. Ottomar é acusado de ter distribuído geladeiras e outros bens no Dia das Mães de 2006, o que configuraria crime eleitoral.
Fonte: Tribuna da Bahia
Após cassar o mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB), ex-governador da Paraíba, e de Jackson Lago (PDT), ex-governador do Maranhão, o Tribunal Superior Eleitoral(TSE ) vai julgar processos contra outros oito governadores, que também estão ameaçados de perderem seus cargos.
Estão sob ameaça de perderem seus mandatos os governadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB), de Santa Catarina; Ivo Cassol (sem partido), de Rondônia; Marcelo Déda (PT), de Sergipe; Marcelo Miranda (PMDB), de Tocantins; José de Anchieta Júnior (PSDB), de Roraima; Waldez Goés (PDT), do Amapá; e os recém empossados José Maranhão (PMDB), da Paraíba, e Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão.
Maranhão foi empossado em fevereiro deste ano após Cunha Lima ter o mandato cassado pelo TSE. Agora, responde a um processo de cassação apresentado pelo PSDB. O partido alega que Maranhão foi beneficiado por interferência dos veículos de comunicação ligados ao seu suplente no Senado, Roberto Cavalcanti (PRB-PB).
Os partidos de oposição no Maranhão, PSDB, PSB e PT, ingressaram com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pedindo a cassação do diploma de Roseana, que no mês passado assumiu o governo no lugar de Jackson Lago. Os partidos argumentam que a governadora cometeu irregularidades nas eleições de 2006.
O governador de Santa Catarina é acusado de abuso de poder e propaganda ilegal durante campanha eleitoral. Já o de Sergipe responde a processos por abusos de poder econômico e político, assim como o do Amapá, que também é acusado de conduta proibida a agente público.
Em fevereiro do ano passado, o processo contra Luiz Henrique foi iniciado e interrompido. Na ação, o peemedebista é acusado de uso indevido dos meios de comunicação, propaganda eleitoral ilegal do governo em jornais do Estado, emissoras de rádio e televisão - supostamente com as despesas pagas pelos cofres públicos.
Já o governador de Rondônia contabiliza uma vitória, pois obteve no TSE liminar suspendendo a execução de decisão do TRE de Rondônia, que determinava o afastamento dele do cargo. Cassol é acusado de abuso econômico e compra de votos.
O governador de Sergipe responde a processo por propaganda irregular na campanha eleitoral de 2006. O governador de Tocantins também é processado no TSE sob a acusação de realização de propaganda eleitoral irregular e utilização ilegal de meios de comunicação.
O governador de Roraima é acusado no processo contra o governador Ottomar Pinto (PSDB), que morreu em 2007. Como Anchieta assumiu o lugar de Ottomar, o Ministério Público Eleitoral entende que o processo deve ser transferido para Anchieta. Ottomar é acusado de ter distribuído geladeiras e outros bens no Dia das Mães de 2006, o que configuraria crime eleitoral.
Fonte: Tribuna da Bahia
sábado, maio 02, 2009
A CIDADE É A NOSSA REALIDADE
* Laerte Braga
O fator decisivo para a Revolução Francesa foram os burgos. As cidades. O esvaziamento do poder dos senhores feudal. A percepção da importância e da força das cidades. Não importa que as características do movimento tenham sido como derivado da própria palavra burgo, características burguesas. Foi o primeiro instante de afirmação da cidade no contexto de tempo e espaço, evidente, no mundo Ocidental. Na Grécia antiga, berço da nossa civilização, ou da forma de ser de nossa civilização, as cidades, a polis, abrigava a essência do que viria a ser a nação grega do ponto de vista histórico. Hoje temos consciência e se não ainda a adquirimos devemos buscá-la que a cidade é a realidade imediata de cada um de nós. O resto é ficção jurídica. Não existe Nação forte sem cidade forte. A palavra cidadão lembra cidade. O exercício da cidadania se dá na cidade. É na cidade que nascemos, que crescemos, nos formamos, constituímos nossas famílias, nascem nossos filhos, produzimos, vivemos e morremos.É nesse ciclo que continuamos a vida nos nossos descendentes. Os últimos anos, principalmente depois da queda da União Soviética, com a chamada Nova Ordem política e econômica, as cidades têm sido esvaziadas e perdido o seu poder. O poder de decidir sobre seus destinos. Educação, saúde, meio-ambiente, toda uma gama de problemas que dizem respeito direto ao cidadão e seus direitos por conta do Estado centralizado, do poder tecnológico em mãos de poucos e da obsessão de uma forma de progresso que, na prática, por não ser comum a todos os cidadãos acaba sendo privilégio de uns poucos. A ditadura militar retirou da cidade e dos cidadãos, lógico, direitos básicos e fundamentais que não foram repostos pela Constituição de 1988, à medida que os castelos políticos dos donatários das novas capitanias hereditárias (Sarney no Maranhão e no Amapá, por exemplo) não permitiram. Querem as cidades submetidas ao jugo dos seus interesses mesquinhos e coronelescos e para isso se valem do poder local, de cada cidade, para perpetuar uma situação de crescente e contínua injustiça. Usam todos os meios e a centralização permite que o próprio Judiciário seja instrumento de opressão. Não vamos encontrar saída e nem vamos legar aos nossos filhos um mundo justo e livre, se não formos capazes de resgatar a importância e o peso das nossas cidades como instrumentos de construção de uma Nação forte e livre. Daí a importância da comunicação local. Que foge às formas de espetáculo da sociedade em nossos dias e que nos impinge uma cultura padronizada e única como sendo verdade absoluta, em detrimento de valores essenciais de cada uma das nossas cidades. De sua história. De sua gente. Esse o desafio que enfrentamos. A comunicação. É partir da capacidade que vamos adquirir pela compreensão e percepção da história, que vamos a partir das cidades, de cada uma de nossas cidades, promover o reencontro com valores como liberdade, solidariedade, fraternidade, colocar cada tijolo de um mundo onde possamos respirar ar puro em todos os sentidos, falo inclusive do moral, do ético, tomando a ética como sendo a do bem. Não nos valem, em boa parte das vezes, as grandes chaminés, ou os grandes fornos do chamado progresso se não formos capazes de nos reconhecermos no outro, no vizinho, no amigo, no próprio adversário, mas na cidade. Na preservação de cada um canto e recanto, não importa quantos anos tenha a sua cidade, de cada passo dado em cada calçada, pisada por nossos ancestrais, em última instância, os que nos possibilitaram a vida. Recobrar o sentido cidadão da vida. Muitas vezes procuram desqualificar a cidade em nome do suposto progresso com adjetivos negativos. O maior de todos os adjetivos de uma cidade é sua identidade. E sua identidade é seu povo que forja. O resto? O resto é o resto. São as bandas, os coretos, as cadeiras na calçada no fim da tarde que fazem do ser humano, exatamente um ser humano e não um objeto consumidor. É o comadrio e compadrio no seu sentido de solidariedade e afeto. A mão estendida Essa é a nossa primeira luta. É na cidade que encontramos roseiras e frutos. E na cidade que colhemos as rosas e os frutos.
* Laerte Braga é jornalista e analista político nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.
Presenteou este Blog com a matéria acima, tendo em vista o mesmo haver atingido 200 mil visitações com muito suor, sangue e lágrmas.
OS CORDEIROS E A GRIPE SUÍNA
Laerte Braga
Não sei se Gilmar Mendes tem alguma coisa a ver com isso. Sei que o presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD ligou para a governadora do Pará e pediu a ela que tomasse providências enérgicas contra o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra –. O “presidente” da empresa dita suprema corte tem negócios por lá em parceria com Daniel Dantas. Sei também que o ministro Carlos Alberto Menezes “Direito” (cúmulo da esculhambação), funcionário qualificado da STF DANTAS INCORPORATION LTD e empregado de Gilmar Mendes no tal Instituto Brasiliense de Direito Público, desde os tempos de ministro – vá lá – do STJ – dito Superior Tribunal de Justiça – entrou na farra das passagens. As passagens em si existem em qualquer parlamento ou tribunal de qualquer país do mundo e se prestam a que parlamentares e juízes possam se movimentar no exercício de suas funções, ou para o melhor exercício dessas funções e, como gostam de dize, “em sendo necessário”. O tal “Direito” – putzgrila é o fim – gostava de viajar de primeira classe, furar as filas de embarque em viagens para o exterior com a mulher, com toda a certeza no tal “em sendo necessário” e no regresso com a “missão cumprida” passava ao largo da Alfândega. Tudo isso tem um nome segundo outro ministro Marco Aurélio Melo – liturgia –. A liturgia da tal suprema corte. Difere na forma, só na forma, na essência é a mesma coisa da liturgia do Comando Vermelho, ou do PCC. Aproxima-se da liturgia, por exemplo, de qualquer banco do mundo, ou laboratório especialista em produção de medicamentos contra gripes. Nesse diapasão vivemos a temporada da gripe suína. Já tivemos aquela atribuída aos frangos e com certeza teremos a dos canários, dos urubus, a dos beija-flores, tudo na esteira dos cordeiros que William Bonner chama de Homer Simpson. Corrida às farmácias. E a culpa é do México. Com transformação do México em estado da federação norte-americana e o tal do NAFTA, tratado de livre comércio que envolve os EUA e o Canadá – o México repito é província, estado – os norte-americanos descobriram que poderiam despejar todos os dejetos industriais, químicos, nucleares, hospitalares no seu mais novo estado. Podiam criar um muro para evitar que mexicanos fossem lá perturbá-los e aproveitar alguns para serviços domésticos, ou funções outras que não aquelas compatíveis com os altos desígnios dos senhores do mundo. Uma tal Smithfiel Foods mantém a 10 quilômetros da cidade de La Glória, um daqueles povoados onde ainda se toca La Malagueña uma criação de porcos das Granjas Carrol. Foi por ali nesse antro de progresso que se manifestaram pela primeira vez sintomas do que hoje com todas as letras se intimida como pandemia. E foi que um menino de 4 anos, Edgard Hernández contraiu o vírus. Vírus originário de suínos, os populares porcos, em ser humano, pelo menos em tese, mutações genéticas e pronto. Prato feito. Está na coluna de “decorrências previsíveis do progresso” É só juntar as empresas do setor, os laboratórios que produzem os medicamentos para o combate a esse tipo de gripe e tirá-los da perspectiva de falência. Uma boa verba publicitária e um ajuste com a Organização Mundial de Saúde, monitorada pelos grandes laboratórios e qualquer William Bonner da vida muda de expressão e assume ares de respeitabilidade e preocupação com o próximo – não tem a menor idéia do que seja isso, mas tem que representar – e coloca todos os cordeiros em fila indiana nem tanto na busca de proteção contra a tal gripe. Fatura ainda a indústria de máscaras. Pandemia, tantos casos não sei onde, ameaça de morte de tantas pessoas e reflexo na economia, claro. As ações dos laboratórios GLAXO e ROCHE, ambos em baixa, disparam nas bolsas do mundo inteiro. Um médico que viveu semelhante situação na gripe aviária dá conta que passado o pânico forjado, montado, boa parte dos hospitais tiveram que jogar fora mais de 90% dos medicamentos estocados para o combate à gripe. Como não houve a tal pandemia, expirou a data de validade dos ditos medicamentos. Um golpe desse porte nem Gilmar Mendes, ou Fernando Henrique Cardoso – apesar da familiaridade com porcos, ou porcarias, como a filha no Senado, recebendo sem trabalhar –. É negócio de bilhões, de fazer inveja a qualquer quadrilha em qualquer canto do mundo. Só não explicam que as tais Granjas Carroll produzem um milhão de porcos por ano e as fezes e urinas dos ditos são depositadas em tanques de oxidação, ao ar livre e ali vira uma espécie de moradia de moscas. Formam assim que nem nuvens de gafanhotos e depois vão se espalhando pelos quatro cantos dos quatro cantos do mundo. Os moradores de La Glória uma cidade em nível inferior ao das granjas – solo –, recebe, de quebra, água poluída nos riachos e nos chamados lençóis freáticos. O subsolo está contaminado pelos tanques. Denúncias? As mais diversas. Providências. Paciência, alguém tem que pagar pelo “progresso”. Nos EUA não querem saber das tais granjas. Os governos dos estados – esses com estrelas na bandeira do Tio Sam, o México ainda não alcançou esse galardão – da Virginia e da Carolina do Norte expulsaram a empresa de suas áreas que por conta do NAFTA, foram para o México em 1994. Atanásio Duran é o nome de um deputado que levou documentos desse fato ao Parlamento do extinto México – extinto como país livre e soberano. Para ficar por aqui, sem considerar outras tantas questões, como a forma como os porcos são criados, a alimentação que recebem, hormônios, antibióticos, etc, tudo para estalar um lombo dourado e suculento no churrasco de domingo, ou do feriado, nos melhores restaurantes em criações de arte dos melhores chefes de cozinha, sem falar que a empresa mantém uma “fundação social” em La Glória, onde aplica uma miséria para disfarçar os crimes que comete. Obama quando fala em Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, fala em “esperamos gestos de boa vontade desses governos para conversarmos”. Quem disse que ele é negro no sentido histórico da palavra? Branco de olhos azuis. Que gestos de boa vontade? Pense bem. Um esforço assim de meia hora sem televisão. Que diferença tem o tratamento dispensado aos porcos em La Glória e aos humanos no resto do mundo pela indústria do progresso e dos avanços tecnológicos? Entra aí a questão das pequenas propriedades rurais em que a criação de animais atende à demanda de cada uma das localidades e pessoas, lógico, mas não proporciona lucros fabulosos às grandes empresas à direita do deus MERCADO. Aí a reforma agrária é mal negócio. Para eles. As gripes são reflexo do modelo, conseqüência do modelo – político e econômico – e uma especialista no assunto, Dona Miriam Leitão recebe para defender todas as porcarias necessárias aos porcos que comandam os “negócios” dos suínos animais. É uma grande cadeia. Mas aquela onde deveriam estar os empresários do “progresso”, Gilmar Mendes, o tal “Direito” Daniel Dantas, todos à direita do deus MERCADO ou braços do esquema como a mídia, a grande mídia que vende a idéia de PANDEMIA. Palavra trissílaba, mas com um efeito devastador para os cordeiros cá embaixo e altamente lucrativo por porcões lá de cima. Soa até assim que nem os Cavaleiros da Távola Redonda chegando para libertar o povo inglês oprimido e o diabo a quatro. Só que isso é lenda, gostosa de se ler, de se ver, mas o tal “progresso” não. Não tem como um rei Artur arrancar a espada da pedra e Merlin preparar poções mágicas. Os laboratórios em associação com a agroindústria, o agro negócio, os bancos, as grandes corporações, a turma toda, empresários, latifundiários e banqueiros, sumiram com a espada, com a pedra, com tudo e tangem o rebanho de cordeiros no milagre da tecnologia, a tal televisão, entre nós com destaque para a REDE GLOBO e outras menores.Ah! Tem um trem aí chamado peróxido de hidrogênio (água oxigenada), que mata qualquer vírus ou bactéria aeróbica. É só inalar. Oxiflower em um copo de água fervente, cobrir a cabeça, inalar o vapor e o vírus e liquidado. Pela manhã e à noite. Essa história que água oxigenada é só para tornar louras ou louros algumas mulheres e homens é conversa. Serve para outras coisas também.E o vírus da gripe suína é muito mais fraco que alguns dos vírus de gripes que anualmente assolam as pessoas no mundo.A velha fábula do lobo, no caso lobos e os cordeiros. Eles bebem a água limpa lá em cima e para devorarem os cá de baixo, dizem que quem bebe aqui embaixo está sujando a deles. Invertem até a lei da gravidade.Culpa do Protógenes, do juiz De Sanctis, do MST. É possível que para uma averiguação in loco o ministro dito Direito viaje com a mulher na primeira classe para a eventualidade de qualquer ação na dita corte suprema por aqui em termos de gripe suína. E tem um detalhe. A chancelaria do estado terrorista de Israel chamou o embaixador do Brasil naquele país criado em terras palestinas, para exigir explicações sobre a visita do presidente do Irã agora dia 6 de maio.Deveríamos devolver o embaixador deles aqui. A palavra de ordem de Obama não é combater o terrorismo? Os caras assaltam, matam, torturam, estupram palestinos e ainda querem explicações da gente? Essa é a gripe nazi/sionista. E nem pense que é brincadeira não, mas já criaram um game com o nome de swinefighter.com. Você mata os porcos voadores que rondam e ameaçam o planeta. O negócio consiste em aplicar injeções letais nos tais porcos. Mais ou menos como as injeções letais do tal “progresso” de fezes e urina de porcos. Se o tal ministro “Direito” for o relator de algum caso relativo à gripe suína o parecer, ou relatório do tal ministro “Direito”, evidente, será OINC, OINC, OINC. Como nos filmes de Miguel Aceves Mejia, cantando, eliminando bandidos e tudo em seu cavalo branco. Como te llamas? José. Bam, bum! Te llamavas. A diferença hoje é que as balas seriam de material extraído de pernis traseiros. “Beijar teus lábios quisera/Malagueña minha amada...” Mas a máscara não deixa!É o “progresso”.
Não sei se Gilmar Mendes tem alguma coisa a ver com isso. Sei que o presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD ligou para a governadora do Pará e pediu a ela que tomasse providências enérgicas contra o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra –. O “presidente” da empresa dita suprema corte tem negócios por lá em parceria com Daniel Dantas. Sei também que o ministro Carlos Alberto Menezes “Direito” (cúmulo da esculhambação), funcionário qualificado da STF DANTAS INCORPORATION LTD e empregado de Gilmar Mendes no tal Instituto Brasiliense de Direito Público, desde os tempos de ministro – vá lá – do STJ – dito Superior Tribunal de Justiça – entrou na farra das passagens. As passagens em si existem em qualquer parlamento ou tribunal de qualquer país do mundo e se prestam a que parlamentares e juízes possam se movimentar no exercício de suas funções, ou para o melhor exercício dessas funções e, como gostam de dize, “em sendo necessário”. O tal “Direito” – putzgrila é o fim – gostava de viajar de primeira classe, furar as filas de embarque em viagens para o exterior com a mulher, com toda a certeza no tal “em sendo necessário” e no regresso com a “missão cumprida” passava ao largo da Alfândega. Tudo isso tem um nome segundo outro ministro Marco Aurélio Melo – liturgia –. A liturgia da tal suprema corte. Difere na forma, só na forma, na essência é a mesma coisa da liturgia do Comando Vermelho, ou do PCC. Aproxima-se da liturgia, por exemplo, de qualquer banco do mundo, ou laboratório especialista em produção de medicamentos contra gripes. Nesse diapasão vivemos a temporada da gripe suína. Já tivemos aquela atribuída aos frangos e com certeza teremos a dos canários, dos urubus, a dos beija-flores, tudo na esteira dos cordeiros que William Bonner chama de Homer Simpson. Corrida às farmácias. E a culpa é do México. Com transformação do México em estado da federação norte-americana e o tal do NAFTA, tratado de livre comércio que envolve os EUA e o Canadá – o México repito é província, estado – os norte-americanos descobriram que poderiam despejar todos os dejetos industriais, químicos, nucleares, hospitalares no seu mais novo estado. Podiam criar um muro para evitar que mexicanos fossem lá perturbá-los e aproveitar alguns para serviços domésticos, ou funções outras que não aquelas compatíveis com os altos desígnios dos senhores do mundo. Uma tal Smithfiel Foods mantém a 10 quilômetros da cidade de La Glória, um daqueles povoados onde ainda se toca La Malagueña uma criação de porcos das Granjas Carrol. Foi por ali nesse antro de progresso que se manifestaram pela primeira vez sintomas do que hoje com todas as letras se intimida como pandemia. E foi que um menino de 4 anos, Edgard Hernández contraiu o vírus. Vírus originário de suínos, os populares porcos, em ser humano, pelo menos em tese, mutações genéticas e pronto. Prato feito. Está na coluna de “decorrências previsíveis do progresso” É só juntar as empresas do setor, os laboratórios que produzem os medicamentos para o combate a esse tipo de gripe e tirá-los da perspectiva de falência. Uma boa verba publicitária e um ajuste com a Organização Mundial de Saúde, monitorada pelos grandes laboratórios e qualquer William Bonner da vida muda de expressão e assume ares de respeitabilidade e preocupação com o próximo – não tem a menor idéia do que seja isso, mas tem que representar – e coloca todos os cordeiros em fila indiana nem tanto na busca de proteção contra a tal gripe. Fatura ainda a indústria de máscaras. Pandemia, tantos casos não sei onde, ameaça de morte de tantas pessoas e reflexo na economia, claro. As ações dos laboratórios GLAXO e ROCHE, ambos em baixa, disparam nas bolsas do mundo inteiro. Um médico que viveu semelhante situação na gripe aviária dá conta que passado o pânico forjado, montado, boa parte dos hospitais tiveram que jogar fora mais de 90% dos medicamentos estocados para o combate à gripe. Como não houve a tal pandemia, expirou a data de validade dos ditos medicamentos. Um golpe desse porte nem Gilmar Mendes, ou Fernando Henrique Cardoso – apesar da familiaridade com porcos, ou porcarias, como a filha no Senado, recebendo sem trabalhar –. É negócio de bilhões, de fazer inveja a qualquer quadrilha em qualquer canto do mundo. Só não explicam que as tais Granjas Carroll produzem um milhão de porcos por ano e as fezes e urinas dos ditos são depositadas em tanques de oxidação, ao ar livre e ali vira uma espécie de moradia de moscas. Formam assim que nem nuvens de gafanhotos e depois vão se espalhando pelos quatro cantos dos quatro cantos do mundo. Os moradores de La Glória uma cidade em nível inferior ao das granjas – solo –, recebe, de quebra, água poluída nos riachos e nos chamados lençóis freáticos. O subsolo está contaminado pelos tanques. Denúncias? As mais diversas. Providências. Paciência, alguém tem que pagar pelo “progresso”. Nos EUA não querem saber das tais granjas. Os governos dos estados – esses com estrelas na bandeira do Tio Sam, o México ainda não alcançou esse galardão – da Virginia e da Carolina do Norte expulsaram a empresa de suas áreas que por conta do NAFTA, foram para o México em 1994. Atanásio Duran é o nome de um deputado que levou documentos desse fato ao Parlamento do extinto México – extinto como país livre e soberano. Para ficar por aqui, sem considerar outras tantas questões, como a forma como os porcos são criados, a alimentação que recebem, hormônios, antibióticos, etc, tudo para estalar um lombo dourado e suculento no churrasco de domingo, ou do feriado, nos melhores restaurantes em criações de arte dos melhores chefes de cozinha, sem falar que a empresa mantém uma “fundação social” em La Glória, onde aplica uma miséria para disfarçar os crimes que comete. Obama quando fala em Cuba, Venezuela, Bolívia, etc, fala em “esperamos gestos de boa vontade desses governos para conversarmos”. Quem disse que ele é negro no sentido histórico da palavra? Branco de olhos azuis. Que gestos de boa vontade? Pense bem. Um esforço assim de meia hora sem televisão. Que diferença tem o tratamento dispensado aos porcos em La Glória e aos humanos no resto do mundo pela indústria do progresso e dos avanços tecnológicos? Entra aí a questão das pequenas propriedades rurais em que a criação de animais atende à demanda de cada uma das localidades e pessoas, lógico, mas não proporciona lucros fabulosos às grandes empresas à direita do deus MERCADO. Aí a reforma agrária é mal negócio. Para eles. As gripes são reflexo do modelo, conseqüência do modelo – político e econômico – e uma especialista no assunto, Dona Miriam Leitão recebe para defender todas as porcarias necessárias aos porcos que comandam os “negócios” dos suínos animais. É uma grande cadeia. Mas aquela onde deveriam estar os empresários do “progresso”, Gilmar Mendes, o tal “Direito” Daniel Dantas, todos à direita do deus MERCADO ou braços do esquema como a mídia, a grande mídia que vende a idéia de PANDEMIA. Palavra trissílaba, mas com um efeito devastador para os cordeiros cá embaixo e altamente lucrativo por porcões lá de cima. Soa até assim que nem os Cavaleiros da Távola Redonda chegando para libertar o povo inglês oprimido e o diabo a quatro. Só que isso é lenda, gostosa de se ler, de se ver, mas o tal “progresso” não. Não tem como um rei Artur arrancar a espada da pedra e Merlin preparar poções mágicas. Os laboratórios em associação com a agroindústria, o agro negócio, os bancos, as grandes corporações, a turma toda, empresários, latifundiários e banqueiros, sumiram com a espada, com a pedra, com tudo e tangem o rebanho de cordeiros no milagre da tecnologia, a tal televisão, entre nós com destaque para a REDE GLOBO e outras menores.Ah! Tem um trem aí chamado peróxido de hidrogênio (água oxigenada), que mata qualquer vírus ou bactéria aeróbica. É só inalar. Oxiflower em um copo de água fervente, cobrir a cabeça, inalar o vapor e o vírus e liquidado. Pela manhã e à noite. Essa história que água oxigenada é só para tornar louras ou louros algumas mulheres e homens é conversa. Serve para outras coisas também.E o vírus da gripe suína é muito mais fraco que alguns dos vírus de gripes que anualmente assolam as pessoas no mundo.A velha fábula do lobo, no caso lobos e os cordeiros. Eles bebem a água limpa lá em cima e para devorarem os cá de baixo, dizem que quem bebe aqui embaixo está sujando a deles. Invertem até a lei da gravidade.Culpa do Protógenes, do juiz De Sanctis, do MST. É possível que para uma averiguação in loco o ministro dito Direito viaje com a mulher na primeira classe para a eventualidade de qualquer ação na dita corte suprema por aqui em termos de gripe suína. E tem um detalhe. A chancelaria do estado terrorista de Israel chamou o embaixador do Brasil naquele país criado em terras palestinas, para exigir explicações sobre a visita do presidente do Irã agora dia 6 de maio.Deveríamos devolver o embaixador deles aqui. A palavra de ordem de Obama não é combater o terrorismo? Os caras assaltam, matam, torturam, estupram palestinos e ainda querem explicações da gente? Essa é a gripe nazi/sionista. E nem pense que é brincadeira não, mas já criaram um game com o nome de swinefighter.com. Você mata os porcos voadores que rondam e ameaçam o planeta. O negócio consiste em aplicar injeções letais nos tais porcos. Mais ou menos como as injeções letais do tal “progresso” de fezes e urina de porcos. Se o tal ministro “Direito” for o relator de algum caso relativo à gripe suína o parecer, ou relatório do tal ministro “Direito”, evidente, será OINC, OINC, OINC. Como nos filmes de Miguel Aceves Mejia, cantando, eliminando bandidos e tudo em seu cavalo branco. Como te llamas? José. Bam, bum! Te llamavas. A diferença hoje é que as balas seriam de material extraído de pernis traseiros. “Beijar teus lábios quisera/Malagueña minha amada...” Mas a máscara não deixa!É o “progresso”.
Chegados aos 200.000 visitantes
O blog é feito para atender vocês, por isso, nós agradecemos a todos pelas mais de duzentos MIL VISITAS.
Agradecemos aos fiéis leitores e a todos aqueles que levam o nome do blog aos vários cantos do mundo.
Pessoalmente sinto, que todas estas visitas provam, que acrescentamos algo ao debate dentro da comunidade de Jeremoabo, mas também nos dizem, que somos cada vez mais visitados por internautas de outras paragens. Essa possibilidade, que a internet nos oferece é fenomenal e é exatamente por isso que somos abrangentes.
Pensamento positivo atrai coisas positivas!
A todos os que nos visitam um grande obrigado. Sem leitores nada disto faria sentido, nem chegado perante estes números que traduzem o nosso sucesso, temos mesmo é de nos sentir orgulhosos deste blog.
Valeu a pena todos os percalços e dificuldades que enfrentamos. Agradeço a cada pedra que apareceu no meu caminho, pois foram elas que me fizeram crescer. Cada pessoa que cruzou meu caminho acabou deixando coisas boas - mesmo as que me fizeram mal - pois a cada dia eu percebo que independente dos caminhos que tomamos e das escolhas que fazemos, quando realmente queremos muito algo o universo sempre conspira a nosso favor! E a cada dia eu tenho mais certeza de uma coisa, que os maiores “pretensos candidatos a garotos propagandas” do site foram: Marco Antonio de Codó porque estávamos denunciando as trambicagens do prefeito (o hoje recompensado como chefe de gabinete da prefeitura) disse que se tratava de uma “site do mal”, tista de deda – quando pensou que me intimidava, e faria eu parar de denunciar suas falcatruas e improbidades com o erário público, e o ex-padre moura, que desconhecendo a CONSTITUIÇÃO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, como saudosista do tempo da inquisição, tentou através do arbítrio “calar essa voz”.
Aos fanáticos de Jeremoabo/Bahia, queiram ou não, O BLOG já é possuidor de grandes serviços prestados, porque o tista de deda, mesmo sendo eleito prefeito, é um “ficha suja”, responde a uma centena de processos por improbidades administrativas.
Portanto, eu encerro citando Sandra Nasrallah quando diz:
"que não importa o latido dos cães, não
importa o barulho que façam
a caravana segue seu caminho, apesar deles...
Existe uma estrela a ser seguida, um
Sentimento a ser preservado
E nada vai impedir que a caravana siga seu
rumo...
mesmo que pare por alguns momentos, mesmo
que alguns cães se julguem alimentados
pegando os restos que caíram durante a
passagem ...
a caravana segue seu rumo, mais fortalecida,
mais coesa
deixando cada vez mais longe o barulho dos
cães esfomeados
uma caravana é feita de sonhos, de gestos, de
atitudes
de longas vivências, de cumplicidade
de sentimentos fortes, de amizade, de amor e
de desejo
ela segue seu caminho, totalmente indiferente
ao ganido dos cães enlouquecidos
atrás de alguma cadela no cio..."
De propósito deixei para prestar meus agradecimentos ao meu irmão Dr. Fernando Montalvão, que gratuitamente presta toda assistência jurídica, além da sua constante colaboração, ao BLOG SARAIVA 13 do Juiz de Direito já aposentado pelo TJ/RJ, ao site do Jailson Costa da cidade de Ribeira do Pombal/Bahia, bem como, de um modo especial ao BLOG PORTAL DO DIREITO em Homenagem Póstuma a Daniel Rego Barros Junior, meu primeiro leitor e incentivador.
Não poderia também esquecer de citar o Joralista e comentarista político Laerte Braga, que quase diárimante envia matérias para publicação neste Blog, e que tanto nos orgulha principalmente com a matéria de sua autoria( A CIDADE É A NOSSA REALIDADE) , que nos presenteou para publicação nesta data, e em homenagens ao nosso sucesso e de todos vocês.
A gripe dos porcos e a mentira dos homens
Por Mauro Santayana
O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente. Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata. O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco. Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada “ação social”. Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.
Fonte: JB Online
O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente. Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata. O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco. Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada “ação social”. Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.
Fonte: JB Online
No palanque, Protógenes chora durante o Hino Nacional
Portal Terra
DA REDAÇÃO - Vagner Magalhães
Direto de São Paulo
O delegado afastado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que presidiu a Operação Satiagraha, chorou nesta sexta-feira durante a execução do Hino Nacional no palanque montado pela Força Sindical para as comemorações do Dia do Trabalho em São Paulo.
Diante de um público estimado em cerca de 450 mil pessoas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, Queiroz se emocionou no final da execução. Tirou os óculos, enxugou as lágrimas e terminou de cantar o hino com o punho da mão direita cerrado e erguido.
"Sempre que escuto o hino me emociono. Ainda mais com uma platéia imensa dessas", disse o delegado. "Tenho muito orgulho de ser brasileiro." Queiroz admitiu que pode disputar uma vaga na Câmara nas eleições de 2010, mas diz que ainda não fechou posição sobre o assunto.
Apresentado ao público pelo presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o delegado foi breve em seu pronunciamento e se disse solidário aos desempregados.
"Eu também estou afastado do trabalho, estou junto com vocês. Mas somos honestos", afirmou. "Lugar de bandido é na cadeia." Protógenes comandou a operação Satiagraha, deflagrada em 8 de junho do ano passado. Ele reuniu cerca de 300 agentes da Polícia federal e prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o empresário Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Durante a Satiagraha, Dantas chegou a ter sua prisão decretada por duas vezes e foi levado à carceragem da PF. Dois habeas-corpus concedidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante o recesso do Poder Judiciário, no entanto, o colocaram em liberdade.
Em seguida, ele afastado da operação após as suspeitas de que teria vazado informações das investigações. O delegado responde a um inquérito por isso. Na época, a PF afirmou que o delegado deixava a operação para realizar um curso.
Em novembro, ao retomar suas atividades, Protógenes foi informado de seu afastamento também da Diretoria de Inteligência da PF. Depois disso, o delegado afirmou que entraria com um pedido de indenização contra a PF, mas disse que não tinha pressa para mover a ação.
DA REDAÇÃO - Vagner Magalhães
Direto de São Paulo
O delegado afastado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que presidiu a Operação Satiagraha, chorou nesta sexta-feira durante a execução do Hino Nacional no palanque montado pela Força Sindical para as comemorações do Dia do Trabalho em São Paulo.
Diante de um público estimado em cerca de 450 mil pessoas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, Queiroz se emocionou no final da execução. Tirou os óculos, enxugou as lágrimas e terminou de cantar o hino com o punho da mão direita cerrado e erguido.
"Sempre que escuto o hino me emociono. Ainda mais com uma platéia imensa dessas", disse o delegado. "Tenho muito orgulho de ser brasileiro." Queiroz admitiu que pode disputar uma vaga na Câmara nas eleições de 2010, mas diz que ainda não fechou posição sobre o assunto.
Apresentado ao público pelo presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o delegado foi breve em seu pronunciamento e se disse solidário aos desempregados.
"Eu também estou afastado do trabalho, estou junto com vocês. Mas somos honestos", afirmou. "Lugar de bandido é na cadeia." Protógenes comandou a operação Satiagraha, deflagrada em 8 de junho do ano passado. Ele reuniu cerca de 300 agentes da Polícia federal e prendeu o banqueiro Daniel Dantas, o empresário Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Durante a Satiagraha, Dantas chegou a ter sua prisão decretada por duas vezes e foi levado à carceragem da PF. Dois habeas-corpus concedidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante o recesso do Poder Judiciário, no entanto, o colocaram em liberdade.
Em seguida, ele afastado da operação após as suspeitas de que teria vazado informações das investigações. O delegado responde a um inquérito por isso. Na época, a PF afirmou que o delegado deixava a operação para realizar um curso.
Em novembro, ao retomar suas atividades, Protógenes foi informado de seu afastamento também da Diretoria de Inteligência da PF. Depois disso, o delegado afirmou que entraria com um pedido de indenização contra a PF, mas disse que não tinha pressa para mover a ação.
Fonte: JB Online
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